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A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra cometeu irregularidades graves quando esteve à frente da pasta, no ano passado. Erenice é acusada de tráfico de influência e de beneficiar parentes em contratações de serviços aéreos para os Correios, estudos para projetos de mobilidade urbana e outorgas de concessão de serviço móvel especializado. O relatório da CGU foi enviado hoje (23) à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. O relatório vai servir como subsídio às investigações de natureza criminal e ética contra a ex-ministra.
As investigações referem-se ao conjunto de denúncias veiculadas na imprensa no segundo semestre do ano passado envolvendo Erenice Guerra e parentes dela. Erenice assumiu a Casa Civil quando Dilma Rousseff saiu da pasta para disputar as eleições presidenciais. Ela era considerada braço direito da presidenta Dilma Rousseff quando esta era ministra de Minas e Energia e, em seguida, chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O foco das apurações da CGU foram as irregularidades administrativas e financeiras. Somente em referência aos contratos firmados entre os Correios e a empresa MTA para a prestação de serviços de transporte de carga por meio da Rede Postal Aérea Noturna, a CGU analisou quatro contratos celebrados em 2010, alguns decorrentes de pregões eletrônicos e outros dispensados de licitação, com valor total de R$ 59,8 milhões. A MTA está no centro do episódio que envolve um dos filhos de Erenice, Israel, em tráfico de influência e cobrança de propina para ajudar a empresa dentro do governo. A investigação apontou que os Correios mantinham um contrato com a MTA para transporte de carga postal aérea de São Paulo para Manaus, ao preço unitário de R$ 1,99 por quilograma transportado. Em seguida, a ECT celebrou outro contrato com a mesma empresa, para o trecho Brasília-Manaus, ao preço de R$ 3,70 por quilo.
As inspeções feitas pela CGU nos depósitos e terminais da estatal nos aeroportos revelaram que os Correios estavam enviando, de caminhão, grandes quantidades de carga de São Paulo para Brasília, de onde eram embarcadas, nos aviões da MTA, para Manaus. “A ECT passou a desembolsar R$1,71 a mais por quilo transportado de Brasília, do que pagaria por essa mesma carga se a embarcasse de São Paulo; isso sem contar o que gastava com o transporte por caminhão de SP para Brasília”, apontou a CGU.
“Diante das constatações, a CGU recomendou à ECT [Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos], entre outras medidas, a instauração de procedimentos apuratórios para identificar os causadores dos danos, promover as respectivas responsabilizações e quantificar valores das multas a serem aplicadas, bem como valores pagos a mais pela ECT à MTA, para efeito de cobrança de ressarcimento ao Erário”, diz o relatório.
Outra irregularidade considerada grave de Erenice foi constatada na outorga do Serviço Móvel Especializado (SME), na subfaixa de 411 MHZ, concedida à empresa Unicel pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Unicel tinha como funcionário o marido da ex-ministra, José Roberto Camargo. As apurações feitas pela controladoria concluíram que Erenice atuou para beneficiar a Unicel. De acordo com a CGU, o chamamento público feito em janeiro de 2004 e no qual se baseou a agência para outorgar, sem licitação, o SME à Unicel “não pode ser considerado válido para fins de aferição do eventual interesse de outras de empresas na exploração do serviço na subfaixa de 411 MHz”.
No edital de chamamento não havia prévia destinação da faixa para esse serviço, nem regulamentação da canalização e uso da faixa. Diante disso, a CGU não aceitou o argumento da Anatel de que a regulamentação, a posteriori, da subfaixa de 411 MHz convalidaria o chamamento público. “Não poderia convalidá-lo, pois, sem a prévia destinação do serviço à faixa, o certame não permitiu aos interessados saber apropriadamente o que estava em disputa”, diz o relatório.
A CGU também não aceitou os argumentos apresentados pelo presidente da Anatel, Elifas Chaves Gurgel do Amaral, no sentido de que a regulamentação da faixa é condição apenas para a expedição do termo de autorização, e não para o chamamento público. A auditoria da CGU ressalta ainda que o chamamento público ocorreu em janeiro de 2004, vários anos antes da concessão da outorga. “Em um setor que passa por intensa modificação tecnológica, parece bastante inapropriado assumir que as condições de exploração e os interesses de mercado se mantêm os mesmos”, avalia a CGU em seu relatório.
No relatório a CGU recomendou a imediata anulação da outorga, além da apuração de responsabilidades pela decisão de dispensar a licitação.
Quanto às apurações sobre um acordo firmado entre o Ministério das Cidades e a Fundação Universidade de Brasília (FUB) para a elaboração de estudos de planos diretores integrados de mobilidade urbana, a CGU também constatou graves irregularidades, como o pagamento de R$ 2,1 milhões por um produto que não atendeu à demanda previamente estabelecida pelo ministério. De acordo com o relatório, houve falta de critérios na escolha da instituição para a realização dos serviços; inexistência de formalização do procedimento de dispensa de licitação; prestação de contas com documentação incompleta; ausência de instauração de tomada de contas especial; subcontratação de entidade privada sem qualquer vínculo aparente com o tema mobilidade urbana; e, por fim, o não alcançamento do objetivo pretendido com a contratação.
O acordo entre o Ministério das Cidades e a FUB foi firmado em 2007, com valor de R$ 10,5 milhões. A FUB recebeu o valor integral e contratou, por R$ 2,1 milhões, a execução de serviços de coleta e organização de informações, mas a prestação de contas sobre a aplicação desse montante não explicava a utilização do dinheiro nem evidenciava o cumprimento das ações previstas.
Segundo o relatório, o Ministério das Cidades cobrou reiteradamente a devolução do dinheiro, o que não ocorreu, assim como não foi instaurado procedimento especial de tomada de contas, igualmente recomendado. A FUB só devolveu ao ministério os restantes R$ 8,4 milhões.
Outra irregularidade apontada no relatório da CGU foi a subcontratação, pela FUB, da Fundação Universitária de Brasília (Fubra), sem licitação, para a execução dos serviços de coleta e organização de informações. O Ministério das Cidades havia justificado a contratação da FUB com o argumento de que a instituição tinha expertise no desenvolvimento desse tipo de trabalho, elevado conceito nacional e internacional, dispondo de quadro técnico altamente especializado no assunto, além de trabalhos científicos publicados na área de mobilidade urbana. O relatório concluiu que, se isso era verdade, a FUB não precisaria subcontratar a Fubra e, esta, subcontratar uma instituição privada, o Ibesp, que tem como objeto social a promoção do bem-estar de servidores públicos, para ser o principal agente no processo.
Ao final, o Ibesp recebeu cerca de R$ 1,8 milhão, que correspondem a mais de 85% dos recursos despendidos. O relatório aponta que a CGU não encontrou quaisquer informações acerca dos trabalhos realizados pelo Ibesp ou qualquer tipo de comprovação dos pagamentos realizados, como notas fiscais e recibos.
(Luciana Lima - Matéria publicada originalmente em Agência Brasil - Fonte: http://www.cartacapital.com.br)
quarta-feira, 30 de março de 2011
Jobim e os militares tentam enquadrar o MST como grupo terrorista
Ironia do destino, caberá à presidente eleita, Dilma Rousseff, pôr fim a uma guerra interna do governo federal: qual é a posição que o Brasil deve ter sobre o terrorismo?
Ex-militante da esquerda armada durante a ditadura, a sucessora de Lula foi chamada de terrorista na campanha eleitoral. Mas, como decidiu manter Nelson Jobim no Ministério da Defesa, vai continuar a conviver com o intenso lobby dos militares, apoiados pela turma conservadora da agricultura, a favor de uma lei que defina como terroristas os líderes de movimentos sociais, inclusive estudantes e atingidos por barragens. E, sobretudo, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST. No governo Lula, a ideia nunca prosperou, o que não desanimou os defensores do projeto.
Um grupo de trabalho montado no governo passou os últimos dois anos debruçado sobre um tema geral – a elaboração de uma nova Lei de Segurança Nacional – para cuidar de outro, específico e mais urgente, a tipificação do crime de terrorismo no Brasil. Entre os integrantes do grupo, criado em 14 de julho de 2008, estavam representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Casa Civil, Advocacia-Geral da União (AGU), dos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Planejamento, Ciência e Tecnologia, além dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Há cinco meses, e após dez reuniões de trabalho, foi produzido um relatório ambíguo e conflituoso. As discussões, conduzidas pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, desembocaram num texto dividido em quatro eixos: a defesa das instituições democráticas; as ameaças externas; as ameaças às áreas estratégicas econômicas e de infraestrutura; e o combate ao terrorismo.
(Leandro Fortes - http://www.cartacapital.com.br)
Réus do mensalão devem escapar de condenação
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O esquema de compra de votos de parlamentares pelo governo federal foi descoberto em 2005 e a ação na Justiça teve início em 2006. Com a prescrição, o processo acaba esvaziado. A prescrição resulta de uma série de articulações do comando do PT e do governo federal para livrar os mensaleiros da punição.
A primeira sinalização do esvaziamento da ação foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o cargo, ele disse que sua principal missão a partir de janeiro de 2011 seria mostrar que o mensalão era “uma farsa”.
Escolhas para o Supremo
Um indicativo da preocupação do governo com o desfecho do mensalão no STF foi a indicação do ministro Luiz Fux para a Corte Suprema. Numa sabatina informal com Fux, um integrante do governo perguntou como ele julgaria o processo mensalão. Fux respondeu: se houvesse provas, votaria pela condenação; se não houvesse, pela absolvição.
Até o julgamento do processo, a presidente Dilma Rousseff deverá indicar outros dois integrantes da Corte. Segundo fontes do governo, a preocupação com o julgamento do mensalão continuará a nortear a escolha dos ministros.
Um dos magistrados, José Antônio Dias Toffoli, já atuou como advogado do PT, ex-assessor da liderança do partido na Câmara e subordinado de José Dirceu na Casa Civil. Foi indicado por Lula, em setembro de 2009.
Reabilitação de mensaleiros
Enquanto isso, réus que aguardam o julgamento recuperam suas forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada. O ex-deputado José Genoino, na época do escândalo presidente do PT, foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa pelo ministro Nelson Jobim.
O PT conseguiu eleger para a comissão mais importante da Câmara, a de Constituição e Justiça (CCJ), João Paulo Cunha (PT-SP), outro réu do mensalão.
Para além de ações políticas com intuito de enfraquecer a tese do mensalão, há empecilhos naturais numa investigação complexa que envolve 38 réus. A começar pela dificuldade de obter provas de todas as denúncias.
Ministros do Supremo são unânimes ao dizer que muitos dos réus, inclusive figuras centrais, deverão ser absolvidas.
(Com Agência Estado - http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/reus-do-mensalao-devem-escapar-de-condenacao)
Crime de formação de quadrilha pode prescrever em agosto deste ano
Réus no processo que investiga o maior escândalo do governo do PT podem acabar absolvidos de uma das principais acusações sem ao menos serem julgados. Isso porque, em agosto, o crime de formação de quadrilha deve prescrever. O crime é citado mais de 50 vezes na denúncia do Ministério Público, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os 38 réus do processo, 22 respondem por formação de quadrilha.
O esquema de compra de votos de parlamentares pelo governo federal foi descoberto em 2005 e a ação na Justiça teve início em 2006. Com a prescrição, o processo acaba esvaziado. A prescrição resulta de uma série de articulações do comando do PT e do governo federal para livrar os mensaleiros da punição.
A primeira sinalização do esvaziamento da ação foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o cargo, ele disse que sua principal missão a partir de janeiro de 2011 seria mostrar que o mensalão era “uma farsa”.
Escolhas para o Supremo
Um indicativo da preocupação do governo com o desfecho do mensalão no STF foi a indicação do ministro Luiz Fux para a Corte Suprema. Numa sabatina informal com Fux, um integrante do governo perguntou como ele julgaria o processo mensalão. Fux respondeu: se houvesse provas, votaria pela condenação; se não houvesse, pela absolvição.
Até o julgamento do processo, a presidente Dilma Rousseff deverá indicar outros dois integrantes da Corte. Segundo fontes do governo, a preocupação com o julgamento do mensalão continuará a nortear a escolha dos ministros.
Um dos magistrados, José Antônio Dias Toffoli, já atuou como advogado do PT, ex-assessor da liderança do partido na Câmara e subordinado de José Dirceu na Casa Civil. Foi indicado por Lula, em setembro de 2009.
Reabilitação de mensaleiros
Enquanto isso, réus que aguardam o julgamento recuperam suas forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada. O ex-deputado José Genoino, na época do escândalo presidente do PT, foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa pelo ministro Nelson Jobim.
O PT conseguiu eleger para a comissão mais importante da Câmara, a de Constituição e Justiça (CCJ), João Paulo Cunha (PT-SP), outro réu do mensalão.
Para além de ações políticas com intuito de enfraquecer a tese do mensalão, há empecilhos naturais numa investigação complexa que envolve 38 réus. A começar pela dificuldade de obter provas de todas as denúncias.
Ministros do Supremo são unânimes ao dizer que muitos dos réus, inclusive figuras centrais, deverão ser absolvidas.
(Com Agência Estado - http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/reus-do-mensalao-devem-escapar-de-condenacao)
Acusado de corrupção, José Dirceu pode ser absolvido
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Absolvição à vista: José Dirceu tem motivos para sorrir (Alan Marques/Folhapress)
Julgamento do mensalão só acontecerá 8 anos depois da descoberta do caso
O mesmo raciocínio vale para Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula, denunciado por peculato. Todos os ministros do STF ouvidos reservadamente disseram que não havia indícios suficientes sobre a atuação de Gushiken para que o tribunal recebesse a denúncia contra ele. Argumento semelhante é usado por ministros em relação ao ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), que foi líder do governo na Câmara.
Luizinho responde pelo crime de lavagem de dinheiro. Ministros dizem que o fato de o ex-deputado ter recebido dinheiro supostamente disponibilizado pelo PT, mas sacado do Banco Rural, não poderia ser classificado como lavagem de dinheiro.
Trâmite na Justiça
Ao contrário do ex-procurador e autor da denúncia do mensalão, Antonio Fernando de Souza, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nunca conversou diretamente com o ministro do STF, Joaquim Barbosa, relator do caso. Pior: os 12 pedidos de diligência feitos tardiamente pelo procurador-geral em dezembro acabaram por atrasar o calendário previsto por Barbosa.
Pelo calendário informal do ministro Joaquim Barbosa, toda a instrução do processo estará concluída em abril ou maio. Depois disso, ele terá de analisar as mais de 42 mil páginas, reunidas em mais de 200 volumes, com quase 600 depoimentos e um calhamaço de provas colhidas.
Ao terminar seu voto, o que deve fazer até o final do ano ou no início de 2012, Barbosa repassará todo esse volume de informações para o colega que está incumbido de revisar o caso, o ministro Ricardo Lewandowski. O ministro terá igualmente de ler todos esses documentos para preparar um voto revisor.
Com isso, o processo estaria pronto para ser colocado em pauta no segundo semestre de 2012. Porém, não seria prudente o STF julgar neste período uma ação com potencial para interferir na eleição municipal. O julgamento ficaria para 2013, oito anos depois de descoberto o mensalão.
(Com Agência Estado - http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/acusado-de-corrupcao-jose-dirceu-pode-ser-absolvido)
Se fosse eleito deputado, o assassino confesso continuaria a serviço da nação
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No momento, espera em liberdade o julgamento de um recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O caso está com o ministro Celso de Mello, que não sabe quando terá tempo de examiná-lo. Tecnicamente, Pimenta Neves não é culpado de nada: graças às alquimias da legislação e às acrobacias da jurisprudência, tornou-se inconstitucional tratar um matador assumido como assassino antes que a sentença transite em julgado.
O cidadão brasileiro Antonio Marcos Pimenta Neves poderia, se quisesse, ter disputado uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010. Não lhe faltariam simpatizantes, sobretudo entre colegas de ofício. O público alvo seria alcançado sem muita despesa, já que a Justiça Eleitoral concentrou o público alvo de delinquentes candidatos em poucos lugares: agora, a população carcerária se vale de urnas instaladas nos presídios para cumprir o dever cívico do voto.
Com alguma lábia e um pouco de sorte, Pimenta Neves hoje estaria festejando, entre uma conversa no cafezinho da Câmara e uma reunião para tratar da reforma política, a vitória da turma do prontuário no STF ─ e os nítidos sinais de que a lei da ficha suja será pulverizada de vez até 2012. A inovação legal torna inelegível gente condenada em duas instâncias. Isso é inconstitucional, já avisaram alguns ministros. É preciso aguardar o julgamento do último recurso na última instância.
Sandra Gomide agonizava de costas quando levou o tiro de misericórdia. Nunca mereceu uma lágrima do seu executor. Para pelo menos seis doutores do STF, detalhes do gênero são pieguices irrelevantes, coisa de leigos que nem imaginam as altitudes jurídicas alcançadas por uma toga. A lei só retroage em benefício do réu, declamariam em coro. O princípio da anterioridade é sagrado, alertariam aos berros ─ mais de 10 anos depois do assassinato. E todos fingiriam ignorar que o processo dorme numa gaveta do Supremo.
Nada como um caso exemplar para encerrar a conversa fiada: caso virasse deputado, Pimenta Neves continuaria servindo à nação com as bênção do STF e sob as asas da Constituição. Os pimentas neves que agem fantasiados de pais-da-pátria são cada vez mais numeros.
Há algo de muito errado com um país que torna possível tamanha afronta à justiça.
(Augusto Nunes - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/)
Faz mais de 10 anos que o jornalista Antonio Pimenta Neves matou a ex-namorada Sandra Gomide com uma bala nas costas e outra na cabeça. Horas depois do crime, contou tudo à polícia e se tornou réu confesso. Em 2006, foi condenado em primeira instância a 18 anos de prisão, reduzidos a 15 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Não cumpriu nenhum.
No momento, espera em liberdade o julgamento de um recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O caso está com o ministro Celso de Mello, que não sabe quando terá tempo de examiná-lo. Tecnicamente, Pimenta Neves não é culpado de nada: graças às alquimias da legislação e às acrobacias da jurisprudência, tornou-se inconstitucional tratar um matador assumido como assassino antes que a sentença transite em julgado.
O cidadão brasileiro Antonio Marcos Pimenta Neves poderia, se quisesse, ter disputado uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010. Não lhe faltariam simpatizantes, sobretudo entre colegas de ofício. O público alvo seria alcançado sem muita despesa, já que a Justiça Eleitoral concentrou o público alvo de delinquentes candidatos em poucos lugares: agora, a população carcerária se vale de urnas instaladas nos presídios para cumprir o dever cívico do voto.
Com alguma lábia e um pouco de sorte, Pimenta Neves hoje estaria festejando, entre uma conversa no cafezinho da Câmara e uma reunião para tratar da reforma política, a vitória da turma do prontuário no STF ─ e os nítidos sinais de que a lei da ficha suja será pulverizada de vez até 2012. A inovação legal torna inelegível gente condenada em duas instâncias. Isso é inconstitucional, já avisaram alguns ministros. É preciso aguardar o julgamento do último recurso na última instância.
Sandra Gomide agonizava de costas quando levou o tiro de misericórdia. Nunca mereceu uma lágrima do seu executor. Para pelo menos seis doutores do STF, detalhes do gênero são pieguices irrelevantes, coisa de leigos que nem imaginam as altitudes jurídicas alcançadas por uma toga. A lei só retroage em benefício do réu, declamariam em coro. O princípio da anterioridade é sagrado, alertariam aos berros ─ mais de 10 anos depois do assassinato. E todos fingiriam ignorar que o processo dorme numa gaveta do Supremo.
Nada como um caso exemplar para encerrar a conversa fiada: caso virasse deputado, Pimenta Neves continuaria servindo à nação com as bênção do STF e sob as asas da Constituição. Os pimentas neves que agem fantasiados de pais-da-pátria são cada vez mais numeros.
Há algo de muito errado com um país que torna possível tamanha afronta à justiça.
(Augusto Nunes - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/)
O recomeço dos pontapés na verdade avisa que o espetáculo da canalhice não vai parar
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Sempre favorecido pela mudez pusilânime da oposição oficial, o ex-presidente Lula retomou a rotina dos socos e pontapés na verdade, agora para remover da biografia as patifarias e bandalheiras que sublinharam a política externa brasileira nos últimos oito anos. O novo ato da farsa começou em 8 de fevereiro, quando Lula desembarcou no Senegal com pose de conselheiro do mundo. O que estava achando da rebelião que ameaçava o reinado de Hosni Mubarak?, alguém quis saber.
“Há muito tempo, todo o mundo sabia que era preciso voltar à democracia no Egito”, fantasiou o maior dos governantes desde a chegada das caravelas. “O que está acontecendo no Egito é simples: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Chegou uma hora em que o povo falou: ‘Eu existo, quero participar’”. Nenhum repórter cobrou-lhe o falatório despejado durante a visita ao ditador companheiro em dezembro de 2003. “O presidente Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo, com o fim dos conflitos, com o desenvolvimento e com a justiça social”, derramou-se Lula no meio da discurseira.
Como nenhum político oposicionista se lembrou de desmascará-lo publicamente, o farsante entrou em março pronto para comentar a situação na Líbia de Muammar Kadafi com cara de quem conheceu só de nome o psicopata que qualificou de “amigo, irmão e líder”. Era previsível que, na semana passada, a metamorfose malandra começasse a apagar a história dos oito anos de relações promíscuas com o companheiro Mahmoud Ahmadinejad.
Um jornalista perguntou-lhe por que só agora o governo brasileiro resolveu votar a favor da apuração de denúncias de violações de direitos humanos no Irã. “Porque não houve votação, a votação foi só agora”, mentiu o ex-presidente que sempre se curvou à vontade dos aitolás atômicos. Sem ficar ruborizado, interrogou o entrevistador e respondeu por ele: “Por que você não fez essa pergunta antes? Porque só pode fazer agora”.
É muito cinismo, comprovam alguns trechos do post publicado neste espaço em 20 de novembro de 2010, reproduzidos abaixo em negrito:
Foi aprovada por 80 votos a resolução da ONU que expressa “profunda preocupação” com as violações dos direitos humanos promovidas pelo governo do Irã, critica a pena de morte e rejeita a violência contra a mulher. Trata-se de mais uma tentativa de salvar Sakineh Ashtiani, condenada a morrer apedrejada — e de colocar o regime dos aiatolás no caminho que leva para longe da Idade da Pedra.
Os 44 países que votaram contra a resolução se tornaram comparsas confessos de uma ignomínia assim justificada pelo embaixador iraniano, Mohammad-Javad Larijani:”O apedrejamento significa que você deve fazer alguns atos, jogando um certo número de pedras, de uma forma especial, nos olhos de uma pessoa. Apedrejamento é uma punição menor que a execução, porque existe a chance de sobreviver. Mais de 50% das pessoas podem não morrer”. Como optou pela abstenção, o governo brasileiro acha que a argumentação faz sentido. Por omissão, transformou-se em cúmplice do horror.
“A maneira pela qual algumas situações de direitos humanos são destacadas, enquanto outras não, serve apenas para reforçar que questões de direitos humanos são tratadas de forma seletiva e politizada”, miou em nome do Itamaraty o diplomata Alan Sellos. “Eu, pessoalmente, sou contra, mas não posso dizer a quem tem isso na sua cultura que seja contra”, emendou o ministro da Defesa e comerciante de aviões Nelson Jobim. No caso do Irã, o jurista de araque só autoriza discurseiras federais a favor dos aiatolás atômicos e de eleições fraudadas. Haja cinismo.
Jobim e o resto da turma sabem que a falsa neutralidade só reafirmou que o presidente Lula não hesita em envergonhar a nação para curvar-se à vontade do companheiro Mahmoud Ahmadinejad. Dilma Rousseff, que logo depois de eleita qualificou o apedrejamento de “uma barbárie”, não deu um pio sobre a abstenção pusilânime. A política externa da cafajestagem ao menos é coerente. Tão coerente, aliás, quanto o silêncio dos líderes oposicionistas, que entre uma e outra derrota eleitoral mergulham no recesso de quatro anos. Como está em férias, a oposição oficial não teve tempo para indignar-se com mais um ultrajante tapa na cara do país que presta.
O espetáculo da canalhice não pode parar.
O ex-presidente nega ter feito o que acabou de fazer sem ser aparteado por um único senador, deputado ou vereador. O silêncio estrepitoso da oposição oficial avisa que o espetáculo da covardia também não tem prazo para terminar.
(Augusto Nunes - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/)
"O presidente Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo, com o fim dos conflitos, com o desenvolvimento e com a justiça social"
(Lula - dez/2003)
Sempre favorecido pela mudez pusilânime da oposição oficial, o ex-presidente Lula retomou a rotina dos socos e pontapés na verdade, agora para remover da biografia as patifarias e bandalheiras que sublinharam a política externa brasileira nos últimos oito anos. O novo ato da farsa começou em 8 de fevereiro, quando Lula desembarcou no Senegal com pose de conselheiro do mundo. O que estava achando da rebelião que ameaçava o reinado de Hosni Mubarak?, alguém quis saber.
“Há muito tempo, todo o mundo sabia que era preciso voltar à democracia no Egito”, fantasiou o maior dos governantes desde a chegada das caravelas. “O que está acontecendo no Egito é simples: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Chegou uma hora em que o povo falou: ‘Eu existo, quero participar’”. Nenhum repórter cobrou-lhe o falatório despejado durante a visita ao ditador companheiro em dezembro de 2003. “O presidente Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo, com o fim dos conflitos, com o desenvolvimento e com a justiça social”, derramou-se Lula no meio da discurseira.
Como nenhum político oposicionista se lembrou de desmascará-lo publicamente, o farsante entrou em março pronto para comentar a situação na Líbia de Muammar Kadafi com cara de quem conheceu só de nome o psicopata que qualificou de “amigo, irmão e líder”. Era previsível que, na semana passada, a metamorfose malandra começasse a apagar a história dos oito anos de relações promíscuas com o companheiro Mahmoud Ahmadinejad.
Um jornalista perguntou-lhe por que só agora o governo brasileiro resolveu votar a favor da apuração de denúncias de violações de direitos humanos no Irã. “Porque não houve votação, a votação foi só agora”, mentiu o ex-presidente que sempre se curvou à vontade dos aitolás atômicos. Sem ficar ruborizado, interrogou o entrevistador e respondeu por ele: “Por que você não fez essa pergunta antes? Porque só pode fazer agora”.
É muito cinismo, comprovam alguns trechos do post publicado neste espaço em 20 de novembro de 2010, reproduzidos abaixo em negrito:
Foi aprovada por 80 votos a resolução da ONU que expressa “profunda preocupação” com as violações dos direitos humanos promovidas pelo governo do Irã, critica a pena de morte e rejeita a violência contra a mulher. Trata-se de mais uma tentativa de salvar Sakineh Ashtiani, condenada a morrer apedrejada — e de colocar o regime dos aiatolás no caminho que leva para longe da Idade da Pedra.
Os 44 países que votaram contra a resolução se tornaram comparsas confessos de uma ignomínia assim justificada pelo embaixador iraniano, Mohammad-Javad Larijani:”O apedrejamento significa que você deve fazer alguns atos, jogando um certo número de pedras, de uma forma especial, nos olhos de uma pessoa. Apedrejamento é uma punição menor que a execução, porque existe a chance de sobreviver. Mais de 50% das pessoas podem não morrer”. Como optou pela abstenção, o governo brasileiro acha que a argumentação faz sentido. Por omissão, transformou-se em cúmplice do horror.
“A maneira pela qual algumas situações de direitos humanos são destacadas, enquanto outras não, serve apenas para reforçar que questões de direitos humanos são tratadas de forma seletiva e politizada”, miou em nome do Itamaraty o diplomata Alan Sellos. “Eu, pessoalmente, sou contra, mas não posso dizer a quem tem isso na sua cultura que seja contra”, emendou o ministro da Defesa e comerciante de aviões Nelson Jobim. No caso do Irã, o jurista de araque só autoriza discurseiras federais a favor dos aiatolás atômicos e de eleições fraudadas. Haja cinismo.
Jobim e o resto da turma sabem que a falsa neutralidade só reafirmou que o presidente Lula não hesita em envergonhar a nação para curvar-se à vontade do companheiro Mahmoud Ahmadinejad. Dilma Rousseff, que logo depois de eleita qualificou o apedrejamento de “uma barbárie”, não deu um pio sobre a abstenção pusilânime. A política externa da cafajestagem ao menos é coerente. Tão coerente, aliás, quanto o silêncio dos líderes oposicionistas, que entre uma e outra derrota eleitoral mergulham no recesso de quatro anos. Como está em férias, a oposição oficial não teve tempo para indignar-se com mais um ultrajante tapa na cara do país que presta.
O espetáculo da canalhice não pode parar.
O ex-presidente nega ter feito o que acabou de fazer sem ser aparteado por um único senador, deputado ou vereador. O silêncio estrepitoso da oposição oficial avisa que o espetáculo da covardia também não tem prazo para terminar.
Chávez recebe prêmio de ‘liberdade de expressão’!?!
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(http://josiasdesouza.folha. blog.uol.com.br/arch2011-03- 01_2011-03-31.html#2011_03-29_ 06_48_13-10045644-0)
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O presidente venezuelano Hugo Chávez recebe nesta terça (29) um prêmio por sua “contribuição à liberdade de expressão, à comunicação popular e à democracia”.
A honraria é concedida pela Faculdade de Jornalismo da Universidade Nacional de La Plata, da Argentina.
Reitora da escola, Florência Saintout, diz que Chávez merece o prêmio por ter estimulado a “liberdade de expressão na América Latina”. Ouça-se a professora:
“Nós acreditamos que existe liberdade de imprensa na Venezuela e entregaremos o prêmio a um presidente pelo que faz pela comunicação popular”.
Chávez é o segundo presidente a receber a premiação. O primeiro foi Evo Morales, da Bolívia.
Dia virá em que o macaco interpelará o homem sobre os resultados da evolução da espécie: Valeu a pena?
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terça-feira, 29 de março de 2011
Herança maldita
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Volto das férias. O problema nacional é a inflação.
É a maior herança do último ano de Lula, da farra para eleger Dilma e do crescimento irreal de 7,5% em 2010 --o maior desde 1986, ano da fraude do Plano Cruzado.
Os salários perdem a corrida para a inflação desde outubro/10. Resultado do aquecimento promovido em 2010 para manter a sensação de bem estar e de crescimento: Dilma rumo ao Planalto.
Em outubro de 2010, o rendimento médio real dos trabalhadores no Brasil era de R$ 1.564. No fevereiro pós eleição, caiu para R$ 1.540 (-1,5% no período).
Parece pouco. Mas equivale a 6 kg de frango. Pense em uma família de cinco ou seis.
A economia aquecida além da conta na virada 2010/2011 tem dois efeitos: leva trabalhadores a pedir mais aumentos; e empresários a perseguir mais lucros.
É um ciclo vicioso, dentro de um cenário aparentemente virtuoso: a demanda em alta permitirá, por algum tempo, salários e margens de lucro crescendo. Todo mundo parece ganhar.
Mas a inflação vai barrar esse processo. Se não for controlada, descarrilhará a economia.
Na construção civil, aquecida pela política de crédito farto do governo, trabalhadores buscam reajustes salariais de até 15% acima da inflação. Há greves em vários Estados atrás desses percentuais.
Tudo sobe. Nos supermercados, faturas mensais, lojas e restaurantes.
Em menos de um ano, os preços de commodities agrícolas subiram 70%. Os importados já não contêm preços de similares nacionais.
Pelos olhos do passado, de grandes crises, impasses e rombos externos, seria um problema menor. Não é.
O Brasil ainda é atrasado e pobre. A grande promessa é erradicar a miséria e consolidar a classe média.
Contra isso, nada pior do que o movimento inflacionário de hoje.
Pobre não aplica, investe ou especula. O que entra sai.
*
Hoje, elas pegam fogo.
(Fernando Canzian - http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/894722-heranca-maldita.shtml)
segunda-feira, 28 de março de 2011
Pecado é Pecado
.
Um paulista, trabalhando pesado, suado, terno e gravata, vê um baiano deitado numa rede, na maior folga.
O paulista não resiste e diz:
-Você sabia que a preguiça é um dos sete pecados capitais?
E o baiano, sem se mexer, responde:
- Óxente!!! E a inveja é o quê?!
.
Um paulista, trabalhando pesado, suado, terno e gravata, vê um baiano deitado numa rede, na maior folga.
O paulista não resiste e diz:
-Você sabia que a preguiça é um dos sete pecados capitais?
E o baiano, sem se mexer, responde:
- Óxente!!! E a inveja é o quê?!
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domingo, 27 de março de 2011
Nome das Coisas
.
Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:
- Luminária?
Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.
- Não, abajur mesmo, eu disse.
- De teto?
Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.
- No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala. E lá em cima era lustre.
- Lustre?
Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária. Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora assistência.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome? A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
Pra que mudar o nome das coisas? Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes? Caminho do Rei. Pode? Pode! Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.
Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade. Deve ser para prender o espectador mais desavisado.
Entrega em domicílio virou delivery. Agenda de correio, mailing. São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo? Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio. Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.
Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não
bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.
Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né? Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem? E uma bancada de putados?
A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas parece.
E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?
Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de
comissão, não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, taí uma idéia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada.
Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa
palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era
pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa? E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas? E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress. Pode ter certeza, minha jovem, que,
antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress. Mais ou
menos como a TPM. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio. Estressado, só a turma do Luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de
inverno e não jardim de verão?
E se você quiser mudar o nome desta crônica para linguiça, pode.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome? A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
Pra que mudar o nome das coisas? Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes? Caminho do Rei. Pode? Pode! Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.
Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade. Deve ser para prender o espectador mais desavisado.
Entrega em domicílio virou delivery. Agenda de correio, mailing. São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo? Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio. Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.
Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não
bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.
Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né? Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem? E uma bancada de putados?
A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas parece.
E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?
Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de
comissão, não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, taí uma idéia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada.
Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa
palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era
pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa? E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas? E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress. Pode ter certeza, minha jovem, que,
antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress. Mais ou
menos como a TPM. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio. Estressado, só a turma do Luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de
inverno e não jardim de verão?
E se você quiser mudar o nome desta crônica para linguiça, pode.
(Mario Prata)
Vale tudo
.
Não será por certo o único aspecto do governo Dilma Rousseff a revelar-se em perfeita continuidade com o de seu padrinho e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, mas já basta: a compulsão de interferir politicamente na gestão das maiores empresas do país.
O caso mais gritante, no presente, é o da Vale. O Planalto fez de tudo para derrubar Roger Agnelli, presidente da empresa, escolhido por acordo de acionistas.
Tal padrão intervencionista de comportamento não é novo. Dilma era ainda ministra, mas já também aspirante a candidata, em outubro de 2009, quando vocalizou mais uma birra de Lula com a direção da empresa, qualificando como "questão de honra" a retomada de investimentos da Vale no polo siderúrgico de Marabá (PA).
Houve outras escaramuças com Agnelli, todas com o mesmo propósito: impor rumos e decisões, como se a Vale ainda fosse estatal.
Não é. O processo de privatização da empresa teve a terceira e última fase concluída em 2002. Quase dois terços de seu capital total se encontram hoje pulverizados entre investidores brasileiros e estrangeiros. O acionista principal é a Valepar, com 33%, repartidos entre o fundo de pensão Previ (58,1%), Bradespar (17,4%), Mitsui (15%) e BNDESPar (9,5%).
O governo federal detém 5,5% do capital total. Seria um acionista como qualquer outro, não fosse pela "golden share" que lhe garante poder de veto em certas questões -nenhuma, contudo, prevê fazer e desfazer presidentes.
A direção da empresa responde apenas a seus investidores, e eles têm motivos de sobra para satisfação. A Vale teve lucro líquido recorde de R$ 30,1 bilhões em 2010.
O governo federal costuma recorrer à Previ para interferir nos rumos da empresa, o que já soa excessivo (a lealdade primeira dos administradores do fundo é devida a seus cotistas). Desta feita, porém, escalou o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, para pedir a cabeça do dirigente desafeto.
Trocando em miúdos, a administração Dilma reincide em um dos piores vícios da era Lula, subordinar os interesses do público e de investidores a maquinações palacianas. E o faz com consistência, como se pode notar pela repetição do mau hábito no loteamento político das diretorias da Caixa Econômica Federal entre apaniguados do PT e do PMDB.
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2603201102.htm)
Não será por certo o único aspecto do governo Dilma Rousseff a revelar-se em perfeita continuidade com o de seu padrinho e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, mas já basta: a compulsão de interferir politicamente na gestão das maiores empresas do país.
O caso mais gritante, no presente, é o da Vale. O Planalto fez de tudo para derrubar Roger Agnelli, presidente da empresa, escolhido por acordo de acionistas.
Tal padrão intervencionista de comportamento não é novo. Dilma era ainda ministra, mas já também aspirante a candidata, em outubro de 2009, quando vocalizou mais uma birra de Lula com a direção da empresa, qualificando como "questão de honra" a retomada de investimentos da Vale no polo siderúrgico de Marabá (PA).
Houve outras escaramuças com Agnelli, todas com o mesmo propósito: impor rumos e decisões, como se a Vale ainda fosse estatal.
Não é. O processo de privatização da empresa teve a terceira e última fase concluída em 2002. Quase dois terços de seu capital total se encontram hoje pulverizados entre investidores brasileiros e estrangeiros. O acionista principal é a Valepar, com 33%, repartidos entre o fundo de pensão Previ (58,1%), Bradespar (17,4%), Mitsui (15%) e BNDESPar (9,5%).
O governo federal detém 5,5% do capital total. Seria um acionista como qualquer outro, não fosse pela "golden share" que lhe garante poder de veto em certas questões -nenhuma, contudo, prevê fazer e desfazer presidentes.
A direção da empresa responde apenas a seus investidores, e eles têm motivos de sobra para satisfação. A Vale teve lucro líquido recorde de R$ 30,1 bilhões em 2010.
O governo federal costuma recorrer à Previ para interferir nos rumos da empresa, o que já soa excessivo (a lealdade primeira dos administradores do fundo é devida a seus cotistas). Desta feita, porém, escalou o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, para pedir a cabeça do dirigente desafeto.
Trocando em miúdos, a administração Dilma reincide em um dos piores vícios da era Lula, subordinar os interesses do público e de investidores a maquinações palacianas. E o faz com consistência, como se pode notar pela repetição do mau hábito no loteamento político das diretorias da Caixa Econômica Federal entre apaniguados do PT e do PMDB.
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2603201102.htm)
sábado, 26 de março de 2011
Teste se você fantasia seu relacionamento como um "dependente do amor"
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Não adianta apenas diagnosticar uma doença. É preciso também controlar e curar. O livro "Amar Demais" faz uma descrição completa da dependência de amor, ou seja, pessoas que se tornam obsessivas com seus parceiros, sintomas principalmente de medos, inseguranças e carências exageradas.
Mas a obra vai além e dedica dois capítulos para superar esse mal: em "Recuperação", a autora Susan T. Peabody fala não só da terapia, dos grupos de apoio, mas também como curar as feridas do trauma de infância, a espiritualidade, como fortalecer a autoestima e até como aprender a ficar solteiro. No capítulo "Começando tudo de novo", ela apresenta os ingredientes de um relacionamento saudável, como vencer o medo da intimidade e evitar comportamento de dependência emocional.
No trecho do livro, ela também elabora um teste para que o leitor avalie se anda metendo os pés pelas mãos na hora de se relacionar.
Amor à primeira vista
Dependentes de amor têm muitas necessidades: uma das mais urgentes é a de estar ligado a alguém. Isso é bem mais do que um desejo comum de se relacionar. Essa necessidade é avassaladora e muitos sentem-se impotentes para controlá-la.
Por causa dessa compulsão interna, ficam impacientes para se juntar a alguém, mesmo que esta pessoa ainda seja uma desconhecida. Eu chamo esse fenômeno de "amor à primeira vista" ou laço prematuro.
Amor à primeira vista se torna um problema para dependentes de amor. A pessoa por quem se apaixonam ficam amedrontada (e os afasta), ou eles mesmos ficam numa situação difícil, quando sabem que estão se apaixonando pela pessoa errada, mas não conseguem brecar o processo.
Excesso de fantasia
Para o dependente de amor, o excesso de fantasia tem um papel proeminente no processo de adquirir a dependência. Quando ele se apaixona, aciona o gatilho de seus vícios com suas fantasias sobre o ser amado. Mais tarde, quando a dependência já está estabelecida, fica caracterizada a preocupação obsessiva com o amado ou a repetição constante de pensamentos (fantasias) sobre o novo amante. Quando o relacionamento começa a se deteriorar, evita encarar a realidade da situação porque sonha acordado sobre "como era lindo" ou "como ficaremos bem quando esta fase ruim tiver acabado". Depois de uma separação, frequentemente reaviva a dependência por continuar sonhando com a reconciliação. Fantasiar, ao que parece, é o que mantém viva a dependência. Mantém a paixonite, a preocupação e a obsessão vivas.
Fantasiar sobre um relacionamento é comum na maioria das pessoas. O importante é saber quando não é mais normal e passa a ser um sintoma da dependência. Aqui estão alguns pontos que podem ser observados.
- Responda as questões acima. Seja honesto. Se você respondeu "sim" em algumas delas, você provavelmente fantasia demais. Você pode até mesmo estar viciado em fantasiar?
- Se você fantasia demais, reconheça isso e tende perceber o que está por detrás disso.
- Não deixe que as fantasias ocupem seu tempo e tornem-se prioridade.
- Não distorça nem tente escapar da realidade de sua vida fantasiando.
- Discipline-se quando estiver sozinho. Quando começar a devanear, contenha-se ou coloque
um limite de tempo (isso é chamado de "parada de pensamento".
- Se você tende a fantasiar de maneira obsessiva, estruture seu tempo cuidadosamente. Encontre coisas construtivas para fazer. Quando for hora de lazer, em lugar de se perder numa fantasia, leia ou assista à televisão.
- Não deixe que as fantasias infantis sejam seu guia na hora de selecionar um parceiro. Determine suas necessidades como adulto. Leve em consideração sua idade, seus padrões, seus gostos, seus valores espirituais, o ambiente em que vive, e assim por diante, mas não seus sonhos de infância românticos.
- Não deixe que suas fantasias tornem-se expectativas ou sonhos que devem se realizar. Seja flexível sobre o que o faz feliz.
- Quando você está confrontando a realidade diariamente e "vivendo o momento", comece a pensar sobre as melhorias que você pode fazer por você e as mudanças necessárias em cada situação. Use seus sonhos como uma maneira realista de amadurecer seus planos para a vida. Sonhos podem ser construtivos se forem usados como esboço para trabalhar com os pés no chão a caminho do sucesso e da felicidade.
A necessidade de criar drama e excitação
Por serem tão cativados por romance (o romance parece ser a solução de todos os seus problemas), os dependentes de amor sempre sentem a necessidade de ver todos os eventos de suas vidas como episódios dramáticos de uma "novela".
Além disso, por relacionarem drama e incitação a romance, sempre têm uma necessidade inconsciente (compulsão) de criar drama. Isso produz um nível mais alto de sensação causada pelo aquele distúrbio.
Há várias maneiras típicas de os dependentes de amor criarem drama. Às vezes, eles agitam ainda mais os problemas para criar excitação. São peritos em começar brigas, por exemplo, quando um relacionamento está monótono. Conseguem transformar um evento normal numa experiência extraordinária (apenas para ter sua curtição). Com isso eu quero dizer que eles tentam transformar qualquer briga numa batalha (totalmente fora de proporção) apenas para sentir a adrenalina nas veias.
Por "tentar ler nas entrelinhas" e interpretar as ações dos outros, criam também situações de drama: "Ela sorriu para mim, isso significa que ela me ama; ela não sorriu para mim, isso significa que ela me odeia". Ou irão tentar ler a mente das outras pessoas e tirar conclusões que não foram baseadas em fatos: "Sei que ele realmente me ama, não importa o que diga. Sei que ele me odeia, não importa o que ele faça". Irão imaginar que seus sonhos românticos estão sendo realizados muito antes de ter qualquer evidência real disso: "Esse é o nosso terceiro encontro: eu sei que ele vai me pedir em casamento". Em outras palavras, essas pessoas tendem a ver a realidade restrita às suas próprias necessidades. Isso pode significar ver o que não existe ou interpretar mal os fatos.
(Susan T. Peabody - "Amar Demais" - http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/893976-teste-se-voce-fantasia-seu-relacionamento-como-um-dependente-do-amor.shtml)
Mas a obra vai além e dedica dois capítulos para superar esse mal: em "Recuperação", a autora Susan T. Peabody fala não só da terapia, dos grupos de apoio, mas também como curar as feridas do trauma de infância, a espiritualidade, como fortalecer a autoestima e até como aprender a ficar solteiro. No capítulo "Começando tudo de novo", ela apresenta os ingredientes de um relacionamento saudável, como vencer o medo da intimidade e evitar comportamento de dependência emocional.
Dependentes de amor têm muitas necessidades: uma das mais urgentes é a de estar ligado a alguém. Isso é bem mais do que um desejo comum de se relacionar. Essa necessidade é avassaladora e muitos sentem-se impotentes para controlá-la.
Por causa dessa compulsão interna, ficam impacientes para se juntar a alguém, mesmo que esta pessoa ainda seja uma desconhecida. Eu chamo esse fenômeno de "amor à primeira vista" ou laço prematuro.
Amor à primeira vista se torna um problema para dependentes de amor. A pessoa por quem se apaixonam ficam amedrontada (e os afasta), ou eles mesmos ficam numa situação difícil, quando sabem que estão se apaixonando pela pessoa errada, mas não conseguem brecar o processo.
Excesso de fantasia
Para o dependente de amor, o excesso de fantasia tem um papel proeminente no processo de adquirir a dependência. Quando ele se apaixona, aciona o gatilho de seus vícios com suas fantasias sobre o ser amado. Mais tarde, quando a dependência já está estabelecida, fica caracterizada a preocupação obsessiva com o amado ou a repetição constante de pensamentos (fantasias) sobre o novo amante. Quando o relacionamento começa a se deteriorar, evita encarar a realidade da situação porque sonha acordado sobre "como era lindo" ou "como ficaremos bem quando esta fase ruim tiver acabado". Depois de uma separação, frequentemente reaviva a dependência por continuar sonhando com a reconciliação. Fantasiar, ao que parece, é o que mantém viva a dependência. Mantém a paixonite, a preocupação e a obsessão vivas.
Fantasiar sobre um relacionamento é comum na maioria das pessoas. O importante é saber quando não é mais normal e passa a ser um sintoma da dependência. Aqui estão alguns pontos que podem ser observados.
- Quanto tempo você passa fantasiando? Tempo demais?
- É difícil parar de fantasiar quando o processo já começou?
- É impossível parar de fantasiar depois que você começou?
- Fantasiar toma o tempo de outras atividades? Você fica em casa o tempo todo fantasiando sobre o ser amado em vez de sair e se divertir?
- Fantasiar toma o tempo que seria dedicado às suas responsabilidades? Você coloca o trabalho de casa em segundo plano para deitar-se na cama e entregar-se às fantasias? Você falta no trabalho?
- Você se entrega ao devaneio quando é perigoso (por exemplo, operando maquinário ou dirigindo)?
- Fantasiar é mais importante do que sua família e os amigos? Você despreza seus filhos para desligar-se do mundo e fantasiar? Você fica irritado quando as pessoas interrompem seu devaneio?
- Sua fantasia se torna uma substituta de realidades? Você se conforma com a fantasia em vez de promover as mudanças que melhorarão suas circunstâncias?
- Você considera suas fantasias importantes? Elas se tornam expectativas ou sonhos que você deve realizar?
- Responda as questões acima. Seja honesto. Se você respondeu "sim" em algumas delas, você provavelmente fantasia demais. Você pode até mesmo estar viciado em fantasiar?
- Se você fantasia demais, reconheça isso e tende perceber o que está por detrás disso.
- Não deixe que as fantasias ocupem seu tempo e tornem-se prioridade.
- Não distorça nem tente escapar da realidade de sua vida fantasiando.
- Discipline-se quando estiver sozinho. Quando começar a devanear, contenha-se ou coloque
um limite de tempo (isso é chamado de "parada de pensamento".
- Se você tende a fantasiar de maneira obsessiva, estruture seu tempo cuidadosamente. Encontre coisas construtivas para fazer. Quando for hora de lazer, em lugar de se perder numa fantasia, leia ou assista à televisão.
- Não deixe que as fantasias infantis sejam seu guia na hora de selecionar um parceiro. Determine suas necessidades como adulto. Leve em consideração sua idade, seus padrões, seus gostos, seus valores espirituais, o ambiente em que vive, e assim por diante, mas não seus sonhos de infância românticos.
- Não deixe que suas fantasias tornem-se expectativas ou sonhos que devem se realizar. Seja flexível sobre o que o faz feliz.
- Quando você está confrontando a realidade diariamente e "vivendo o momento", comece a pensar sobre as melhorias que você pode fazer por você e as mudanças necessárias em cada situação. Use seus sonhos como uma maneira realista de amadurecer seus planos para a vida. Sonhos podem ser construtivos se forem usados como esboço para trabalhar com os pés no chão a caminho do sucesso e da felicidade.
A necessidade de criar drama e excitação
Por serem tão cativados por romance (o romance parece ser a solução de todos os seus problemas), os dependentes de amor sempre sentem a necessidade de ver todos os eventos de suas vidas como episódios dramáticos de uma "novela".
Além disso, por relacionarem drama e incitação a romance, sempre têm uma necessidade inconsciente (compulsão) de criar drama. Isso produz um nível mais alto de sensação causada pelo aquele distúrbio.
Há várias maneiras típicas de os dependentes de amor criarem drama. Às vezes, eles agitam ainda mais os problemas para criar excitação. São peritos em começar brigas, por exemplo, quando um relacionamento está monótono. Conseguem transformar um evento normal numa experiência extraordinária (apenas para ter sua curtição). Com isso eu quero dizer que eles tentam transformar qualquer briga numa batalha (totalmente fora de proporção) apenas para sentir a adrenalina nas veias.
Por "tentar ler nas entrelinhas" e interpretar as ações dos outros, criam também situações de drama: "Ela sorriu para mim, isso significa que ela me ama; ela não sorriu para mim, isso significa que ela me odeia". Ou irão tentar ler a mente das outras pessoas e tirar conclusões que não foram baseadas em fatos: "Sei que ele realmente me ama, não importa o que diga. Sei que ele me odeia, não importa o que ele faça". Irão imaginar que seus sonhos românticos estão sendo realizados muito antes de ter qualquer evidência real disso: "Esse é o nosso terceiro encontro: eu sei que ele vai me pedir em casamento". Em outras palavras, essas pessoas tendem a ver a realidade restrita às suas próprias necessidades. Isso pode significar ver o que não existe ou interpretar mal os fatos.
(Susan T. Peabody - "Amar Demais" - http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/893976-teste-se-voce-fantasia-seu-relacionamento-como-um-dependente-do-amor.shtml)
Erenice ainda é um risco à Dilma
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Para quem vê as coisas como as coisas são, Erenice Guerra é uma militante do PT que, homiziada na cúpula do ministério mais importante da República, tratou de ganhar dinheiro sujo como gerente e coiteira da quadrilha formada por parentes. Ponto. Se fosse personagem de algum seriado policial da TV americana, já teria ouvido há muito tempo a leitura dos seus direitos pelo detetive que escalado para algemá-la pelas costas. Como Erenice existe no Brasil, aguarda em sossego a condenação à liberdade em última instância.
Enquanto contempla entre bocejos o ritual das sindicâncias de araque e das investigações simuladas, exerce o direito de ir e vir para circular por Brasília com a pose de quem foi convidada até para a confraternização de fim de governo dos ministros de Lula, até para a festa de posse de Dilma Rousseff. Talvez fosse mais discreta se o prontuário só registrasse o que fez em parceria com a família. Esbanja arrogância por confiar na força que vem das patifarias cometidas em parceria com Dilma Rousseff.
Em fevereiro de 2008, para desviar do Planalto os holofotes que iluminavam a farra dos cartões corporativos, o presidente Lula encomendou a Dilma um dossiê que transformasse Fernando Henrique e Ruth Cardoso no mais perdulário dos casais. A chefe da Casa Civil repassou o serviço à companheira que acumulava as funções de braço direito, melhor amiga e confidente. Pilhada em flagrante, Dilma negou a maternidade da sordidez. Se não for tratada com a devida gentileza, Erenice pode ser induzida a contar o que sabe. Ela tem temperamento esquentado, dizem os amigos.
Em outubro de 2008, a superassessora foi encarregada por Dilma de agendar uma conversa reservada com Lina Vieira, secretária da Receita Federal. Em agosto de 2009, numa entrevista à Folha, Lina revelou que durante o encontro, ocorrido em 9 de outubro, foi pressionada para “agilizar” a auditoria em curso nas empresas da família Sarney. Tradução: convinha esquecer o caso. Como fez de conta que não entendeu a ordem de Dilma, foi demitida por honestidade. Dilma jurou que a conversa não houve.
Em mais de um depoimento, sem incorrer em qualquer contradição, Lina reproduziu o diálogo de alta voltagem, descreveu a cena do crime, até detalhou o figurino usado pela protetora de Fernando Sarney. Dilma continuou agarrada ao desmentido. Se lhe forem negadas as mesuras e atenções que tem recebido, Erenice pode sucumbir à tentação de contar o que sabe. Como no caso do dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, Dilma não resistiria à profusão de detalhes armazenados na memória da comparsa. E o país saberia que é governado por uma serial killer da verdade.
Esses cadáveres no armário comum transformaram Dilma Rousseff e Erenice Guerra em xifópagas morais. Não há como separá-las sem ameaçar a sobrevivência das duas. Se Erenice for decapitada, a cabeça de Dilma poderá ser servida na bandeja seguinte. Proibida de afastar-se da cúmplice, instada a prorrogar por quatro anos a impunidade dos corruptos de estimação, a presidente terá de prosseguir a obra mais repulsiva de Lula: o esforço pela revogação definitiva da ética na política.
(Augusto Nunes - Veja - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/se-erenice-fosse-decapitada-a-cabeca-de-dilma-seria-servida-na-bandeja-seguinte)
Se Erenice perdesse a cabeça, a de Dilma poderia ser servida na bandeja seguinte
Para quem vê as coisas como as coisas são, Erenice Guerra é uma militante do PT que, homiziada na cúpula do ministério mais importante da República, tratou de ganhar dinheiro sujo como gerente e coiteira da quadrilha formada por parentes. Ponto. Se fosse personagem de algum seriado policial da TV americana, já teria ouvido há muito tempo a leitura dos seus direitos pelo detetive que escalado para algemá-la pelas costas. Como Erenice existe no Brasil, aguarda em sossego a condenação à liberdade em última instância.
Enquanto contempla entre bocejos o ritual das sindicâncias de araque e das investigações simuladas, exerce o direito de ir e vir para circular por Brasília com a pose de quem foi convidada até para a confraternização de fim de governo dos ministros de Lula, até para a festa de posse de Dilma Rousseff. Talvez fosse mais discreta se o prontuário só registrasse o que fez em parceria com a família. Esbanja arrogância por confiar na força que vem das patifarias cometidas em parceria com Dilma Rousseff.
Em fevereiro de 2008, para desviar do Planalto os holofotes que iluminavam a farra dos cartões corporativos, o presidente Lula encomendou a Dilma um dossiê que transformasse Fernando Henrique e Ruth Cardoso no mais perdulário dos casais. A chefe da Casa Civil repassou o serviço à companheira que acumulava as funções de braço direito, melhor amiga e confidente. Pilhada em flagrante, Dilma negou a maternidade da sordidez. Se não for tratada com a devida gentileza, Erenice pode ser induzida a contar o que sabe. Ela tem temperamento esquentado, dizem os amigos.
Em outubro de 2008, a superassessora foi encarregada por Dilma de agendar uma conversa reservada com Lina Vieira, secretária da Receita Federal. Em agosto de 2009, numa entrevista à Folha, Lina revelou que durante o encontro, ocorrido em 9 de outubro, foi pressionada para “agilizar” a auditoria em curso nas empresas da família Sarney. Tradução: convinha esquecer o caso. Como fez de conta que não entendeu a ordem de Dilma, foi demitida por honestidade. Dilma jurou que a conversa não houve.
Em mais de um depoimento, sem incorrer em qualquer contradição, Lina reproduziu o diálogo de alta voltagem, descreveu a cena do crime, até detalhou o figurino usado pela protetora de Fernando Sarney. Dilma continuou agarrada ao desmentido. Se lhe forem negadas as mesuras e atenções que tem recebido, Erenice pode sucumbir à tentação de contar o que sabe. Como no caso do dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, Dilma não resistiria à profusão de detalhes armazenados na memória da comparsa. E o país saberia que é governado por uma serial killer da verdade.
Esses cadáveres no armário comum transformaram Dilma Rousseff e Erenice Guerra em xifópagas morais. Não há como separá-las sem ameaçar a sobrevivência das duas. Se Erenice for decapitada, a cabeça de Dilma poderá ser servida na bandeja seguinte. Proibida de afastar-se da cúmplice, instada a prorrogar por quatro anos a impunidade dos corruptos de estimação, a presidente terá de prosseguir a obra mais repulsiva de Lula: o esforço pela revogação definitiva da ética na política.
(Augusto Nunes - Veja - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/se-erenice-fosse-decapitada-a-cabeca-de-dilma-seria-servida-na-bandeja-seguinte)
Do STF, um tapa na cara do eleitorado, com a Ficha Limpa
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Extraído de: Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal do Estado de Mato Grosso - 24 de Março de 2011
O STF (Supremo Tribunal Federal) anulou nesta quarta-feira (23) a validade da Lei Ficha Limpa para as eleições de 2010. Assim, os eleitos que têm problemas com a Justiça poderão assumir seus cargos sem nenhum problema.
Presidente do TSE afirma que aplicação da lei em...
Deputados já vivem clima de despedida na Câmara...
Ficha Limpa também é dúvida
Para Josias de Souza, colunista da Folha e blogueiro da Folha.com, "a decisão corresponde a um tapa na cara do eleitorado brasileiro". Deputados já vivem clima de despedida na Câmara...
Ficha Limpa também é dúvida
A votação estava empatada, e as duas posições tinham argumentos "respeitáveis", de acordo com Josias. Havia, entretanto, elementos para que o Supremo se posicionasse favoravelmente ao eleitor, diz o colunista.
Josias lembra ainda que "vários TREs Brasil afora haviam abraçado a tese de que Lei valia a partir de 2010", e lamenta que "os Fichas Sujas vão voltar".
Ficha Limpa valerá a partir de 2012; veja como fica o Congresso
Entre os beneficiados com a decisão estão Jader Barbalho (PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), João Capiberibe (PSB-AP), Marcelo Miranda (PMDB-TO), eleitos para o Senado, e Janete Capiberibe (PSB-AP), eleita para a Câmara.
Veja o que muda no Congresso com a decisão do Supremo:
Fux votou contra validade da Ficha Limpa para eleições de 2010
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux votou nesta quarta-feira pela validade da Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de 2012.
Fux, empossado no início do mês, era o único ministro da Corte que ainda não tinha se posicionado sobre o tema.
Se os outros ministros do Supremo mantiverem os votos anteriores, como esperado, Fux formará maioria para que a lei só tenha efeitos em eleições futuras, revisando o atual entendimento.
Junto com Fux já votaram os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Março Aurélio e Celso de Mello.
Enquanto isso, os ministros Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia e Ellen Gracie defenderam que a lei deve ser aplicada na eleição do ano passado.
Falta o voto do ministro Cezar Peluso, que já se pronunciou contra a aplicação da lei em julgamentos passados.
Mendes mantém voto contra aplicação da Ficha Limpa na eleição 2010
Validade da Ficha Limpa em 2010 é um 'acerto', diz procurador
(Sérgio Lima/Folhapress)
Para Luiz Fux, a aplicação da Lei da Ficha Limpa em 2010 desrespeita o artigo 16 da Constituição Federal
Caso essa maioria se confirme, os candidatos que tiveram os registros negados pela Justiça Eleitoral poderão tomar posse.
Para Fux, a aplicação da Lei em 2010 desrespeita o artigo 16 da Constituição Federal que determina que qualquer mudança no processo eleitoral deve respeitar o princípio da anualidade, ou seja, só pode acontecer se for editada um ano antes do pleito.
A norma foi sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho do ano passado.
"Não resta a menor dúvida que a criação de inelegibilidades no ano da eleição inaugura regra nova no processo eleitoral. O princípio da anterioridade é uma garantia constitucional das minorias que não se verão surpreendidas com mudanças", disse.
Para o ministro, apesar do apelo social para a manutenção da lei no último pleito, a Constituição precisa prevalecer.
"O melhor dos direitos não pode ser aplicado contra a Constituição. O intuito da moralidade é de todo louvável, mas estamos diante de uma questão técnica e jurídica de que se aplicar no ano da eleição fere a Constituição."
O ministro, no entanto, ainda fez elogios à norma."A Lei da Ficha Limpa, no meu modo de ver, é um dos mais belos espetáculos democráticos, posto que é uma lei de iniciativa com escopo de purificação do mundo político a gritar que os representantes do povo, que são aqueles que expressam a vontade popular", disse.
Fux disse que a Ficha Limpa é a lei do futuro.
A posição de Fux foi anunciada durante análise de um recurso do candidato a deputado estadual Leonídio Bouças (PMDB-MG). Ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por improbidade administrativa em 2002.
ENTENDIMENTO
Além de Fux, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso do peemedebista, também já votou. Mendes, mais uma vez, defendeu que fosse derrubada a aplicação da lei em 2010.
No ano passado, os ministros analisaram dois recursos que questionavam os efeitos da norma nas eleições de 2010 e também no caso de renúncia para escapar da cassação.
Ficou definido que se enquadram na lei candidatos que renunciaram para fugir de uma cassação. Os dois julgamentos, no entanto, terminaram empatados em 5 a 5 quanto ao uso da lei na última eleição.
Com isso, os ministros decidiram seguir entendimento da Justiça Eleitoral e validar a norma no último pleito.
DECISÕES INDIVIDUAIS
Se o STF invalidar a aplicação da lei em 2010, a decisão terá efeito até mesmo no caso de Jader Barbalho (PMDB-PA), já analisado na Corte. O STF manteve decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que barrou o peemedebista e o considerou "ficha-suja" por ter renunciado ao cargo, em 2001, para escapar de processo de cassação. Jader teve no ano passado 1,79 milhão de votos para o Senado.
O ministro Ricardo Lewandowski, também presidente do TSE, disse ontem que caso o Supremo determine a irregularidade da lei na disputa do ano passado, os recursos que pedem a revisão dos registros negados podem ser analisados em decisões individuais pelos ministros.
"Uma decisão do plenário vai ser aplicada a todos os casos. Se o STF decidir que o artigo 16 da Constituição se aplica, os ministros podem julgar monocraticamente", disse.
A defesa de Jader disse que pretende entrar com um recurso pedindo esclarecimentos sobre a decisão da Corte. Nesse caso, poderá caber ainda uma ações rescisória, quando o tribunal muda sua jurisprudência.
(Fonte: Folha de SP/http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2618215/do-stf-um-tapa-na-cara-do-eleitorado-com-a-ficha-limpa)
quinta-feira, 24 de março de 2011
Lixo
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O Rato e a Ratoeira
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Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira. Quando chegou em casa, adivinha quem estava espreitando?
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu para a esplanada da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral:
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”
(Esopo - www.pensador.uol.com.br)
Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira. Quando chegou em casa, adivinha quem estava espreitando?
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu para a esplanada da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral:
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”
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