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Amas-me fora do sonho,
amas-me antes de eu chegar,
como quem tem um motivo,
como quem quer começar.
Amas-me no adiantamento
que em todo amar se contém:
como quem observa ao longe
um veleiro que ainda vem –
como quem salta no escuro
à espera de que haja um chão
onde o seu salto repouse
depois do risco e da ação
(depois da inútil vertigem
em que todo risco vai
roçando o corpo de um neutro
vazio de ar em que cai).
Se me amas como quem bebe
uma anterior água vã
que a noite traz, mas não mata
a sede que há na manhã,
é porque tudo antecipas
num lance por ocorrer,
certa da glória e do prêmio
que os dados hão de prover.
(Renato Suttana - Fonte: www.arquivors.com)
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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Sensacional o poema, valeu mesmo por partilhar.
ResponderExcluirAbraços forte
Não conhecia o autor
ResponderExcluirótimo você compartilhar conosco
bjs