sábado, 6 de outubro de 2012

Atenção! - Uso de benzodiazepínicos foi associado ao aumento do risco de demência

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Estudo populacional prospectivo avaliou a associação entre o uso de benzodiazepínicos e os casos incidentes de demência. A pesquisa é conhecida como PAQUID, foi realizada na França e publicada pelo British Medical Journal (BMJ).

O estudo contou com a participação de 1.063 homens e mulheres (idade média de 78,2 anos) que estavam livres de demência e não começaram a tomar benzodiazepínicos pelo menos até o terceiro ano de acompanhamento. O resultado principal foram os casos incidentes de demência, confirmados por um neurologista.

Durante 15 anos de acompanhamento, 253 novos casos de demência foram confirmados. O novo uso de benzodiazepínicos foi associado com um risco aumentado de demência. Análise de sensibilidade considerando a existência de sintomas depressivos mostrou uma associação semelhante. Uma análise secundária reunindo participantes que iniciaram o uso de benzodiazepínicos durante o acompanhamento avaliou a associação com demência incidente. A taxa de risco de novos usuários de benzodiazepínicos foi de 1,46 (1,10-1,94). Os resultados de um estudo complementar caso-controle mostraram que a utilização de benzodiazepínicos foi associada a um aumento de aproximadamente 50% no risco de demência em comparação com pessoas que não utilizavam a medicação. Os resultados foram semelhantes nos antigos usuários e nos usuários recentes, mas alcançou significância apenas nos do segundo grupo.

Concluiu-se que, neste estudo populacional, o novo uso de benzodiazepínicos foi associado ao aumento do risco de demência. O resultado foi robusto em análise de dados agregados em todas as coortes de novos usuários de benzodiazepínicos durante toda a pesquisa e em um estudo de caso-controle complementar. Considerando o número de prescrições de benzodiazepínicos e os potenciais efeitos adversos desta classe de drogas, na população em geral, o uso indiscriminado destes medicamentos deve merecer maior atenção em condutas médicas.

(Fonte: BMJ, de 27 de setembro de 2012 - Fonte: http://www.news.med.br/p/pharma-news/321045/bmj-uso-de-benzodiazepinicos-foi-associado-ao-aumento-do-risco-de-demencia.htm)
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Diazepam, Valium e Lorazepam são fármacos da família dos benzodiazepínicos, heterocíclicos, pós cristalinos, usados como ansiolíticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares e sedativos. Outros fármacos menos conhecidos que têm a mesma composição - incluindo genéricos - são comercializado por vários laboratórios, sob marcas comerciais diferentes.

Indicados para o tratamento da convulsões e espasmos musculares, além da insônia, também são usados antes de alguns procedimentos clínicos ou exames, como a endoscopia e tomografia, para reduzir ansiedade nos pacientes, e antes de procedimentos cirúrgicos, para induzir amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema.

Doença de Alzheimer
Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na qual predomina a perda gradativa da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro. A memória declarativa retém informações que o indivíduo processa conscientemente.


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2 comentários:

  1. realmente complicado, as vezes,os efeitos causados por alguns remédios fazem com que reflitamos sobre usarmos esses medicamentos...abçs

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  2. Os benzodiazepínicos devem ser prescritos apenas em algumas situações, em alguns pacientes. Mesmo nestes, o uso não deve ultrapassar 4 a 6 semanas. Infelizmente, grande parte dos médicos não sabe disso e as pessoas também, muitas vezes, tomam doses maiores do que deveriam ou acabam pedindo receitas para vários médicos e, com isso, prolongando seu tratamento.

    É importante lembrar que outras medicações, conhecidas como drogas "Z" (zaleplon, zolpidem, zopiclone e eszopiclone) também tem os mesmos efeitos (positivos e negativos)e eles são vendidos como "inofensivos", inclusive não necessitando da receita "azul".

    Atenciosamente,

    Dr. Ivan Mario Braun
    Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo

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