tag:blogger.com,1999:blog-43855513728818223252024-03-06T17:00:19.177-03:00Hora do RecreioBerenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.comBlogger2990125tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-76239728028695238822019-08-11T16:52:00.000-03:002019-08-11T16:52:53.574-03:00Precisamos de menos Whatsapp e mais abraços!<div>
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<span style="color: #333333; font-family: inherit; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; letter-spacing: -2.5px;"><b></b></span></span><div>
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<span style="font-size: large;"><br /><div style="font-family: inherit; text-align: center;">
<img src="https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2018/11/precisamos-de-menos-830x450.jpg" style="font-family: inherit;" /></div>
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<br /><br /><br /><span style="font-family: inherit;">Vivemos em uma era de tecnologia, temos ao nosso dispor todas as ferramentas necessárias para nos conectarmos com pessoas do mundo todo, redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e de chamadas de vídeo e mais muitos outros. Isso é muito positivo, porque podemos nos manter próximos das pessoas que amamos, ainda que estivermos do outro lado do </span><a href="https://osegredo.com.br/minha-ansiedade-me-convence-de-que-todo-mundo-me-odeia/" style="font-family: inherit;">mundo</a><span style="font-family: inherit;">.</span><br /><span style="font-family: inherit;">No entanto, por outro lado, vemos cada vez mais pessoas presas no mundo virtual e isoladas daqueles que estão ao seu lado.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">Isso é alarmante e nos mostra que é necessário discutirmos sobre a influência da tecnologia nos relacionamentos interpessoais físicos, no “mundo real”. É muito bom conhecer pessoas de diferentes nacionalidades e culturas e é ótimo manter contato com nossos amigos e familiares que moram longe através da internet, mas substituir ou negligenciar a </span><a href="https://osegredo.com.br/voce-pode-se-sentir-carente-mas-isso-nao-lhe-da-o-direito-de-implorar-a-presenca-de-alguem/" style="font-family: inherit;">presença</a><span style="font-family: inherit;"> física, os abraços, as conversas sinceras, os momentos de diversão não é saudável para nós. Somos seres sociais que prosperam no relacionamento com o outro, e por isso as mensagens de texto e emojis nunca serão a nossa verdadeira maneira de nos mostrarmos ao mundo.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">As redes sociais, apesar de nos aproximarem de quem está longe, também nos afasta daqueles que estão perto, isso é um fato que se percebe mesmo na mais rápida análise da sociedade. As pessoas se falam cada vez menos, não se olham nos olhos e não sabem mais como criar relacionamentos ao vivo porque estão ocupadas demais olhando para as telas de seus celulares.</span><br /><span style="font-family: inherit;">Precisamos simplificar nossas vidas novamente, estabelecendo um </span><a href="https://osegredo.com.br/descobri-o-meu-equilibrio-aceitando-a-minha-intensidade/" style="font-family: inherit;">equilíbrio</a><span style="font-family: inherit;"> entre vida real e vida online.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">Precisamos de mais abraços e menos Whatsapp, de mais momentos e menos mensagens, de mais intensidade, viver momentos com nossas almas, de uma conexão mais profunda com nós mesmos e com as pessoas ao nosso redor. Devemos aprender a nos aceitar mais como somos e dependermos menos de curtidas para reconhecermos nossa verdadeira beleza e dons.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">Os benefícios da tecnologia são inegáveis e sua </span><a href="https://osegredo.com.br/a-influencia-do-pensamento/" style="font-family: inherit;">influência</a><span style="font-family: inherit;"> em nosso mundo tem a parte positiva, mas precisamos aprender como usá-la para nos alavancar e não limitar, para que seja um complemento positivo para as nossas vidas, mas para que não se torne nossas vidas.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">A era digital nos abre um novo mundo, mas não deve substituir o que já temos, os relacionamentos, as conversas, os carinhos, o amor.</span></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Um dispositivo eletrônico nunca será melhor do que uma verdadeira <a href="https://osegredo.com.br/nao-me-roube-a-solidao-se-nao-vai-me-ofertar-verdadeira-companhia/">companhia</a>, não devemos nos acostumar a viver atrás de uma tela, não quando temos um grande e maravilhoso mundo para habitar. Muitas coisas, apenas a vida real pode nos oferecer.<br /><br />Por isso, acrescente mais realidade à sua vida! Saia do celular e celebre as pessoas que estão com você. Abrace, procure para conversar, viaje, sinta o máximo que puder com as pessoas em sua vida. Nada pode substituir a verdadeira felicidade proporcionada pelos bons momentos compartilhados ao lado de outra pessoa. Esse é um dos bens mais preciosos da vida!</span><div>
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<a href="https://osegredo.com.br/author/redacao/">Luiza Fletcher</a> • 23 de novembro de 2018</div>
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<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-1814618734828659402019-07-27T10:36:00.001-03:002019-07-27T10:36:59.918-03:00Amigo é casa<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/mfJiJkY6Yeg" width="459"></iframe><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-18819656332330838992018-11-16T01:44:00.000-02:002018-11-16T01:44:52.482-02:00Lula mente ao dizer que fundou o PT..<br />
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<h1 class="post-title entry-title" itemprop="name headline" style="background-color: white; font-weight: 500; line-height: normal; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na verdade, Lula roubou o PT para poder roubar o Brasil. Conheça a verdadeira história aqui</span></h1>
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<div class="post-body entry-content" id="post-body-8311755851029143387" style="background-color: white; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px;">
<div itemprop="description articleBody" style="margin: 0px; padding: 0px;">
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<div class="separator" style="clear: both; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_HifG5bKvVjFecVIwLkip3crS97dDRSIFdFdZ5WJKVy8D82IP0UX9OfX8ZZ_cwr2zvshkn1z1Vr2z8622PV0KDfN8wVsd6aez4pZHBkAFtoNwtAG9T5YSfS0UX5tWwXkcb9027M_9-1L4/s1600/Lula+mente+ao+dizer+que+fundou+o+PT.++Na+verdade%252C+Lula+roubou+o+PT+para+poder+roubar+o+Brasil.+Conhe%25C3%25A7a+a+verdadeira+hist%25C3%25B3ria+aqui.jpg" imageanchor="1" style="margin: 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_HifG5bKvVjFecVIwLkip3crS97dDRSIFdFdZ5WJKVy8D82IP0UX9OfX8ZZ_cwr2zvshkn1z1Vr2z8622PV0KDfN8wVsd6aez4pZHBkAFtoNwtAG9T5YSfS0UX5tWwXkcb9027M_9-1L4/s640/Lula+mente+ao+dizer+que+fundou+o+PT.++Na+verdade%252C+Lula+roubou+o+PT+para+poder+roubar+o+Brasil.+Conhe%25C3%25A7a+a+verdadeira+hist%25C3%25B3ria+aqui.jpg" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" width="640" /></span></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A ascensão de Lula e do PT ao poder no Brasil não é um fenômeno recente e também não é algo que custou barato. Ao contrário do que muitos imaginam, o PT não surgiu nas raízes dos movimentos sindicais do ABC, mas sim nas cabeças de intelectuais burgueses que frequentavam os cafés de Paris na década 70.<br /><br />O nome Partido dos Trabalhadores é explorado em diversos países, como Estados Unidos, (1938), Espanha (1984) Colômbia (1977), México (1975), Panamá (1983), Peru, Reino Unido. Todos tiveram origens em inspirações comunistas.<br /><br />No Brasil, o Movimento Convergência Socialista, derivado da Liga Operária, manifestou pela primeira vez a intenção criar um partido em 1978, por sugestão de Mário Pedrosa, um burguês comunista crítico de arte. A Liga Operária era uma agremiação composta por militantes da Ação Popular, do Partido Comunista Revolucionário e pelo Movimento Nacionalista Revolucionário. Em 1978, outros agrupamentos de esquerda, como o Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP) já sugeriam a criação do PT durante o Congresso dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, em Lins.<br /><br />Além das poucas intervenções de Mário Pedrosa, este projeto de criação do partido não tinha relação com outros movimentos de esquerda no Brasil e no exterior, que também almejavam a criação de um partido com a mesma nomenclatura. Neste período, Lula era apenas o "queridinho" dos donos de fábricas da região do ABC paulista e recebia cachês para apaziguar greves em outras regiões do país.<br /><br />Mas o PT propriamente dito foi idealizado por um grupo de jovens comunistas ricos, não necessariamente fiéis à ideologia que estava na moda, amantes da boa vida e de cargos no exterior. Estavam todos encantados com a ascensão do líder polonês Lech Walesa, um operário que se tornou um controverso ativista sindical. Durante anos, foi perseguido pelas autoridades, mantido sob vigilância do Estado, demitido em 1976 e preso várias vezes. No final dos anos 70, o líder sindical fundou o partido Solidariedade.<br /><br />Assim como Lula, Walesa também concorreu à presidência de seu país no mesmo ano de 1989. A diferença é que o líder sindical polonês venceu a eleição de seu país a e cumpriu seu mandato entre 1990 e 1995. Lula fez o jogo da Globo para tirar Leonel Brizola do páreo e perdeu a eleição para Fernando Collor de Melo. Walesa ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983. Lula passou a ganhar mesada de empresários ricos como Léo Pinheiro e Emílio Odebrecht, que o requisitava para sabotar movimentos grevistas em suas fábricas na Bahia, convencendo sindicatos e trabalhadores a fechar acordos que combinava com os patrões.<br /><br />Voltando um pouco no tempo, os mesmos intelectuais burgueses que perambulavam pela Europa nos anos 70 acabaram "inspirados" pela ascensão de governos comunistas ao redor do mundo e com a trajetória do líder sindical da Polônia. Foi quando tiveram a brilhante ideia de trazer a "franquia" do modelo polonês para o Brasil.<br /><br />O final dos anos 70 foi marcado pela revogação do AI5, um ato que cassou a liberdade política e suspendeu uma série de direitos democráticos durante os anos de chumbo da ditadura. A assinatura de sua revogação ocorreu precisamente no dia Em 13 de outubro de 1978, pelo então presidente da república, o General Ernesto Geisel após exatos dez anos em vigor. A revogação, que passaria a vigorar a partir de janeiro de 1979, deu início à abertura política no país. Foi um passo decisivo no processo de redemocratização do Brasil, conduzida pelos militares que julgavam ter livrado o país da ameaça dos comunistas.<br /></span><div class="separator" style="clear: both; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0tDlHDziRHstIxHtcLcF2yvdLuShSvlT8a7Rey0PsSht5vTcFbPJewcQudHnfXkAvdDkkmK_5nF3PMzErZZW57LWjFxqvh1OHb4kxadERBcHw5AWtQ-VooyYCT4Qs1jvRkcYPrJOiIzw/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir7.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin: 0px 1em 1em 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0tDlHDziRHstIxHtcLcF2yvdLuShSvlT8a7Rey0PsSht5vTcFbPJewcQudHnfXkAvdDkkmK_5nF3PMzErZZW57LWjFxqvh1OHb4kxadERBcHw5AWtQ-VooyYCT4Qs1jvRkcYPrJOiIzw/s320/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir7.JPG" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" width="320" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A Lei da Anistia (Lei Federal n° 6.683, de 28/08/1979) foi promulgada logo após a revogação do AI5 pelo sucessor de Ernesto Geisel, o General João Baptista de Oliveira Figueiredo, que tomou posse em 15/03/1979. A Lei da Anistia contemplava qualquer cidadão envolvido em crimes políticos e permitiu o retorno ao Brasil de centenas de exilados políticos, como Leonel Brizola, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Prestes, José Serra e do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.<br /><br />Este período marcou o retorno do pluripartidarismo ao Brasil, quando surgiram, a partir dos anos 80, partidos como o PTB, PDT, PP e PT. Antes, havia apenas dois partidos, que eram o MDB e ARENA. Destes partidos surgiram o PMDB e o PDS.<br /></span><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="border-spacing: 0px; float: right; margin-left: 1em; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding: 4px; text-align: right;"><tbody style="margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ciT6V5XHTAVwvkNjlkGuTE3VwNwy5unKU4tRy7XyL6QEIP-kyKRW24vbsNzpbOE5HuF4kjZP9rmf0HMfi8vlHr6jOcZ3NAcbzDVKXuVDvUIwRS-ABbYlptof29_ySRruBrl_eztenMk/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin: 0px auto 1em; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ciT6V5XHTAVwvkNjlkGuTE3VwNwy5unKU4tRy7XyL6QEIP-kyKRW24vbsNzpbOE5HuF4kjZP9rmf0HMfi8vlHr6jOcZ3NAcbzDVKXuVDvUIwRS-ABbYlptof29_ySRruBrl_eztenMk/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir4.jpg" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" /></span></a></td></tr>
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td class="tr-caption" style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Sérgio Buarque de Holanda assinando a<br />terceira ficha de filiação do PT</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Foi nesta época que os verdadeiros fundadores do PT viram a oportunidade de implantar no país a franquia polonesa, que não tinha nada a ver com os conceitos bolivarianos atuais. O grupo idealizador do PT era formado por gente como Sérgio Buarque de Holanda, Bruno Maranhão, que havia voltado do exílio na França em 1979, Antonio Candido de Mello e Souza, Paulo Delgado, Florestan Fernandes, Mário Pedrosa (o da Liga Operária), Apolônio de Carvalho, Vladimir Palmeira, Lélia Abramo, Francisco Weffort, Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo, entre outros. Lula ainda não estava na jogada.<br /><br /></span><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="border-spacing: 0px; float: left; margin-left: 0px; margin-right: 1em; margin-top: 0px; padding: 4px;"><tbody style="margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYpjBdB1f0z3KsKdxidIX5ezF1B-w8USH13PSvpD0tckqOj7hPCecMfuyr7MypIDOAM1TDxMU9Ey2m88NRIjG-d3GA3OXoCMbphZFDd5YXj-O508DVkmPCikDBqer9ONsV0cODtsQrUGc/s1600/lula-na-reuniao-de-fundacao-do-pt-no-colegio-sion.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin: 0px auto 1em; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYpjBdB1f0z3KsKdxidIX5ezF1B-w8USH13PSvpD0tckqOj7hPCecMfuyr7MypIDOAM1TDxMU9Ey2m88NRIjG-d3GA3OXoCMbphZFDd5YXj-O508DVkmPCikDBqer9ONsV0cODtsQrUGc/s320/lula-na-reuniao-de-fundacao-do-pt-no-colegio-sion.jpg" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td class="tr-caption" style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Lula (direita) e outros sindicalistas barrados numa<br />das reuniões de fundação do PT no tradicional<br />colégio Sion, SP.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">À exceção de Bruno Maranhão, o Partido dos Trabalhadores foi organizado por figuras predominantemente ilustres, intelectuais, burgueses e dissidentes católicos que àquela altura sabiam exatamente o que queriam: um líder popular para servir de fachada para o partido. De preferência um sindicalista. Esta pessoa seria o porta voz do partido, seria o rapaz do marketing, o interlocutor dos fundadores e porta voz de um plano de poder ambicioso.<br /><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Acompanhe no vídeo abaixo quando o ex-presidente Lula demonstra seu desprezo pelo líder sindical que inspirou o projeto de poder do PT. Sem demonstrar o menor escrúpulo, Lula confessa com todas as letras o que há por trás de sua chegada ao poder e como consegui passar muita gente para trás:<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/fkWhbEQ0wRI?rel=0&showinfo=0" style="border-style: none; border-width: initial; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px;" width="640"></iframe><br /><br /><br /><br />Foram várias reuniões em que eram avaliados perfis de líderes sindicais do país. Era quase um concurso de "Miss Proletariado". A opção inicial de um grupo foi o nome de Jair Antonio Meneguelli, homem de origem humilde, sem nível superior, líder sindical do ABC, grevista, presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, enfim. Tinha o perfil idealizado pelos intelectuais fundadores do PT.<br /></span><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="border-spacing: 0px; float: right; margin-left: 1em; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding: 4px; text-align: right;"><tbody style="margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkPjehkfWGMJ0vipWqxIuHaVcTuLPW6PO643A0QdzOmbg9WGV49fE2GN3zQP__VwhjShjtDYPkhXwEeBCNXg-9nQaGnRq_Qb7xRNtA95FjdzmVDPcljgsj_4ilVCWgcjbELiRRFr4aWfg/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin: 0px auto 1em; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkPjehkfWGMJ0vipWqxIuHaVcTuLPW6PO643A0QdzOmbg9WGV49fE2GN3zQP__VwhjShjtDYPkhXwEeBCNXg-9nQaGnRq_Qb7xRNtA95FjdzmVDPcljgsj_4ilVCWgcjbELiRRFr4aWfg/s320/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir3.jpg" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td class="tr-caption" style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Jair Antonio Meneguelli e Lula</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Outro grupo defendia o nome de Lula. homem de origem humilde, sem nível superior, líder sindical do ABC, grevista, presidente do sindicato dos metalúrgicos São Bernardo do Campo e Diadema, tudo como mandava o figurino. O único problema é que Lula tinha a língua presa e isso não agradava alguns burgueses do partido, que preferiam Meneguelli.<br /><br />Um dos fatores que pesaram contra o rival de Lula foi justamente seu sobrenome. Era meio italiano. Da Silva soava melhor aos ouvidos do povão. Foi exatamente por este critério que a escolha do garoto propaganda do PT recaiu sobre Lula. O sindicalista foi o escolhido para projetar o partido junto à classe trabalhadora. Os intelectuais preparavam seus discursos a partir dos postulados das velhas cartilhas comunistas, adaptadas ao marketing político moderno e com um tempero nordestino.<br /><br />A trajetória do PT seguiu todos os procedimentos estratégicos clássicos das cartilhas comunistas, como a propagação de uma mensagem de libertação dos "oprimidos" do jugo da elite burguesa. O segredo do negócio era explorar "os coletivos". O passo a passo destas cartilhas implantadas em outros cantos do mundo é sempre o mesmo e visa basicamente angariar a simpatia de líderes e núcleos sociais. A tática consiste em métodos óbvios de aproximação com os movimentos sociais, comunidades campesinas, líderes comunitários, núcleos estudantis universitários, "pseudo intelectuais" maconheiros, revolucionários, artistas alternativos e sem talentos, as minorias em geral. As técnicas de manipulação de massas "oprimidas" são velhas conhecidas. A cartilha aborda ainda o aparelhamento da máquina pública a partir da conquista de pequenas prefeituras e governos de estado, a cooptação dos funcionários públicos a partir do controle dos sindicatos, a tolerância com faltas, atrasos e a negligência de servidores. enfim.<br /><br />O canto da sereia era sempre o mesmo: de forma generalizada, culpar pessoas bem sucedidas; a classe capitalista; explorar o sentimento de inferioridade de uma classe, voltando-a contra as elites; culpar os Estados Unidos pelas mazelas do Brasil; culpar a Globo pelo golpe militar e toda aquela cantilena marxista leninista (linha de pensamento político que combina os conceitos de imperialismo e centralismo democrático e a mudança de foco revolucionário<span style="line-height: 22.4px; margin: 0px; padding: 0px;">) </span>que todos os brasileiros conhecem muito bem. Afinal, são 37 anos ouvindo Lula e o pessoal do PT contando a mesma historinha que não deu certo em lugar nenhum do mundo.<br /><br />Mas o fato é que nada disso saiu da cabela de Lula. Estas lições são fruto de um aprendizado secular de estratégias que saíram das mentes de comunistas brilhantes. Os métodos constantes das cartilhas comunistas foram usadas em outros cantos como Cuba, Venezuela, México e em vários países da África e ásia. O mérito de Lula foi o de assimilar com maestria todas estas lições. Lula aprendeu a arte da retorica metafórica futebolística, a arte de destruir reputações. Lula se tornou mestre do ilusionismo e aperfeiçoou sua habilidade de vender o que jamais poderia entregar. Lula foi instruído a prometer a redenção da classe trabalhadora, que um dia ainda iria prevalecer sobre as "zelites" e pisar na cabeça dos burgueses.<br /><br />O plano dos ilustres fundadores do PT era o de poupar Lula de qualquer cargo executivo, como prefeito ou governador, por uma simples razão: todos sabiam que ele não tinha competência para governar e que um fracasso à frente de alguma prefeitura, assim como foi sua passagem pelo legislativo, o queimaria para o plano maior.<br /></span><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="border-spacing: 0px; float: left; margin-left: 0px; margin-right: 1em; margin-top: 0px; padding: 4px;"><tbody style="margin: 0px; padding: 0px;">
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ7s-t1p5fyqvYeZm0-Nan3lUl8bb8gE94-xCosDbB5N8hlNyg9G1io6QCL52xIhj_PchiRKwp-CTJNHdfwI5rELuMs0BG5sSFSEoTxc5_SKlgCYlNb2cmbmBjUmT-H2FZh399yXep138/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir8.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin: 0px auto 1em; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ7s-t1p5fyqvYeZm0-Nan3lUl8bb8gE94-xCosDbB5N8hlNyg9G1io6QCL52xIhj_PchiRKwp-CTJNHdfwI5rELuMs0BG5sSFSEoTxc5_SKlgCYlNb2cmbmBjUmT-H2FZh399yXep138/s1600/S%25C3%25A9rgio+Moro+destruiu+em+poucos+meses+a+farsa+que+Lula+e+o+PT+levaram+d%25C3%25A9cadas+para+construir8.jpg" style="border: none; height: auto; margin: 0px; max-width: 89%; padding: 0px;" /></span></a></td></tr>
<tr style="margin: 0px; padding: 0px;"><td class="tr-caption" style="margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Lula falando no plenário<br />da Câmara dos Deputados</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eleito deputado federal por São Paulo em 1986, lula obteve uma média medíocre, segundo o Ipea. Foi favorável à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto, à jornada semanal de 40 horas, à soberania popular, à estatização do sistema financeiro, a ampliação da reforma agrária, taxação de grandes fortunas, era contra a privatização de estradas, cobranças de pedágios, contra o lucro extorsivo dos bancos e tudo aquilo que continua do mesmo jeito no Brasil, após 14 anos com o PT no poder.<br /><br />Durante sua trajetória política de quase 40 anos, o convívio de Lula com os pobres e representantes da classe trabalhadora ficaram restritos aos comícios e no corpo a corpo das campanhas eleitorais. Por outro lado, Lula conviveu intensamente com o membros do alto escalão do partido, formado por gente da elite, burgueses, intelectuais, empresários e financiadores de suas campanhas. Com essa gente, Lula adquiriu hábitos e gostos sofisticados. Aprendeu a amar os jatinhos, seguranças, ternos italianos, hotéis de luxo, bons vinhos, boa gastronomia e tudo que o dinheiro pode comprar.<br /><br /><br /><b>Lula seguiu à risca as instruções de seus amestradores</b>.<br /><br />Após décadas de investimento no projeto "Lula", o sindicalista evolui com o passar dos anos de aprendizado e conseguiu se adaptar as mudanças do cenário político nacional. Lula se mostrou capaz de atender a interesses corporativos dentro da estrutura partidária. Se revelou habilidoso nas negociações com grandes empresários e banqueiros. Desenvolveu maior traquejo com adversários políticos e conseguiu angariar a simpatia de vários setores da sociedade.<br /><br />O projeto de chegada do PT ao poder sempre teve como foco central a eleição de Lula. Sua "imagem" foi o centro de todos os investimentos e esforços do partido. Aos integrantes, membros e militantes, era imposto o compromisso de enaltecer sua figura em qualquer oportunidade. A imagem de Lula deveria ser associada a todas as candidaturas do partido, desde os candidatos a vereador de pequenos municípios até espaços generosos nas grandes campanhas de deputados, senadores, prefeitos e governadores.<br /><br />Durante anos, todos no partido foram obrigados a pronunciar o nome de Lula em entrevistas, comícios, palestras e eventos públicos. Ao longo dos últimos 36 anos, o PT rouou e torrou bilhões de dólares para projetar a figura de seu líder máximo. Aquele que garantiria a ocupação duradoura do poder central do país durante décadas. Aquele que deveria se tornar um mito tão poderoso, que seria um dia capaz de eleger qualquer candidato a qualquer cargo em qualquer lugar do país.<br /><br />Após décadas de investimentos e três tentativas consecutivas fracassadas, o PT finalmente chegou ao poder com Lula justamente no momento mais favorável economicamente do Brasil em toda a história. Lula chegou ao Palácio do Planalto em janeiro de 2003 com a inflação debelada e moeda estável, fatores preponderantes que favoreciam a ampliação da distribuição de renda.<br /><br />Milhares de empresas em todo o mundo foram atraídas pela estabilidade econômica e a inserção do país nas regras de livre mercado providenciadas por seu antecessor, como preços e câmbio livres, regras fiscais e tributárias claras, lei de responsabilidade fiscal e garantia de remessas ao exterior. Ao assumir seu primeiro mandato, Lula encontrou cerca de 350 mil empresas em processo de instalação no Brasil, como Honda, Toyota, Peugeot, Renault, Hyundai, WalMart, LG, Samsung, John Deer e outros players gigantes do mundo globalizado. Estas empresas gerariam cerca de 18 milhões de empregos durante os dois mandatos de Lula.<br /><br />Como se não bastasse a sorte de assumir seu primeiro mandato em pleno aquecimento do mercado interno, quando a população já comprava carros, imóveis e outros bens duráveis financiados a longo prazo, Lula ainda deu sorte com o alto valor das commodities no mercado internacional. Itens como aço, soja e petróleo nunca alcançaram valores tão altos em toda a história mundial. Isso justamente durante o período de maior crescimento da economia chinesa, que alavancou a economia mundial durante mais de uma década.<br /><br />Governar o Brasil sob tais condições era mais fácil do que bater um prego na manteiga. Como não enfrentou grandes desafios na economia e na geração de empregos, Lula se dedicou a organizar os esquemas criminosos que financiariam as campanhas do partido dali em diante e começou a se livrar dos intelectuais "chatinhos" que enfrentavam resistência no partido. Esperto, se aproveitou da vulnerabilidade de algumas posições na legenda, colocou o PT no bolso e seguiu em frente.<br /><br />O partido sempre enfrentou uma divisão interna formada pelos idealistas e os revolucionários. Os idealistas eram justamente os intelectuais burgueses fundadores do partido. Já os revolucionários eram os guerrilheiros pobres que assaltavam bancos, roubavam caminhões de carne para fazer churrasco e faziam treinamento de guerrilha em Cuba durante a ditadura. Lula deu um jeito de se livrar dos idealistas e ficou só com a banda podre do partido. Foi desta forma que Lula roubou o PT das mãos de seus idealizadores.<br /><br />Logo que chegou ao poder, já totalmente descaracterizado, o partido se revelou uma grande organização criminosa e levou para Brasília a pior geração de corruptos que os brasileiros já tiveram notícia. Ao longo de 14 anos, o PT colocou em prática toda sua experiência acumulada em aparelhar e dilapidar a máquina estatal. Roubou, desviou e deixou desviar mais dinheiro que todos os políticos de toda a história do pais roubaram juntos em 517 anos de história. Lula e o PT corromperam políticos, empresários, diretores de estatais e juízes com uma facilidade que chocou o mundo a partir do levantamento dos sigilos dos executivos da Odebrecht.<br /><br />Enquanto permaneceu no poder, o PT promoveu um gigantesco esquema de aparelhamento do Estado em nível nacional e internacional. Estava finalmente tudo dominado. O ideal de um grupo de intelectuais burgueses concebido nas mesas dos cafés de Paris 40 anos atrás se distorceu, se descaracterizou, mas finalmente prevaleceu. O mais ambicioso plano do poder político de que se tem notícia na história do país foi finalmente implantado pelo PT no Brasil e teve continuidade, através de Dilma Rousseff, a sucessora cúmplice da bandidagem do partido.<br /><br />Lula pode ser considerado o maior ladrão do Brasil, já que ao lado da Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Friboi, EBX de Eike Batista entre outros comparsas, "aliviou" os cofres públicos em mais de R$ 500 bilhões em 13 anos.<br /><br />Estava tudo indo muito bem. Até que surgiu um rapaz do Paraná que destruiu em poucos meses tudo aquilo que Lula e sua gangue do PT gastaram quatro décadas para construir. O juiz federal Sérgio Moro simplesmente aniquilou a organização criminosa que se instalou no coração da República para assaltar o país. Moro desbaratou a quadrilha e enquadrou todos seus representantes com apenas algumas etapas da Operação Lava Jato. </span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">De nada adiantou o PT roubar tantos bilhões do povo para investir em tanta farsa chamada Lula. Foi tudo parar no lixo da história no final da história.</span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit;"><b>Fonte: https://www.imprensaviva.com/2017/04/lula-mente-ao-dizer-que-fundou-o-pt-na.html?fbclid=IwAR0Tjs8qgFZla3OON2TlxokqaQxUISTju-oHRdPl_d5RE1Sw1kdyusMmbTY</b></span></div>
<div dir="ltr" style="margin: 0px; padding: 0px;" trbidi="on">
<span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-3925346846238944112018-09-21T20:02:00.001-03:002018-09-21T20:02:53.616-03:00Luz pulsada conserva frutas (pesquisa UFC)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/dsk6QvptaBg" width="480"></iframe><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-57349817185759702882018-09-10T13:58:00.000-03:002018-09-10T13:58:10.209-03:00A verdade dividida – Carlos Drummond de Andrade.<br /><br /><br /><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQfF7NNNywFDUynsYIaQwMneZ8FUWAbHHpeoph4_KjNlM3JJnypa1RWib_WAJq-px8JeyXcZa4k1LrXztHLoAvzIP4fZy1yoYkLoEDoCPpM7S-qpG-Jc6Jk8OUgHhxZxrUK6C0KxNxf19F/s1600/the_door1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="231" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQfF7NNNywFDUynsYIaQwMneZ8FUWAbHHpeoph4_KjNlM3JJnypa1RWib_WAJq-px8JeyXcZa4k1LrXztHLoAvzIP4fZy1yoYkLoEDoCPpM7S-qpG-Jc6Jk8OUgHhxZxrUK6C0KxNxf19F/s640/the_door1.jpg" width="490" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><br /><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A porta da verdade estava aberta</span></div>
<div style="font-family: inherit; font-size: x-large; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">mas só deixava passar</span></div>
<div style="font-family: inherit; font-size: x-large; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">meia pessoa de cada vez.</span></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Assim não era possível atingir toda a verdade,</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">porque a meia pessoa que entrava</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">só conseguia o perfil de meia verdade.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">E sua segunda metade</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">voltava igualmente com meio perfil.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">E os meios perfis não coincidiam.</span></div>
</span><div style="font-size: x-large; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Chegaram ao lugar luminoso</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">onde a verdade esplendia os seus fogos.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Era dividida em duas metades</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">diferentes uma da outra.</span></div>
</span><div style="font-size: x-large; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Nenhuma das duas era perfeitamente bela.</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">E era preciso optar. Cada um optou</span></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.</span></div>
</span><div style="font-size: x-large; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="font-size: x-large; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><b>(Carlos Drummond de Andrade, in Contos Plausíveis)</b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></div>
</span><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-2304257000625264792018-09-09T18:49:00.000-03:002018-09-09T18:49:15.556-03:00A Geração do Nada Pode e sua Hipocrisia Social .<br />
<br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCcjwgkKdZf2TyDrMf7-LlDcFQK6VGQVeNJsptdgTkX6oqG1bFf3F8BjDV2OQxPstWEaDlp8XmQNnOWI1FVRC5uuAti_FiWHoouTDrylXoRidTTsIkVtvWI9CkuiE3p-zaew0KT6UYPEkZ/s1600/a-geracao-do-nada-pode-e-sua-hipocrisia-social-1B.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="598" data-original-width="900" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCcjwgkKdZf2TyDrMf7-LlDcFQK6VGQVeNJsptdgTkX6oqG1bFf3F8BjDV2OQxPstWEaDlp8XmQNnOWI1FVRC5uuAti_FiWHoouTDrylXoRidTTsIkVtvWI9CkuiE3p-zaew0KT6UYPEkZ/s640/a-geracao-do-nada-pode-e-sua-hipocrisia-social-1B.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;">O avanço da tecnologia, o amplo alcance das redes sociais e o predomínio de uma intensa hipocrisia social estão formando gerações de crianças e jovens que baseiam seus posicionamentos em meros achismos, que não respeitam os mais velhos, que menosprezam valores fundamentais e que acham que podem literalmente mandar em seus pais.<br /><br />A chamada Geração Hipocrisia do século XXI está pronta para compartilhar tudo nas redes sociais, mas não está preparada para reflexões e para se comprometer com causas maiores. É uma geração que valoriza o número de visualizações no Youtube, que se importa com o poder da imagem e do culto ao corpo, mas é incapaz de se envolver com o próximo.<br /><br />Vivemos um tempo repleto de contradições, no qual os pais temem educar seus filhos com rigor, são extremamente permissivos e, muitas vezes, não são capazes de transmitir valores importantes aos jovens, como tolerância, respeito, compaixão e amor ao próximo. Ao mesmo tempo, vivemos uma época onde o politicamente correto está forte, onde os paladinos da justiça social estão sempre prontos para atacar os outros atrás da tela de um computador e onde as relações sociais estão rasas, ou seja, sem profundidade. Falta empatia, sensibilidade e conhecimento.<br /><br />A internet revela as hipocrisias diárias da sociedade. Tudo o que vemos nas redes é simplesmente um retrato fiel de uma sociedade que é incapaz de se sensibilizar com o sofrimento de quem está nas ruas, mas que está sempre pronta para julgar.<br /><br />É como se passássemos por uma falência generalizada de nossos valores, fazendo reinar a desesperança e a violência. Vivemos a época da cegueira moral e da hipocrisia covarde.<br /><br />Além disso, essa geração também é representada pela banalização, pela perda de boas referências, pela falta de leitura e senso crítico e pelo esvaziamento do pensamento. Basta analisar o significado da palavra hipocrisia para notar como a sociedade está em um caminho preocupante, marcado pela falsidade, pela dissimulação, pelo fingimento e pelo desvio de caráter.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /><br /><b>Fonte: <a href="https://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/a-geracao-do-nada-pode-e-sua-hipocrisia-social.html">https://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/a-geracao-do-nada-pode-e-sua-hipocrisia-social.html</a></b></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;">.</span></div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-45221373011287844582018-08-26T01:52:00.001-03:002018-08-26T01:52:59.136-03:00Mentiras.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG7wH4YS4Kd1_5Rhz88kelfTHlNE9db4YkRuUG5An9gRLzzLE17WHMNXQkqnAsnHBUZnECE0Y78HAjXXSijxaDlZ8AbXccZqa671Q3EvhjIuCPCgQpYqbs5M9WE5W5JFBwVJF1RCEMgo81/s1600/Florbela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG7wH4YS4Kd1_5Rhz88kelfTHlNE9db4YkRuUG5An9gRLzzLE17WHMNXQkqnAsnHBUZnECE0Y78HAjXXSijxaDlZ8AbXccZqa671Q3EvhjIuCPCgQpYqbs5M9WE5W5JFBwVJF1RCEMgo81/s640/Florbela.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<h2 style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 30px; font-weight: 500; line-height: 1.1; margin-bottom: 10px; margin-top: 20px;">
<br /></h2>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 30px;">
<br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" /><div style="color: #333333; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Tu julgas que eu não sei que tu me mentes</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"> </span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="color: #333333; font-family: inherit; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Quando o teu doce olhar pousa no meu?</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="color: #333333; font-family: inherit; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="color: #333333; font-family: inherit; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Qual a imagem que alberga o peito meu?</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">O bom sonho da feroz realidade...</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Não palpita d´amor, um coração</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Que anda vogando em ondas de saudade!</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><div style="text-align: center;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Embora mintas bem, não te acredito;</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Perpassa nos teus olhos desleais</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">O gelo do teu peito de granito...</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><div style="text-align: center;">
<br /></div>
<span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Mas finjo-me enganada, meu encanto,</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Que um engano feliz vale bem mais</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
</span><span style="color: #333333; font-family: inherit;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">Que um desengano que nos custa tanto!</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span></span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 30px;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: inherit;"><br style="box-sizing: border-box;" /><b><span style="font-family: inherit;"><i style="box-sizing: border-box;">Florbela Espanca - "A Mensageira das Violetas"</i> </span></b></span></div>
<div style="box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 30px;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;">.</span></b></span></div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-75893939675345189442018-08-12T17:56:00.001-03:002018-08-12T18:02:10.120-03:00TESTAMENTO DE UM IDOSO.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="mtm _5pco" data-ft="{"tn":"K"}" style="margin-top: 10px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 0px; widows: 2;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5b709d32e03e42163642378" style="display: inline;">
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #666666; font-family: inherit; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 1em 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjSisDsZARxrMzDOwbh5Ej5DCoGm1QcGWantnXBh5WKQafPBfw2cwpgHB0KT397BmUgPlKHnMGp7slN65DmgNCs3YJRBC_Uk_D3K1N7NOO5my8m-I9MDmm0WPjIEA87I2t4DbvczfpBPu/s1600/idoso+feliz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="1023" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjSisDsZARxrMzDOwbh5Ej5DCoGm1QcGWantnXBh5WKQafPBfw2cwpgHB0KT397BmUgPlKHnMGp7slN65DmgNCs3YJRBC_Uk_D3K1N7NOO5my8m-I9MDmm0WPjIEA87I2t4DbvczfpBPu/s640/idoso+feliz.jpg" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /><br /><br />Um jovem advogado foi indicado para inventariar os pertences de um senhor recém falecido. </span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Segundo o relatório do seguro social, o idoso não tinha herdeiros ou parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos e roupas puídas. “Como alguém passa toda a vida e termina só com isso?” - pensou o advogado. </span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Anotou todos os dados e ia deixando a residência, quando notou um porta-retratos sobre um criado mudo.</span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na foto estava o velho. Ainda era jovem, sorridente, ao fundo um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros. À caneta escrito bem de leve no canto superior da imagem lia-se “sul da Tailândia”. </span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum repleto de fotografias. Lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, em fotos em todo canto do mundo.</span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Em um tango na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um tuk tuk no Vietnã, sobre um camelo com as pirâmides ao fundo, tomando vinho em frente ao Coliseu, entre muitas outras. </span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na última página do álbum um mapa, quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho, indicando por onde o velho tinha passado. Escrito à mão no meio do Oceano Pacífico uma pequena poesia:<br /><br />Não construí nada que me possam roubar.<br />Não há nada que eu possa perder.<br />Nada que eu possa tocar,<br />Nada que se possa vender.<br />Eu que decidi viajar,<br />Eu que escolhi conhecer,<br />Nada tenho a deixar<br />Porque aprendi a viver..</span><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: inherit; font-size: 12px; font-style: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">.</span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: inherit; font-size: 12px; font-style: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; letter-spacing: normal; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><b>(Desconheço o autor)</b></span></span></div>
<div style="margin: 1em 0px;">
<span style="background-color: white; color: #666666; font-style: normal; letter-spacing: normal; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></span></div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-38311559397971589052018-08-10T11:43:00.001-03:002018-08-10T11:43:29.785-03:00O que significa “No frigir dos ovos”?.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU4ySbelRARHZvKjYB9W84PiNUidwYv-Y7-JTVkkaF1fdQz4RfqrsFVIs_unGSrkFNQ_H0VtgfDc0K_d6lO1pfYVelS0UwjoFYkANZsXpsLrldZqIxPRydw-A1tnJm2127xT5mhUhMfyqZ/s1600/no-frigir-dos-ovos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="300" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU4ySbelRARHZvKjYB9W84PiNUidwYv-Y7-JTVkkaF1fdQz4RfqrsFVIs_unGSrkFNQ_H0VtgfDc0K_d6lO1pfYVelS0UwjoFYkANZsXpsLrldZqIxPRydw-A1tnJm2127xT5mhUhMfyqZ/s640/no-frigir-dos-ovos.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 16px;" /><br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Não é à toa que os estrangeiros acham nossa língua muito difícil. Como a língua portuguesa é rica em expressões!</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Veja o quanto o vocabulário “alimentar” está presente nas nossas metáforas do dia-a-dia. Aí vai.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Pergunta:<br />– Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”?</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Resposta:</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">– Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar.<br />Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos,<br />literalmente. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Entendeu o que significa “no frigir dos ovos” ?”</span><br /><br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><b>(desconheço o autor)</b></span></span><br />
<b>.</b><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-53780545877235205702018-08-09T18:06:00.001-03:002018-08-09T18:06:13.152-03:00Cinderela moderna.<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuH-DtFToa0rTc5X0riGkwZd37sTy_1V_0ZHcgTM-YGRVEwkvGhHeRxxYu0lj_c0cTOwtpW1dC44R0dcdmCvLDcJULRTIvMN4BnK06uq-V39iyeJpACfXHQBgDS18wX7E6OaFCFFTzE0H_/s1600/cinderela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="976" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuH-DtFToa0rTc5X0riGkwZd37sTy_1V_0ZHcgTM-YGRVEwkvGhHeRxxYu0lj_c0cTOwtpW1dC44R0dcdmCvLDcJULRTIvMN4BnK06uq-V39iyeJpACfXHQBgDS18wX7E6OaFCFFTzE0H_/s640/cinderela.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Cinderela vivia com sua mãe num apartamento confortável perto da estação Santana do metrô.Suas únicas preocupações eram: ir ao colégio e pesquisar o que iria fazer no próximo final de semana.Toda noite quando a mãe chegava do trabalho perguntava o que ela tinha feito, e lá vinha ela com uma porção de reclamações.Era o barulho das crianças do prédio, era a falta de mesada para ir ao shopping, era reclamações e mais reclamações, a mãe já não suportava mais.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Tudo piorou num final de semana em que a mãe foi viajar. </span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A jovem Cinderela, se achando dona do pedaço, convidou a turma para uma festinha no apê. Adivinha! Foi muito mais gente do que o previsto e a Cindy (assim as colegas a chamavam) perdeu o controle da situação e o apartamento foi praticamente destruído! </span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Sofás manchados, armários quebrados, piso arranhado, cortinas e tapetes rasgados e manchados, um verdadeiro caos. Quando a mãe chegou de viagem ficou possessa e mandou que ela fosse morar com o pai.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Ela exultou! Era isso mesmo que ela queria , lá ela teria a liberdade sonhada.O pai meio a contragosto levou-a para a casa. Arrumou um quarto para ela nos fundos da casa, visto que os dormitórios já tinham donas que não queriam abrir mão deles, eram as filhas de sua madrasta, Isabel e Isadora.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />A partir desse dia, Cinderela perdeu as regalias que tinha com sua mãe, passou a lavar e a passar a própria roupa e a cozinhar para si. As enteadas do seu pai não gostavam dela e não queriam a sua amizade, assim ela passou a conversar com o gato e o cachorro da casa.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Isabel e Isadora saiam todo dia para o shopping e compravam roupas finas e caras, enquanto Cinderela tinha que se arranjar com a mesada que seu pai lhe dava.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />O pai não lhe fazia companhia, nunca estava presente, sempre trabalhando além do horário para sustentá-las </span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Um dia o pai chegou com uma boa noticia: O filho do dono da empresa estava se formando em engenharia e iria dar uma festa para comemorar a formatura e também o seu aniversário.</span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">As irmãs ficaram </span>empolgadíssimas<span style="font-family: inherit;">, pois era a oportunidade que esperavam para dar o golpe do baú e continuarem com suas vidas ociosas e sem perspectivas.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;">Correram logo para as compras , procurando por belas roupas e sapatos.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Cindy começou a pesquisar preços pois com sua mesada não iria poder comprar roupas de grife assim como as irmãs.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Reclamava ao gato:</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">-Não sei o que fazer, tenho que ir a essa festa e não tenho uma boa roupa, será que alguém pode ajudar-me?</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">O gato miava e lambia-se, não tinha noção do que a menina falava.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Uma senhora que passava pela rua, ouviu os lamentos de Cinderela e chamou-a.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">_Tenho exatamente o que precisas, venha à minha casa.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Chegando lá a mulher lhe mostrou várias roupas lindas, pois era modista de uma famosa confecção.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">_Posso emprestar-te uma destas roupas mas terás que devolvê-la antes da meia noite.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Cinderela dava pulinhos de alegria, pegou a mais bela roupa e foi para casa esperar a hora da festa.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Isabela e Isadora estavam todas emperiquitadas ao lado da madrasta, quando Cinderela chegou à festa num táxi que a trouxe e logo foi embora.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Todos olhavam para aquela bonita moça que chegara. Até o aniversariante ficou encantado com ela.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Todos dançaram e se divertiram muito, porém, perto da meia noite, o rapaz chamou a todos para anunciar que tinha achado a mulher de sua vida. </span></span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Era uma amiga que havia conhecido na faculdade e que também estava se formando. Uma moça meiga, delicada, trabalhadora e eles pretendiam se casar em breve.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;">Ao ouvir isso, Cinderela percebeu que não iria tirar vantagem e como já estava chegando a meia noite, correu para devolver emprestada.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;">Ao passar ligeiro pela porta, enganchou a roupa na maçaneta e rasgou-a. Foi descer as escadas, torceu o pé e perdeu o sapato.</span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /><span style="font-family: inherit;">Conclusão, teve que trabalhar para a senhora da confecção até descontar o preço do sapato e das roupas. </span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;">Suas irmãs preguiçosas também tiveram que ralar, pois sem o golpe do baú ficava difícil pagar as prestações das roupas de grife e a madrasta foi ser manicure num salão de beleza, já que o marido de tanto trabalhar para sustentar as preguiçosas, ficou doente e perdeu o emprego.</span><br /><br /><span style="font-family: inherit;">Moral da história: Arregace as mangas, estude, trabalhe e corra atrás do </span>que deseja<span style="font-family: inherit;">, pois até os contos de fada já não são mais os mesmos!</span></span><br /><div>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /></span><div class="aut" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; font-weight: bold;">
Wanda Wenceslau - Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/1766272</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-61300234496388017722018-08-09T13:25:00.001-03:002018-08-09T13:25:53.964-03:00Eu me lembro.<br />
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTYPRsX1Q63W1ZCazJRWyxn1hPFTXVXo8IDir6IYOL675E-WKu7Yc2TgdGKSZDt7ibcqyC1gFvZAGvRhT1HJwf-w_epkqBugtr2iAGWZ5IwWOzGbVPDHLYVB5TWiS2TffJqMr9nNXF5DfF/s1600/Paisagem+Rural+%25E2%2580%2593+Gr%25C3%25A3o+Par%25C3%25A1+-+Graopara+-+9581.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="532" data-original-width="800" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTYPRsX1Q63W1ZCazJRWyxn1hPFTXVXo8IDir6IYOL675E-WKu7Yc2TgdGKSZDt7ibcqyC1gFvZAGvRhT1HJwf-w_epkqBugtr2iAGWZ5IwWOzGbVPDHLYVB5TWiS2TffJqMr9nNXF5DfF/s640/Paisagem+Rural+%25E2%2580%2593+Gr%25C3%25A3o+Par%25C3%25A1+-+Graopara+-+9581.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /><br />“Deus. Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno…” Os versos de Casemiro de Abreu ressoam em mim como os grossos pingos da chuva batendo na lata da única peça da casa que não era coberta com capim Santa Fé. Eu me lembro, eu me lembro, era pequeno, de tudo o que vivemos e que não sabíamos ser nosso destino. Um presente enraizado no passado do qual só conseguiríamos nos arrancar pela força dos livros. Eu me lembro da geada, do vento sibilando nas frestas, do fogo no galpão, das estradas encharcadas nos longos invernos, do barro vermelho no Alto Grande, dos muito pobres pedindo esmola num lugar onde todos tinham muito pouco a oferecer. Eu me lembro, era pequeno.<br /><br />Sim, eu nunca esqueci. Eu me lembro, era pequeno, dos primeiros dias na cidade, do medo da novidade, de tantos “autos” passando sem parar. Eu me lembro da vida no campo, do latifúndio a perder de vista, da pobreza de quase todos, da luz da lamparina bruxuleando nas noites sobre as letras trêmulas das lendas do Sul, das madrugadas que prometiam uma vida nova e traziam a cada dia a velha desigualdade. Da janela, vendo a chuva que parecia eterna, eu via a nossa sorte selada. Era preciso se arrancar dali puxando-se pelos próprios cabelos. Só a passagem do trem a cada dia prometia outra vida, outra estação. O sonho era uma locomotiva vermelha abrindo algum caminho para o futuro.<br /><br />Claro que eu me lembro, era pequeno, da inveja que sentíamos do dono do lugar, que passava solene na sua camioneta de motor ronronante. Éramos 301. Divididos em dois grupos: ele e nós. Meu bisavô fora estancieiro. Meu avô, dono de uma chácara. Meu pai, cabo da Brigada Militar, cujo grande sonho era ter um pedacinho de terra para chamar de seu. Eu me lembro, era pequeno, dos seus sonhos, dos “causos” que nos contava sobre assombrações, cavalos ligeiros, jogos de truco, tiroteios, do seu amor pelos animais, da sua luta cotidiana para abraçar o horizonte, que sempre se afastava como a enormidade das terras de tão poucos donos. Por que nunca paro de me lembrar? Não sei.<br /><br />É do cair das noites que eu mais me lembro, era pequeno, trazendo medo e melancolia, fantasmas e desesperanças, mais frio e vento assobiando. Eu me lembro das nossas sombras desenhadas nas paredes, da minha japona nova, azul e sintética, pegando fogo da lamparina, comigo dentro, das caixas de lápis de cor, do terror que era sair à noite para ir à “patente” no fundo do pátio, do canto dos galos anunciando um novo dia de labuta e de esperança para todos. Mas eu me lembro também, felizmente, das noites de verão coalhadas de estrelas, da algaravia dos pássaros na primavera, dos pomares coloridos de frutas maduras, do arco-íris emendando coxilhas, das nossas pandorgas enfeitando o céu anil nas manhãs da Semana Santa.<br /><br />Eu me lembro, era pequeno, dos velórios nas pequenas salas onde ninguém se sentava, com um pano branco na porta e o caixão saindo pela janela. Eu me lembro das carreiras de cancha reta, dos bailes de galpão, das campereadas antes do sol se incendiar no céu, das águas irisadas de frio nos açudes de beira de estrada, das bergamoteiras quase vergadas sob o peso das frutas, do cheiro de melão maduro nas lavouras, do coração vermelho das enormes melancias que vendíamos na BR. Quando um carro parava, vibrávamos como se fosse um gol do 14 de Julho, o Leão da Fronteira.<br /><br />Por que nunca canso de me lembrar disso?<br /><br />Sim, eu também me lembro dos políticos da ditadura arrebanhando homens e mulheres nas carrocerias abertas de camionetes para que votassem pela ARENA e não deixassem o comunismo tomar conta do país. E o comunismo vinha sempre junto com o nome de Jango, que, às vezes, era chamado de Jango Goulart ou de João Goulart, e de Leonel Brizola. Eu me lembro que para insultar alguém a primeira palavra que vinha era tupamaro. Eu me lembro, era pequeno, de um homem falando no pátio da escola sobre a natureza de todas as coisas. Cada um tinha na vida, segundo ele, o que o seu destino lhe reservara. Era preciso se conformar ou trabalhar muito para ter mais, mas nunca querer dividir as terras dos outros mesmo que elas fossem enormes e improdutivas.<br /><br />Ele não dizia improdutiva. Eu me lembro, era pequeno, ele falava “mesmo que elas estejam em repouso por algum tempo”. Era um advogado. Eu me lembro do seu bigode aparado com esmero e de um lencinho azul num bolsinho frontal do seu casaco, que ele chamava de paletó. Tudo o que aprendo hoje, esqueço. A minha memória está abarrotada pelas lembranças obsessivas daqueles tempos. Do que eu mais me lembro? Do contraste entre pobreza e riqueza, que eu não entendia e não podia discutir. Eram tantos ranchinhos, tanta casinha pobre, tanto puxadinho e tanto campo num silêncio sepulcral. Só os livros me despertavam. Ciro Martins foi o primeiro a me cutucar: “Que paz naqueles campos!”<br /><br />Confesso, eu me lembro, era pequeno, quando tudo se calcifica na memória, na alma e no imaginário, de tudo o que me confundia. Havia tanto ar, tanto pasto, tanto céu e tanta mão calejada sem colher à altura do que plantava para outros. Custei a compreender o que via. O que eu via? Aquilo que sonhava.</span><div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Juremir Machado da Silva - Fonte: </span>http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/2018/03/10765/cronica-eu-me-lembro</b></div>
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<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-95733944609742662018-08-09T10:44:00.001-03:002018-08-09T10:44:30.856-03:00A MULHER FINGIDA.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitljkSPjjnEnZB1q7q5oMk9YeS3f0b0C2r_T_Ly3vsdppdXcPN5OAvm1pBby9e3f6mSpmgl8Jpi1fxpDzLX4SrirlZcxXEJErEN4SiDQxp3Tu-xJDaKVb5UBohLgYkpC7hmozZTcHhvZiq/s1600/mulher+z-mascara.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="284" data-original-width="400" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitljkSPjjnEnZB1q7q5oMk9YeS3f0b0C2r_T_Ly3vsdppdXcPN5OAvm1pBby9e3f6mSpmgl8Jpi1fxpDzLX4SrirlZcxXEJErEN4SiDQxp3Tu-xJDaKVb5UBohLgYkpC7hmozZTcHhvZiq/s640/mulher+z-mascara.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> “Do ponto de vista do homem, a grande mulher é a fingida. A mulher fingida tem sentimentos muito mais intensos e transbordantes que a mulher sincera.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera é sempre a mesma: ela é o que é. Já a mulher fingida é sempre o que o homem quer que ela seja.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> Supondo-se que a mulher, assim afirmam os sexólogos, como o goleiro no futebol, só atinge o primeiro orgasmo aos 29 anos, a mulher sincera relata, até essa libertação, seu calvário, enquanto a fingida se comporta como se, desde as primícias da relação sexual, conseguisse êxtases retumbantes.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera é a que acorda o homem para a dura realidade. A mulher fingida é a que desperta o homem para o reino da fantasia. A mulher sincera encarrega-se sempre do pesadelo, a fingida catapulta o homem para o sonho.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera é aquela que, quando o homem chega em casa e pergunta se está tudo bem, responde ajeitando a camisola:”Agora vai ficar ainda melhor.”</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera cobra, a mulher fingida promete. Da mulher sincera o homem só obtém muxoxos rançosos. Nos lábios da mulher fingida sibilam murmúrios de lascívia.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera faz sexo. A mulher fingida realiza uma apresentação. A mulher fingida tem orgasmo múltiplo. A mulher sincera, cosquinhas. A mulher sincera dá só vazão à queixa, à recriminação e à condenação. À mulher fingida passa sempre despercebido o deslize do homem. </span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> Para a mulher sincera, o homem, por mais que se esmere em provê-la, é um doador de esmolas. A fingida, por mais avarento que o homem lhe seja, considera-o um exemplo de prodigalidade.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mais autêntica e atraente manifestação feminina é o fingimento. A mulher finge que é alta no salto do sapato e que seu rosto é sempre belo pela maquiagem. E seu corpo aromático pelo perfume e bem torneado pelas calças justas. E finge seios opulentos com o silicone.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> A mulher sincera vive no médico e no dentista. A mulher fingida mora na sauna e no salão de beleza. A mulher sincera é lamurienta e pessimista. A fingida é afetada, coquete e otimista, profissional do sorriso e das carícias. A mulher sincera é um personagem, a fingida, uma atriz. </span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Se está tudo bem na relação conjugal, tanto a mulher sincera quanto a mulher fingida se mostram realizadas. Mas a mulher fingida leva a vantagem de também se sentir realizada quando tudo se depara adverso ao casal. A mulher fingida aprimora a técnica de só se mostrar aborrecida quando está longe de seu homem. A sincera deixa para revelar o auge da melancolia e da irritação quando seu homem está presente.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> De tanta admiração que ela tem pelo homem, as amigas da mulher fingida sentem-se invejosas dela. Para as amigas da mulher sincera chega a ser surpreendente que não se separe do marido, tantas são as críticas que ela lhe destina.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /> Eu amo a sinceridade da mulher fingida. E acho que é tão chata e exagerada a sinceridade da mulher sincera que ela só pode estar fingindo.”<br /><br /><br /></span><span style="font-family: inherit;"><b><br />Paulo Sant’Ana - Revista Época Nº121 (11/09/2000)</b></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-86695491617943802162018-08-06T06:54:00.001-03:002018-08-06T06:54:22.598-03:00Crônica de uma morte anunciada - Resumo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCqWATC66hRxVWy0fBlqje6HcZvzUoyHZ-K5IZGUJ9ZRlfi2pFZXvDLGQpvKQk7dcj72w-dFo_dOkxiqxmB7O_WP2xgQGvqdxAmzpQ2EaSLKjTqaMiMFzZm9LkBQdS9o_ZuYGRugvQ-bM/s1600/cr%25C3%25B4nica+de+uma+morte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="360" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCqWATC66hRxVWy0fBlqje6HcZvzUoyHZ-K5IZGUJ9ZRlfi2pFZXvDLGQpvKQk7dcj72w-dFo_dOkxiqxmB7O_WP2xgQGvqdxAmzpQ2EaSLKjTqaMiMFzZm9LkBQdS9o_ZuYGRugvQ-bM/s640/cr%25C3%25B4nica+de+uma+morte.jpg" width="460" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<h1>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></h1>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O livro <em>Crônica de uma morte anunciada</em>, escrito por Gabriel García Márquez, publicado em 1981, conta, na forma de uma reconstrução jornalística, o último dia de vida de Santiago Nasar, num quebra-cabeças envolvente cujas peças vão se encaixando pouco a pouco através da superposição das versões de testemunhas que estiveram próximas ao protagonista. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É a história do assassinato de Santiago Nasar pelos dois irmãos Vicario, sem chance de defesa. No romance, quase todos os habitantes do lugarejo onde vive Santiago, ficam sabendo do homicídio premeditado algumas horas antes (daí o título), mas não fazem nada de concreto para proteger a vítima ou impedir os algozes.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O objetivo da obra é o de criticar a mentalidade primitiva que permite que um assassínio premeditado tenha uma pena irrisória – independentemente da sua execução ter ou não sido pressionada pelo costume – e que uma jovem seja violentamente penalizada por não ter o comportamento sexual esperado para a época.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por outro lado, a intenção é também a de demonstrar a consternação face à incrível quantidade de coincidências funestas acumuladas que deixam no ar a inquietante reflexão de que "a fatalidade torna-nos invisíveis".</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O livro também trata do perdão e do tempo, da brevidade da vida e da eternidade dos sentimentos.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">García Márquez em <em>Crônica de uma morte anunciada</em>, apesar de relatar os fatos de forma objetiva e sem grandes divagações, não deixa de recorrer aos sonhos premonitórios e aos presságios, como que para reforçar o caráter intuitivo quer do narrador/autor, quer das restantes personagens. O ambiente é mostrado como potenciador das emoções, sugerindo determinados estados de alma que, associados a uma capacidade de observação e de ligação de detalhes muito superior à média, se manifesta numa capacidade, também muito superior, de entendimento que muitos tendem a classificar como algo de sobrenatural ou mediúnico.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É deste modo que o autor descreve o dia da morte de Santiago como um dia em que <em>fazia um tempo fúnebre</em> e que <em>no preciso instante da desgraça caía uma chuva miúda como a que Santiago Nasar vira no bosque, no sonho</em> – chuva que era, na realidade, excremento de pássaro (segundo o autor, sonhar com pássaros é sinal aziago). Também a irmã do narrador – Margot – afirma que <em>sentiu passar um anjo</em> quando Santiago falou acerca do seu próprio casamento, fato que não se chegou a realizar.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Outro sinal de presença do incrível é a forma que García Márquez dá ao remorso como punição para o crime e a negligência. O cheiro de Santiago moribundo impregna-se de tal forma nas narinas daqueles que, de alguma forma tiveram o mais leve resquício de culpa, direta ou indireta, na sua morte atacando-lhes as consciências como o mais cruel dos fantasmas. O aguilhão do remorso cai, sobretudo, nos dois assassinos durante o relativamente curto espaço de tempo que passam na cadeia pagando pelo crime, perdendo, inclusive, a faculdade de controlar o próprio corpo, mas sempre sem perder a lucidez.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Apesar de tudo, é Bayardo quem, para a maioria da população, é visto como a maior vítima.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para recontruir a estória da morte de Santiago Nasar, García Márquez recorreu não só à memória mas também a entrevista das pessoas envolvidas – aqueles que estavam, na altura, mais próximos não apenas da vítima mas também dos assassinos, tentando compor o <em>puzzlle</em> constituído pelos estilhaços da memória.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A partir da morte de Santiago Nasar, são desvendadas as perspectivas e as histórias de algumas pessoas que de uma forma ou de outra, estiveram ligadas à sua morte. Pois, como já citado, a morte de Santiago, foi anunciada por toda a vila de Riohacha, apenas ele, permaneceu na ignorância até ao momento em que foi esfaqueado à porta de casa.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Gabriel García Márquez retrocede e avança no tempo, fazendo do narrador participante o cronista da tal morte anunciada. Desde o talhante à empregada do café. Do padre ao delegado da polícia, todos sabiam muito antes de morrer, que Santiago tinha Pedro e Pablo à sua espera, com as facas afiadas dos porcos. No entanto, por medo, receio, covardia, comodismo, ou mero sadismo, ninguém avisou Santiago, preferindo antes observá-lo, inocente, ingênuo, caminhando impávido e sereno para a morte.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<strong><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Personagens principais</span></strong><br />
<strong><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></strong>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Santiago Nasar, o protagonista, é filho de um rico emigrante árabe. Sedutor, culto, adepto da caça de altanaria, é apreciador de cavalos, armas e, claro, aves de presa. Já na aparência, Nasar assume o aspecto físico muito semelhante ao do autor – <em>vestia um fato de linho lavado só com água por não suportar o estalar da goma em contacto com a pele</em>, cabelos crespos e pálpebras árabes. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Mas o que mais impressiona nesta personagem é a sua extrema solidão, característica comum a todos os heróis da ficção de García Márquez, tal como o próprio autor se encarrega de frisar em <em>O Aroma da Goiaba</em>. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Nasar, apesar de sociável - tem amigos e um considerável número de pessoas que o estimam -, pauta a sua conduta por uma quase que excessiva reserva, uma independência de movimentos, constituída por um conjunto de atividades solitárias que levam a que as pessoas o deixem cultivar o prazer da sua solidão, da sua redoma, onde só cabe aquilo que comporta a sua imaginação. E é precisamente esta característica que o torna vulnerável e que faz com que passe ao lado de todas as tentativas levadas a cabo pelos outros para impedirem a sua morte: o seu alheamento, por um lado, e a indiferença dos menos íntimos a quem os mais chegados delegaram alguma tarefa no sentido de lhe fazerem chegar a informação.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Já Bayardo San Román, o anti-herói, é uma personagem que, desde o início, desperta a desconfiança de todos. Forasteiro e com um passado nebuloso envolto em mistério, provoca a curiosidade da população local e suscita a proliferação dos mais extravagantes boatos. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Tem um aspecto algo efeminado, devido às roupas que usa – sempre muito justas e num tom amarelado. Os olhos são dourados – cor que García Márquez associa à vulgaridade e à corrupção por estar diretamente identificada com o ouro, ou seja, com o desejo de ostentação por um lado e com a avareza pelo outro. O seu comportamento extravagante na forma como exibe o poder de compra conquista a família de Angela – família que vê nele uma porta de saída de uma vida pautada pela penúria.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Curiosamente, Bayardo é o filho de Petronio San Román, o general conservador que derrotou o coronel Aureliano Buendía e disparou pelas costas contra Gerineldo Márquez em <em>Cem Anos de Solidão</em> – o que lhe granjeia forte impopularidade aquando da sua entrada na cidade, deixando entrever, também, um pouco o caráter do filho.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Os assassinos, Pedro e Pablo Vicario, segundo a opinião gera <em>Tinham má catadura, mas eram de boa índole</em>. Pedro e Pablo são os filhos típicos de uma sociedade onde os rapazes são criados <em>para serem homens</em> e as filhas educadas para casar e serem submissas.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Angela, a mais nova e bela das quatro irmãs de Pedro e Pablo Vicario, é uma personagem modelada. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Inicialmente tida como bela e estúpida, até pelo próprio Santiago, a sua personalidade vai se afirmando à medida que amadurece, rebelando-se contra o comportamento ditatorial e repressor da mãe que a obriga a vestir de vermelho logo após a morte de Santiago Nasar para que não pensassem que estaria de luto pelo amante morto. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Angela luta persistentemente pela sua paixão pelo marido, apesar da violência com que foi por ele tratada tecendo, ao longo dos anos, uma teia urdida com base na paciência, esperança e fé na ação do tempo, na erosão e sublimação do rancor de Bayardo. Angela é inspirada no arquétipo de Penélope, retirada da Odisseia de Homero e plantada diretamente na obra de García Márquez.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Victoria Guzmán, a cozinheira dos Nasar, vê na intenção dos irmãos Vicario a oportunidade de vingar os rancores acumulados do passado e eliminar a ameaça à possibilidade da filha fazer um bom casamento, evitando-lhe um destino semelhante ao de Angela Vicario. Victoria poderia ter prevenido Santiago e não o fez porque queria, na realidade que o matassem.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na verdade, todas as personagens poderiam ter, efetivamente, feito alguma coisa para evitar a morte de Santiago, mas a maior parte tinha coisas mais importantes para fazer ou estavam, simplesmente, decididas a minimizar a capacidade dos irmãos Vicario em executar a vingança. Exceto Clotilde Armenta, que tenta avisar Victoria.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Há várias personagens na estória que fazem parte da própria vida do autor/narrador ou que são aparentadas com algumas personagens de <em>Cem Anos de Solidão</em>. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para além das que já foram referidas, aquelas que estão relacionadas com o autor, que na estória aparece como amigo de Santiago são a irmã – Margot –, a esposa – Mercedes – e a tia Wenefrida Márquez, todas elas personagens periféricas, incluídas para dar maior veracidade à estória.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Relacionadas com <em>Cem anos de Solidão</em> está, por exemplo, Dionísia Iguarán, parente de Úrsula que, no romance supracitado, é identificada com a avó do autor, Tranquilina.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Em <em>Crônica de uma morte anunciada</em> surgem, mais uma vez, as mulheres movimentando o destino da personagem principal. Sobretudo Clotilde e Victoria, uma como aliada e a outra como adversária.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<strong><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Enredo</span></strong><br />
<strong><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></strong>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Angela Vicario casa com Bayardo San Román, um forasteiro que exibe arrogantemente o seu poder econômico, e é devolvida logo após a noite de núpcias, depois de o noivo constatar que Angela já não é virgem.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Pressionada pela família, a jovem denuncia Santiago Nasar como sendo o autor da façanha, julgando que a sua fortuna fará dele um intocável, numa terra onde segundo o costume, as dívidas de honra se pagam com a morte.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Angela engana-se. Pressionada pela mentalidade dominante, típica de uma sociedade patriarcal, a família Vicario é incapaz de aguentar o escárnio motivado pela honra manchada e sente-se compelida a matar o "infame", apesar da pouca vontade em fazê-lo.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na realidade, os irmãos de Angela fazem tudo para dar a entender as suas intenções com o objetivo de que alguém os impeça e proporcione a Nasar a oportunidade para escapar a uma morte mais do que anunciada.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Apesar de todos os indícios serem facultados no sentido de evitar a morte de Santiago Nasar, o acesso à informação é bloqueado por uma série de imprevistos, contratempos e caprichos do destino.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A morte de Santiago, apesar de apregoadíssima, não é levada a sério pela maior parte das pessoas envolvidas que poderiam tê-la evitado.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b>Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/cronica_de_uma_morte_anunciada</b></span><br />
.<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-1366423239699080122018-07-27T18:53:00.001-03:002018-07-27T18:53:11.549-03:00Um Apólogo.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Gl9dWByjgEtZ8k71nqnukDgsxbyI8xVt26KS01tzvFEvWGxLTRqrP3Y3xuWhx_4GhlgRA4D-sC41pS0z7Ztm9Xw1eDglJa_EHyh8T8ert46gkxMlAdOZRmf5PKf6Apl2JT8jIyI8NVD-/s1600/agulha+e+linha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="600" height="458" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Gl9dWByjgEtZ8k71nqnukDgsxbyI8xVt26KS01tzvFEvWGxLTRqrP3Y3xuWhx_4GhlgRA4D-sC41pS0z7Ztm9Xw1eDglJa_EHyh8T8ert46gkxMlAdOZRmf5PKf6Apl2JT8jIyI8NVD-/s640/agulha+e+linha.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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<br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 20px;" /><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Deixe-me, senhora.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Mas você é orgulhosa.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Decerto que sou.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Mas por quê?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Também os batedores vão adiante do imperador.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Você é imperador?</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: </span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. </span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:</span><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;">— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!</span></span><br />
<br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 20px;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 20px;" /><br style="background-color: #fafafa; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 20px;" /><span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"><b>Machado de Assis - Extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.</b></span></span><br />
<span style="background-color: #fafafa; color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></span><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-42442171510383118052018-07-27T17:59:00.000-03:002018-07-27T17:59:02.653-03:00OS AMANTES.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGLhZM4eplZG2pn9NCgQZjI2LwX2dFEznEWonIoSlnnECIg4JpAEiDsYq0ev3xCSWJQBBz9MJl-F_im0KCg521d27taueIHtPmMHK3NmL2vGqcW67xPGoNjajRdV-WwBGqqR3YPRc6omc/s1600/amantes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="446" data-original-width="610" height="466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGLhZM4eplZG2pn9NCgQZjI2LwX2dFEznEWonIoSlnnECIg4JpAEiDsYq0ev3xCSWJQBBz9MJl-F_im0KCg521d27taueIHtPmMHK3NmL2vGqcW67xPGoNjajRdV-WwBGqqR3YPRc6omc/s640/amantes.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Nos dois primeiros dias, sempre que o telefone tocava, um de nós esboçava um movimento, um gesto de quem vai atender. Mas o movimento era cortado no ar. Ficávamos imóveis, ouvindo a campainha bater, silenciar, bater outra vez. Havia um certo susto, como se aquele trinado repetido fosse uma acusação, um gesto agudo nos apontando.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Era preciso que ficássemos imóveis, talvez respirando com mais cuidado, até que o aparelho silenciasse. Então tínhamos um suspiro de alívio. Havíamos vencido mais uma vez os nossos inimigos. Nossos inimigos eram toda a população da cidade imensa, que transitava lá fora nos veículos dos quais nos chegava apenas um ruído distante de motores, a sinfonia abafada das buzinas, às vezes o ruído do elevador.<br /><br />Sabíamos quando alguém parava o elevador em nosso andar; tínhamos o ouvido apurado, pressentíamos os passos na escada antes que eles se aproximassem. A sala da frente estava sempre de luz apagada. Sentíamos, lá fora, o emissário do inimigo. Esperávamos quietos. Um segundo, dois – e a campainha da porta batia, alto, rascante. Ali, a dois metros, atrás da porta escura, estava respirando e esperando um inimigo. Se abríssemos, ele – fosse quem fosse – nos lançaria um olhar, diria alguma coisa – e então o nosso mundo seria invadido.<br /><br />No segundo dia ainda hesitamos; mas resolvemos deixar que o pão e o leite ficassem lá fora; o jornal era remetido por baixo da porta, mas nenhum de nós o recolhia. Nossas provisões eram pequenas; no terceiro dia já tomávamos café sem açúcar, no quarto a despensa estava praticamente vazia. No apartamento mal iluminado íamos emagrecendo de felicidade. Devíamos estar ficando pálidos,e às vezes, unidos, olhos nos olhos, nos perguntávamos se tudo não era um sonho.<br /><br />O relógio parara, havia apenas aquela tênue claridade que vinha das janelas sempre fechadas. Mais tarde essa luz do dia distante, do dia dos outros, ia se perdendo, e então era apenas uma pequena lâmpada no chão que projetava nossas sombras nas paredes do quarto e vagamente escoava pelo corredor, lançava ainda uma penumbra confusa na sala, onde não íamos mais. Pouco falávamos: se o inimigo estivesse escutando às nossas portas, mal ouviria vagos murmúrios; e a nossa felicidade imensa era ponteada de alegrias menores e inocentes, a água forte e grossa do chuveiro, a fartura festiva de toalhas limpas, de lençóis de linho.<br /><br />O mundo ia pouco a pouco desistindo de nós; o telefone batia menos e a campainha da porta quase nunca. Ah, nós tínhamos vindo de muito e muito amargor, muita hesitação, longa tortura e remorso; agora a vida era nós dois apenas. Sabíamos estar condenados; os inimigos, os outros, o resto da população do mundo nos esperava para lançar olhares, dizer coisas, ferir com maldade ou tristeza o nosso mundo, nosso pequeno mundo que ainda podíamos defender um dia ou dois, nosso mundo trêmulo de felicidade, sonâmbulo, irreal, fechado, e tão louco e tão bobo e tão bom como nunca mais haverá.<br /><br />No sexto dia sentimos que tudo conspirava contra nós. Que importa a uma grande cidade que haja um apartamento fechado em alguns de seus milhares edifícios – que importa que lá dentro não haja ninguém, ou que um homem e uma mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho? Entretanto, a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar.<br /><br />O telefone tocava, batia dez, quinze vezes, calava-se alguns minutos, voltava a chamar: e assim três, quatro vezes sucessivas. Alguém vinha e apertava a campainha; esperava; apertava outra vez; experimentava a maçaneta da porta; batia com os nós dos dedos, cada vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro.<br /><br />Ficávamos quietos, abraçados, até que o desconhecido se afastasse, voltasse para a rua, para a sua vida, nos deixasse em nossa felicidade que fluía num encantamento constante. Eu sentia dentro de mim, doce, essa espécie de saturação boa, como um veneno que tonteia, como se os meus cabelos já tivesse o cheiro de seus cabelos, como se o cheiro de sua pele tivesse entrado na minha.<br /><br />Nosso corpos tinham chegado a um entendimento que era além do amor, eles tendiam a se parecer no mesmo repetido jogo lânguido, e uma vez que, sentado de frente para a janela, por onde filtrava um eco pálido de luz, eu a contemplava tão pura e nua, ela disse: “Meu Deus, seus olhos estão esverdeando”. Nossas palavras baixas eram murmuradas pela mesma voz, nossos gestos eram parecidos e integrados, como se o amor fosse um longo ensaio para que um movimento chamasse outro; inconscientemente compúnhamos esse jogo de um ritmo imperceptível como um lento bailado.<br /><br />Mas naquela manhã ela se sentiu tonta, e senti também minha fraqueza; resolvi sair, era preciso dar uma escapada para obter víveres; vesti-me, lentamente, calcei os sapatos como quem faz algo de estranho; que horas seriam? Quando cheguei à rua e olhei, com um vago temor, um sol extraordinariamente claro me bateu nos olhos, na cara, desceu pela minha roupa, senti vagamente que aquecia meus sapatos.<br /><br />Fiquei um instante parado, encostado à parede, olhando aquele movimento sem sentido, aquelas pessoas e veículos irreais que se cruzavam; tive uma tonteira, e uma sensação dolorosa no estômago. Havia um grande caminhão vendendo uvas, pequenas uvas escuras; comprei cinco quilos, o homem fez um grande embrulho; voltei, carregando aquele embrulho de encontro ao peito, como se fosse a minha salvação.<br /><br />E levei dois, três minutos, na sala de janelas absurdamente abertas, diante de um desconhecido, para compreender que o milagre se acabara; alguém viera e batera à porta e ela abrira pensando que fosse eu, e então já havia também o carteiro querendo recibo de uma carta registrada e, quando o telefone bateu, foi preciso atender, e nosso mundo foi invadido, atravessado, desfeito, perdido para sempre – senti que ela me disse isto num instante, num olhar entretanto lento (achei seus olhos muito claros, há muito tempo que não os via assim, em plena luz) um olhar de apelo e de tristeza, onde, entretanto, ainda havia uma inútil, resignada esperança.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Rubem Braga - Fonte: </span>http://classico.velhosamigos.com.br/AutoresCelebres/Rubem%20Braga/Rubem%20Braga1.html#amantes</b></div>
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<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-50969544917177982222018-07-27T17:48:00.001-03:002018-07-27T17:48:26.453-03:00Tô Só.<div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZfZg3dM0vDN5K0BKE35Ij2NFqW1LNJ89f0xCFXAWCRkzuvWwDijSpZSat9cx65sLOG3A9eISiI8GfG-MyBhCnvY-yQ2p7ceCepxVu8w3lkYwheVENjey17CDdlXBioIRnR0obYuM09utZ/s1600/estou+s%25C3%25B3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="266" data-original-width="400" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZfZg3dM0vDN5K0BKE35Ij2NFqW1LNJ89f0xCFXAWCRkzuvWwDijSpZSat9cx65sLOG3A9eISiI8GfG-MyBhCnvY-yQ2p7ceCepxVu8w3lkYwheVENjey17CDdlXBioIRnR0obYuM09utZ/s640/estou+s%25C3%25B3.jpg" width="640" /></a></div>
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<br /> <br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;"> Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá<br /><br /> de teta<br /><br /> de azul<br /><br /> de berimbau<br /><br /> de doutora em letras?<br /><br /> E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...<br /><br /> Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?<br /><br /> Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?<br /><br /> nave<br /><br /> ave<br /><br /> moinho<br /><br /> e tudo mais serei<br /><br /> para que seja leve<br /><br /> meu passo<br /><br /> em vosso caminho.*<br /><br /> Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.</span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><b>Hilda Hilst - Fonte: "Correio Popular" de Campinas-SP</b></span></div>
<div>
<b>.</b><br /><div>
<span style="font-family: Bookman Old Style; font-size: small;"><br /></span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-34504849985358341552018-07-25T23:45:00.002-03:002018-07-25T23:45:41.838-03:00VOLÚPIA.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOk1f1sBrTu7pyjsRPUIf9OtuFZpa63UPae1ko-Piei0hHuP93iBDiaaDTWuWisjL6WT3CJwec8MFWUpO_JnhH9Lm25JjJegawxE2W-KBl0Q2ox4sX78QgHc1GhY5woOVJPmuMe7fd9jXF/s1600/Batom-vermelho-de-Vol%25C3%25BApia-Composi%25C3%25A7%25C3%25B5es-in%25C3%25A9ditas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="570" height="594" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOk1f1sBrTu7pyjsRPUIf9OtuFZpa63UPae1ko-Piei0hHuP93iBDiaaDTWuWisjL6WT3CJwec8MFWUpO_JnhH9Lm25JjJegawxE2W-KBl0Q2ox4sX78QgHc1GhY5woOVJPmuMe7fd9jXF/s640/Batom-vermelho-de-Vol%25C3%25BApia-Composi%25C3%25A7%25C3%25B5es-in%25C3%25A9ditas.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
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<div class="post-body entry-content" id="post-body-1401633721159375776" itemprop="description articleBody" style="background-color: white;">
<div class="separator" style="clear: both; color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><em><strong>" Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária. </strong></em><em><strong>A estabelecer relações ordinárias. Necessito do êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma." </strong></em></span></div>
<div style="color: #474b4e;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> </span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><strong><em> " Eu escolho um homem</em></strong></span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><strong><em>que não duvide de minha coragem,</em></strong></span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><strong><em>que não me acredite inocente,</em></strong></span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><strong><em>que tenha a coragem</em></strong></span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><strong><em>de me tratar como uma mulher "</em></strong></span></div>
<div style="color: #474b4e; text-align: center;">
<strong><em><span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></em></strong></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> (Anais Nin)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">.</span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-67429520252173974872018-07-25T23:33:00.001-03:002018-07-25T23:37:05.222-03:00Meninas más.<br />
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<br />
<br />
<div class="post-header" style="line-height: 1.6; word-wrap: break-word !important;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKlYgC27cmix0GuZ70NjS5bkY6MKzVJAMKtFr9GgaLGmxgwJyHqIhYhiXscmKQNyxOjaBtu8nyKZFGYWQnfSOtzbGra4qQFa3cx_2P5RKRjnihPrWI7waSK8S4efeIIP3YXX84QPM0iuRD/s1600/466436834_cce04f01fc_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="500" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKlYgC27cmix0GuZ70NjS5bkY6MKzVJAMKtFr9GgaLGmxgwJyHqIhYhiXscmKQNyxOjaBtu8nyKZFGYWQnfSOtzbGra4qQFa3cx_2P5RKRjnihPrWI7waSK8S4efeIIP3YXX84QPM0iuRD/s640/466436834_cce04f01fc_z.jpg" width="640" /></a></div>
<h1 class="post-title entry-title" itemprop="name headline" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 2.5rem; margin: 0px auto; max-width: 700px; padding: 30px 0px; position: relative; text-shadow: none; word-wrap: break-word !important;">
<br /></h1>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Não fui uma menina má porque nem me ocorreu que fosse possível. O máximo a que cheguei foi ser em tudo como meu irmão. Desde muito pequena, estabeleci que tudo o que ele fizesse eu também faria. Só não tomei parte naquela batalha de pedradas contra a turma rival porque meu irmão, prevendo perigo, mentiu dizendo que ia fazer outra coisa e me deixou brincando de panelinhas. Mas fui índio pele-vermelha na tribo da qual ele era o chefe, e participei como vigia da arriscada invasão do território das freiras. Penso nisso ao ler o conto “Una niña mala” (uma menina má), da escritora Montserrat Ordoñez.<br /><br />“Quero ser uma menina má, não lavar os pratos nunca, e fugir de casa [....] Não quero esperar na varanda, suspirando e segurando as lágrimas, a chegada do papai. Nem com mamãe nem com ninguém. Quando eu for uma menina má, gritarei, chorarei dando ataques até que a casa caia.” Assim começa esse conto pequeno como uma jóia, ilustrado por Diego Nicoletti, que vi na Feira de Medellín e que agora uma amiga colombiana me mandou.<br /><br />Montserrat Ordoñez também é colombiana, ou assim se tornou tendo nascido em Barcelona. Foi poeta, escritora, tradutora, editora, professora universitária especializada em literatura escrita por mulheres. Morreu em 2001.<br /><br />Sua menina má é uma menina que quer "uivar para as estrelas e dançar com seu gato ao redor da fogueira". Quer ser valente e abrir e fechar a porta, abrir e fechar a boca, dizer que sim e dizer que não quando bem entender”. Não deixará que “lhe façam tranças aos puxões, toda manhã, entre o ovo e o café”, e terá “pelo de loba e se sacudirá das orelhas até a cauda antes de enfrentar o bosque”. <br /><br />Nas ilustrações de Nicoletti a menina está sempre rodeada de lobos. E os olhos dos lobos cintilam.<br /><br />Só agora eu me rodeio de lobos, nos contos, na conferências, em alguns poemas. Mas sempre fui valente. Quando abri a porta da casa familiar da última vez foi para ir embora porque, como quer a menina do conto, havia dito a meu pai que não queria mais fazer as tarefas da casa, não queria mais cozinhar e cuidar de que tudo estivesse a gosto para o meu irmão.<br /><br />Antes, tinha sido Jane nas selvas do Parque Lage enquanto ele era Tarzan, tinha voado pendente num cipó e mergulhado na cachoeira segurando o fôlego debaixo d’água.<br /><br />Nunca meu irmão fez sua própria cama, nunca lavou um prato, nunca fritou um ovo. A ele não se pedia que vestisse avental por cima da roupa. Podia sentar como quisesse, e cruzar as pernas. Nem por isso seria considerado um menino mau. Nem mesmo por fingir tomar banho, fazendo ruído de água na banheira, enquanto lia o livro que guardava escondido atrás do vaso sanitário.<br /><br />Ele era como eu queria ser, e como me tornava quando botava meus pés nas suas pisadas. Tinha um ano mais do que eu e era mais forte, mas mergulhei com ele na laje Santo Antônio e na Gruta da Imprensa, temendo ver um cação aparecer repentino. E mergulhei no navio afundado da Barra da Tijuca, temendo que o mar virasse porque, sem saber pegar onda, eu não conseguiria voltar à praia.<br /><br />Ele sempre me apoiou.<br /><br />Depois, fui ser menina má por minha conta, abrir e fechar a porta da casa em que só eu mandava, dirigir meu próprio carro. Fui ser feminista e dizer a outras mulheres, outras meninas, que elas não são más por contrariar as normas restritivas impostas pela sociedade. Ao contrário. É quando são más, que se tornam o melhor que podem ser.</span><br /><br /><br /><br /><b><span style="font-size: x-small;">Marina Colasanti - Fonte: https://www.marinacolasanti.com/2017/11/cronica-de-quinta-meninas-mas.html</span></b><br /><div>
<b>.</b></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-87102855829388193492018-07-22T17:14:00.000-03:002018-07-22T17:14:16.147-03:00Três relatos ridículos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6VBybK3Y6fgK5Hq9QQBa4IzVa-5MrU71sM6NOX2DyHaTS5eo3DWYS3v6n1cOBQR565oZgdxVZoKKrCqiqLBHGW0mdjEDcHfHjl1FYHaQraCnrkvTtq80R9nDmeBAK4kOC4EMRcWpZCvLl/s1600/15316889265b4bb7de75069_1531688926_3x2_md.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="768" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6VBybK3Y6fgK5Hq9QQBa4IzVa-5MrU71sM6NOX2DyHaTS5eo3DWYS3v6n1cOBQR565oZgdxVZoKKrCqiqLBHGW0mdjEDcHfHjl1FYHaQraCnrkvTtq80R9nDmeBAK4kOC4EMRcWpZCvLl/s640/15316889265b4bb7de75069_1531688926_3x2_md.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Então, ela me diz, com voz abafada: "As festas na escola viraram um inferno para as meninas, como eu, que gostam de meninos". Eis o primeiro relato ridículo. <br /> <br />A escola pode ser tanto uma instituição de nível médio como superior. O tipo de inferno descrito é o mesmo. Descrever-se como pertencente a um grupo definido como "meninas que gostam de meninos" soa um tanto estranho para quem não convive com os jovens de hoje, esmagados entre todo tipo de modinha identitária que quer, a todo custo, dizer que "meninas que gostam de meninos" não são maioria.<br /><br />Minha fonte (são muitas, na verdade) tem medo de ser identificada na escola como sendo aquela que denunciou o inferno em que se transformaram as festas. Que inferno é esse, afinal?<br /><br />Um nova prática ocorre nessas festas. "Coletivos" vigiam o comportamento dos meninos que gostam de meninas.<br /><br />Esses coletivos pretendem garantir que não haverá assédio. O clero medieval mais tarado não teria uma ideia tão diabólica em suas condenações ao pecado da carne. Como se vigia isso numa festa? Você fica olhando de perto os casais héteros possíveis? Você exigirá ouvir as conversas deles? Obrigará aos meninos fazer uma confissão de "intenção culposa" a priori?<br /><br />Ou os beijos seriam supervisionados? Como passar as mãos, de forma privada, nos seios das meninas que gostam de meninos? Tanto os meninos quantos as meninas precisam ser detalhadamente escrutinados em seus comportamentos se quisermos ter certeza de que o "amasso" é politicamente correto. O velho ódio ao sexo está por detrás desses "coletivos".<br /><br />Haverá, como havia na Cuba revolucionária, "métodos de analise de comportamento", nesse caso, para identificar como um menino que gosta de meninas paquera ou assedia? Na Cuba revolucionária, tais "métodos de análise de comportamento" eram dedicados a identificar o que os marxistas de raiz chamavam de "degeneração burguesa", a saber, o homossexualismo (termo fora de uso hoje).<br /><br />Os meninos, então, tornam-se tímidos, temerosos de estarem cometendo algum "delito de comportamento" e, por consequência, afastam-se das meninas que gostam deles, inclusive, por temerem que, em algum momento, serão objeto de denúncia. Todo mundo que não é mentiroso sabe que a "caça às bruxas" em matéria de comportamento moral sempre deságua em taras inquisitoriais. Tais "coletivos", na verdade, nada mais são do que espíritos fascistas, com pautas novas de violência.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Um amigo europeu me conta, assustado, que lá, no continente perfeito, um movimento cresce, chamado "igualdade na aviação". Eis o segundo relato ridículo. E o que é essa "igualdade na aviação"?<br /><br />Trata-se da pressão para acabar com a classe executiva e distribuir o espaço dentro do avião de forma igualitária. Risadas? Alguns milímetros a mais. E o mundo se dobraria à inveja, ao ressentimento e à raiva. Nunca mais uma pessoa teria o direito de trabalhar mais e pagar uma classe executiva para seduzir ainda mais sua namorada apaixonada.<br /><br />Nunca mais, depois de anos de trabalho, alguém poderia pagar no cartão em cinco vezes sua viagem dos sonhos até o Japão de classe executiva, aos 70 anos.<br /><br />Uma amiga, também da Europa, indignada, me conta que há um novo ativismo radical na França. Eis o terceiro relato ridículo. Não se trata de fundamentalismo islâmico matando ocidentais sujos, mas sim de fundamentalistas veganos ameaçando açougueiros franceses. Risadas?<br /><br />Frases como "carne é assassinato" e "basta de especismo" são pintadas nas vitrines dos açougues. A raiz conceitual é o trabalho do filósofo Peter Singer. Segundo este utilitarista, animais são seres sencientes: podem não ter consciência da dor como nós, mas têm o bastante em termos de sensibilidade, logo, não podemos pensar neles como "comida", como se fossem objetos.<br /><br />A analogia é com o racismo, que entendia que negros eram inferiores e, por isso, eram "feitos" para a escravidão. "Especismo" é achar que os animais seriam inferiores e, por isso mesmo, podem ser comidos.<br /><br />A analogia é linda, mas a ideia é típica de quem fica muito tempo no escritório delirando. A natureza se devora. Alimentar crianças só com rúcula é coisa de torturador infantil. Modinha de riquinho entediado.<br /><br />É tudo pecado para esses ridículos. Assim como nos outros relatos ridículos, o mundo avança, de novo, para viver sob o controle da mente inquisitorial que odeia tudo que não cabe na cabecinha e na vidinha dela.<br /><br />Mundo feio este. Sem sexo, sem conforto e sem gosto.</span><br /><br /><br /><br /><br /><b>Luiz Felipe Pondé - Imagem: Ricardo Cammarota/Folhapress<br />Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2018/07/tres-relatos-ridiculos.shtml</b></div>
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<br /></div>
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<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-7986071834803345742018-07-22T02:15:00.002-03:002018-07-22T02:15:40.927-03:00“Quem somos?”.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img src="https://www.pensarcontemporaneo.com/content/uploads/2017/01/presidio-696x392.jpg" /></div>
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<br /></div>
<div>
<br /></div>
<br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;">Neste início de ano, o noticiário nos impõe uma pergunta pouco confortável: quem somos?</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Ninguém de nós responderia “eu sou um dos revoltosos do presídio Anísio Jobim”, assim como nenhum de nós contou as cabeças decepadas dos rivais, filmando a cena para exibi-la – ou exibir-se- nas redes sociais. Nós não somos os bárbaros.<br /><br />Bárbaros são sempre os outros. Mas um bárbaro ou uma matilha de bárbaros ou hostes de bárbaros não aparecem por acaso, não têm geração espontânea. Sobretudo quando inseridos em uma sociedade que se pretende civilizada, os bárbaros são um produto.<br /><br />Em geral, produto de uma barbárie menos aparente. Fabrica-se um bárbaro colocando três para viver onde só um caberia. Ajuda-se um bárbaro a tomar plena posse de sua barbárie colocando-o num ambiente propício. Bárbaros exercitam melhor sua barbárie quando armados e com acesso a celulares. Pode-se enxertar barbárie numa criança privando-a de proteção, educação e de um ambiente adequado ao seu crescimento. Bárbaros proliferam melhor sem esgotos do que postos em uma universidade. Bárbaros se alimentam e se multiplicam graças a exemplos de barbárie bem sucedida.<br /><br />Quem somos? Nenhum de nós é aquele que viu os dois primos matando a socos o ambulante indefeso, cujo único crime havia sido defender uma travesti. Nenhum de nós é o que passou mais rápido e nada fez para impedir o assassinato. Muito menos somos aquele que, sorrateiro, aproximou-se do morto para roubar-lhe o celular que já não lhe serviria.<br /><br />Nenhum de nós é um prefeito sumido do posto depois de ter sumido com outras coisas. Nenhum de nós, ao retirar-se do cargo público que exercia levou o computador ou a mesa. Nenhum de nós foi buscar o filho em um condomínio, na manhã de domingo, depois de uma festa de réveillon, a bordo de um helicóptero do estado. Nós não somos aquele que percorreu cerca de 300 quilômetros de carro, procurando o lugar melhor para desovar ou queimar o corpo do homem que havia assassinado e que levava na mala. Nós não somos sequer aqueles que escreveram “Fora Lésbica!”, sem esquecer o ponto de exclamação, em um quadro imantado destinado a atividades infantis.<br /><br />O problema é que a pergunta não se pretende individual. Não se trata de saber quem sou eu ou quem é você. Trata-se de saber quem somos nós, os brasileiros, como sociedade. De como nos vemos e de como somos vistos.<br /><br />O morticínio do presídio foi notícia no mundo inteiro. O olhar que se pousa sobre nós fez-se mais denso.<br /><br />E aqui, o horror que sentimos diante do massacre de Manaus é o mesmo que sentimos diante dos repetidos massacres do EI? As cabeças cortadas, de um lado e do outro, têm para nós o mesmo peso? O fato de uns serem reféns inocentes e os outro serem bandidos faz diferença?<br /><br />Ou estamos mais preocupados com os 80 e tantos que fugiram pelo túnel ameaçando a tranquilidade fora do presídio, do que com os que mataram ou foram mortos?<br /><br />Na foto publicada na primeira página de O Globo de terça-feira, mostrando o lado de fora do Anísio Jobim há, entre os familiares, duas mulheres encapuzadas, só olhos de fora. Pode ser temor de um eventual gás lacrimogêneo, ou medo de ser reconhecida por elementos da facção rival à do seu parente. O enfrentamento não se limita ao recinto do presídio.<br /><br />Nem se limita à luta entre uma facção de traficantes e outra. O enfrentamento mais amplo e mais fundo se situa, já faz tempo, entre a sociedade que somos e a que queremos ser.</span><div>
<span style="font-size: large;"><br /></span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<b><span style="font-family: inherit;">Marina Colasanti - Fonte: </span>https://www.pensarcontemporaneo.com/quem-somos/</b></div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-83039562492187365802018-07-19T08:45:00.001-03:002018-07-19T08:45:44.507-03:00Martha Medeiros num texto perfeito!.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhifVLkL2ZZRJ7fDypfAicGU2vY7uJkUA0xJ1Qqd1JbgOXaZTLGgms_xsS7AEpZed2oevcxMOR_mvDbtns3-M1QlTUB4sCUl7fVDeyODhJ384nGE0Scx39KffIXm_dr0JAM4Dvu55YguofU/s1600/rodrigo_milla_nao_viva_a_terceira_idade_viva_a_segunda_lqqqw6l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="600" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhifVLkL2ZZRJ7fDypfAicGU2vY7uJkUA0xJ1Qqd1JbgOXaZTLGgms_xsS7AEpZed2oevcxMOR_mvDbtns3-M1QlTUB4sCUl7fVDeyODhJ384nGE0Scx39KffIXm_dr0JAM4Dvu55YguofU/s640/rodrigo_milla_nao_viva_a_terceira_idade_viva_a_segunda_lqqqw6l.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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<br />
"Só quem atravessa ao menos cinco décadas de vida pode entender a bênção que é entrar na segunda juventude.<br />
<br />Claro que antes é preciso passar pelo purgatório.<br />
<br />Poucos chegam aos 50 anos sem fazer uma profunda reflexão sobre a finitude, e dá um frio na barriga, claro. Amedronta principalmente quem ainda não fez nem metade do que gostaria de já ter feito a essa altura. Será que vai dar tempo?<br />Passado o susto, a resposta: vai.<br />
<br />E se não der, não tem problema. Você não precisa morrer colecionando vontades não realizadas. Troque de vontades e siga em frente sem ruminar arrependimentos. Você finalmente atingiu o apogeu da sua juventude: é livre como nunca foi antes.<br />
<br />
Então, não passe mais nem um dia ao lado de alguém que lhe esnoba, lhe provoca, que não se importa com seus sentimentos. Pare de inventar razões para manter seus infortúnios, você já fez sacrifícios suficientes, agora se permita um caminho mais fácil.<br />
<br />Se ainda dá trela a fantasmas, se ainda pensa em vingancinhas ordinárias, se ainda não perdoou seus pais e seu passado, se ainda perde tempo com vaidades e ambições desmedidas, se ainda está preocupado com o que os outros pensam sobre você, está pedindo: logo, logo virará um caco.<br />
<br />Para alcançar e merecer a segunda juventude, é preciso se desapegar de todas aquelas preocupações que havia na primeira. Quando essa Juventude Parte 2 terminar, não virá a Juventude Parte 3, mas o fim.<br />
<br />Ou seja, esta é a última e deliciosa oportunidade de abandonar os rancores, não perder mais tempo com besteiras e dar adeus à arrogância, à petulância, à agressividade, ou seja, adeus às armas, aquelas que você usava para se defender contra inimigos imaginários.<br />
<br />Agora ninguém mais lhe ataca, só o tempo – em vez de brigar contra ele, alie-se a ele, tome o tempo todo para si.<br />
<br />Eu sei que você teve problemas, e talvez ainda tenha – muitos. Eu também tive, talvez não tão graves, depende da perspectiva que se olha.<br />
<br />Mas isso não pode nos impedir a graça de sermos joviais como nunca fomos antes. Lembra quando você dizia que só gostaria de voltar à adolescência se pudesse ter a cabeça que tem hoje? Praticamente está acontecendo.<br />
<br />Essa é a diferença que tem que ser comemorada. Na primeira juventude, tudo vai acontecer. Na segunda, está acontecendo."<br />
<br />Namastê / Ubuntu!<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-1322443376819781872018-07-05T15:29:00.001-03:002018-07-05T15:29:34.376-03:00O desespero em busca de um relacionamento e a Síndrome do Sapo Fervido.<br />
<br />
<br /><br /><div style="text-align: center;">
<img height="373" src="https://thumbs.jusbr.com/filters:format(webp)/imgs.jusbr.com/publications/images/21b0aa4decdf59989e6613cdc7658cbb" width="640" /></div>
<br /><br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: large;">A primeira pergunta é: relacionamentos amorosos são necessários?Muitos têm a resposta fixa que sim, alguns, após inúmeras frustrações dizem que não, e poucos vêm relacionamento como um bônus ao atingir a maturidade.<br /><br />As frustrações quando superadas e entendidas são boas, pois nos reaproximam de nós mesmos e concedem oportunidades para o autoconhecimento, que possivelmente foi relegado e por isso a escolha do parceiro não foi adequada.<br /><br />Já os que vivem incansavelmente em busca de um companheiro, não conhecem a beleza da própria companhia e estão emocionalmente vulneráveis. A caçada incansável por uma companhia é a procura por não ficar sozinho consigo mesmo, pois a própria companhia é desagradável ou tem pouco ou quase nada a oferecer. Pessoas que não toleram a solidão acreditam que o outro é responsável pela sua felicidade. Palavras duras? Talvez, mas duro mesmo é o que as pessoas aceitam ou impõem aos outros quando são pedintes afetivos, e isso inclui inúmeras violências - psicológicas, físicas, morais, sexuais e patrimoniais. Sempre escrevo sobre o viés jurídico das relações afetivas e suas violências, mas o melhor é não precisar do Direito Penal para puni-las.<br /><br />1. PESSOAS NÃO REALIZAM OS NOSSOS SONHOS<br /><br />Um dos principais equívocos humanos é acreditar que o outro realizará os nossos sonhos, e depositar a própria felicidade nisso. Mas relacionamento não é sobre necessidade, sobre receber, ser complementado ou completar alguém, relacionamento é doação, é presentear o outro com a sua presença, mas só podemos nos doar quando estamos completos, e só doamos aquilo que temos.<br /><br />2. PEDINTE AFETIVO<br /><br />Quando se busca a felicidade - que é algo interno e pessoal, na companhia de outra pessoa - você desvaloriza o que você é, provavelmente porque não se conhece e desacredite de si. A dependência emocional te faz exigir do outro aquilo que você não faz e aquilo que você não é, assim como o aceite de tudo e qualquer tratamento, sentimento e pessoas.<br /><br />Na busca incansável por companhia, você esquece que a principal, única e absoluta companhia é a sua, e somente ela resolverá os seus problemas e conflitos. Na busca desordenada pelo outro, esquece-se que relacionamento é negociação, mas principalmente, que existem “coisas” que são inegociáveis, entre elas a sua paz e a sua moral. Pela necessidade de parceiro negocia-se tudo em troca de afeto, mas afeto não se pede.<br /><br />3. CASTRAÇÃO<br /><br />O desespero para ter companhia ou permanecer ao lado de outra pessoa é imenso, e nessa imensidão a pessoa pratica a autocastração, se anula, abre mão da individualidade, abandona os prazeres, e vive em prol do outro. Transforma-se o relacionamento numa fusão, sem saber quem é quem e porque é; perde-se as próprias características, anula-se, e torna-se uma sombra do outro. Posteriormente atinge o estágio da cobrança, e exige que o outro também faça o mesmo e viva em prol da relação, afinal, a pessoa fez o sacrifício – tolo - e que ninguém pediu, do abandono de si mesmo, mas que já começou antes mesmo do relacionamento.<br /><br />4. POSSE, INVASÃO E VIOLÊNCIAS<br /><br />Após a anulação de si, o indivíduo que já começou o relacionamento buscando completar as próprias faltas através do outro, encontra-se ainda mais vulnerável e dependente. Pela ausência de amor próprio e pelo tempo livre, afinal, abandonou a própria vida então o tempo ocioso se estendeu, passa os dias e horas na expectativa de atenção, e quer a todo custo ser importante e presente, assim como o seu “objeto de amor” é na sua vida.<br /><br />O lazer do outro, que até então não incomodava, passa a ser motivo de vigília constante, assim como os horários, companhias e quando não recebe convite para participar de alguma programação isso vira brigas, ciúmes e acusações de traição e todo tipo de situação que uma mente criativa e desocupada é capaz de criar.<br /><br />As acusações constantes e cobranças por afeto desgastam o relacionamento e o outro vai embora (e a pessoa fica num vazio ainda maior, pois se fundiu a outrem); o outro não entende as agressões verbais e por vezes físicas e permanece sufocado, prestes a explodir ou o outro se aproveita dessa situação e retribui as acusações e violências – as vezes inconscientemente, pois muitos não compreendem a situação que vivem e vêm as agressões como defesa, e isso vira um ciclo, o pedinte afetivo sufoca e violenta o companheiro e o companheiro as vezes se defende retribuindo as agressões.<br /><br />A verdade é que os nossos relacionamentos são iguais as relações que temos conosco, você se anula, não se respeita, não confia em você e não gosta da própria companhia, logo é exatamente isso que fará e receberá. Você é incompleto, logo encontrará alguém que também é; você está no relacionamento para saciar as suas necessidades e vampirizar o outro, então é isso que receberá. A solidão e ausência de autoconhecimento dá asas aos abusos e violências.<br /><br />5. HOSTILIZAÇÃO E DISPUTA DE PODER<br /><br />Hostilizar o outro também é comum, como forma de dominação e demonstração de poder, quando existe insegurança. A hostilização é uma das representações dos maus tratos, que é uma violência psicológica, naturalizada, sutil, aceita, difícil de provar, entretanto de danos superiores a violência física, pela capacidade lentamente destrutiva.<br /><br />A violência psicológica diminui a autoestima, aumenta a dependência, promove a desvalorização pessoal, e o indivíduo que já entrou no relacionamento incompleto, passa a crer que é incapaz de viver sozinho e agride o outro para tentar dominá-lo e enfraquece-lo a ponto de se sentir impotente e que não merece outra pessoa. Consequentemente, meio a tanta agressão, o companheiro já com a autoestima baixa não se sente desejado, e aceita as relações sexuais por medo da perda; tem medo de tomar decisões e desagradar e se omite, pouco a pouco também se castra, mas a agressora continua a responsabilizar o outro pelas frustrações e pratica terrorismos constantes, como reflexo da sua insegurança, com cobranças desmedidas até que o outro acredite nisso e peça desculpas, se humilhe, porém nunca ficará satisfeita, pois ninguém soluciona o vazio alheio.<br /><br />Pode ocorrer o contrário também, quando a pedinte afetiva se encontra em tamanha vulnerabilidade que aceita toda e qualquer agressão, sem retribuir, simplesmente por se achar incapaz.<br /><br />6. INÍCIO DAS AGRESSÕES<br /><br />A violência começa no namoro, porém é ignorada, aceita e gradativamente aumenta. O indivíduo, dependente afetivo, que se torna agressor, continua violento, pois o outro, também carente e incapaz de viver sozinho aceita; ou o dependente afetivo se torna presa fácil de quem detém o “poder” da relação, mas que também é inseguro, pois necessita de violência para se auto afirmar.<br /><br />“Mas ela mudou de comportamento de uma hora para a outra”. NÃO!<br /><br />“Mas ele nunca fez nada nem próximo disso”. NÃO!<br /><br />“Mas ela estava na TPM”. NÃO!<br /><br />“Mas ele bebeu um pouco”. NÃO!<br /><br />“Mas foi só uma vez”. NÃO!<br /><br />Não, não e não! A agressão não começa do nada, ela é paulatina. Não existe justificativa para tal, nem causas hormonais, que podem ser controladas, nem o uso de álcool e drogas, que apenas “libertam” o que a pessoa omite, e tampouco a agressão – independente da espécie – ocorrerá uma única vez. PARE DE SE ENGANAR E DE ENGANAR O OUTRO!<br /><br />Mas as violências são relevadas, afinal o status quo de estar num relacionamento é melhor que estar só, segundo o pensamento da maioria.<br /><br />A principal agressão ocorre quando se busca um relacionamento ausente de conhecimento, sem saber o que pode ou não oferecer, o que agrada ou desagrada e enxerga o outro como válvula de escape para os problemas não resolvidos. Isso é uma receita completa para a frustração, aumento de traumas, sofrimento e violências, sofridas ou perpetradas.<br /><br />7. TIPOS DE VIOLÊNCIA<br /><br />Erroneamente acredita-se que violência afetiva se restringe a violência física, todavia ela também é moral, patrimonial, sexual e psicológica. Culturalmente acredita-se ainda, que apenas a mulher é sujeito passivo da violência conjugal, entretanto, violência não tem gênero e tanto homens quanto mulheres podem e são vítimas – mas ao homem é negado o direito de fala, e proteção legal.<br /><br />A violência psicológica, praticada massivamente pelo sexo feminino e naturalmente aceito na sociedade brasileira, envolve xingamento, agressões verbais, ameaças de infidelidade, humilhação, acusações, constrangimentos em público, desqualificação, privação de contato com a família e amigos, abusos, autoritarismos, chantagens emocionais, vigilâncias e perseguições (pessoalmente ou em redes sociais) e qualquer outra conduta danosa a autoestima ou que controle ações, para causar ciúmes e insegurança. A violência psicológica está contida nas demais formas de violência, e esta principalmente reduz a autoconfiança masculina.<br /><br />Violência física é a agressão que ofende a saúde ou integridade física, como tapas, pontapés, socos, empurrões, chutes, queimaduras, agressões com instrumentos variados (entre eles, faca, ferro de passar roupa e vassoura), estigmas ungueais (ou arranhões de amor), arremesso de objetos (o preferido das mulheres).<br /><br />Violência moral, calúnia (art. <a href="https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622974/artigo-138-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940">138</a>, <a href="https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40">Código Penal</a>), injúria (art. <a href="https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622653/artigo-140-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940">140</a>, <a href="https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40">Código Penal</a>) e difamação (art. <a href="https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622728/artigo-139-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940">139</a>, <a href="https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40">Código Penal</a>), com o objetivo de destruir a reputação do outro.<br /><br />Violência sexual, culturalmente definida como crime impossível a ser praticado por mulheres, essa ocorre com frequência, quando o homem é submetido contra a sua real vontade a tocar a companheira ou ter relações sexuais, tendo sua masculinidade a prova ou o descumprimento do dever conjugal, assim como parceiras que insistem que o companheiro use remédio para aumentar a duração das ereções, sem se importar com a saúde deste; bem como homens que insistem em relações sexuais com as esposas contra a sua vontade. Faz-se mister ressaltar, que a insistência por não usar preservativo, assim como práticas sexuais que desagradam o outro, também é violência sexual.<br /><br />Violência patrimonial: quebra ou destruição de objetos, usualmente praticado pelas mulheres em estado de descontrole e fúria, celular, som, televisão, porta de carro, bem como a retenção de bens e gastos financeiros que seriam destinados ao pagamento das despesas do casal, utilizado para o deleite da mulher, como forma de punição ou exigência de algo almejado, material ou afetivo; e homens que impedem a parceira de trabalhar e ter independência financeira.<br /><br />Permanecer na constante violência torna o indivíduo dependente, acostumado as agressões, naturalizando-as e retira-lhe a sensibilidade para o inaceitável e impraticável.<br /><br />8. SÍNDROME DO SAPO FERVIDO<br /><br />Muitos que vivem relacionamentos abusivos se perguntam porque permanecem nessa situação, e não conseguem um fim, ou sentem-se mal, mas ao mesmo tempo têm a sensação que já se adaptaram ás violências. Para esse tipo de pessoa existe uma metáfora conhecida como “Síndrome do Sapo Fervido”, que diz o seguinte:<br />“O Sapo quando é colocado numa panela com água quente não suporta aquela temperatura, salta imediatamente conseguindo sobreviver. Entretanto, quando o mesmo sapo é colocado numa panela com água fria e, gradualmente, essa água vai aquecendo, ele não percebe o calor. Fica parado e quieto. Morre, depois de algum tempo, inchado e feliz”.<br /><br />Assim como o sapo fervido são as pessoas, que se acomodam com a situação destrutiva, não querem sair dela, acreditam em milagres ou creem que não há outra solução. O sapo fervido pode ter as suas necessidades primárias atendidas, mas em breve morrerá. O sapo suporta a temperatura da água durante muito tempo, até o seu limite, assim como as pessoas que se submetem a relacionamentos conturbados até serem completamente vampirizadas e ficarem sem nenhuma energia, correndo perigo constante, mas não viu necessidade de pular da panela, cuja água aquece cada vez mais e queima pouco a pouco, até que não exista energia e força para saltar.<br /><br />Mas o que mata o sapo não é água fervendo, é a preguiça, medo ou comodismo em não pular, e a água agradável, naquele momento. Talvez seja hora de saltar da panela, enquanto é tempo; talvez você não deva entrar nela. A exploração psicológica, financeira, física e sexual não tem limites e é você que deve colocar um basta ou nem mesmo começar uma relação se está suscetível afetivamente e incompleto. As vezes a solução não é aguentar o desconforto e esperar, mas saltar, saltar enquanto há forças e vida dentro de você.<br /><br />Assim como a água aumenta a sua temperatura, os ponteiros do relógio passam, e a vida é demasiadamente breve para aceitar o sofrimento, a violência e a própria incompletude. Você só é infeliz se quiser, a felicidade está nas suas mãos, não na presença do outro. Não é o outro que tem que mudar, é você que tem que ter a coragem de saltar; saltar dessa situação, saltar da inercia, saltar do comodismo, saltar das vulgaridades e saltar com todas as suas forças o mais alto que puder, para se conhecer e se completar com as próprias belezas que só você carrega e pode adubar.<br /><br />9. OBSERVAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO<br /><br />Voltando a pergunta inicial: relacionamentos amorosos são necessários? Responderia que não e que são arriscados e danosos aos que não estão prontos para lidar com o mundo do outro, pois não sabem nem mesmo lidar consigo. Companhia é divertido, poder compartilhar momentos, mas relacionamento é para ser leve, e essa leveza só atingimos com maturidade – maturidade que não depende de idade, mas de autoconhecimento.<br /><br />Relacionamentos são bônus que as vezes temos, as vezes não. Pessoas são coadjuvantes em nossa vida, cujo ator principal é você. Se você for completo, terá algo a oferecer, terá o que doar, e consequentemente será uma pessoa agradável, sem cobranças e pesos, e atrairá outra pessoa assim, disposta a doação e não a exigências, e que poderá dividir alguma época com você, mas quando resolver sair da sua vida, não se sentirá vazio, pois você permaneceu com sua individualidade, mundo, personalidade e diferente da maioria, não se castrou e fundiu ao outro.<br /><br />O autoconhecimento te mostrará que não deve ser aberto e aceitar qualquer ideia e pessoa, pois isso leva a autodestruição. Você buscará o semelhante, afinal as divergências que eram divertidas no início, com o passar do tempo viram fardos. Você mesmo fará inteligentemente uma lista com as qualidades que gosta e as que repele numa pessoa. Você analisará os efeitos colaterais antes de tomar o remédio, ao invés de ingerir pela simples propaganda. Você terá a paciência de distinguir o que é publicidade do que é interno. Você terá a racionalidade de compreender não o que a pessoa diz de si mesma, mas o que ela combate. Você se reconciliará consigo mesmo ou se encontrará pela primeira vez. Você, quando estiver completo não aceitará menos que o merecido, pois terá paz e não irá se submeter a situações e pessoas que te retire algo tão precioso. Você não ficará numa disputa de poder e autoritarismos, mas delimitará o seu território, pautado no conhecimento de si e sua individualidade, com admiração, respeito e dignidade. Relacionamento demanda racionalidade, assim você não será vítima nem infratora, mas estará pronta para construir lentamente um relacionamento.<br /><br />Se dê o presente de se conhecer, não peça nada, não cobre nada, doe sorriso, doe atenção. O sentido da vida não é cobrar, quando você se ama não precisa de nada, você está completo e assim pode acrescentar na vida do outro. Amor é ser um presente, e não alguém que usurpe a paz alheia. Amor é serenidade, afeto, ausência de medo, completude, sensatez e respeito, a si e ao mundo do outro, é uma construção gradativa.<br /><br />Quando você se conhece identifica o que faz mal e as violências precocemente, se afasta e salva a sua vida. Não seja o sapo que espera a água ferver. Tempo é vida e relacionamento demanda autoconhecimento!</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />"Algum dia, em qualquer parte, em qualquer lugar, indefectivelmente, encontrar-te-ás a ti mesmo e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga das tuas horas." – Pablo Neruda</span><br /> <br /><span style="font-family: inherit;"><b><span class="DocumentInfo-publishedBy" data-reactid="68" style="background-color: white; box-sizing: inherit; white-space: nowrap;">Publicado por </span><span class="DocumentInfo-publisherName" data-reactid="69" style="background-color: white; box-sizing: inherit; white-space: nowrap;">Sara Próton - </span>Fonte: http://www.pensarbemviverbem.com.br/o-desespero-em-busca-de-um-relacionamentoea-sindrome-do-sapo-fervido/</b></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><b>.</b></span></div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-55138712811873273352018-07-04T23:51:00.001-03:002018-07-04T23:53:59.949-03:00O melhor "ISTA" é ser OTIMISTA!.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3FOWcXJfH4fg_VU2IwEY54l9smRcHri-yLGANKvXSgL8_fjXmMFErbZ5suWdRnHXmFBPpc-5KXOXL-aEOZUHrXFwrrBdT3Oo6tS__ZcTNhpK5x27_DPZnOVl_6z4CF4NjenlEzHMwc_4H/s1600/menopausahome.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="620" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3FOWcXJfH4fg_VU2IwEY54l9smRcHri-yLGANKvXSgL8_fjXmMFErbZ5suWdRnHXmFBPpc-5KXOXL-aEOZUHrXFwrrBdT3Oo6tS__ZcTNhpK5x27_DPZnOVl_6z4CF4NjenlEzHMwc_4H/s640/menopausahome.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Todo ano a mesma peregrinação: mastologista, ginecologista, oftalmologista, dentista... <br /><br />Mas, um dia, resolvi incluir um "ISTA" novo em minha odisséia... Um DERMATOLOGISTA. <br /><br />Já era hora de procurar uns creminhos mágicos para tentar retardar ao máximo as marcas da inevitável entrada nos ENTA. <br /><br />Na verdade, sentia-me espetacular. Tudo certo. Ninguém podia cantar para mim a ridícula frase da Adriana Calcanhoto, "nada ficou no lugar...." Mas, não sei o que deu no espelho lá de casa, que resolveu, do dia pra a noite, tomar ares de conto de fadas. Aliás, de bruxas. E deu de mostrar coisinhas que nunca haviam aparecido (ou, antes, eu não havia notado!) <br /><br />Pontinhos azuis nos tornozelos, pintinhas negras no colo, nos braços, bolinhas vermelhas na bunda... olheiras mais profundas... <br /> <br />Como assim??? <br /><br />Assim... Sem aviso prévio nem nada. De repente, o idiota resolveu mostrar e pronto. <br /><br />Ah, não! Isso não vai ficar assim. Um "ista" novo na lista do convênio. O melhor. Queria o melhor especialista de todos os "istas"! Achei. Marquei. E fui tão nervosa quanto para um encontro 'bem intencionado', daqueles em que a gente escolhe a roupa íntima com cuidado, que é pra não fazer feio, sem </span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">parecer que foi uma escolha proposital...sabe como é que é, não? </span><br />
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Pois sim. O sujeito era um dermatologista famoso. Via e cutucava a pele de toda a nata feminina e masculina da cidade... Assim, me armei de humildade. Disposta a mostrar cada defeitinho novo que estava observando, através do maquiavélico e ex-amigo espelho de meu quarto. <br /><br />Depois de fazer uma ficha com meus dados, o 'doutor' me olhou finalmente nos olhos, e perguntou: Qual o motivo de sua consulta?<br /><br />Fiquei vermelha como um tomate. E muda. Ele sorriu e esperou. <br /><br />Quase de olhos fechados, desfiei minhas queixas... <br /><br />Ele observou, 'in loco', cada uma delas, com uma luz de 200 watts e uma lupa... E começou o seu diagnóstico. <br /><br />As pintinhas são sinais do sol, por todo o sol que já tomou na vida. Com a IDADE (tóin!), elas vão aparecendo, cada vez mais numerosas. Vai precisar de um protetor solar para sair de casa pela manhã, mesmo sem ir à praia. Para dirigir inclusive. Braços, pernas e rosto e pescoço. </span><br />
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />E praia? Evite. Só das 6 às 10 da manhã, sob proteção máxima, guarda-sol, óculos escuros e chapéu. Bronzear-se, nunca mais.' <br /><br />-Ahmmm... (a turma só chega às 11 h!!!!) <br /><br />-'Os pontinhos azuis são pequenos vasos que não suportam a pressão do corpo nos saltos altos.Evite. Use sapatos com solado anabela ou baixos, de preferência. Compre uma meia elástica Kendall, para quando tiver que usar saltos altos. </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />-Ahmmm... (Kendall??? E as minhas preciosas sandalinhas???) </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />-'As bolinhas na bunda são normais, por causa do calor. Para evitá-las use mais saias que calças. Evite o jeans e as calcinhas de lycra. As de algodão puro são as melhores... E folgadas...' </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />-Ahmnunght?? ?? (e pude 'ver' as "samba-canções" de minha mãe, enormes na cintura, de florzinhas cor de rosa..... vou cortar os pulsos!). </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />-'As olheiras são de família. Não há muito que fazer. Use esse creminho à noite, antes de dormir e procure não dormir tarde. </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Alimentação leve, com muitas frutas e verduras, pouca carne e muito peixe. Nada de cigarro, nem álcool... Nem café.' <br /> <br />E, então, a histérica aqui começou a rir descontroladamente... </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> <br />Agradeci, peguei suas receitinhas e saí rindo, rindo.... Me dobrando de tanto rir! </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />No carro comecei a falar sozinha...</span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> <br />Tudo o que deveria ter dito ao médico e não disse: </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />'Trabalho muito, doutor,... muitas noites vou dormir às 2 horas da matina, escrevendo e lendo. Bebo e fumo. Tomo café. Saio nas noites de boemia com os amigos e seus violões para as serenatas de lua cheia... E que noitadas!!!! </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Adoro os saltos, principalmente nas sandálias fininhas. Impossível a meia elástica (argh!!). Calcinhas de algodão? E folgadas??? Adoro as justinhas e rendadas... E não abandono meu jeans nem sob ameaça de morte!!! É meu melhor amigo!!!! </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Dormir lambuzada? Nesse calor? E minhas duchas frias com sabonete Johnson para ficar fresquinha como um bebê, cada noite? </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />E nada de praia??? O senhor está louco é??? Endoidou de vez, foi??? Moro no Recife, com esse marzão e tudo...E tenho só 40 anos.... Meia vida inteira pela frente!!! </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Doutor Fulustreco, na minha idade não vou viver como se tivesse feito trinta anos em um!!! Até um dia desses tinha 39... E agora, em vez de 40, estou fazendo 70??? <br /> <br />Inclua aí na sua lista de remédios... para as de 40 a 60, "média-luz"... Acho que é só disso que eu preciso.Um bom abajur com uma luz de 15 watts... </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />E um namorado que use óculos... É isso... só isso!!! Entendeu????<br /> <br />Parei no sinal e olhei de lado... e um cara de uns 25 anos piscou o olhou para mim. Ah... e ele nem usava óculos! <br /> <br />Nunca fiz o que me recomendou o fulustreco "ista"... </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />Minhas olheiras são parte de meu charme.. E valem o que faço pelas noites adentro... Ah!!! como valem! As bolinhas da bunda desapareceram com uma solução caseira de vitamina A, que quase todas as mulheres usavam e eu não sabia, até que contei minha historinha do 'bruxo mau'. Os sinaizinhos estão aqui... sem grandes alardes... e até que já acho bonitinho. </span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br />O espelho é muito menor... o outro, eu doei à minha filha. <br /> <br />Meu namorado diz que estou cada dia mais linda! Principalmente quando estou de saltos e rendas, disposta a encarar uma noite de vinhos e música. <br /><br />É claro que ele usa óculos. Mas quando quero ficar fatal, tiro seus óculos... e acendo o abajur. </span></div>
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<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 17px;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><b>Nora Borges - Fonte: http://carolina-carvalho.blogspot.com/2011/02/o-melhor-ista-e-ser-otimista.html</b></span></span><br />
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<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 17px;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><b>.</b></span></span></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-82500741321775268622018-06-26T10:38:00.001-03:002018-06-26T10:55:20.727-03:00IDOSOS ÓRFÃOS DE FILHOS VIVOS – OS NOVOS DESVALIDOS..<br />
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<img src="https://www.revistapazes.com/content/uploads/2016/09/70-anos-depois-este-homem-%C3%A9-levado-%C3%A0s-l%C3%A1grimas-por-uma-carta-de-amor-e-eu-estou-chorando-tamb%C3%A9m.-696x365.jpg" /></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Este artigo é uma dura crítica ao modo com que pais e sogros, na atualidade, têm sido
desprezados por seus filhos e agregados. Em especial, os pais de mais idade, que têm
necessidades básicas: de atenção e carinho, que lhes têm sido negadas pela
insensibilidade e egoísmo de seus filhos, que preferem entreter-se com as novas
tecnologias, do que conversar com familiares.
Este comportamento transmite aos netos, não a noção, mas a certeza de que bastam
algumas poucas visitas, rápidas e ocasionais, alguns telefonemas semanais, um almoço
ou jantar de vez em quando, um acompanhamento ao médico necessário, para cumprir
o que lhes caberia fazer pela saúde e bem-estar dos mais velhos.
Atenção e carinho estão para a alegria da alma, como o ar que respiramos está
para a saúde do corpo.
Nestas últimas décadas surgiu uma geração de pais sem filhos presentes, por força de
uma cultura de independência e autonomia levada ao extremo, que impacta
negativamente no modo de vida de toda a família.
Em tempos anteriores, quando vieram das áreas rurais para as cidades, tão logo
estabilizadas, os migrantes de tudo fizeram para trazer seus pais para junto de si de
modo a recompor a família esfacelada pelos movimentos migratórios. Estando em
Brasília, certa, ouvi o relato emocionado de um senhor, analfabeto, que agradecia ao
filho por tê-los, a ele e sua esposa, tirado do sertão para escapar à fome e sede do
corpo e, à tristeza da solidão.
A ordem era essa: em busca de melhores oportunidades, vinham para as cidades os
filhos mais crescidos e não necessariamente os mais fortes, que logo traziam seus
irmãos, que logo traziam seus pais e moravam todos sob um mesmo teto, até que a
vida e o trabalho duro e honesto lhes propiciassem melhores condições. Este senhor,
com olhos sonhadores, rememorava com saudade os tempos em que cavavam buracos
nas terras e ali dormiam, cheios de sonho que lhes fortalecia os músculos cansados.
Não importava dormir ao relento. Cediam ao cansaço sob a luz das estrelas e das
esperanças.
Finalizou, o candango: - Hoje temos casa toda mobiliada e temos saúde. Não falta nada
de nada. Nossos filhos foram maravilhosos. Nossos netos estudaram nas melhores
escolas. Dois deles são doutores. Não conhecemos direito os bisnetos. Eu e minha
esposa, que Deus a tenha, fomos muito pobres, de não ter sapato, de dormir
embrulhados em folhas de jornal. Mas nunca sentimos uma coisa: falta de carinho, falta
de respeito. Os meus filhos, sim, eles reclamam que os filhos deles não têm tempo nem
para uma visitinha. Ficam o fim de semana todo lá sentados um olhando para o outro,
enquanto os mais jovens da família fazem churrasco com os amigos e eles não são
convidados. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A evasão dos mais jovens em busca de recursos de sobrevivência e de
desenvolvimento, sempre ocorreu. Trabalho, estudos, fugas das guerras e
perseguições, a seca e a fome brutal, desde que o mundo é mundo pressionou os
jovens a abandonarem o lar paterno. Também os jovens fugiram da violência e
brutalidade de seus pais ignorantes e de mau gênio. Nada disso, porém, era vivido
como abandono: era rompimento nos casos mais drásticos. Era separação vivida como
intervalo, breve ou tornado definitivo, caso a vida não lhes concedesse condição futura
de reencontro, de reunião.
Separação e responsabilidade
Assim como os pais deixavam e, ainda deixam seus filhos em mãos de outros
familiares, ao partirem em busca de melhores condições de vida, de trabalho e estudos,
houve filhos que se separaram de seus pais. Em geral, porém, isso não é percebido
como abandono emocional. Não há descaso nem esquecimento. Os filhos que partem e
partiam, também assumiam responsabilidades pesadas de ampará-los e aos irmãos
mais jovens. Gratidão e retorno, em forma de cuidados ainda que à distância. Mesmo
quando um filho não está presente na vida de seus pais, sua voz ao telefone, agora
enviada pelas modernas tecnologias e, com ela as imagens nas telinhas, carrega a
melodia do afeto, da saudade e da genuína preocupação. E os mais velhos nutrem seus
corações e curam as feridas de suas almas, por que se sentem amados e podem
abençoá-los.
Nos tempos de hoje, porém, dentro de um espectro social muito amplo e profundo, os
abandonos e as distâncias não ocupam mais do que algumas quadras ou quilômetros
que podem ser vencidos em poucas horas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Nasceu uma geração de ‘pais órfãos de
filhos’. Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira. Pais mais velhos que
sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país. Pais que
cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados
nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais
jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu
desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">São pais de mais idade que estão vivos, porém esvaziados de um lar pelo que tanto
lutaram. Pode-se dizer, infelizmente, que pais idosos, com filhos presentes em suas
vidas constituem-se numa crescente raridade. Os filhos se aproximam quando há
doença grave a ser tratada. Pagam tratamento e cuidadores e, pela presença de muitos
estranhos na vida dos seus pais idosos, pessoas que cumprem com suas funções,
enquanto eles, os filhos trabalham, viajam, se divertem e se encerram em seus
programas exclusivos de ‘só para adultos’ e ‘só para adolescentes’ de um lado, e ‘só
para gente da sua idade’ de outro. Pais de mais idade que são visitados por filhos e
netos com quem conversam e vez por outra passeiam, parecem se constituir numa
minoria crescente. Tornaram-se eles, os pais, complacentes em relação aos filhos que
não têm tempo para nada.
Pais desvalidos.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a
‘presença a troco de nada, só para ficar junto’, dificulta ou, mesmo, impede o
compartilhar de valores e interesses por parte dos membros de uma família na
atualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na
política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na
alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável. Vida líquida, como
diz Zygmunt Bauman, sociólogo polonês. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Instalou-se e aprofundou-se nos pais, nem tão
velhos assim, o sentimento de abandono. E de desespero. O universo de
relacionamento nas sociedades líquidas assegura a insegurança permanente e monta
uma armadilha em que redes sociais são suficientes para gerar controle e sentimento
de pertença. Não passam, porém de ilusões que mascaram as distâncias interpessoais
que se acentuam e que esvaziam de afeto, mesmo aquelas que são primordiais: entre
pais e filhos e entre irmãos.
O desespero calado dos pais desvalidos, órfãos de quem lhes asseguraria conforto
emocional e, quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes
pais, que ‘não querem incomodar ninguém’, uma falsa racionalidade – e é para isso que
se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de
pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de
atenção e presença afetuosa. O primado da ‘falta de tempo’ torna muito difícil viver um
dia a dia em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Disso sabem as mulheres cujo ex-marido abandonou os filhos do casal, as mulheres
sobrecarregadas pelos afazeres que lhes pesam nos ombros pelas frequentes
ausências de seus bem sucedidos maridos, os quais garantem alto padrão de vida,
porém baixa quantidade e qualidade de relacionamento conjugal e familiar.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Sabem,
também, as mulheres que se afirmaram longe de suas famílias, em busca de uma
carreira brilhante e que não tiveram filhos. Como se tê-los fosse garantia de não
estarem sozinhas em momentos importantes de suas vidas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Chama atenção que os aposentados se ressentem por não se sentirem mais úteis. Não
falam em solidariedade, mas em utilidade, de significado intrinsicamente ligado à
produtividade. O sucesso da atividade útil é mensurado pelo que as pessoas fazem e
possuem e, não pelo que são, especialmente no que diz respeito aos relacionamentos
interpessoais. Dificilmente uma pessoa terá seu valor reconhecido se não for através da
qualidade dos relacionamentos que tem com a família, com a sociedade e o mundo.
É o olhar do outro que afirma o ser. Até mesmo o mendigo, o morador de rua mais
maltrapilho, será bem visto, caso alimente um cachorro que o acompanhe. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O ser
humano é, por excelência, um ser de relações. De nada vale aos filhos, quando os pais
cobrem-nos de presentes materiais, mas descuidam de dar-lhes sua presença
autêntica. Filhos apreciam o conforto e os bens que seus pais lhes propiciam, mas entre
o partilhar experiências e ganhar tudo que se deseja, os filhos sempre elegem a
presença dos seus próprios pais.
A necessidade da presença do outro na vida de relacionamentos é crucial. Presença
atenta e, em sendo possível, amorosa. Se desejarmos ferir profundamente a alma de
uma criança, basta ignorá-la. Ignorar, ironizar, desdenhar é um trio maldito de forças de
ataque a qualquer ego, da infância à alta velhice. Começamos por apontar as
necessidades básicas da infância. A verdade é que esta necessidade, de fundo
cognitivo e emocional, é permanente ao longo da vida, mesmo que as distrações
aconteçam. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Crianças apartadas sem contato afetivo, sem presença nem conversa, podem resultar
hipodotadas no futuro. E não se sabe o que é pior: tornar-se um adulto funcionalmente
comprometido ou sem a menor capacidade empática. O contato humano, desde a mais
tenra infância é primordial para a aprendizagem das habilidades sociais e aquisição de
valores nobres, de caráter e de comportamento moral. O mesmo é válido para idosos
excluídos da sociedade maior e, principalmente apartados do convívio com seus
familiares. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por mais que se adote uma família de afeto, constituída por amigos leais, não somente
pelos conhecidos sociais, as pessoas de mais idade que não podem contar com a
proximidade física e emocional de quem lhes dê presença, são muito mais vulneráveis a
doenças, estresses e, mesmo depressão. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A filha de uma senhora a quem atendi por
alguns meses contou-nos, com muito pesar, ter-se dado conta de ser a única pessoa da
família a abraçava. Sua irmã não tinha a menor afinidade com ela. Seus irmãos
passaram a trabalhar e residir no exterior. Suas tias, irmãs da senhora sua mãe, haviam
falecido todas nos últimos dois anos. Era na residência de longa permanência que, vez
por outra, era abraçada pelas atendentes. Gente estranha que tocava seus ombros e
cabelos, passava creme nutritivo em suas costas, pernas e braços. Consequência: sua
mãe havia emprestado seu cartão de crédito, claro que com senha e tudo, a uma
manicure que quinzenalmente afagava suas mãos e dizia-lhe como ela era linda e
querida. Em menos de 40 dias sua conta poupança fora zerada e a manicure sumida. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A irritação por precisar mudar alguns hábitos.
Muitos filhos adultos ficam irritados por precisarem acompanhar os pais idosos ao
médico, aos laboratórios. Irritam-se pelo seu andar mais lento e suas dificuldades de se
organizar no tempo, sua incapacidade crescente de serem ágeis nos gestos e decisões.
Desde os poucos minutos dos sinais luminosos para se atravessar uma rua, até as
grandes filas nos supermercados, a dificuldade de caminhar por calçadas quebradas e a
hesitação ao digitar uma senha de computador, qualquer coisa que tire o adulto de seu
tempo de trabalho e do seu lazer, ao acompanhar os pais, é causa de irritação. Inclusive
por que o próprio lazer, igualmente, é executado com horário marcado e em espaço
determinado.
Nas salas de espera veem-se os idosos calados e seus filhos entretidos nos seus
jornais, revistas, tablets e celulares. Vive-se uma vida velocíssima, em que quase todo o
tempo do simples existir deve ser vertido para tempo útil, entendendo-se tempo útil
como aquele que também é investido nas redes sociais. Enquanto isso, para os mais
velhos o relógio gira mais lento, à medida que percebem, eles próprios, irem passando
pelo tempo. O tempo para estar parado, o tempo da fruição está limitado. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Os adultos
correm para diminuir suas ansiosas marchas em aulas de meditação. Os mais velhos
têm tempo sobrante para escutar os outros, ou para lerem seus livros, a Bíblia, tudo
aquilo que possa requerer reflexão. Ou somente uma leve distração.
Os idosos leem o de que gostam. Adultos devoram artigos, revistas e informações sobre
o seu trabalho, em suas hiper especializações. Têm que estar a par de tudo just in time
– o que não significa exatamente saber, posto que existe grande diferença entre saber e
tomar conhecimento. Já, os mais velhos querem mais é se livrar do excesso de conhecimento e manter suas mentes mais abertas e em repouso. Ou, então, focadas
naquilo que realmente lhes faz bem como pessoa.
Restam poucos interesses em comum a compartilhar. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Idosos precisam de tempo para
fazer nada e, simplesmente recordar. Idosos apreciam prosear. Adultos têm
necessidade de dizer e de contar. A prosa poética e contemplativa ausentou-se do seu
dia a dia. Ela não é útil, não produz resultados palpáveis.
Os filhos pouco admitem sua conduta descuidada para com seus pais mais velhos. E
quando admitem, pouco ou nada fazem para mudar de atitude. Para atualizar o seu
olhar em relação à orfandade de seus pais. São adultos para quem ‘ser bom filho’
consiste em não deixar faltar nada de básico: remédios, empregados e cuidadores,
compras de açougue e supermercado. Um ou outro traje mais apropriado para uma
ocasião social formal, quando é o caso. Levá-los à praia – algo de que, por razões
óbvias, os de mais idade pouco usufruem. Ações que tratam, mas não cuidam. Comprar
coisas para dar a seus pais, os filhos gostam. Fazer-lhes companhia sem tarefa a
cumprir, isso é o que tem estado em falta. Melhora quando a televisão está ligada num
jogo ou novela, noticiário, qualquer coisa ou programa em que conversar não se faz
necessário.
Os pais de mais idade evitam o enfrentamento direto, enquanto pouco a pouco os filhos
se tornam cada vez mais críticos em relação a seus pais. Os velhos têm-se calado,
têm-se aberto tão somente com estranhos ou com seus poucos amigos: - Meus filhos?!
Eles não têm tempo para nada! Passam seus sábados, domingos e grandes feriados
sem que seus telefones toquem para saber de si. Quando os filhos respondem às
ligações de seus pais, o mais frequente é adiar a conversa: - Posso ligar mais tarde?
Estou no meio de uma reunião, agora. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Doenças e medicações merecem atenções.
Dores agudas alarmam. Nada se conversa, porém, sobre o que uns e outros têm vivido.
O fracasso dos filhos que abandonam seus pais é reputado à correria da vida. Há pouca
sinceridade.
De modo geral os mais velhos são vistos como chatos e manipuladores. Estes, por sua
vez, veem seus filhos como egoístas, superficiais e autoritários. Assemelham-se a duas
tribos que mal se toleram, onde então, uma distância prudente e prolongada, far-se-ia
mais do que necessária para manter o armistício.
De onde surge esta intolerância dos filhos à inclusão dos pais em suas vidas? Não
afirmo que não haja intolerância, também, de pais para com filhos adolescentes e,
mesmo, para com seus filhos pequenos, extremamente demandantes. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Vivemos uma
cultura de reprovação mútua: os mais velhos julgam os mais jovens, que julgam os mais
novos. Trata-se de uma pseudoliberdade de falar e de quase ausência de respeito
mútuo a praticar. As reprovações e intolerâncias mútuas, represadas pelas ausências,
pela excludências, pelas impaciências, magoam a uns e outros.
A dificuldade de reconhecer a falta que o outro faz. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Do prisma dos relacionamentos afetivos e dos compromissos existenciais, todas as
gerações têm medo de confessar o quanto o outro faz falta em suas vidas, como se isso
fraqueza fosse. Montou-se, coletivamente, uma enorme e terrível armadilha existencial,
como se ninguém mais precisasse de ninguém. A família nuclear é muito ameaçadora para o conforto, segurança e bem-estar: um número grande de filhos não mais é bemvindo,
pais longevos não são bem tolerados e tudo isso custa muito caro, financeira,
material e psicologicamente falando.
Sobrevieram a solidão e o medo permanente que impregnam a cultura utilitarista, que
transformou as relações humanas em transações comerciais. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">As pessoas se enxergam
como recursos ou clientes. Pais em desespero tentam comprar o amor dos filhos e
temem os ataques e abandono de clientes descontentes. Mas, carinho de filho não se
compra, assim como ausência de pai e mãe não se compensa com presentes, dinheiro
e silêncio sobre as dores profundas as gerações em conflito se infringem. Por vezes a
estratégia de condutas desviantes dão certo, para os adolescentes conseguirem trazer
seus pais para mais perto, enquanto os mais idosos caem doentes, necessitando –
objetivamente – de cuidados especiais. Tudo isso, porém, tem um altíssimo custo. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Diálogo? Só existe o verdadeiro diálogo entre aqueles que não comungam das mesmas
crenças e valores, que são efetivamente diferentes. Conversar, trocar ideias não é
dialogar. Dialogar é abrir-se para o outro. É experiência delicada e profunda de auto
revelação. Dialogar requer tempo, ambiente e clima, para que se realizem escutas
autênticas e para que sejam afastadas as mútuas projeções. O que sabem, pais e
filhos, sobre as noites insones de uns e de outros? O que conversam eles sobre os
receios, inseguranças e solidão? E sobre os novos amores? Cada geração se encerra
dentro de si própria e age como se tudo estivesse certo e correto, quando isso não é
verdade.
Ainda que não se possa afirmar que este estado de distanciamento afetivo e cognitivo
entre pais e filhos nunca tenha sido, anteriormente tão profundo e gritante, pode-se
afirmar que a nossa educação, ao longo do século XX, especialmente depois da
Segunda Grande Guerra, criou altas expectativas de que, mais atentos, estudados e
civilizados, não viéssemos a sofrer deste afastamento. Pensamos haver conquistado
definitivamente a convivência amorosa entre pais e filhos a partir dos modelos
românticos veiculados pelas propagandas de todos juntos, felizes e bem arrumados, em
torno de uma farta mesa já posta para o café da manhã numa cozinha limpa e
iluminada, antes de todos saírem para o trabalho e para as escolas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Incluam-se os
eventos comerciais patrocinados por inspiração da moderna pedagogia e pediatria, dos
manuais de pais e filhos, das reuniões escolares e presença nas festinhas de fim de
ano, dia das mães, dos pais, das crianças, dos avós, sem que o público fosse alertado:
quanto mais se procura determinar um único dia para reforçar o amor e o carinho de
uns para com outros, através de presentes materiais, mais isso denuncia que não há
trocas espontâneas de carinho, substância imaterial, em todos os dias. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Ainda que sentimentos não mudem, muda a aprendizagem do que se deve esperar de
um relacionamento e, quando e quanto uma pessoa ‘deve se alegrar ou sofrer’ por este
ou aquele fato. Ou pelo não-acontecimento. O império das identidades pessoais
sobrepujou o valor das experiências de comunidade e comunhão. O modo de educar e
viver em família não era melhor. Provável que fosse até mais limitante, com maior
rigidez em muitos aspectos. No entanto, as definições mais precisas sobre direitos e
deveres em família, a autoridade dos pais e a subordinação dos filhos, ainda que
excessos fossem cometidos, tornavam a convivência mais segura e moderavam as
expectativas mútuas.
Os pais não precisavam ser simpáticos e compreensivos. As mães não precisavam ser
amigas e companheiras de seus filhos. Nem guiar carro, nem saber matemática para sentarem-se com seus filhos para ensinar o que não conseguiram apreender nas
escolas, durante as aulas. Os papéis não se intercambiavam, também. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Pais e mães não
sabem mais exercer sua autoridade, nem sabem de que, exatamente, seus filhos
precisam. A maioria dos jovens de hoje afirmam o fato de que seus pais não os
conhecem bem, mas pensam que sim. E que, portanto, insistem em dar conselhos que
não se aplicam.
As ausências tinham uma denotação, enquanto hoje em dia elas têm infinitas
conotações. Hoje o excesso é de frustração das expectativas de uns e de outros. Há, na
verdade, uma verdadeira lacuna de solidariedade intergeracional e, mesmo,
intrageracional. A família comete, na pós-modernidade, um excesso de autoritarismo –
pela dureza das críticas mútuas – e padece de grande escassez de presença e
acolhimento. Os pais de mais idade não conseguem aprovar, nem conviver, com o
modo atual de educar os filhos. Pais e filhos que se xingam e competem de igual para
igual pela ocupação dos quartos, dos aparelhos, dos assentos à mesa, pelo uso do
carro da família e pelo dinheiro, quando há. E competem, da mesma forma, pelo mesmo
posto no mercado de trabalho. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Filhos adultos são arrogantes com seus pais de mais idade. Irmãos são arrogantes
entre si. A inflação dos egos está presente em praticamente todas as transações
familiares. O modelo pobre e insuficiente, do ponto de vista do conforto moral e afetivo
de toda a família, insufla a postura narcísica: - Se eu fiz, você pode fazer também, a
qual tem por corolário o faça você mesmo. Essa brutalidade emocional com que pais,
filhos e irmãos se tratam, leva-os a ser intransigentes com os erros e falhas de uns e de
outros e, por demais complacentes para com suas próprias. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">As famílias vêm cultivando um estilo famélico de reconhecimento, atenção e carinho. A
insistência na autossuficiência conduz quase todos os membros de uma mesma família
à sensação de insuficiência. e todos padecem da síndrome da solidão no seio da
própria família. E o terror de se envolver mais profundamente com outro alguém, pois já
que na família não se encontra respaldo, nem guarida, o que esperar de quem? A
desconfiança está, epigeneticamente, instalada na cultura familiar. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A dificuldade de reconhecer limites característicos do envelhecimento dos pais.
Este é o modelo que se pode identificar. Muito mais grave seria não ter modelo. A
questão é que as dores são tão mascaradas, profundas e bem alimentadas pelas novas
tecnologias, inclusive, que todas as gerações estão envolvidas pelo desejo exacerbado
de viver fortes emoções e correr riscos desnecessários, quase que diariamente. Drogas
e violência toldam a visão de consequências e sequestram as responsabilidades. Na
infância e adolescência os pais devem ser responsáveis pelos seus filhos. Depois, os
adultos, cada qual deve ser responsável por si próprio. Mais além, os filhos devem ser
responsáveis por seus pais de mais idade. E quando não se é mais nem tão jovem e,
ainda não tão idoso que se necessite de cuidados permanentes por parte dos filhos?
Temos aí a geração de pais desvalidos: pais órfãos de seus filhos vivos. E estes
respondem, de maneira geral, ou com negligência ou, com superproteção. Qualquer das
formas caracteriza maus cuidados e violência emocional. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na vida dos mais velhos alguns dos limites físicos e mentais vão se instalando e vão
mudando com a idade. Dos pais e dos filhos. Desobrigados que foram de serem
solidários aos seus pais, os filhos adultos como que se habituaram a não prestarem
atenção às necessidades de seus pais, conforme envelhecem. Mantêm expectativas
irrealistas e não têm pálida ideia do que é ter lutado toda uma vida para se auto afirmar,
para depois passar a viver com dependências relativas e dar de frente com a grande dor
da exclusão social. A começar pela perda dos postos de trabalho e, a continuar, pela
enxurrada de preconceitos que se abatem sobre os idosos, nas sociedades
profundamente preconceituosas e fóbicas em relação à morte e à velhice. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Somente que,
em vez de se flexibilizarem, uns e outros, os filhos tentam modificar seus pais,
ensinando-lhes como envelhecer. Chega a ser patético. Então, eles impõem suas
verdades pós-modernas e os idosos fingem acatar seus conselhos, que não foram
pedidos e nem lhes cabem de fato.
De onde vem a prepotência de filhos adultos e netos adolescentes que se arrogam
saber como seus pais e avós devem ser, fazer, sentir e pensar ao envelhecer? </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É risível
o esforço das gerações mais jovens, querendo educá</span><span style="font-family: inherit; font-size: large;">-los, quando o envelhecimento é
uma obra social e, mais, profundamente coletiva, da qual os adultos de hoje - que justa,
porém indevidamente - cultivam os valores da juventude permanente e, da velhice não
fazem a mais pálida ideia. Além do que, também não têm a menor noção de como
haverão eles próprios de envelhecer, uma vez que está em curso uma profunda
mudança nas formas, estilos e no tempo de se viver até envelhecer naturalmente e,
morrer a Boa Morte. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Penso ser uma verdadeira utopia propor, neste momento crítico, mudanças definidas na
interação entre pais e filhos e entre irmãos. Mudanças definidas e, de nenhuma forma
definitivas, porém, um tanto mais humanas, sensíveis e confortáveis. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O compartilhar é
imperativo. O dialogar poderá interpor-se entre os conflitos geracionais, quem sabe
atenuando-os e reafirmando a necessidade de resgatar a simplicidade dos afetos
garantidos e das presenças necessárias para a segurança de todos. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Quando a solidão e
o desamparo, o abandono emocional, forem reconhecidos como altamente nocivos,
pela experiência e pelas autoridades médicas, em redes públicas de saúde e de
comunicação, quem sabe ouviremos mais pessoas que pensam desta mesma forma,
porém se auto impuseram a lei do silêncio. Por vergonha de se declararem
abandonados justamente por aqueles a quem mais se dedicaram até então. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É necessário aprender a enfrentar o que constitui perigo, alto risco para a saúde moral e
emocional para cada faixa etária. Temos previsão de que, chegados ao ano de 2.035,
no Brasil haverá mais pessoas com 55 anos ou mais de idade, do que crianças de até
dez anos, em toda a população. E, com certeza, no seio das famílias. Estudos de
grande envergadura em relação ao envelhecimento populacional afirmam que a
população de 80 anos e mais é a que vai quadruplicar de hoje até o ano de 2.050. O
diálogo, portanto, intra e intergeracional deve ensaiar seus passos desde agora. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O
aumento expressivo de idosos acima dos 80 anos nas políticas públicas ainda não está,
nem de longe, sendo contemplado pelas autoridades competentes. As medidas a serem
tomadas serão muito duras. Ninguém de nós vai ficar de fora. Como não deve
permanecer fora da discussão sobre o envelhecimento populacional mundial e as
estratégias para enfrentá-lo.
Qualidade e quantidade de tempo e de presença na vida do outro. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Até o momento, nas áreas da pedagogia, do ensino e da psicologia estivemos
discutindo a suposta importância da quantidade versus a qualidade do tempo dedicado
ao filho para justificar, ou não justificar, uma ausência paterna e, mais recentemente,
materna. Mas, o que é qualidade de tempo numa relação autêntica? É oportuno reiterar
que não se alcança um tempo de qualidade sem um tempo alocado, primeiramente, à
quantidade. Qualquer coisa, em qualquer trabalho que se realize é sabido que a pessoa
precisa se comprometer e se dedicar à exaustão, para tornar-se experiente e exímio
naquilo que faz. Cunhou-se, inclusive, o termo ‘tempo de qualidade’. Uma falácia,
porque aquilo que pode ser de qualidade para um pai pode não o ser para um filho. As
perspectivas são absolutamente diferentes e não equivalentes.
Os pais já foram crianças, mas as crianças não têm a menor noção do que é ser adulto.
Da mesma forma, mais tarde, os filhos adultos não têm a menor noção do que é ser
velho ou idoso, conforme se queira denominar. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Muitos de nós não têm liberdade de
escolher os melhores horários para si próprios, quando precisam fazer suas coisas.
Os tempos biológicos, sociais e existenciais não batem ponto a ponto com os tempos
cronológicos. Este já é um drama vivido no cotidiano. A preguiça bate à hora. As responsabilidades obrigam a todos fazerem suas escolhas. Serão, porém, todas elas
‘obrigatórias’? E ‘têm que’ ser desempenhadas exatamente naquela hora? Ah, fica mais
um pouco. Vamos conversar mais. Você vem tão pouco aqui. São estas as falas às
despedidas. As crianças choramingam ‘não sai, fica comigo, conta outra história, pega
um copo d’água’, como que ‘obrigando-os’ a lhes conceder mais de sua presença antes
de dormir. Sentem-se seguras ao lado de seus pais. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Os idosos também pranteiam a
solidão de suas vidas e, publicamente, oferecem almoços, lanches e jantares em troca
de uma supérflua visitinha, uma quase ‘inspeção’ do estado de coisas em que eles
vivem. Ou sobrevivem. Por que romper com laços familiares, deixar para lá e não fazer
questão, atenta contra a saúde física e mental
Honrar pai e mãe – ter o privilégio de fazer o que merece ser bem feito.
Seria possível dividir melhor o tempo dedicado ao trabalho, ao lazer, aos afazeres
domésticos, ao casamento e à convivência entre pais e filhos, irmãos e irmãs? </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Assim
como os pais não compreendem perfeitamente as necessidades de seus filhos, os filhos
não captam, nem de longe as necessidades de seus pais idosos. A atenção é quase
toda orientada para a saúde física. Aqui, porém, focalizamos a necessidade básica,
primordial de conviver intimamente com aqueles que são queridos e, que podem cuidar
dos mais idosos. E que deveriam fazê-lo mais amiúde. Não porque seja um dever
imposto pela Lei, mas por consciência e abnegação, em honra aos pais. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Assim como
agradecemos pela bênção de ter e de educar um filho, deveríamos ser aptos a
reconhecer a honra de cuidar dos pais de mais idade. Mas não somente quando a ‘mais
idade’ chegar e se instalar definitivamente, mas ao longo de toda uma vida, porque
sempre os pais têm mais idade que seus filhos. O que tem sido um pesado fardo, pode
ser visto como um privilégio. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Idosos não têm que ser entretidos com visitas e passeios. Levar mamãe ao cinema é
diferente de sair junto para assistir o mesmo filme. Vencer a impaciência e a arrogância
de criticar os pais requer, minimamente, uma boa dose de reflexão e autocrítica.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Num
tempo em que às mesas dos restaurantes e nas casas de família todos se entretêm
mais com as novas tecnologias, que com as conversas olho no olho, é preciso repensar
a sociedade e os valores que estamos compartilhando. Nos perguntarmos, com
seriedade e coragem, onde estamos todos errando. No que estamos nos excedendo e
do que estamos padecendo.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">As novas tecnologias podem nos conectar e ao mesmo tempo nos afastar uns dos
outros. Estar conectado não significa estar em comunicação. Participar – de uma rede –
não significa pertencer a um grupo, a uma família. Dar opinião não é conversar. E
conversar não implica em ser verdadeiro e íntimo. As tecnologias nos conectam e nos
tornam menos comunicativos e, de certa forma, inacessíveis. O mundo virtualizado não
atende aos apelos de afeto e atenção.
Pais, filhos e irmãos são sócios: não podem se separar, nem se negar a compartilhar da
vida em comum, a não ser pagando com a saúde e a descrença. A família precisa ser
solidária e cooperativa, senão todos os seus membros padecem. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Pais, filhos e irmãos
são seres sensíveis e, não clientes para serem atendidos, agradados e fidelizados. A
casa da família não é um parque de diversões. As casas de longa permanência não são
creches de idosos, nem shoppings onde comprar afetos e cobrar obrigações. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Filhos não fazem as vezes de pai e mãe. Pai e mãe têm por pressuposto básico educar seus filhos.
Filhos de idosos têm por pressuposto cuidar deles, sem querer educá-los. Uma geração
zela pela integridade física, moral e, emocional da outra, desde que esta esteja em
condição de maior vulnerabilidade. E cuida da própria geração quando as fragilidades e
fragilizações ocorrem.
Cada qual pode e deve assumir suas escolhas e se aproximar ou se afastar. Mas não é
correto nem justo se enganar. Não há como delegar a estranhos sentir afeto pelos
nossos filhos, pelos nossos pais, pelos nossos irmãos. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Delegam-se tarefas, não deveres
morais, escolhas que se fazem pela nossa honra e pela honra da família. O falecimento
ou adoecimento grave de alguém, deixa uma lacuna que jamais será preenchida Não há
lugares vagos a ocupar, há perdas e ausências a prantear e datas para voltar a lembrar
e celebrar. Os mortos permanecem vivos na memória de seus familiares. Pais e filhos
que não respeitam as leis morais e espirituais ensinam aos seus descendentes a não
respeitar sequer a si próprios.
Ser pai e mãe decorre de uma escolha nada fácil, porque a partir dela o homem e a
mulher buscam fazer a coisa certa. Muitas vezes, porém, sabendo com muito mais
clareza o que é errado fazer, do que é o certo a ser feito. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Abdicamos muito da nossa
identidade pessoal, para validar os valores mais profundos da nossa sensibilidade moral
e afetiva. Ninguém é ético sem aprender as artes da abnegação e da suspensão dos
julgamentos.
Ser filho, tanto quanto ser pai, é assumir responsabilidades sobre a vida de outras
pessoas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Uma vida cheia de exigências, em que as respostas não surgem sem maiores
sacrifícios. Mas só há um modo perfeito de viver em família: é convivendo. É estando
presente, é compartilhando as graças e as desgraças. Errar, desculpar, perdoar e, se
perdoar. Aprender a considerar uns aos outros e fazer toda uma série de movimentos do
corpo e do espírito. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Trata-se de um vasto campo de aprendizagem, para todos que
vivem em família e contribuem para compor uma pequena história em comum, que
adquire um grande significado para cada um. Reparar erros, mudar condutas, ser gentil
e atencioso, desafiar as exigências do próprio ego, cair de cansaço e, encontrar bons
motivos e alentos que dificultam e facilitam a luta pela vida com significado. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Sem
significado, a vida não passa de um grande movimento pela sobrevivência. E, mesmo
assim, o espírito da espécie agradece. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Se fosse fácil não precisaria ser um Pronunciamento. Bastaria ser uma lei.
Não há soluções fáceis para todos os conflitos familiares. Nem sabemos como realizar
mudanças imprevistas e indesejadas sem sofrer, sem reclamar, sem querer desistir.
Algumas soluções, porém, não devem ser descartadas. Especialmente as soluções
ditadas pelo amor incondicional. E, não havendo amor, buscar as soluções possíveis em
nome da honra a que pais e filhos se obrigam e por onde todos desenvolvem seus mais
elevados valores de caráter. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Se fosse fácil honrar pai, não haveria de ser um
Pronunciamento. Bastaria promulgar uma lei dos homens. Mas, não. É uma lei imposta
pelo Criador, uma autoridade maior do que qualquer um de nós, mais gigante que todos
nós que habitamos e, convivemos em várias dimensões, neste nosso multiverso. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Estar presente. Mostrar-se presente. Significar a presença.
Honrar pai e mãe significa: honrar os papéis e os consequentes deveres que
assumimos ao trazer uma vida a este mundo. Tornarmo-nos uma pessoa honrada, em
nome dos nossos filhos. E, também, significa honrar nossos pais, por eles terem nos
trazido até aqui. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Honrar não significa gostar, nem concordar, nem esquecer as muitas
dores que eles possam ter-nos causado. Mas é fazer a parte de que nos cabe, gostando
ou não. E fazê-la com nobreza e espírito elevado, porque – assim como cada filho é um
filho - pai e mãe só temos um em nossas vidas. Podemos ser outros pais: de afeto, por
afinidade. Fazem a vez de pai: os mentores, os apoiadores, os que cuidam de nós e nos
colocam no bom caminho. Fazem a vez de mãe: as nutrizes, as que alimentam e, que
nos conduzem ao longo do bom caminho.
Existem pais adotivos. Existem pais por afinidade. Existem pais por afinidade e
identificação. Existem pais amorosos e, também os terríveis, que são pessoas ‘que não
valem um tostão’, como diriam os antigos. Alguns pais e mães são tão adoráveis e
desagradáveis, quanto temíveis. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Pais, filhos e irmãos formam uma unidade que pode
ser rompida e se mostrar disfuncional, mas que não pode ser dissolvida. Pais não são o
problema. Filhos não são o problema. E irmãos não são o problema. Não há problema.
Há algo maior a ser desenvolvido e cultivado: o cuidado com a família sempre.
Existe a experiência de doar e de se doar para quem, talvez e, muito provavelmente,
não nos dará de volta o que recebe ou recebeu de cada um de nós. Mas o retorno
sempre advirá em relação às atitudes e condutas que tomamos. Não se faz isso porque
o outro nos fez aquilo. Não, essa não é a resposta de uma alma livre. Honra-se pai e
mãe só porque eles existem. E devemos honrá-los até depois deles já não estarem
mais vivos e presentes. A eles e a seus pais e pais dos seus pais, nossos ancestrais. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Uma comunidade é tanto mais estável e confiável, quanto mais presta honrarias aos
antepassados, celebrando datas de acontecimentos, espacialmente as datas de
chegada e de partida.
Honramos com as nossas atitudes e com a nossa palavra: por meio das admoestações
quando nossos filhos fazem coisas erradas. E, também, quando lhes damos nossas
bendições. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A honra não é vivida em segredo. Ela exige uma manifestação pública e uma
concretude que seja percebida pela própria pessoa e por todos os demais. Estar
presente em um momento de júbilo, bem como estar presente numa hora de amargor.
Estar presente e existir, de fato, na vida uns dos outros: pais, filhos e irmãos. Mesmo na
ocorrência de brigas inevitáveis, saber que podemos contar com a nossa família. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A vida é de mão única e flui num único sentido: primeiro os avós, depois os filhos e
depois os netos. A inversão dessa ordem é impraticável, por isso sentimos tanto pesar
quando ela se inverte. Os privilégios devem, portanto, ser conferidos aos que aqui
primeiro chegaram. Honrar pai e mãe é outra concessão de privilégio que agora cabe
aos filhos e netos praticar, primeiro passo para a aprendizagem da devoção, a
expressão de um amor incondicional. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Na infância não precisamos provar nosso amor
aos nossos pais. A nossa simples existência já lhes basta. Conforme nossos pais e avós
envelhecem, o amor que é natural se converte, futuramente, em uma sábia escolha
existencial: fazemos, então, a tradução deste amor em palavras e gestos de gratidão e
honra, para com eles, fontes primordiais, por onde fluem todas as vidas. </span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<span style="font-family: inherit;"><b>Ana Fraiman, abril de 2016. Fonte: </b></span><b>https://www.revistapazes.com/5440-2/</b><br />
<b>.</b><div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4385551372881822325.post-1827317848608951312018-05-21T19:09:00.002-03:002018-05-21T19:09:41.834-03:00A Geração “Floco De Neve”: Pessoas Sensíveis Que Se Ofendem Por Tudo.<br />
<br />
<br />
<div class="td-post-featured-image" style="box-sizing: border-box; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px; position: relative;">
<img alt="" class="entry-thumb" height="365" sizes="(max-width: 696px) 100vw, 696px" src="https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-696x365.jpg" srcset="https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-696x365.jpg 696w, https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661.jpg 1200w, https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-300x158.jpg 300w, https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-556x292.jpg 556w, https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-1068x561.jpg 1068w, https://www.portalraizes.com/content/uploads/2018/04/beautiful-beauty-black-and-white-157661-800x420.jpg 800w" style="border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; margin-bottom: 26px; max-width: 100%; width: auto;" title="beautiful-beauty-black-and-white-157661" width="696" /></div>
<div class="td-post-header" style="box-sizing: border-box; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 14px;">
<header class="td-post-title" style="box-sizing: border-box;"><h1 class="entry-title" style="box-sizing: border-box; color: #a9092b; font-family: "Droid Serif"; font-size: 45px; line-height: 50px; margin: 0px 0px 7px; text-align: center; text-transform: capitalize; word-wrap: break-word;">
<br /></h1>
</header></div>
<div class="td-post-content" style="box-sizing: border-box; color: #222222; line-height: 26px; margin-top: 21px; padding-bottom: 16px; text-align: justify;">
<div class="td-a-rec td-a-rec-id-content_inlineleft " style="box-sizing: border-box; float: left; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; margin-right: 15px;">
</div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Quando imaginamos um floco de neve, nós o associamos à beleza e singularidade, mas também à sua enorme vulnerabilidade e fragilidade. Estas são precisamente duas das características que definem as pessoas que atingiram a idade adulta na década de 2010. Afirma-se que a geração “floco de neve” seja formada por pessoas extremamente sensíveis aos pontos de vista que desafiam sua visão do mundo e que respondem com uma suscetibilidade excessiva às menores queixas, com pouca resiliência.</span></div>
<div class="code-block code-block-4" style="box-sizing: border-box; margin: 0px 0px 30px;">
<div class="player_dynad_tv" style="box-sizing: border-box;">
</div>
</div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">A voz de alarme, por assim dizer, foi dada por alguns professores de universidades como Yale, Oxford e Cambridge, que notaram que a nova geração de alunos que frequentavam suas aulas era particularmente suscetível, não tolerante à frustração e particularmente inclinados fazerem uma tempestade em um copo de água.</span></div>
<h2 style="box-sizing: border-box; color: #a9092b; font-weight: 400; line-height: 38px; margin: 30px 0px 20px;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">Cada geração reflete a sociedade que eles viveram</span></span></h2>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Dizem que as crianças saem mais ao padrão da sua geração que aos pais. Não há dúvida de que, para entender a personalidade e o comportamento de alguém, é impossível abstrair do relacionamento que estabeleceu com seus pais durante a infância e a adolescência, mas também é verdade que os padrões e expectativas sociais também desempenham um papel importante no estilo educacional e moldam algumas características de personalidade. Em resumo, podemos dizer que a sociedade é a terra onde a semente é plantada e crescida e os pais são os jardineiros que são responsáveis por fazer crescer.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Isso não significa que todas as pessoas de uma geração respondam ao mesmo padrão, felizmente há sempre diferenças individuais. No entanto, não se pode negar que as diferentes gerações têm metas, sonhos e formas de comportamento característico que são o resultado das circunstâncias que tiveram que viver e, em alguns casos, tornam-se inimagináveis em outras gerações.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Claro, o mais importante é não colocar rótulos, mas analisemos para entender o que está na base desse fenômeno, para não repetir os erros e para que possamos dar a devida importância a habidades de vida tão importantes quanto a Inteligência Emocional e a resiliência.</span></div>
<h2 style="box-sizing: border-box; color: #a9092b; font-weight: 400; line-height: 38px; margin: 30px 0px 20px;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">3 erros educacionais colossais que criaram a geração “floco de neve”</span></span></h2>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">1. Superproteção.</span> A extrema vulnerabilidade e escassa resiliência desta geração têm suas origens na educação. Estes são, geralmente, crianças que foram criadas por pais super protetores, dispostos a pavimentar o caminho e resolver o menor problema. Como resultado, essas crianças não teve a oportunidade de enfrentar as dificuldades e conflitos do mundo real e desenvolver tolerância à frustração, ou resiliência. Não devemos esquecer que uma dose de proteção é necessária para que as crianças cresçam em um ambiente seguro, mas quando impede que explorem o mundo e limite seu potencial, essa proteção se torna prejudicial.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">2. Sentido exagerado de “eu”.</span> Outra característica que define a educação recebida pelas pessoas da geração “floco de neve” é que seus pais os fizeram sentir muito especiais e únicos. Claro, somos todos únicos, e não é ruim estar ciente disso, mas também devemos lembrar que essa singularidade não nos dá direitos especiais sobre os outros, já que somos todos tão únicos quanto os outros. O sentido exagerado de “eu” pode dar origem ao egocentrismo e à crença de que não é necessário tentar muito, uma vez que, afinal, somos especiais e garantimos o sucesso. Quando percebemos que este não é o caso e que temos que trabalhar muito para conseguir o que queremos, perdemos os pontos de referência que nos guiaram até esse momento. Então começamos a ver o mundo hostil e ameaçador, assumindo uma atitude de vitimização.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">3. Insegurança e catástrofe.</span> Uma das características mais distintivas da geração do floco de neve é que eles exigem a criação de “espaços seguros”. No entanto, é curioso que essas pessoas tenham crescido em um ambiente social particularmente estável e seguro, em comparação com seus pais e avós, mas em vez de se sentir confiante e confiante, temem. Esse medo é causado pela falta de habilidades para enfrentar o mundo, pela educação excessivamente superprotetiva que receberam e que os ensinou a ver possíveis abusos em qualquer ação e a superestimar eventos negativos transformando-os em catástrofes. Isso os leva a desejarem se bloquear em uma bolha de vidro, para criar uma zona de conforto limitado onde eles se sintam seguros.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Para entender melhor como a educação recebida afeta uma criança, é importante ter em mente que as crianças procuram pontos de referência em adultos para processar muitas das experiências que experimentam. Isso significa que uma cultura paranóica, que vê abusos e traumas por trás de qualquer ato e responde com sobreproteção, gerará efetivamente crianças traumatizadas. A forma como os adultos enfrentam uma situação particularmente delicada para a criança, como um caso de abuso escolar, pode fazer a diferença, levando a uma criança que consegue superar e se torna resiliente ou uma criança que fica com medo e torna-se uma criança vítima</span></div>
<h2 style="box-sizing: border-box; color: #a9092b; font-weight: 400; line-height: 38px; margin: 30px 0px 20px;">
<span style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">Qual é o resultado?</span></span></h2>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">O resultado de um estilo de parentesco superprotetivo, que vê o perigo em todos os lugares e promove um sentido exagerado de “eu”, são pessoas que não possuem as habilidades necessárias para enfrentar o mundo real.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Essas pessoas não desenvolveram tolerância suficiente à frustração, então o menor obstáculo os desencoraja. Nem desenvolveu uma Inteligência emocional adequada, então eles não sabem como lidar com as emoções negativas que certas situações suscitam.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Como resultado, eles se tornam mais rígidos, se sentem ofendidos por diferentes opiniões e preferem criar “espaços seguros”, onde tudo coincide com suas expectativas. Essas pessoas são hipersensíveis à crítica e, em geral, a todas as coisas que não se encaixam na visão do mundo.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">Também são mais propensos a adotar o papel das vítimas, considerando que estão todos contra ou equivocados. Desta forma, eles desenvolvem um local de controle externo, colocando a responsabilidade sobre os outros, em vez de se encarregar de suas vidas e mudar o que podem mudar.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;">O resultado também é que essas pessoas são muito mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, do estresse pós-traumático à ansiedade e à depressão. Na verdade, não é estranho que o número de transtornos de humor aumente ano após ano.</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Fonte:<br style="box-sizing: border-box;" />Mistler, BJ et. Al. (2012) The Association for University and College Counseling Center Directors Annual Survey Reporting. Pesquisa do AUCCCD ; 1-188</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; word-wrap: break-word;">
<span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Este artigo foi publicado originariamente no site <a href="https://www.rinconpsicologia.com/2017/10/generacion-copo-de-nieve.html" rel="noopener" style="box-sizing: border-box; color: #a9092b; text-decoration-line: none;" target="_blank">Rincón de la Psicología</a></span></div>
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<div class="blogger-post-footer"><script type="text/javascript" src="http://www.feederss.com.br/widget_posts.aspx?idconta=189"></script></div>Berenice Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/04350958744570457251noreply@blogger.com0