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Borboleta Tempo
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...o rosto vai envelhecendo sem idade, a pele deixando nascerem marcas e vermelhões. Tanto desgaste recai sobre as características físicas, também. Correndo não se chega, parado não se anda, andando não se aguenta.
O cabelo cai, as unhas doem, a barriga amolece. Não é uma questão de idade, é a auto explosão refletindo. E somando, é também a explosão que vem de fora. Quadrada.
As pernas vão cansando, os olhos caindo, os lábios tampando o que nem os dedos mais escrevem... Não se arreganham mais as palavras. Não se soltam mais os sentimentos. Mal nascem.
Definhar é também isso: deslocar as belezas pra bem longe, em todos os sentidos. De todos os sentidos.
O vidro nem sempre quebra por inteiro, vai deixando os cacos pelo caminho, parecendo poesia, imitando drama, querendo ser apenas ficção.
(Juliana Gola - Borboleta Tempo - Pintura: Ana Luisa Kaminski)
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