sábado, 30 de julho de 2011

Farsa, engodo, mentiras e um sinal de alerta.

.









Você é dos que acreditam na autossuficiência de petróleo?


Você é dos que acreditam que o etanol brasileiro vai mover o mundo?


Você é dos que acreditam numa economia forte em nosso país?


Você é dos que acreditam que a dívida externa foi paga?


Você é dos que acreditam que a inflação está caindo?


Se você respondeu “sim” a pelo menos uma dessas perguntas, caro leitor, saiba que você está se deixando influenciar pela propaganda político-partidária do governo e pela desinformação. Não acredita? Eu te mostro. Como sempre usando informações do próprio governo facilmente obtidas por qualquer cidadão.


Autossuficiência de petróleo:


O governo Lula foi o primeiro a apregoar o tão sonhado status de autossuficiente. Infelizmente, mesmo que em números isso seja uma realidade; é mais uma verdade usada para disfarçar mentiras e mascarar uma realidade que expõe a incompetência e da leviandade com as quais o governo Dilma (e antes, Lula) conduz o país.


Graças a completa ausência de investimentos e a política errônea de estatização aplicada a Petrobrás (em relação ao Pré-Sal); a empresa perdeu quase um quarto do seu valor de mercado e, mesmo diante de novas descobertas quase diárias; vê suas ações desvalorizadas e fuga de investidores. Tal fato obrigou o governo a vender ativos da empresa e praticamente abandonar as ações de ampliação da capacidade de refino.


Como resultado, hoje a Petrobrás tem (pela segunda vez) que importar gasolina em grandes volumes para atender a demanda interna.


Etanol movendo o mundo:


Da mesma forma que a gasolina, a falta de investimentos em infraestrutura e ampliação da capacidade de produção (e criação de estoques) fará com que o Brasil passe a importar etanol dos EUA para suprir a enorme carência que ameaça parar o país. Pois é. Lembra quando Lula corria o mundo oferecendo nosso etanol? Bons tempos de sonho aqueles…


Economia Forte:


Todo avanço econômico obtido pelo Brasil na “Era Lula” deveu-se exclusivamente ao crédito abundante e fácil, a um mercado interno carente de tudo e sedento por melhorar suas condições de vida que abraçou o crediário e incendiou o país movendo a máquina da economia a todo vapor. Contudo, a falta de reformas necessárias e urgentes, a ausência de investimentos em infraestrutura, o abandono à própria sorte de nosso parque industrial e a uma política irresponsável de gastos públicos; o país foi levado, no início do governo Dilma, a beira de um colapso econômico.


Hoje, a inadimplência aumenta; a capacidade de endividamento da população está perigosamente perto de se esgotar; nosso parque industrial vem sendo reduzido drasticamente e estamos cada vez mais dependentes do capital especulativo internacional.


Só para se ter uma ideia, hoje o Brasil não possui mais nenhuma fábrica de elevadores. Éramos exportadores e disputávamos “pau a pau” o mercado com grandes empresas internacionais. Depois da “Era Lula”; restaram apenas duas ou três indústrias (compradas por conglomerados estrangeiros) que foram reduzidas a montadoras e não produzem mais nada em nosso solo. Com a derrama de capital internacional, necessária para bancar as benesses assistencialistas, os gastos inexplicáveis com países estrangeiros, carga tributária extorsiva e a irresponsabilidade fiscal do governo; o câmbio é valorizado artificialmente e nosso pátio de empresas é sistematicamente destruído. Tornando o país um deserto industrial.


Vivemos meramente de nosso potencial de produção de commodities; ao menor sinal de turbulência nos preços internacionais o país corre o risco de mergulhar numa crise nunca antes vista “nessepaís”.












Dívida externa e interna:


Nossas dívidas não foram pagas e, muito pelo contrário, explodiram graças à necessidade do governo de bancar os programas sociais que só incham e não permitem que nenhum assistido deixe de integrá-los – sob pena de retornar imediatamente para a miséria – uma vez que as causas da pobreza não foram combatidas.


Da mesma forma, a necessidade de financiar benesses aos países vizinhos para assegurar o “beija-mão” de Lula, faz com que o governo despeje rios de dinheiro nesses países – a fundo perdido – sem nenhuma perspectiva de vantagem econômica ou social para nossos cidadãos.


Os altíssimos juros pagos pelo país, a necessidade de financiar e rolar essas dívidas nos transformaram em reféns do capital especulativo internacional e são uma ameaça constante de lançar o país numa crise como a experimentada ao final do governo FHC. Qualquer “interferência” no delicado equilíbrio entre gastos e arrecadação levará o Brasil para uma situação como a experimentada pela Grécia de forma rápida e devastadora.


Inflação caindo:


Você se lembra do discurso unânime e ensaiadinho do governo sobre a inflação? Até as eleições, no fim do governo Lula, a inflação era mínima e parecia que o país estava tranquilo. Bastou findarem as eleições e os números – miraculosamente – começaram a mudar “do nada”. Índices deflacionários ou ínfimos começaram a inchar e a crescer com uma velocidade nunca antes vista.


Claramente manipulados, devido o período eleitoral, os índices de inflação saltaram “de repente” para patamares que beiravam os 13% ao ano (IGP-DI em janeiro de 2011). A inflação voltou a atormentar os brasileiros e a rondar a cesta básica com a fome de sempre. Diante do precipício, o Governo Dilma anunciou que haveria “um pouco de inflação este ano”. Mas, no ano que vem (2012), tudo estaria de volta ao lugar.


Faltou Dilma explicar que o ataque inflacionário tinha a ver com o jeito desastroso com o qual o governo Lula geriu a economia e os gastos públicos em seus dois últimos anos; com a mais pura irresponsabilidade fiscal e com Lula gastando muito mais do que podia, visando assegurar a eleição de Dilma. Deixando as contas públicas em frangalhos e propiciando o surto inflacionário que quase abateu o país.


Mesmo que os aumentos nos supermercados, impostos e serviços públicos se mantenham muito acima da inflação; o governo Dilma voltou a apresentar índices decrescentes de inflação e afinou o discurso de um 2012 tranquilo e calmo.


Infelizmente, a realidade acertou em cheio a farsa do governo e mesmo com índices claramente manipulados e fantasiosos o governo foi obrigado a informar aos cidadãos que, em 2012, a inflação também será elevada e apenas em 2013 as coisas “voltarão ao normal”. Levando a deduzir que a coisa é muito pior do que parece.


Conclusão:


Como você pode perceber; todas essas informações são produzidas pelo próprio governo. No entanto, quer pela ausência de interesse da população, quer pela manipulação das massas ou mesmo por uma campanha de desinformação aplicada por alguns setores da mídia; os dados parecem ser colocados de forma a não permitir ao cidadão desatento formar uma opinião que não seja a de apoiar e aplaudir um governo que conduz o Brasil para o mesmo abismo que já visitamos no passado.


Preocupados em garantir sua perpetuação no poder e assegurar uma falsa imagem de bonança e prosperidade sem limites; o governo e seus apoiadores ignoram as reformas urgentes de que precisamos e recusam-se a combater o sucateamento e a destruição de nosso parque industrial; fazendo com que o Brasil, mesmo antes de beber na fonte do Pré-Sal, já sofra de graves sintomas da terrível “doença holandesa” (veja aqui).


Em menos de dez anos, deixamos de ser líderes (na América Latina e até no mundo) em diversos setores produtivos. Passamos de grande exportador de manufaturas a grande importador. De país do sonho do combustível verde para importador de etanol e gasolina. Abdicamos da autossuficiência de gás natural apenas para bancar o governo boliviano que, sem nossa contribuição, não conseguiria manter os “rega-bofes” que ainda sustentam Evo Morales no poder.


Mesmo com alguns avanços conquistados; é importante ressaltar que tudo pode ser perdido rapidamente se continuarmos sofrendo com o descaso administrativo, a manipulação de índices e a criminosa sanha de poder que coloca interesses partidários e particulares acima dos interesses da nação e de nosso povo.


Pense nisso.



(Arthurius Maximus - Visão Panorâmica) - http://www.visaopanoramica.com/2011/07/30/farsa-engodo-mentiras-e-um-sinal-de-alerta)
.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

EUA - o que fazer se tudo falhar - BBC Brasil - 29/07/2011

.

Pelo visto, o impensável vai a caminho de virar inevitável...



Obama tem quatro opções frente a crise da dívida

 A possibilidade de que os Estados Unidos entrem em moratória se não conseguirem um acordo para elevar o teto da dívida pública do país já não é um cenário improvável.

  
O governo elaborou um plano de contingência caso o congresso não chegue a um acordo

  A hipótese foi reconhecida pelo próprio presidente Barack Obama, em meio ao impasse entre republicanos e democratas sobre os cortes no orçamento nacional.
A dívida americana alcançou o teto de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) no último dia 16 de maio.
A situação preocupa porque, caso o teto não seja elevado pelo Congresso até 2 de agosto, o país não conseguirá cumprir seus compromissos financeiros. Analistas advertem que uma moratória dos EUA provocaria pânico nos mercados financeiros internacionais.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e seus assessores elaboraram planos de contingência, que deverão ser aprovados por Obama, caso o Congresso não chegue a uma decisão.
Conheça as opções do presidente:


A décima quarta emenda
Alguns especialistas ressaltam que a décima-quarta emenda da Constituição dos Estados Unidos dá ao presidente o poder de passar por cima do Congresso e aumentar o teto da dívida por decreto.
A lei estabelece que a dívida pública do país "não deverá ser questionada".
No entanto, o tema causa polêmica e poderia implicar um revés político para Obama. Além disso, outros analistas advertem que o presidente não tem autoridade real para aumentar o limite de endívidamento, decisão que até agora sempre esteve nas mãos do Congresso.
Sobre o assunto, Obama disse: "Falei com meus advogados. Eles não estão convencidos deste argumento."

 
"O governo terá que decidir como gasta o dinheiro que tem disponível e a prioridade será cumprir com seus compromissos". 
(Theo Leggerd, especialista em economia da BBC)
 
Venda de ativos 
Como alternativa, o Tesouro americano pode considerar vender alguns de seus ativos, como reservas de ouro ou instrumentos financeiros com respaldo hipotecário.
No entanto, o especialista em economia da BBC, Theo Leggerd, acredita que isto seria "admitir perante o mundo que o governo tem um problema e não consegue cumprir suas obrigações".
Segundo Leggerd, isso causaria impacto na classificação de risco de crédito do país.
Por outro lado, o especialista diz que vender os ativos sob pressão pode fazer com que seus preços caiam "e isso é algo que o governo quer evitar".


Intervenção da Reserva Federal Uma pergunta que muitos fazem é até que ponto o Federal Reserve, o banco central americano, pode tomar dinheiro emprestado para ajudar o Tesouro a cumprir seus compromissos.
Segundo diversos analistas, isto não é parte das atribuições do órgão.
De acordo com a agência de notícias Reuters, o presidente do Fed, Charles Plosser, disse na Filadélfia que o Banco Central atua como corretor do Tesouro nos mercados financeiros, e não pode simplesmente intervir.
Para Plosser, isso equivaleria a uma internvenção em assuntos fiscais.
Theo Leggerd explica que, a princípio, o governo poderia até mesmo monetizar a dívida, ou seja, imprimir dinheiro.
"Mas isso teria efeitos negativos para a economia porque o dólar se desvalorizaria. Ou seja, não há uma saída fácil e é por isso que ambas as partes vão querer evitar chegar a este ponto."

 Uma das opções dos EUA é imprimir mais dinheiro e monetizar a dívida
 

Pagar a uns, não a outros

Se republicanos e democratas não chegarem a um acordo, será inevitável dar prioridade a alguns pagamentos em detrimento de outros.
"O governo terá que decidir como gasta o dinheiro que tem disponível e a prioridade será cumprir com seus compromissos de dívida, ou seja, pagar os juros", explica Leggerd.
Neste caso, terá que cortar seus outros gastos, como o pagamento a seus contratados, aos beneficiários da previdência social, às Forças Armadas, aos empregados públicos, entre outros.
Por exemplo, o governo tem que pagar US$ 49 bilhões (R$ 76 bilhões) à previdência social no dia 3 de agosto, e este é um pagamento com o qual ele não poderá cumprir caso o Congresso não acabe com o impasse.

 .

Tristes curiosidades do Brasil..

 .

- Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um Capitão-de-Fragata para comandar uma fragata !

Descrição: Descrição: Descrição: http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/06/fragata-bosisio-f48.jpg





- Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Caça supersônico como este.



Descrição: Descrição: Descrição: http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads/2009/07/mirage-f-1-ct-foto-armee-de-l-air.jpg





- Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.


Descrição: Descrição: Descrição: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/foto/0,,14415981-EX,00.jpg





- Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.








- Um assessor de 3º nível de um deputado, com apenas titulação de ensino médio, na maioria das vezes, incompleto, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone"(assessor de porra nenhuma), “asmene” (assessor de merda nenhuma) ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.


Descrição: Descrição: Descrição: http://www.estadao.com.br/fotos/GermanBuitron_UnamDiv288.jpg





- O SUS paga a um médico-cirurgião de prestígio internacional, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, implante de safenas e mamárias, a importância de R$ 70,00 = US $ 45,25, equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.



PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS TRÊS PODERES DA UNIÃO,  ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO. 

OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS E VEREADORES.

TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "
CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSIS COSA NOSTRA”.

O PAÍS DO FUTURO JAMAIS CHEGARÁ SEM QUE HAJA RESPONSABILIDADE SOCIAL E COM OS  GASTOS PÚBLICOS.

JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR.


PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM MESMO  OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.
PODEM COLOCAR O NOME QUE QUISEREM, MAS ESTAS INFORMAÇÕES SÃO ORIGINADAS EM PESQUISAS REAIS  FEITAS
POR  V. KOENIG
.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A todos os brasileiros

.

A TODOS OS BRASILEIROS



 
















































A única coisa que faz o brasileiro reclamar é quando o time dele perde... Aí ele se dispõe a ir até o aeroporto de madrugada xingar jogador...






Por que não vai até a câmara dos deputados exigir reforma da previdência, reforma política, acabar com aposentadorias milionárias pra políticos, acabar com auxílio terno, exigir a prisão de políticos corruptos, acabar com a imunidade parlamentar etc.???? 











E viva a política do pão e circo... 


É o que merece um povo que só pensa em futebol, copa do mundo e bolsa família, enquanto os políticos fazem a festa, se aproveitando da sua ignorância e impassibilidade!
.

Odeio prepotência

.




Era 1998, estávamos em Paris, papai já bem doente participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz. De repente, uma imensa crise de saúde se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o avião da Varig (que saudades) para Salvador.
Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas. Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe. Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um politico do Sul (não lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois, que fica difícil lembrar).
A mulher parecia uma arvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim). É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: “Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo”. Me armei de paciência e respondi: “Sim, senhora, eu sei”. Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas não disse. Ficou por isso. De repente, o senhor disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: “Até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos”.
Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais. Pouco depois bateram à porta, era o casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo, educadamente disse não.
Quando vi na TV o senador dizendo que foi agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito retada, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei. Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada.

(Paloma Jorge Amado - Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=18098)
.

Sabedoria de Avô(ó)

.

. 



Quando eu for bem velhinha(o), espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho, dizer aos meus netos:


- Queridos, venham cá. Fechem a porta com cuidado e sentem-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra lhes contar.


E assim dizer, apontando o indicador para o alto: 


- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. Por isso, vou colocar mais ou menos assim:


- É preciso coragem para ser feliz. Sejam valentes.


- Sigam sempre seu coração pois, para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.


- Satisfaçam seus desejos.


- Entendam que o tempo é um paciente professor que irá lhes fazer crescer, mas a escolha entre ser uma grande pessoa ou uma pessoa grande, vai depender só de vocês.


- Tenham poucos e bons amigos. 


- Tenham filhos. 


- Tenham um jardim.


- Aproveitem sua casa, mas viagem para Fernando de Noronha, Barcelona e Austrália.


- Cuidem bem dos seus dentes.


- Experimentem, mudem, cortem os cabelos. Amem. Amem pra valer, mesmo que ele(a) sejam de poucas posses .


- Não corram o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito... " Vai que o parceiro ganhe na loteria" - tudo é possível, e o futuro é imprevisível.


- Tenham uma vida rica de vida! Vivam romances de cinema, contos de fada e casos de novela. "


- Façam sexo, mas não sintam vergonha de preferir fazer amor.


- E sempre tomem conta da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque as pessoas comentam, reparam e, se vocês derem chance, elas  também inventam detalhes desnecessários.


- Se forem se casar, façam por amor. Não façam por segurança, carinho ou status.


- A sabedoria convencional recomenda que vocês se casem com alguém parecido com vocês, mas isso pode ser um saco! Prefiram a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que vocês procurem alguém diferente de vocês. Mas, para ter sucesso nessa questão, acreditem no olfato e desconfiem da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.


- Façam do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leiam. Pintem, desenhem, escrevam. E, por favor, dancem, dancem, dancem, cantem, cantem, cantem até o fim, se não por vocês, façam por mim.


- Compreendam seus pais. Eles os amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.


- Não cultivem mágoas, porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida, é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.


Era só isso meus queridos. Agora é com vocês.


Por favor, encham mais uma vez minha taça e me contem: como vão voces?
 
(Isso vale para todos nós, pais, filhos, netos e amigos...)
 




(Autor desconhecido - Recebido por email)
.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A ladroagem rodoferroviária foi a única obra de bom tamanho consumada pelo PAC

.


Até a primeira semana de julho, a duplicação da BR-101 entre os municípios de Palhoça, em Santa Catarina, e Osório, no Rio Grande do Sul, foi reiteramente apresentada por Lula e Dilma Rousseff como “a maior obra rodoviária no PAC no sul do Brasil”. Depois da reportagem de VEJA que abriu as comportas que represavam a roubalheira imensa, o trecho de 348 quilômetros foi sumariamente devolvido ao Ministério dos Transportes. Antes da descoberta da quadrilha, com exceção de atropelamento com vítima, era creditado na conta do Programa de Aceleração do Crescimento qualquer sinal de que as coisas andavam ─ a capinagem de um metro de acostamento, o plantio de um tufo de grama no canteiro central, até a entrega de uma placa de sinalização. Agora, a Mãe do PAC faz de conta que nem conhece uma das crias favoritas.

Enquanto demite pecadores, Dilma capricha na pose de quem não tem nada a ver com o pecado. Tem tudo, grita, por exemplo, a folha corrida do companheiro Hideraldo Caron, enfim afastado da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do Dnit. Há seis anos no cargo por indicação da atual presidente, Caron acumulou nesse período as funções de babá de rodovia. Com tamanha dedicação que acabou estabelecendo recordes de dimensões assombrosas mesmo para um país que perdeu a vergonha. Assinou 23 contratos, quase quatro por ano. E patrocinou 268 termos aditivos que aumentaram o preço em R$ 317,7 milhões.

O buraco negro denunciado seguidamente pelo Tribunal de Contas da União já engoliu quase R$ 2 bilhões, que não incluem pontes e túneis que sequer foram licitados. Uma ponte sobre o canal Laranjeiras já devorou R$ 596 milhões e segue à espera da licença ambiental. Cálculos otimistas garantem que não ficará pronta antes de 2015 a maravilha que Lula prometeu inaugurar em 2010. Deve ter acreditado nos relatórios do PAC. O mais recente adornou com o selo de “obra concluída” o trecho gaúcho ainda em execução.

A ladroagem no Ministério dos Transportes começou a correr solta em janeiro de 2003, quando Lula entregou a guarda do galinheiro ao deputado Valdemar Costa Neto, como parte do pagamento pela cessão do candidato a vice José Alencar. Ficou mais encorpada e veloz em 2004, quando Alfredo Nascimento assumiu a gerência da quadrilha em ação no Dnit e na Valec. E passou a registrar performances de dar inveja a um Usain Bolt em 2007, depois da criação do Programa de Aceleração do Crescimento. Como as verbas engordaram, cresceu também a gula das raposas.

A mãe resolveu renegar a filharada. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, finge que não é a atual coordenadora-geral do PAC, nem integrante do Comitê Gestor completado por Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, e Guido Mantega, ministro da Fazenda. Maurício Muniz Barretto de Carvalho, secretário-executivo do PAC, caiu na clandestinidade. E ninguém sabe que fim levou o Grupo Executivo do PAC, responsável por estabelecer metas, fixar prazos e vigiar gastos. Tudo somado, está claro que a sigla é só uma impostura eleitoreira. É tão real quanto a competência da supergerente de país que virou presidente.

Até agora, o escândalo no Ministério dos Transportes foi a única obra de bom tamanho consumada pelo PAC.

(Augusto Nunes - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes)




Leia Mais: 


DUPLICAÇÃO DA BR 101 FICARÁ PRONTA APENAS EM 2016


 http://www.ihelpweb.com.br/valenoticias/?p=2565
.

O espaço e o tempo do pensamento

.





Notei, numa mesa ao lado, uma menina que escrevia e consultava um dicionário. Agachei-me para conversar com ela. "Você está procurando no dicionário uma palavra que você não sabe?", perguntei.


"Não", ela me respondeu. "Eu sei o sentido da palavra, mas estou a escrever um texto para os miúdos e usei uma palavra que, penso, eles não conhecem. Como eles ainda não sabem a ordem alfabética e não podem consultar o dicionário, estou a escrever um pequeno dicionário ao pé da página do meu texto para que eles o compreendam."


"Estou a escrever um texto para os miúdos" foi o que ela disse. Os que já sabem tornam-se naturalmente professores dos que ainda não sabem. Essa é a pedagogia natural das crianças quando elas querem ensinar as outras crianças a brincar. As que sabem ensinam as que não sabem, sem que para isso tenham de saber teorias.


Lembrei-me da deliciosa frase de Daniel Pennac no seu livro "Como um Romance": "Que espantosos pedagogos nós éramos quando não nos preocupávamos com a pedagogia...". As relações de aprendizagem e ensino se dão através das pontes poéticas que o amor constrói. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão aprendendo valores de solidariedade. A ética é o ar que se respira silenciosamente, sem explicações, naquela sala imensa.


Numa parede encontrei dois quadros de avisos. Num deles estava escrita a frase: "Tenho necessidade de ajuda em...". E, no outro, a frase: "Posso ajudar em...". Qualquer criança que esteja tendo dificuldades em qualquer assunto coloca ali o assunto em que está tendo dificuldades e o seu nome. "Não entendo a regra de três", assinado "Maria". O Gabriel, passando por lá, vê a mensagem da Maria e, sem que a professora dê qualquer ordem, procura a Maria para lhe explicar a matemática da regra de três.


Dei-me conta então da importância da arquitetura no espaço escolar. A arquitetura, ao estabelecer espaços, determina os caminhos possíveis e permitidos. É preciso que os espaços sejam livres para que as relações aconteçam com liberdade. A arquitetura de corredores e salas, comum em nossas escolas, aprisiona as relações.


Lembrei-me então do que me dissera a menina ao me informar que também não havia separações no tempo. Relógios e campainhas são artifícios para obrigar o pensamento a fazer ordem unida. Toca a campainha: é hora de pensar matemática, 45 minutos pensando matemática. Toca a campainha, é hora de parar de pensar matemática, hora de pensar geografia, 45 minutos pensando geografia, toca a campainha, hora de parar de pensar geografia, hora de pensar literatura...


Os toques de campainha ou qualquer artifício semelhante contêm uma psicologia do pensamento. Como se o pensamento obedecesse às ordens do relógio. Algo semelhante ao que acontece com os programas de televisão: a marcação das horas liga e desliga os "programas" do pensamento.


Vez por outra um curioso me pergunta sobre as horas que separo para pensar... Sei não... Talvez as horas de insônia ou debaixo do chuveiro ou numa viagem de carro ou avião... O pensamento não se anuncia. Ele simplesmente vem. Todas as vezes que tentei marcar hora para pensar, as ideias me fugiram.




(Rubem Alves - http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2607201103.htm)

Os eleitos pelo BNDES

.





Participações acionárias do banco se concentram sobre grandes empresas e duram anos, o que limita apoio para quem mais precisa de capital



A disposição do BNDES de entrar com R$ 4,5 bilhões na malograda fusão Pão de Açúcar-Carrefour, por meio de seu braço de participações, a BNDESPar, representa um bom exemplo das duvidosas decisões autárquicas do banco federal de desenvolvimento. Só ao evidenciar-se a precipitação, pois não havia sequer acordo entre os acionistas, sua cúpula retirou o apoio à polêmica transação.


O episódio deve servir para uma apreciação crítica dos desígnios da instituição. Persegue-se ali, com coerência, a política de eleger e apoiar grupos nacionais em setores tidos como estratégicos, para que adquiram musculatura nos mercados doméstico e mundial.


Se na gestão FHC o BNDES assumia a proa da desestatização, sob domínio petista se concentrou na criação de conglomerados. Não é política em si condenável, mas deveria subordinar o emprego de dinheiro público e financiamento subsidiado a áreas com grande potencial tecnológico ou de geração de empregos em que a iniciativa privada não entra sozinha.


Certamente isso não se aplica bem a setores baseados em commodities (como frigoríficos) e varejo (como a fusão referida atrás).


A BNDESPar deveria atuar com escopo ainda mais restrito. Segundo a própria entidade, seu mandato é apoiar o processo de capitalização e o desenvolvimento de empresas nacionais "principalmente através de participações de caráter minoritário e transitório, buscando oferecer apoio financeiro sob a forma de capital de risco".


Ora, reportagem de domingo na Folha mostrou que esses investimentos diretos em ações têm muito pouco de transitório. O tempo médio até a venda da participação fica entre cinco e sete anos. Mas há casos notáveis de permanência mais longa, de mais de 14 anos.


Das 152 companhias em que a subsidiária do banco aparecia como acionista em 2010, só 40 (cerca de um quarto) eram pequenas e médias empresas. Se o objetivo primordial fosse fortalecer o mercado de capitais, apoiando quem tem dificuldade de se financiar, essas -e não as de grande porte- deveriam ser os alvos do banco.

Na escola...

.


.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

E, por falar em Saudade...

.




Depois que apanho à vontade
no ringue da solidão,
percebo sempre a saudade
recebendo o cinturão...

(Regina Célia de Andrade)



Vais partir... – E, eis a certeza 
que neste instante me invade
Se eu não morrer de tristeza...... 
não sobrevivo à SAUDADE!!!...

(Maria Madalena Ferreira)



A saudade é um recado
Que parece incoerente
Pois lembra um bem do passado
Que causa dor no presente.

(Carmen Felicetti)



Quando você foi embora
Meu DEUS, pensei que morria
Mas a saudade de agora
Me faz morrer todo dia.

(Sylvio Adalberto)