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Amigos do blog, o rascunho do projeto autoritário e proto-fascista de uma estatal Agência Nacional de Comunicação (ANC) proposto pelo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, e que prevê a aplicação de multas por programação considerada “ofensiva, preconceitosa ou inadequada ao horário” transmitidos por emissoras de TV e rádio, é tão ruim, mas tão ruim que nem mesmo organismos defensores do chamado “controle social” da mídia e simpatizantes do PT e do governo estão gostando.
“Uma agência não nos interessa”, disse ao Estadão Paulo Miranda, da Associação Brasileira de Canais Comunitários. Segundo ele, seria — e é verdade — mais uma entidade estatal, com diretoria aprovada pelo Congresso e composta por funcionários públicos. Ele, como outros representantes dos chamados “movimentos sociais”, defendem um conselho, e não uma agência, que seria integrado por “representantes da sociedade” e, também, pelas empresas do setor.
Até mesmo Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade política que tem ligações umbilicais com o PT e com o governo Lula, criticou o projeto de Franklin, defendendo um “conselho independente do Estado, autônomo, com verbas próprias, que represente a sociedade, e não um controlador”.
Quando até a Fenaj, que em 2004 propôs a Lula, e este enviou ao Congresso, um projeto criando o Conselho Federal de Jornalismo, destinado a “orientar, disciplinar e fiscalizar” o exercício da profissão e a atividade do jornalismo — censurá-lo, em suma –, está contra o projeto de Franklin, pode-se imaginar o que ele significaria, se adotado pelo governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, para quem o ministro encaminhará seus “estudos”.
(Ricardo Setti - Veja -http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti)
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