O que podemos observar nessas eleições é um verdadeiro show de estratégia e de como fazer política usando quaisquer meios ao seu alcance – legais ou não – para atingir o seu intento. Como pessoa e como partido Lula e o PT mostram que não possuem escrúpulos e sacramentam a crença popular de que a política brasileira é composta por canalhas e espertalhões.
As realizações tão divulgadas do governo Lula são, por si só, a principal prova disso. Sem considerarmos as inúmeras fraudes, superfaturamentos e mostras claras de favorecimento a grupos empresariais ligados ao partido e a políticos da base aliada, o governo Lula mostra uma inacreditável capacidade de desmentir a si mesmo.
As ditas realizações não sobrevivem a uma análise superficial e, invariavelmente, são desmentidas pelos números e estatísticas divulgados pelo próprio governo. Foi assim com o assentamento da reforma agrária – divulgado como o maior de todos os tempos – porém logo desmentido por estatísticas divulgadas no site do ministério do planejamento que informavam o singelo fato de que os tais assentamentos foram muito inferiores aos realizados no governo FHC. Foi assim com a construção de um milhão de casas populares – cujas paredes nem sequer arranham esse volume de construções e as poucas casas entregues apresentam o inconveniente, pouco significativo, de alagarem até com uma simples garoa. Foi assim com a realização das obras do PAC – e depois do PAC 2 – mostradas como a grande chance de alavancar o desenvolvimento do Brasil, mas que sequer chegaram aos 50% de conclusão do primeiro programa. E, por último – mas não menos importante – as tais melhorias nas condições de vida da população mais pobre.
Esse último “avanço” de Lula cai por terra diante dos frios números divulgados pelo IBGE. Como se trata de um órgão governamental e gerido pelo partido ou por algum aspone indicado pela base aliada, os números não podem ser questionados pelos defensores de Lula como alvo de manipulação do PIG, do IG ou de qualquer outro fantasma que desejam incorporar. Eles são o frio retrato de que, fora o assistencialismo barato, a vida dos pobres do Brasil mudou muito pouco nesses oito anos de governo Lula. Afinal, somos uma nação em que menos de 50% de seus habitantes tem “luxos burgueses” como esgoto e água encanada.
Freqüentemente venho dizendo aqui que os programas assistencialistas têm o grande inconveniente de não mudar a realidade de vida das pessoas inseridas nele. O simples fato de receber uns trocados a mais, pode aliviar o sofrimento imediato do sujeito; mas, em longo prazo, em nada mudarão as suas condições de vida. A miséria não se resolve com bolsa isso ou aquilo. Ela se resolve com ações concretas e realísticas. E isso o próprio governo Lula diz não ter feito.
A grande maldade disso tudo é que se insemina a mente das pessoas com a idéia de que prosperidade é poder comprar uma “TV de Prasma” (sic) em 500 prestações ou um carro em vinte anos. Quando, na verdade, a prosperidade reside em coisas muito mais básicas e palpáveis como não ter que pisar no esgoto para entrar e sair de casa, não morrer de diarréia, leptospirose, febre, dengue e outras doenças oriundas unicamente da imundície.
Enquanto a propaganda petista fomenta as realizações fictícias e as melhorias nas condições de vida tocadas meramente pelas bondades do Tesouro Nacional – que podem ser suspensas ao menor problema de caixa – o povo permanece mergulhado em suas próprias fezes e habitando construções insalubres e recheadas de desesperança e de falta de oportunidades de crescimento.
Mais uma vez – fazendo uma retrospectiva histórica – podemos perceber com clareza terrível e preocupante como Lula e o PT usam com maestria preocupante as mesmas técnicas usadas por Goebbels nos anos de 1930 a 1945 e que foram responsáveis por um dos maiores engodos que o mundo já viu. A frase imortal do grande gênio da propaganda nazista – "Uma mentira dita cem vezes, torna-se verdade" – rege cada passo e cada projeto que o atual governo dá.
Assim como naquela época, uma nação fragilizada economicamente, com baixo índice de escolaridade, miséria sistêmica e corrupção generalizada fica de joelhos diante da máquina de propaganda de um “Grande Líder” que subverte a realidade e embota o bom senso de um número enorme de pessoas em nome de um plano de poder.
Se o final de nossa história atual não pode ser como a passada – afinal quem pode imaginar que entraremos numa guerra genocida? O genocídio pode ser muito mais sutil do que uma pilha de corpos esquálidos. Ele pode ser um genocídio de liberdades e de conquistas pagas com muita dor e com muito sangue por nossos antepassados.
Podemos estar prestes a adentrar uma era de sombras e obscurantismo na área das liberdades civis e de muita fartura e enriquecimento para os amigos do poder e para os que se servem deles.
Pense nisso.
(Arthurius Maximus - Fonte: www.visaopanoramica.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo.