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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Pouco mais de dois anos após atacar a “privataria tucana”, Dilma revela paixão pelas privatizações
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(Fonte: http://ucho.info/pouco-mais-de-dois-anos-apos-atacar-a-%E2%80%9Cprivataria-tucana%E2%80%9D-dilma-se-mostra-apaixonada-pelas-privatizacoes#sthash.Mzbvxba9.3mDDpKp3.dpuf)
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Quem te viu – Dizem os mais experientes que o tempo é o senhor da razão. Assim como nada no universo é mais direitista do que um representante da esquerda no poder. E ambos os pensamentos se encaixa com muita precisão o Partido dos Trabalhadores, que precisou de apenas uma década para elevar o próprio discurso ao Olimpo da incoerência.
Até recentemente, os petistas mais ensandecidos insistiam em distribuir pela rede mundial de computadores informações sobre o que o PT resolveu batizar de “privataria tucana”, como se privatização fosse o mais pecaminoso de todos os vernáculos do dicionário. Para espalhar essa obra mitômana entre os brasileiros crédulos, os petistas contaram com a parcela genuflexa, e bem remunerada, da imprensa nacional.
Como nem tudo é eterno, Dilma Rousseff, a “gerentona” inoperante, declarou mais uma vez, nesta quarta-feira (27), sua descontrolada paixão pelas privatizações, o que leva a crer que foram os Aladins do PT que inventaram esse negócio de entregar à iniciativa privada aquilo que o Estado não deve cuidar.
Dilma defendeu com surpreendente afinco a abertura dos portos para investimentos privados, lembrando que a Medida Provisória 595, que definirá as novas regras do setor, não interferirá nos direitos dos portuários.
“O Brasil tem que abrir os portos. Nós temos um imenso e desnecessário custo em portos. Abrir os portos não significa tirar um milímetro de direito do trabalhador portuário. Pelo contrário, nós mantivemos intacta a forma pela qual esses direitos foram garantidos. Mas implica, necessariamente, em abrir à concorrência, porque um dos nossos custos, chamado Custo Brasil, lá fora, é portos”, disse a presidente durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, no Palácio do Planalto.
Dilma Rousseff pode falar o que bem quiser a respeito de privatização de portos ou qualquer outro setor, mas não será com uma legislação trabalhista atrasa e obsoleta, que data de 1943, que o investidor colocará a mão no bolso para enfrentar sindicatos que acreditam ter o País nas mãos. Enquanto o governo do PT insistir em fazer do Brasil um sindicato, nenhum investidor minimamente esclarecido tirará um centavo da carteira.
Porém, essa repentina declaração de amor de Dilma Rousseff às privatizações mostra que incompetência e corrupção lideram o cardápio petista.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Se eu morrer antes de você...
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Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo, já é um pedaço dele..."
(Chico Xavier)
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo, já é um pedaço dele..."
(Chico Xavier)
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Enxame de abelhas
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O apartheid do bem é a nova invenção do governo. E nós pagamos essa farra fascista.
"Vou me pintar de afrodescendente", gritou irritado um amigo meu carcamano, um apelido carinhoso que espero nunca ser considerado assédio cultural.
Às vezes, à noite, sou atormentado pelo que dizia Paulo Francis: os "frouxos venceram", não vamos poder pensar, dizer, criar, intuir mais nada que não esteja na cartilha dos autoritários. Sob o signo dos ofendidos, cala-se a alma, o humor e a inteligência. Antes era em nome do racismo nazista, do novo homem comunista, das heresias, agora é em nome dos "ofendidos".
Este meu amigo, normalmente, é uma pessoa doce, mas às vezes perde as estribeiras. Outro dia, acabou indo com a esposa e as duas filhas, num domingão quente pra burro, ver a Bienal no Ibirapuera. Parou o carro longe (claro, trânsito infernal, sem lugar para parar o carro, e chamam isso de lazer...) e teve que fazer as três meninas andarem até o pavilhão sob o Sol, obviamente o culpando por tudo. A mulher sempre culpa o marido por tudo de forma tranquila e sem pudores. Estas queixas vêm seguidas de beijos, sorrisos e sexo, quando passa a irritação, que numa mulher passa na mesma velocidade da luz em que ela cai no tédio.
Aprendeu uma dura lição: Ibirapuera domingo é para iniciantes (a menos que chova, aí é legal...), pior quando tem Bienal porque aí se junta o povo que quer ter saúde com o povo que quer fingir que gosta de arte. O mundo está dividido em dois grupos: os que gostam de arte e os que gostariam de gostar de arte.
O mesmo vale para jazz, blues e música erudita.
Outro dia ele foi fazer aquele negócio chamado "controlar", mais uma taxa para pagarmos. Esta é "verde". O burocrata técnico recusou seu carro por um detalhe qualquer. Daí, ele teve que começar tudo de novo. A vida, passo a passo, se torna uma teia infernal de controles.
O melhor é não ter carro, não dar emprego a ninguém, não casar, não ter filhos, enfim, negar investimento a um mundo controlado pelos "babacas do bem".
Mas não é disso que quero falar, mas sim da irritação do meu amigo carcamano com o novo edital racista do Ministério da Cultura. Todo mundo ouviu falar do edital para afrodescendentes (não ouso usar qualquer outra expressão por medo de ter minha vida destruída pelos "amantes da liberdade").
Enquanto esses tecnocratas ideológicos não conseguirem criar de fato racismo à la Ku Klux Klan no Brasil, não sossegarão.
A indústria do assédio jurídico cresce e os amantes da liberdade que tanto criticam a maldita ditadura e pedem uma Comissão da Verdade só para um dos lados, gozam com as novas formas de autoritarismo que empesteiam nossas vidas.
O apartheid do bem é a nova invenção do governo. Tanta gente morreu na Segunda Guerra Mundial, tanta gente morreu na mãos dos comunistas, e o fascismo venceu assim como um enxame de abelhas vence: começa devagar, você achando que está lutando apenas contra uma, mas, zumbindo, elas invadem sua casa e sua vida.
No mesmo processo, querem proibir Monteiro Lobato. Adianto que não gosto da obra de Monteiro Lobato, nem ela me marcou na infância. Preferia as aventuras de Abraão, Moisés e Deus. Mas meu gosto pouco importa.
Por que não fazem esses fascistas assistirem à famosa cena em que nazistas queimavam livros na Alemanha de Hitler? O que esses tarados não entendem é que os nazistas também achavam que tinham um bom motivo e que aqueles livros degeneravam as novas gerações. Alguma semelhança?
E ainda, para piorar, quem paga essa farra fascista somos nós. O governo e sua máquina imoral de arrecadação de impostos, este sócio parasita de cada pessoa que trabalha no país, alimenta tecnocratas aos montes deixando que inventem medidas discriminatórias dizendo que são do bem.
O argumento de que somos todos culpados pela escravidão é falso. Não conheço, no meu círculo de pessoas, ninguém que tenha tido escravos ou ganhado dinheiro com a escravidão ou coisa parecida.
Melhor seria este governo fascista criar uma educação decente de uma vez por todas para acabar com a pobreza cultural do país em vez de ressuscitar medidas racistas.
O apartheid do bem é a nova invenção do governo. E nós pagamos essa farra fascista.
"Vou me pintar de afrodescendente", gritou irritado um amigo meu carcamano, um apelido carinhoso que espero nunca ser considerado assédio cultural.
Às vezes, à noite, sou atormentado pelo que dizia Paulo Francis: os "frouxos venceram", não vamos poder pensar, dizer, criar, intuir mais nada que não esteja na cartilha dos autoritários. Sob o signo dos ofendidos, cala-se a alma, o humor e a inteligência. Antes era em nome do racismo nazista, do novo homem comunista, das heresias, agora é em nome dos "ofendidos".
Este meu amigo, normalmente, é uma pessoa doce, mas às vezes perde as estribeiras. Outro dia, acabou indo com a esposa e as duas filhas, num domingão quente pra burro, ver a Bienal no Ibirapuera. Parou o carro longe (claro, trânsito infernal, sem lugar para parar o carro, e chamam isso de lazer...) e teve que fazer as três meninas andarem até o pavilhão sob o Sol, obviamente o culpando por tudo. A mulher sempre culpa o marido por tudo de forma tranquila e sem pudores. Estas queixas vêm seguidas de beijos, sorrisos e sexo, quando passa a irritação, que numa mulher passa na mesma velocidade da luz em que ela cai no tédio.
Aprendeu uma dura lição: Ibirapuera domingo é para iniciantes (a menos que chova, aí é legal...), pior quando tem Bienal porque aí se junta o povo que quer ter saúde com o povo que quer fingir que gosta de arte. O mundo está dividido em dois grupos: os que gostam de arte e os que gostariam de gostar de arte.
O mesmo vale para jazz, blues e música erudita.
Outro dia ele foi fazer aquele negócio chamado "controlar", mais uma taxa para pagarmos. Esta é "verde". O burocrata técnico recusou seu carro por um detalhe qualquer. Daí, ele teve que começar tudo de novo. A vida, passo a passo, se torna uma teia infernal de controles.
O melhor é não ter carro, não dar emprego a ninguém, não casar, não ter filhos, enfim, negar investimento a um mundo controlado pelos "babacas do bem".
Mas não é disso que quero falar, mas sim da irritação do meu amigo carcamano com o novo edital racista do Ministério da Cultura. Todo mundo ouviu falar do edital para afrodescendentes (não ouso usar qualquer outra expressão por medo de ter minha vida destruída pelos "amantes da liberdade").
Enquanto esses tecnocratas ideológicos não conseguirem criar de fato racismo à la Ku Klux Klan no Brasil, não sossegarão.
A indústria do assédio jurídico cresce e os amantes da liberdade que tanto criticam a maldita ditadura e pedem uma Comissão da Verdade só para um dos lados, gozam com as novas formas de autoritarismo que empesteiam nossas vidas.
O apartheid do bem é a nova invenção do governo. Tanta gente morreu na Segunda Guerra Mundial, tanta gente morreu na mãos dos comunistas, e o fascismo venceu assim como um enxame de abelhas vence: começa devagar, você achando que está lutando apenas contra uma, mas, zumbindo, elas invadem sua casa e sua vida.
No mesmo processo, querem proibir Monteiro Lobato. Adianto que não gosto da obra de Monteiro Lobato, nem ela me marcou na infância. Preferia as aventuras de Abraão, Moisés e Deus. Mas meu gosto pouco importa.
Por que não fazem esses fascistas assistirem à famosa cena em que nazistas queimavam livros na Alemanha de Hitler? O que esses tarados não entendem é que os nazistas também achavam que tinham um bom motivo e que aqueles livros degeneravam as novas gerações. Alguma semelhança?
E ainda, para piorar, quem paga essa farra fascista somos nós. O governo e sua máquina imoral de arrecadação de impostos, este sócio parasita de cada pessoa que trabalha no país, alimenta tecnocratas aos montes deixando que inventem medidas discriminatórias dizendo que são do bem.
O argumento de que somos todos culpados pela escravidão é falso. Não conheço, no meu círculo de pessoas, ninguém que tenha tido escravos ou ganhado dinheiro com a escravidão ou coisa parecida.
Melhor seria este governo fascista criar uma educação decente de uma vez por todas para acabar com a pobreza cultural do país em vez de ressuscitar medidas racistas.
(Luiz Felipe Pondé - ponde.folha@uol.com.br)
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A blogueira cubana e o blog do juiz
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Sob o título “Os direitos humanos em Cuba”, o artigo a seguir é de autoria do juiz de direito Jorge Adelar Finatto, do Rio Grande do Sul. Foi publicado originalmente em seu blog “O Fazedor de Auroras” .
As ditaduras são feitas de cadáveres e prisões. Não existe a figura do bom ditador.
Sejam de direita ou de esquerda, ditaduras são igualmente infernais.
As pessoas da minha geração, que sofreram na pele a falta de liberdade e de perspectivas durante o período ditatorial brasileiro, sabem o que isso significa.
Depois de muitas e frustradas tentativas, a filóloga, jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez, nascida em 4 de setembro de 1975, conseguiu autorização para viajar para fora do seu país. Chegou ao Brasil há alguns dias, o primeiro país que visita.
Yoani é alguém com coragem para criticar o sistema político e social em seu país. Criou, em 2007, o blog Generación Y. Por conta disso, é perseguida. Não é inimiga de Cuba, pelo contrário. Quer mudanças, quer mais participação do povo e melhores condições de vida. Deseja, enfim, o que qualquer pessoa razoável sonha: uma existência melhor para todos.
O tratamento agressivo que Yoani vem recebendo no Brasil, por parte de alguns defensores do regime ditatorial cubano, é desrespeitoso não apenas com ela como em relação à sociedade brasileira, que não aceita o cerceamento à liberdade de expressão.
A visita da jornalista tem sido marcada por manifestações antidemocráticas e grosseiras contra ela, por parte dessa minoria extremista que nem de longe representa o povo brasileiro, por “ousar” criticar o regime.
Os irmãos Fidel Castro Ruz, ex-presidente, e Raúl Castro Ruz, atual líder político de Cuba, não se mostram dispostos a permitir a democratização e nem a rever a forma de tratar os opositores do regime de partido único (Partido Comunista de Cuba).
A Revolução Cubana, vitoriosa em 1959, liderada por gente como Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, combateu a ditadura do general Fulgencio Batista, que, entre outras violências, tratava com brutalidade os inimigos políticos.
Uma vez no poder, os dirigentes cubanos repetem a intolerância contra os adversários.
Informações divulgadas ao longo das últimas décadas mostram que a revolução trouxe avanços, principalmente em áreas como educação e saúde. É um país pequeno, que tem hoje cerca de 12 milhões de habitantes.
O embargo econômico imposto pelos Estados Unidos só tem colaborado para a falta de avanços sociais e políticos em Cuba. A posição americana é um obstáculo ao fim da ditadura e fortalece o discurso persecutório dos governantes. Yoani, por sinal, é contra o embargo.
Fidel Castro, seu irmão e sequazes cometem o erro essencial de todos os ditadores: acham-se insubstituíveis, e não admitem a transição democrática do poder. Consideram-se melhores e mais preparados do que todos os outros cidadãos e só eles sabem o que é bom para o país.
O governo que se diz revolucionário não reconhece a existência de perseguições por razões de consciência e afirma que o que há são mercenários a serviço dos Estados Unidos, alegação que não convence a mais ninguém.
O que se pergunta é quantas prisões e até mortes serão ainda necessárias para que se estabeleçam o diálogo e o respeito aos que pensam diferente do governo em Cuba.
É uma violência aos direitos humanos um mesmo grupo manter-se no poder por tanto tempo, afastando a população da democracia, negando-lhe direitos políticos e condenando gerações ao silêncio e ao atraso.
Não existe justificativa, do ponto de vista ético, político e humano, para essa eternização, que só é possível mediante a eliminação da liberdade e, às vezes, da própria vida de quem é contrário ao sistema.
O que se espera do governo brasileiro é uma posição firme e clara contra a falta de democracia naquele país e contra a perseguição movida aos que se manifestam por mudanças.
É incompreensível e inaceitável o longo e pesado silêncio das autoridades brasileiras em relação aos direitos humanos e à escuridão política em Cuba.
Sob o título “Os direitos humanos em Cuba”, o artigo a seguir é de autoria do juiz de direito Jorge Adelar Finatto, do Rio Grande do Sul. Foi publicado originalmente em seu blog “O Fazedor de Auroras” .
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As ditaduras são feitas de cadáveres e prisões. Não existe a figura do bom ditador.
Sejam de direita ou de esquerda, ditaduras são igualmente infernais.
As pessoas da minha geração, que sofreram na pele a falta de liberdade e de perspectivas durante o período ditatorial brasileiro, sabem o que isso significa.
Depois de muitas e frustradas tentativas, a filóloga, jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez, nascida em 4 de setembro de 1975, conseguiu autorização para viajar para fora do seu país. Chegou ao Brasil há alguns dias, o primeiro país que visita.
Yoani é alguém com coragem para criticar o sistema político e social em seu país. Criou, em 2007, o blog Generación Y. Por conta disso, é perseguida. Não é inimiga de Cuba, pelo contrário. Quer mudanças, quer mais participação do povo e melhores condições de vida. Deseja, enfim, o que qualquer pessoa razoável sonha: uma existência melhor para todos.
O tratamento agressivo que Yoani vem recebendo no Brasil, por parte de alguns defensores do regime ditatorial cubano, é desrespeitoso não apenas com ela como em relação à sociedade brasileira, que não aceita o cerceamento à liberdade de expressão.
A visita da jornalista tem sido marcada por manifestações antidemocráticas e grosseiras contra ela, por parte dessa minoria extremista que nem de longe representa o povo brasileiro, por “ousar” criticar o regime.
Os irmãos Fidel Castro Ruz, ex-presidente, e Raúl Castro Ruz, atual líder político de Cuba, não se mostram dispostos a permitir a democratização e nem a rever a forma de tratar os opositores do regime de partido único (Partido Comunista de Cuba).
A Revolução Cubana, vitoriosa em 1959, liderada por gente como Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, combateu a ditadura do general Fulgencio Batista, que, entre outras violências, tratava com brutalidade os inimigos políticos.
Uma vez no poder, os dirigentes cubanos repetem a intolerância contra os adversários.
Informações divulgadas ao longo das últimas décadas mostram que a revolução trouxe avanços, principalmente em áreas como educação e saúde. É um país pequeno, que tem hoje cerca de 12 milhões de habitantes.
O embargo econômico imposto pelos Estados Unidos só tem colaborado para a falta de avanços sociais e políticos em Cuba. A posição americana é um obstáculo ao fim da ditadura e fortalece o discurso persecutório dos governantes. Yoani, por sinal, é contra o embargo.
Fidel Castro, seu irmão e sequazes cometem o erro essencial de todos os ditadores: acham-se insubstituíveis, e não admitem a transição democrática do poder. Consideram-se melhores e mais preparados do que todos os outros cidadãos e só eles sabem o que é bom para o país.
O governo que se diz revolucionário não reconhece a existência de perseguições por razões de consciência e afirma que o que há são mercenários a serviço dos Estados Unidos, alegação que não convence a mais ninguém.
O que se pergunta é quantas prisões e até mortes serão ainda necessárias para que se estabeleçam o diálogo e o respeito aos que pensam diferente do governo em Cuba.
É uma violência aos direitos humanos um mesmo grupo manter-se no poder por tanto tempo, afastando a população da democracia, negando-lhe direitos políticos e condenando gerações ao silêncio e ao atraso.
Não existe justificativa, do ponto de vista ético, político e humano, para essa eternização, que só é possível mediante a eliminação da liberdade e, às vezes, da própria vida de quem é contrário ao sistema.
O que se espera do governo brasileiro é uma posição firme e clara contra a falta de democracia naquele país e contra a perseguição movida aos que se manifestam por mudanças.
É incompreensível e inaceitável o longo e pesado silêncio das autoridades brasileiras em relação aos direitos humanos e à escuridão política em Cuba.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
O triste fim de Policarpo Quaresma - Resumo
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Major Policarpo Quaresma era como era conhecido. Vivia no Rio de Janeiro e sua irmã morava junto com ele. Tratava-se de um homem extremamente patriota, fiel e adorador de do Brasil. Na vizinhança achavam graça dele, de como pontualmente chegava em casa sempre à mesma hora e como ficava horas em meio a livros estudando sem ser formado em faculdade alguma.
A última história que comentavam era a visita que ele recebia de Ricardo Coração dos Outros. Tratava-se de um músico, apaixonado pelo violão e que vinha ensinar a Quaresma a arte de tocar tal instrumento.
Tinha dentre as relações de sua casa o General, seu vizinho. Este tinha uma filha noiva que esperava ansiosamente pelo seu casamento, bastando apenas que o noivo concluísse sua faculdade de Odontologia. Tinha ainda um rico italiano e sua filha, de quem era padrinho.
Quaresma, nacionalista como era, estudando os nativos do país, acreditou que o mais certo fosse que todos na pátria falassem tupi. Assim aprendeu a língua e levou às autoridades o seu ideal! Como era de se esperar, tornou-se motivo de riso e escárnio. Mas o máximo de tudo foi quando irritado, sem sequer notar, escreveu um dos documentos públicos todo na língua dos nativos.
Depois disso restou a Quaresma ser levado ao hospício! Lá ficou por um bom período, e recebia visitas de sua afilhada e seu pai e de Coração dos Outros; sua irmã não ia muito bem para lhe fazer visitas.
Ao final de sua “estadia” no hospício, tomou um conselho que lhe foi dado. Comprou um pedaço de terra e foi viver de agricultura no interior. Seu forte sentimento nacionalista o enchia de esperanças, como a terra fértil do Brasil lhe seria bastante para viver e como uma reforma na agricultura do país poderia ocorrer...
Os projetos eram muitos, mas Quaresma teve que ver a verdade. Lucros pequenos, as demais terras todas mal tratadas e as malditas formigas.
Neste tempo, sua afilhada se casara com um egocêntrico médico e a filha do coronel, seu vizinho, sofria com o noivo, que fora para o interior e nunca mais mandara notícias.
Foi então que uma rebelião nasceu. Quaresma prontamente se ofereceu a serviço da pátria e foi feito de fato major. Coração dos Outros também teve que lutar a serviço do país, no entanto fora quase que obrigado.
Por um longo tempo Quaresma ficou sem ver sua irmã, esta ficara nas terras dele no interior que, sem sua supervisão e amor, já se tornava como as demais terras abandonadas – o ajudante que tinha não sabia levar o trabalho de forma que rendesse.
Ao decorrer da rebelião, a filha do coronel, sempre presa na idéia do casamento e de ter sido abandonada, abalou-se profundamente e o desespero levou-a à loucura e posteriormente à morte. Nesse tempo Quaresma pôde ver como se iludira com o Brasil e acima de tudo com os seus governantes.
Seu último ato, já findada a rebelião, foi escrever uma carta às autoridades do país, onde declarou tudo o que pensava a respeito do Brasil, suas vantagens, suas chances de glória e seu governo que o afundava. A conseqüência foi ser levado preso, sem chances de defesa. Ricardo Coração dos Outros procurou ajuda, mas todos só afirmavam que o louco do Quaresma não tinha chances, e ainda a afilhada tentou salvá-lo. Por fim, concluíram que era mais digno ao Major Policarpo Quaresma aquele fim.
(Marla Rodrigues - http://vestibular.brasilescola.com/resumos-de-livros/o-triste-fim-policarpo-quaresma.htm)
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Major Policarpo Quaresma era como era conhecido. Vivia no Rio de Janeiro e sua irmã morava junto com ele. Tratava-se de um homem extremamente patriota, fiel e adorador de do Brasil. Na vizinhança achavam graça dele, de como pontualmente chegava em casa sempre à mesma hora e como ficava horas em meio a livros estudando sem ser formado em faculdade alguma.
A última história que comentavam era a visita que ele recebia de Ricardo Coração dos Outros. Tratava-se de um músico, apaixonado pelo violão e que vinha ensinar a Quaresma a arte de tocar tal instrumento.
Tinha dentre as relações de sua casa o General, seu vizinho. Este tinha uma filha noiva que esperava ansiosamente pelo seu casamento, bastando apenas que o noivo concluísse sua faculdade de Odontologia. Tinha ainda um rico italiano e sua filha, de quem era padrinho.
Quaresma, nacionalista como era, estudando os nativos do país, acreditou que o mais certo fosse que todos na pátria falassem tupi. Assim aprendeu a língua e levou às autoridades o seu ideal! Como era de se esperar, tornou-se motivo de riso e escárnio. Mas o máximo de tudo foi quando irritado, sem sequer notar, escreveu um dos documentos públicos todo na língua dos nativos.
Depois disso restou a Quaresma ser levado ao hospício! Lá ficou por um bom período, e recebia visitas de sua afilhada e seu pai e de Coração dos Outros; sua irmã não ia muito bem para lhe fazer visitas.
Ao final de sua “estadia” no hospício, tomou um conselho que lhe foi dado. Comprou um pedaço de terra e foi viver de agricultura no interior. Seu forte sentimento nacionalista o enchia de esperanças, como a terra fértil do Brasil lhe seria bastante para viver e como uma reforma na agricultura do país poderia ocorrer...
Os projetos eram muitos, mas Quaresma teve que ver a verdade. Lucros pequenos, as demais terras todas mal tratadas e as malditas formigas.
Neste tempo, sua afilhada se casara com um egocêntrico médico e a filha do coronel, seu vizinho, sofria com o noivo, que fora para o interior e nunca mais mandara notícias.
Foi então que uma rebelião nasceu. Quaresma prontamente se ofereceu a serviço da pátria e foi feito de fato major. Coração dos Outros também teve que lutar a serviço do país, no entanto fora quase que obrigado.
Por um longo tempo Quaresma ficou sem ver sua irmã, esta ficara nas terras dele no interior que, sem sua supervisão e amor, já se tornava como as demais terras abandonadas – o ajudante que tinha não sabia levar o trabalho de forma que rendesse.
Ao decorrer da rebelião, a filha do coronel, sempre presa na idéia do casamento e de ter sido abandonada, abalou-se profundamente e o desespero levou-a à loucura e posteriormente à morte. Nesse tempo Quaresma pôde ver como se iludira com o Brasil e acima de tudo com os seus governantes.
Seu último ato, já findada a rebelião, foi escrever uma carta às autoridades do país, onde declarou tudo o que pensava a respeito do Brasil, suas vantagens, suas chances de glória e seu governo que o afundava. A conseqüência foi ser levado preso, sem chances de defesa. Ricardo Coração dos Outros procurou ajuda, mas todos só afirmavam que o louco do Quaresma não tinha chances, e ainda a afilhada tentou salvá-lo. Por fim, concluíram que era mais digno ao Major Policarpo Quaresma aquele fim.
(Marla Rodrigues - http://vestibular.brasilescola.com/resumos-de-livros/o-triste-fim-policarpo-quaresma.htm)
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
No Caminho, com Maiakóvski
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Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
(Eduardo Alves da Costa)
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sábado, 16 de fevereiro de 2013
A Saúde pede Socorro - Carta de Votuporanga
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As Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do Brasil, responsáveis por 57% da assistência pelo Sistema Único de Saúde - SUS no País, segundo o Ministério da Saúde, portanto imprescindíveis ao setor público, reunidas em Assembléia Geral em Votuporanga - São Paulo, vêm reafirmar a dramática situação econômica e financeira em que se encontram, conforme já expressada e tornada pública, entre outros atos, pelo relatório da Subcomissão Especial da
Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados e pelo Movimento das Instituições do interior de São Paulo, através da “Carta do Interior”.
A calamitosa situação se expõe pelo público e notório déficit continuado, de longa data, na relação de contra prestação pelos serviços realizados ao SUS. Os levantamentos contábeis indicam que para cada R$ 100,00 de gastos no atendimento aos pacientes, o SUS ressarci R$ 65,00, em média, gerando uma diferença de 54%. Em números reais, no ano de 2011, os dados de todo País apontam para um déficit de R$ 5,1 bilhões nos contratos/convênios mantidos
com o SUS, ou seja, de um custo total pelos atendimentos realizados de R$ 14,7 bilhões, apenas R$ 9,6 bilhões foram remunerados. A questão central da defasagem existente está relacionada a assistência de baixa e média complexidade, tanto hospitalar como ambulatorial, a qual é superior a 100%.
Esta defasagem vem levando a um crescente endividamento das Instituições, fazendo com que a dívida de R$ 1,8 bilhão em 2005 atingisse o patamar de R$ 5,9 bilhões em 2009 e, neste ano de 2012, já ultrapassasse a casa dos R$ 11 bilhões. Tão preocupante quanto o valor desta dívida é o seu perfil, pois quase R$ 5 bilhões, ou seja, 44% são relativos ao setor financeiro, outros 24,5% aos fornecedores e mais de 25,5% referem-se a impostos e contribuições não recolhidos. O restante trata-se de passivo trabalhista e outras dívidas.
Especialmente esses dois enfoques — déficit e dívida — estão sendo pautados com os gestores do Sistema, notadamente o Federal, há bastante tempo, sem, contudo, obter-se as respostas na amplitude necessária. Programas como o da contratualização indicaram a possibilidade de um caminho, porém, foi concebido a partir de uma base deficitária, parcial na abrangência, sem adequação de custeio e descontinuado no tempo. Atualmente uma nova política está em consulta pública, a qual, além do estabelecimento de diretrizes que impactam importantemente em processos administrativos e técnicos, caracteriza-se também em uma nova realidade para as instituições de pequeno porte.
CARTA DE VOTUPORANGA
As Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos do Brasil, responsáveis por 57% da assistência pelo Sistema Único de Saúde - SUS no País, segundo o Ministério da Saúde, portanto imprescindíveis ao setor público, reunidas em Assembléia Geral em Votuporanga - São Paulo, vêm reafirmar a dramática situação econômica e financeira em que se encontram, conforme já expressada e tornada pública, entre outros atos, pelo relatório da Subcomissão Especial da
Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados e pelo Movimento das Instituições do interior de São Paulo, através da “Carta do Interior”.
A calamitosa situação se expõe pelo público e notório déficit continuado, de longa data, na relação de contra prestação pelos serviços realizados ao SUS. Os levantamentos contábeis indicam que para cada R$ 100,00 de gastos no atendimento aos pacientes, o SUS ressarci R$ 65,00, em média, gerando uma diferença de 54%. Em números reais, no ano de 2011, os dados de todo País apontam para um déficit de R$ 5,1 bilhões nos contratos/convênios mantidos
com o SUS, ou seja, de um custo total pelos atendimentos realizados de R$ 14,7 bilhões, apenas R$ 9,6 bilhões foram remunerados. A questão central da defasagem existente está relacionada a assistência de baixa e média complexidade, tanto hospitalar como ambulatorial, a qual é superior a 100%.
Esta defasagem vem levando a um crescente endividamento das Instituições, fazendo com que a dívida de R$ 1,8 bilhão em 2005 atingisse o patamar de R$ 5,9 bilhões em 2009 e, neste ano de 2012, já ultrapassasse a casa dos R$ 11 bilhões. Tão preocupante quanto o valor desta dívida é o seu perfil, pois quase R$ 5 bilhões, ou seja, 44% são relativos ao setor financeiro, outros 24,5% aos fornecedores e mais de 25,5% referem-se a impostos e contribuições não recolhidos. O restante trata-se de passivo trabalhista e outras dívidas.
Especialmente esses dois enfoques — déficit e dívida — estão sendo pautados com os gestores do Sistema, notadamente o Federal, há bastante tempo, sem, contudo, obter-se as respostas na amplitude necessária. Programas como o da contratualização indicaram a possibilidade de um caminho, porém, foi concebido a partir de uma base deficitária, parcial na abrangência, sem adequação de custeio e descontinuado no tempo. Atualmente uma nova política está em consulta pública, a qual, além do estabelecimento de diretrizes que impactam importantemente em processos administrativos e técnicos, caracteriza-se também em uma nova realidade para as instituições de pequeno porte.
Entretanto, de nada adiantará esta nova política se a ela não se vincular o alcance do equilíbrio econômico e financeiro nas relações obrigacionais. Pelo que se conhece até aqui, não há cenário da solução do financiamento ao custeio através deste referido modelo. Também registra-se a extrema preocupação do setor com a perspectiva de aprovação do PL 2.295, referente a jornada de trabalho de 30 horas para os serviços de enfermagem.
(Fonte: http://www.apraespi.org.br/carta%20de%20votuporanga.pdf)
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Vou-me embora pra Bruzundanga
O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.
Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças. Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas.
Tentou fazer pós graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando, não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim, durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia.
Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.
Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada: virou ministra de Minas e Energia.
Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.
Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia.
Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão.
Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa um projeto, uma ideia, foi alçada a sucessora de Lula.
Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar, durona, implacável e desinteressada de política. Como deveria ser uma presidente a primeira no imaginário popular.
Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC".
Acompanhou Lula por todo o País. Para ela e só para ela a campanha eleitoral começou em 2008. Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa.
Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado. Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela e violando abertamente a legislação eleitoral.
Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa.
A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção.
Também, pudera: não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.
Como esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo, a presidente teve de começar a viver no mundo real.
E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação.
Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%), apesar de todos os artifícios utilizados, em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%.
Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%. Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente,na América do Sul, do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%.
O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos, e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle. E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.
As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram. Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção.
As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.
Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade.
Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.
Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".
(Marco Antonio Villa, O Estado de S.Paulo - Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=486038&ch=n)
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Viajar! Perder países!
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Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
(Fernando Pessoa)
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Trocando seis por meia dúzia..
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- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição no Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade.
- Se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, veja: 68
-Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material, DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Humm... que bom. Ai está, seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro.
- Nas Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis bocas?
- Isso mesmo, no bairro meia boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?
(Jansen Viana - Fonte: http://www.recantodasletras. com.br/cronicas/4001596)
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- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição no Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade.
- Se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, veja: 68
-Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material, DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Humm... que bom. Ai está, seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro.
- Nas Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis bocas?
- Isso mesmo, no bairro meia boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?
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Relatos da Primeira Depilação
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Tenta sim! Vai ficar uma beleza!!!
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render a depilação na virilha. Falaram que eu iria me sentir dez quilos mais leve. Disseram que meu namorado iria amar. Eu imaginava que iria doer, porque elas ao menos me avisaram, então encarei o desafio.
- Oi, queria marcar uma depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
(Espera aí! Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada?! Mas já que era pra fazer, quis fazer direito)
- Cavada mesmo.
Chegou o dia em que perderia dez quilos!
Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba! Vou ficar que nem ela, legal!
Saímos da sala de espera e entrei num longo corredor.
De um lado a parede e, do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, suspiros, conversas, sussurros…. Senti um frio na barriga sem ainda abrir um único botão!!
Chegamos ao nosso cantinho: uma maca cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha onde estavam os aparelhos de tortura: uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça… De repente, ela vem com um barbante na mão e amarrou bem forte as laterais da calcinha.
- Quer bem cavada?
- É… Quero sim.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail!!
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco, senão vai doer muito.
- Ah, sim, claro.
(Claro, nada! Não entendia porra nenhuma do que ela fazia! Mas confiei!)
De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e soltando fumaça.
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada né?! (Ela riu… Que situação!)
E, então, Penélope passou a primeira camada de cera quente na minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele do meu corpo tinha saído. Que apenas minha ossada tinha sobrado na maca.
Não tive coragem de olhar.
Achei que havia sangue jorrando até o teto.
Procurei minha bolsa com os olhos cogitando a possibilidade de chamar o serviço de resgate.
Tudo isso buscando me concentrar, para fingir que era tudo suuuupernatural.
Quando me notou roxa, Penélope perguntou se estava tudo bem.
Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
O processo medieval continuou. A cada puxada, eu tinha vontade de espancar Penélope, tirar o sangue dela.
Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer.
Todas recomendam, porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha; bigode, não!
- Não, lindinha, não estou falando do seu buço! Os lábios dela (apontando para a minha Abigail), aqui, ó!
Não, não, pára tudo! Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia!
Mas topei. Quem está na maca, tem mais é que se fuder mesmo!
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação!
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui! Olha de perto!
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas, completamente debruçadas sobre a sofrida Abigail.
Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta!” Só voltei à terra quando, entre uns blábláblás, ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui, porque ficaram uns pelinhos, tá?
- Pode pinçar, está tudo dormente mesmo, tô sentindo nada!
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça fi-lha-da-pu-ta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la, arrancar-lhe os olhos. Porém, mal sabia eu que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Heeeeeeeeiin??????????
- Deitar de lado, pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui!
- Heeeeeeiiin?????? Como assim????
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda!
Tive vontade de chorar.
Eu não podia ver o que Penélope via.
Mas ela estava de cara para ele, o olho do cú!!!!!!!!!!
Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Neeeem minha ginecologista!
Quis chorar, gritar, peidar na cara dela.
Mas, de repente, fui novamente trazida para a realidade.
Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks.
Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação.
Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu, entre tantos?
E aí me veio o pensamento: “Peraí, tem cabelo lá??!!”
Fui impedida de desfiar o questionamento.
Penélope puxou a cera.
Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só ela arrancou toda e qualquer coisa que existisse ali.
Com certeza, não havia mais nem uma preguinha pra contar a história!
Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces … !!!!!!!
- Vira agora do outro lado.
Caralho!!!? Por que a cadela não arrancou tudo de uma vez só? Virei e, completamente humilhada, segurei a outra “bandinha”. Nesse exato momento, a bruaca da salinha ao lado abre a cortina novamente.
- Penélope, me empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos.
Ninguém ia ver o meu cu tão de perto daquele jeito! Só mesmo Penélope.
E, agora, a vizinha inconveniente.
- Terminamos! Pode virar que vou passar a maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada!
- Tá, passa essa merda logo!
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo.
Baixe a calcinha?! Como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho????!!!!!!
Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cú!!
O que seria baixar a calcinha?
- Prontinha! Posso passar um talquinho?
- Pode. Deixa a bicha grisalha!
- Tá linda! Pode namorar muito, agora!
Namorar?… Namorar?! Eu estava com sede de vingança! Queria virar feminista, morrer peluda, protestar, fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem para nós mulheres!
Tenta sim! Vai ficar uma beleza!!!
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render a depilação na virilha. Falaram que eu iria me sentir dez quilos mais leve. Disseram que meu namorado iria amar. Eu imaginava que iria doer, porque elas ao menos me avisaram, então encarei o desafio.
- Oi, queria marcar uma depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
(Espera aí! Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada?! Mas já que era pra fazer, quis fazer direito)
- Cavada mesmo.
Chegou o dia em que perderia dez quilos!
Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba! Vou ficar que nem ela, legal!
Saímos da sala de espera e entrei num longo corredor.
De um lado a parede e, do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, suspiros, conversas, sussurros…. Senti um frio na barriga sem ainda abrir um único botão!!
Chegamos ao nosso cantinho: uma maca cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha onde estavam os aparelhos de tortura: uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça… De repente, ela vem com um barbante na mão e amarrou bem forte as laterais da calcinha.
- Quer bem cavada?
- É… Quero sim.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail!!
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco, senão vai doer muito.
- Ah, sim, claro.
(Claro, nada! Não entendia porra nenhuma do que ela fazia! Mas confiei!)
De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e soltando fumaça.
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada né?! (Ela riu… Que situação!)
E, então, Penélope passou a primeira camada de cera quente na minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele do meu corpo tinha saído. Que apenas minha ossada tinha sobrado na maca.
Não tive coragem de olhar.
Achei que havia sangue jorrando até o teto.
Procurei minha bolsa com os olhos cogitando a possibilidade de chamar o serviço de resgate.
Tudo isso buscando me concentrar, para fingir que era tudo suuuupernatural.
Quando me notou roxa, Penélope perguntou se estava tudo bem.
Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
O processo medieval continuou. A cada puxada, eu tinha vontade de espancar Penélope, tirar o sangue dela.
Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer.
Todas recomendam, porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha; bigode, não!
- Não, lindinha, não estou falando do seu buço! Os lábios dela (apontando para a minha Abigail), aqui, ó!
Não, não, pára tudo! Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia!
Mas topei. Quem está na maca, tem mais é que se fuder mesmo!
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação!
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui! Olha de perto!
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas, completamente debruçadas sobre a sofrida Abigail.
Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta!” Só voltei à terra quando, entre uns blábláblás, ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui, porque ficaram uns pelinhos, tá?
- Pode pinçar, está tudo dormente mesmo, tô sentindo nada!
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça fi-lha-da-pu-ta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la, arrancar-lhe os olhos. Porém, mal sabia eu que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Heeeeeeeeiin??????????
- Deitar de lado, pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui!
- Heeeeeeiiin?????? Como assim????
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda!
Tive vontade de chorar.
Eu não podia ver o que Penélope via.
Mas ela estava de cara para ele, o olho do cú!!!!!!!!!!
Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Neeeem minha ginecologista!
Quis chorar, gritar, peidar na cara dela.
Mas, de repente, fui novamente trazida para a realidade.
Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks.
Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação.
Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu, entre tantos?
E aí me veio o pensamento: “Peraí, tem cabelo lá??!!”
Fui impedida de desfiar o questionamento.
Penélope puxou a cera.
Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só ela arrancou toda e qualquer coisa que existisse ali.
Com certeza, não havia mais nem uma preguinha pra contar a história!
Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces … !!!!!!!
- Vira agora do outro lado.
Caralho!!!? Por que a cadela não arrancou tudo de uma vez só? Virei e, completamente humilhada, segurei a outra “bandinha”. Nesse exato momento, a bruaca da salinha ao lado abre a cortina novamente.
- Penélope, me empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos.
Ninguém ia ver o meu cu tão de perto daquele jeito! Só mesmo Penélope.
E, agora, a vizinha inconveniente.
- Terminamos! Pode virar que vou passar a maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada!
- Tá, passa essa merda logo!
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo.
Baixe a calcinha?! Como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho????!!!!!!
Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cú!!
O que seria baixar a calcinha?
- Prontinha! Posso passar um talquinho?
- Pode. Deixa a bicha grisalha!
- Tá linda! Pode namorar muito, agora!
Namorar?… Namorar?! Eu estava com sede de vingança! Queria virar feminista, morrer peluda, protestar, fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem para nós mulheres!
(VALERIA SEMERARO - Fonte: http://desneurada.wordpress.com/2012/05/29/adaptacao-de-valeria-semeraro/)
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Berros n'água - Dora Kramer
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Não faz jus à mediocridade do atual Congresso - notadamente da sessão legislativa que agora se inicia - a interpretação de que seus novos dirigentes desafiam o Supremo Tribunal Federal quando reivindicam para a Câmara a última palavra sobre a perda dos mandatos de quatro deputados condenados criminalmente.
Para que se configurasse um duelo seria preciso igualdade em estatura, autoridade e consistência de argumento.
"Queiram ou não queiram, a palavra final é da Câmara", asseverou o novo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, para gáudio de vários integrantes da Mesa Diretora que, no entusiasmo da vitória, aderiram à teoria de que uma sentença criminal da instância suprema da Justiça seja passível de revisão no Legislativo.
O presidente do STF e relator do processo que levou às condenações, ministro Joaquim Barbosa, foi de extrema delicadeza ao comentar o assunto, chamando de "especulações" as fanfarronices à deriva.
Barbosa disse o óbvio: o Supremo tem a palavra final sobre qualquer assunto constitucional sobre o qual a Justiça venha a ser instada a se manifestar. De onde não há confronto possível, pois não há duas partes dispostas a brigar.
Não obstante a evidência, o presidente da Câmara revidou: "Volto a dizer, para bom entendedor basta: vamos finalizar o processo, pois quem aprecia as formalidades legais é a Câmara, conforme pensaram quatro dos nove ministros na votação de cinco a quatro".
Pela lógica do deputado, no resultado de cinco a quatro prevaleceriam os quatro votos vencidos sobre os cinco vencedores. Não basta para nenhum tipo de entendedor, bons ou maus.
Acuado pela degradação da própria imagem, o Congresso faz pose de valente. Promete "crescer" para cima dos Poderes Judiciário e Executivo sob as asas dos quais se esconde. Vive agarrado nas barras da toga do tribunal por omissão, e na saia da presidente da República, por submissão.
Agora mesmo um deputado (Sandro Mabel) pede ao STF que anule o resultado da eleição do líder da bancada do PMDB porque ficou insatisfeito com a derrota para Eduardo Cunha.
Não é o único exemplo, embora seja o mais recente e estapafúrdio, de choramingo judicial no Parlamento que se diz usurpado.
Os berros que agora se ouvem têm a consequência dos tiros n'água. Primeiro porque o Legislativo não dispõe de instrumentos legais para descumprir decisão do STF; segundo, porque carece de condições morais para debater de igual para igual com o Judiciário devido aos débitos de suas excelências com a lei.
Diferenças. Na Espanha, o uso de caixa 2 no partido do governo (PP) rende escândalo que, a depender da evolução, pode resultar na renúncia do primeiro-ministro Mariano Rajoy.
No Brasil, o uso de caixa 2 é usado como argumento de defesa. Primeiro pelo então presidente da República, para justificar a distribuição de dinheiro a partidos aliados, e depois no julgamento do processo do mensalão pela banca de advogados que erroneamente embarcou na tese repudiada pelo Supremo.
Dilma real. Melhor seria se a Petrobrás não tivesse tido seu valor de mercado, sua produção e seus lucros drasticamente reduzidos em virtude do uso político, partidário e eleitoral da empresa.
Mas pior seria se não fosse agora presidida por alguém como Maria das Graças Foster, que prefere dizer as coisas como elas são a vender ilusões à toa.
Como subordinada do acionista majoritário da companhia não pode tudo, mas em muita coisa parece ser de fato a versão maquiada que o departamento de propaganda Planalto projeta para Dilma Rousseff.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,berros-nagua-,994035,0.htm)
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Não faz jus à mediocridade do atual Congresso - notadamente da sessão legislativa que agora se inicia - a interpretação de que seus novos dirigentes desafiam o Supremo Tribunal Federal quando reivindicam para a Câmara a última palavra sobre a perda dos mandatos de quatro deputados condenados criminalmente.
Para que se configurasse um duelo seria preciso igualdade em estatura, autoridade e consistência de argumento.
"Queiram ou não queiram, a palavra final é da Câmara", asseverou o novo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, para gáudio de vários integrantes da Mesa Diretora que, no entusiasmo da vitória, aderiram à teoria de que uma sentença criminal da instância suprema da Justiça seja passível de revisão no Legislativo.
O presidente do STF e relator do processo que levou às condenações, ministro Joaquim Barbosa, foi de extrema delicadeza ao comentar o assunto, chamando de "especulações" as fanfarronices à deriva.
Barbosa disse o óbvio: o Supremo tem a palavra final sobre qualquer assunto constitucional sobre o qual a Justiça venha a ser instada a se manifestar. De onde não há confronto possível, pois não há duas partes dispostas a brigar.
Não obstante a evidência, o presidente da Câmara revidou: "Volto a dizer, para bom entendedor basta: vamos finalizar o processo, pois quem aprecia as formalidades legais é a Câmara, conforme pensaram quatro dos nove ministros na votação de cinco a quatro".
Pela lógica do deputado, no resultado de cinco a quatro prevaleceriam os quatro votos vencidos sobre os cinco vencedores. Não basta para nenhum tipo de entendedor, bons ou maus.
Acuado pela degradação da própria imagem, o Congresso faz pose de valente. Promete "crescer" para cima dos Poderes Judiciário e Executivo sob as asas dos quais se esconde. Vive agarrado nas barras da toga do tribunal por omissão, e na saia da presidente da República, por submissão.
Agora mesmo um deputado (Sandro Mabel) pede ao STF que anule o resultado da eleição do líder da bancada do PMDB porque ficou insatisfeito com a derrota para Eduardo Cunha.
Não é o único exemplo, embora seja o mais recente e estapafúrdio, de choramingo judicial no Parlamento que se diz usurpado.
Os berros que agora se ouvem têm a consequência dos tiros n'água. Primeiro porque o Legislativo não dispõe de instrumentos legais para descumprir decisão do STF; segundo, porque carece de condições morais para debater de igual para igual com o Judiciário devido aos débitos de suas excelências com a lei.
Diferenças. Na Espanha, o uso de caixa 2 no partido do governo (PP) rende escândalo que, a depender da evolução, pode resultar na renúncia do primeiro-ministro Mariano Rajoy.
No Brasil, o uso de caixa 2 é usado como argumento de defesa. Primeiro pelo então presidente da República, para justificar a distribuição de dinheiro a partidos aliados, e depois no julgamento do processo do mensalão pela banca de advogados que erroneamente embarcou na tese repudiada pelo Supremo.
Dilma real. Melhor seria se a Petrobrás não tivesse tido seu valor de mercado, sua produção e seus lucros drasticamente reduzidos em virtude do uso político, partidário e eleitoral da empresa.
Mas pior seria se não fosse agora presidida por alguém como Maria das Graças Foster, que prefere dizer as coisas como elas são a vender ilusões à toa.
Como subordinada do acionista majoritário da companhia não pode tudo, mas em muita coisa parece ser de fato a versão maquiada que o departamento de propaganda Planalto projeta para Dilma Rousseff.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,berros-nagua-,994035,0.htm)
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
A implosão da mentira - Affonso Romano de Sant'Anna
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Fragmento 1
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.Mentem.
Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.
Fragmento 2
Evidente/mente a crer
nos que me mentem
uma flor nasceu em Hiroshima
e em Auschwitz havia um circo
permanente.
Mentem. Mentem caricaturalmente.
Mentem como a careca
mente ao pente,
mentem como a dentadura
mente ao dente,
mentem como a carroça
à besta em frente,
mentem como a doença
ao doente,
mentem clara/mente
como o espelho transparente.
Mentem deslavadamente
como nenhuma lavadeira mente
ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem
com a cara limpa e nas mãos
o sangue quente. Mentem
ardente/mente como um doente
em seus instantes de febre. Mentem
fabulosa/mente como o caçador que quer passar
gato por lebre. E nessa trilha de mentiras
a caça é que caça o caçador
com a armadilha.
E assim cada qual
mente industrial?mente,
mente partidária?mente,
mente incivil?mente,
mente tropical?mente,
mente incontinente?mente,
mente hereditária?mente,
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava/mente
constroem um país
de mentira
—diária/mente.
Fragmento 3
Mentem no passado. E no presente
passam a mentira a limpo. E no futuro
mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar
em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu
quem mente.
mas o tribunal que o julga
herege/mente.
Mentem como se Colombo partindo
do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.Mentem desde Cabral, em calmaria,
viajando pelo avesso, iludindo a corrente
em curso, transformando a história do país
num acidente de percurso.
Fragmento 4
Tanta mentira assim industriada
me faz partir para o deserto
penitente/mente, ou me exilar
com Mozart musical/mente em harpas
e oboés, como um solista vegetal
que absorve a vida indiferente.
Penso nos animais que nunca mentem.
mesmo se têm um caçador à sua frente.
Penso nos pássaros
cuja verdade do canto nos toca
matinalmente.
Penso nas flores
cuja verdade das cores escorre no mel
silvestremente.
Penso no sol que morre diariamente
jorrando luz, embora
tenha a noite pela frente.
Fragmento 5
Página branca onde escrevo. Único espaço
de verdade que me resta. Onde transcrevo
o arroubo, a esperança, e onde tarde
ou cedo deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem
ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.
E a mentira repulsiva
se não explode pra fora
pra dentro explode implosiva.
Este poema, que foi enviado ao Releituras pelo autor, foi publicado em diversos jornais em 1980. Apesar do tempo decorrido, face aos acontecimentos políticos que vimos assistindo nesses últimos tempos, ele permanece atualíssimo.
(Fonte: http://www.releituras.com/arsant_implosao.asp)
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Fragmento 1
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.Mentem.
Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.
Fragmento 2
Evidente/mente a crer
nos que me mentem
uma flor nasceu em Hiroshima
e em Auschwitz havia um circo
permanente.
Mentem. Mentem caricaturalmente.
Mentem como a careca
mente ao pente,
mentem como a dentadura
mente ao dente,
mentem como a carroça
à besta em frente,
mentem como a doença
ao doente,
mentem clara/mente
como o espelho transparente.
Mentem deslavadamente
como nenhuma lavadeira mente
ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem
com a cara limpa e nas mãos
o sangue quente. Mentem
ardente/mente como um doente
em seus instantes de febre. Mentem
fabulosa/mente como o caçador que quer passar
gato por lebre. E nessa trilha de mentiras
a caça é que caça o caçador
com a armadilha.
E assim cada qual
mente industrial?mente,
mente partidária?mente,
mente incivil?mente,
mente tropical?mente,
mente incontinente?mente,
mente hereditária?mente,
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava/mente
constroem um país
de mentira
—diária/mente.
Fragmento 3
Mentem no passado. E no presente
passam a mentira a limpo. E no futuro
mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar
em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu
quem mente.
mas o tribunal que o julga
herege/mente.
Mentem como se Colombo partindo
do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.Mentem desde Cabral, em calmaria,
viajando pelo avesso, iludindo a corrente
em curso, transformando a história do país
num acidente de percurso.
Fragmento 4
Tanta mentira assim industriada
me faz partir para o deserto
penitente/mente, ou me exilar
com Mozart musical/mente em harpas
e oboés, como um solista vegetal
que absorve a vida indiferente.
Penso nos animais que nunca mentem.
mesmo se têm um caçador à sua frente.
Penso nos pássaros
cuja verdade do canto nos toca
matinalmente.
Penso nas flores
cuja verdade das cores escorre no mel
silvestremente.
Penso no sol que morre diariamente
jorrando luz, embora
tenha a noite pela frente.
Fragmento 5
Página branca onde escrevo. Único espaço
de verdade que me resta. Onde transcrevo
o arroubo, a esperança, e onde tarde
ou cedo deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem
ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.
E a mentira repulsiva
se não explode pra fora
pra dentro explode implosiva.
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Este poema, que foi enviado ao Releituras pelo autor, foi publicado em diversos jornais em 1980. Apesar do tempo decorrido, face aos acontecimentos políticos que vimos assistindo nesses últimos tempos, ele permanece atualíssimo.
(Fonte: http://www.releituras.com/arsant_implosao.asp)
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Saúde lança ferramenta para agilizar atendimento de usuários do SUS
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O ministro da Saúde Alexandre Padilha lançou nesta terça-feira (5) o Portal de Saúde do Cidadão (portal http://portaldocidadao.saude.gov.br) e o E-SUS Atenção Básica. A partir de agora, o usuário do SUS (Sistema Único de Saúde) poderá acessar as informações sobre o atendimento que recebeu na rede pública, como internações, atendimentos ambulatoriais de alta complexidade e cirurgias.
O usuário também poderá acrescentar informações importantes relacionadas à sua saúde, como doenças crônicas ou alergias, e anexar laudos de exames já realizados. O ministro também citou que a ferramenta permite que o cidadão possa se comunicar com o seu médico e inclusive receber orientações.
Ao acessar estas informações, qualquer equipe de saúde em qualquer lugar do Brasil poderá traçar o diagnóstico e ofertar o tratamento mais adequado ao histórico do paciente.
Segundo Padilha, o portal também possibilitará consulta a todos os estabelecimentos que atendem pelo SUS e identificará pontos para retirada de medicamentos pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular.
E-SUS
O software público E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB) e uma ferramenta capaz de organizar a gestão do funcionamento das unidades básicas e que será ofertada gratuitamente a todos os municípios.
O Ministério da Saúde desenvolveu um sistema para ajudar o prefeito a gerenciar melhor a Unidade Básica de Saúde, controlar o horário do médico, a agenda e manter as informações do prontuário do cidadão disponíveis aos profissionais de saúde. Assim, o médico vai saber quais doenças aquele paciente tem, quais tratamentos e exames já realizou e poderá prestar um atendimento de melhor qualidade.
Segundo o ministro, a ferramenta irá proporcionar economia aos municípios.
Há municípios que chegaram a gastar até R$ 2 milhões para desenvolver um sistema próprio de informação. Agora, todos receberão de graça.
O ministro da Saúde Alexandre Padilha lançou nesta terça-feira (5) o Portal de Saúde do Cidadão (portal http://portaldocidadao.saude.gov.br) e o E-SUS Atenção Básica. A partir de agora, o usuário do SUS (Sistema Único de Saúde) poderá acessar as informações sobre o atendimento que recebeu na rede pública, como internações, atendimentos ambulatoriais de alta complexidade e cirurgias.
O usuário também poderá acrescentar informações importantes relacionadas à sua saúde, como doenças crônicas ou alergias, e anexar laudos de exames já realizados. O ministro também citou que a ferramenta permite que o cidadão possa se comunicar com o seu médico e inclusive receber orientações.
Ao acessar estas informações, qualquer equipe de saúde em qualquer lugar do Brasil poderá traçar o diagnóstico e ofertar o tratamento mais adequado ao histórico do paciente.
Segundo Padilha, o portal também possibilitará consulta a todos os estabelecimentos que atendem pelo SUS e identificará pontos para retirada de medicamentos pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular.
E-SUS
O software público E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB) e uma ferramenta capaz de organizar a gestão do funcionamento das unidades básicas e que será ofertada gratuitamente a todos os municípios.
O Ministério da Saúde desenvolveu um sistema para ajudar o prefeito a gerenciar melhor a Unidade Básica de Saúde, controlar o horário do médico, a agenda e manter as informações do prontuário do cidadão disponíveis aos profissionais de saúde. Assim, o médico vai saber quais doenças aquele paciente tem, quais tratamentos e exames já realizou e poderá prestar um atendimento de melhor qualidade.
Segundo o ministro, a ferramenta irá proporcionar economia aos municípios.
Há municípios que chegaram a gastar até R$ 2 milhões para desenvolver um sistema próprio de informação. Agora, todos receberão de graça.
(Fonte: http://olhar-direto.jusbrasil.com.br/politica/103936092/saude-lanca-ferramenta-para-agilizar-atendimento-de-usuarios-do-sus)
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
English language .....brilliant !
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We'll begin with a box, and the plural is boxes,
But the plural of ox becomes oxen, not oxes.
One fowl is a goose, but two are called geese,
Yet the plural of moose should never be meese.
You may find a lone mouse or a nest full of mice,
Yet the plural of house is houses, not hice.
If the plural of man is always called men,
Why shouldn't the plural of pan be called pen?
If I speak of my foot and show you my feet,
And I give you a boot, would a pair be called beet?
If one is a tooth and a whole set are teeth,
Why shouldn't the plural of booth be called beeth?
Then one may be that, and there would be those,
Yet hat in the plural would never be hose,
And the plural of cat is cats, not cose.
We speak of a brother and also of brethren,
But though we say mother, we never say methren.
Then the masculine pronouns are he, his and him,
But imagine the feminine: she, shis and shim!
Let's face it - English is a crazy language.
There is no egg in eggplant nor ham in hamburger;
Neither apple nor pine in pineapple.
English muffins weren't invented in England.
We take English for granted, but if we explore its paradoxes,
We find that quicksand can work slowly, boxing rings are square,
And a guinea pig is neither from Guinea nor is it a pig.
And why is it that writers write, but fingers don't fing,
Grocers don't groce and hammers don't ham?
Doesn't it seem crazy that you can make amends but not one amend?
If you have a bunch of odds and ends and get rid of all but one of them,
What do you call it?
If teachers taught, why didn't preachers praught?
If a vegetarian eats vegetables, what does a humanitarian eat?
Sometimes I think all the folks who grew up speaking English
Should be committed to an asylum for the verbally insane.
In what other language do people recite at a play and play at a recital?
We ship by truck but send cargo by ship...
We have noses that run and feet that smell.
We park in a driveway and drive in a parkway.
And how can a slim chance and a fat chance be the same,
While a wise man and a wise guy are opposites?
You have to marvel at the unique lunacy of a language
In which your house can burn up as it burns down,
In which you fill in a form by filling it out,
And in which an alarm goes off by going on.
If Father is Pop, how come Mother's not Mop.???
We'll begin with a box, and the plural is boxes,
But the plural of ox becomes oxen, not oxes.
One fowl is a goose, but two are called geese,
Yet the plural of moose should never be meese.
You may find a lone mouse or a nest full of mice,
Yet the plural of house is houses, not hice.
Why shouldn't the plural of pan be called pen?
If I speak of my foot and show you my feet,
And I give you a boot, would a pair be called beet?
If one is a tooth and a whole set are teeth,
Why shouldn't the plural of booth be called beeth?
Then one may be that, and there would be those,
Yet hat in the plural would never be hose,
And the plural of cat is cats, not cose.
We speak of a brother and also of brethren,
But though we say mother, we never say methren.
Then the masculine pronouns are he, his and him,
But imagine the feminine: she, shis and shim!
There is no egg in eggplant nor ham in hamburger;
Neither apple nor pine in pineapple.
English muffins weren't invented in England.
We find that quicksand can work slowly, boxing rings are square,
And a guinea pig is neither from Guinea nor is it a pig.
And why is it that writers write, but fingers don't fing,
Grocers don't groce and hammers don't ham?
If you have a bunch of odds and ends and get rid of all but one of them,
What do you call it?
If a vegetarian eats vegetables, what does a humanitarian eat?
Should be committed to an asylum for the verbally insane.
In what other language do people recite at a play and play at a recital?
We ship by truck but send cargo by ship...
We have noses that run and feet that smell.
We park in a driveway and drive in a parkway.
And how can a slim chance and a fat chance be the same,
While a wise man and a wise guy are opposites?
You have to marvel at the unique lunacy of a language
In which your house can burn up as it burns down,
In which you fill in a form by filling it out,
And in which an alarm goes off by going on.
And in closing..........
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