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"Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. Durante muito tempo, achei que eu era uma estressada maluca que não sabia lidar com isso, mas conversando com diversas pessoas, cheguei à conclusão de que esse estresse é um denominador comum a quase todas as mulheres, ainda que em graus diferentes (ou será que sou eu que só ando com gente estressada?).
O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores.
Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo 'Vamos jantar amanhã?'. Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: 'Claro, vamos sim'.Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá.
Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos – e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando 'Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas? 'Lei de Murphy. Sempre dá merda. Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon. Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino.
Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? No meu pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura,retoque de raiz, etc.. E nessa se vai mais uma hora do seu dia.
Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão, pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair com ele. Mais horas do seu dia. Ou ainda uma lingerie especial, dependendo da ocasião. Se você trabalha, provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr para comprar roupa no final do dia em um shopping .
Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila,virilha, sobrancelha etc, etc.
Parabéns, você conseguiu montar o alicerce básico para sair com alguém. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Eu não consigo, fico nervosa. Se prepare, o dia seguinte vai ser tumultuado.
Dia seguinte. É hoje seu grande dia.
Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher sequer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber. Aliás, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.E não adianta pedir indicação de roupa para eles, os malditos não dão sequer uma pista! Claro, para eles é muito simples, eles só precisam tomar uma chuveirada, vestir uma Camisa Pólo e uma calça e estão prontos, seja para o show de rock, seja para um fondue. Nesse pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva só existem três graduações de roupa: Bermuda + Chinelo, Jeans + Pólo, Calça Social +Camisa Social. Quando você pergunta se tem que ir arrumada é quase certo que ele diga: 'sei lá, normal, roupa normal'. Eles não sabem que isso não ajuda em nada.
Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Para mim é uma coisa simples: shampoo + sabonete. Mas para muitas não é. Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação (horrível que seja com 's', né? deveria sercom'x'), etc. E o cabelo? Bom, por sorte meu cabelo é bonzinho, não faz a menor diferença se eu lavar com um shampoo caro ou se lavar com Omo, fica a mesma coisa. Mas tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes e etc. E depois ainda vem a chapinha, prancha e/ou secador. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel. Melhor nem contar tudo que eu faço em matéria de maquiagem, se não vocês vão me achar maluca, digo, mais maluca. Como dizia Napoleão Bonaparte, 'Mulheres tem duas grandes armas: lágrimas e maquiagem'.
Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica horrível.
Se for um desses dias em que o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'.
E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar a calça perfura o pâncreas.
Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita, ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo... Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar 'E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'. Você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Nessas horas a gente emburrece e acha que qualquer deslize que fizer vai espantar o sujeito de forma irreversível.
Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito, mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Ex: Vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite ele vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!. Porque eu não dei o sapato? Porque... me custou muito caro. Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista demais... Mas por hora, o sapato fica.
Enfim, eu sei que existem problemas mais sérios na vida, e o texto é em tom de brincadeira. Só quero que os homens saibam que é um momento tenso para nós e que ralamos bastante para que tudo dê certo. O ar de tranqüilidade que passamos é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que marcarem, ok? E se possível, marquem com antecedência, para a gente ter tempo de fazer nosso ritual preparatório com calma...
Apesar do texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos (vulgo 'banho de lua'), fazer drenagem linfática, baby liss... enfim, uma infinidade de nomes que homem não tem a menor idéia do que se trata.Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' começa a bater a ansiedade.
Cada uma lida de um jeito.Eu, como boa looser que sou, lido do pior jeito possível. Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão que eu passei na vida em todos os primeiros encontros... E que eu quero voltar tartaruga na próxima encarnação... Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar.
Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o infeliz liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?'. Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico muito, muito, muito brava! Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada.
Não aceito!Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo!
NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO, MUITO,MUITO GRAVE! A GENTE SE MOBILIZA DEMAIS POR CAUSA DELES!
Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata 'MMM... ta cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito perfume...’). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural.
E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro), para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar. Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino.Quando ele conta piadas e ri eu penso 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira. Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca.
Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro.Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:
Roupa...............................R$ 150,00
Ligerie.............................R$ 80,00
Maquiagem...........................R$ 50,00
Sapato..............................R$ 150,00
Depilação...........................R$ 50,00
Mão e pé............................R$ 20,00
cabelo..............................R$ 50,00
Pílula anticoncepcional.............R$ 15,00
Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$ 500,00 para sair com um Zé Ruela!!!
Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL?
A gente gasta muito mais para sair com eles do que ele com a gente!"
(Desconheco a Autoria)
domingo, 30 de novembro de 2008
Selos Recebidos II
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Hoje, quando fui olhar os comentarios em minha noticias, vi em um comentario do Rodrigo Piva que ele estava oferecendo um selo para o meu Blog. Imaginem so a minha felicidade!!
Para meu espanto, quando fui la no Curiosando buscar o selo, nao era somente um... eram cinco selos e cada um mais lindo do que o outro.
Obrigada Rodrigo, sera mais um incentivo para esta blogueira iniciante continuar se esforcando para aprender cada vez mais com todos voces.
Hoje, quando fui olhar os comentarios em minha noticias, vi em um comentario do Rodrigo Piva que ele estava oferecendo um selo para o meu Blog. Imaginem so a minha felicidade!!
Para meu espanto, quando fui la no Curiosando buscar o selo, nao era somente um... eram cinco selos e cada um mais lindo do que o outro.
Obrigada Rodrigo, sera mais um incentivo para esta blogueira iniciante continuar se esforcando para aprender cada vez mais com todos voces.
sábado, 29 de novembro de 2008
Os bastidores da política doméstica
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- Boa tarde, minha senhora. Eu gostaria de comprar seu voto, já para as próximas eleições para Presidente.
- Com quatro anos de antecedência?!
- Pra não ficar aquela correria de última hora. Seria feito mediante a um contrato, tudo dentro da lei.
- Contrato...
- Contrato de compra e venda. A senhora faz uma escritura do seu voto e passa pro meu nome. Seu voto passa a ser meu, oficialmente.
- Aí o senhor guarda meu voto.
- Aí não sei. Eu poderia vender, alugar, sublocar, enfim...
- Alugar?! Vender?!
- Pra algum candidato. Se eu, por acaso não concorresse. Claro que eu teria que vender por um bom preço... Pela mão de obra, entende?
- ...?
- Mão de obra por ter conseguido o voto. Ter vindo aqui, ter perdido tempo com a senhora, ter tomado esse cafezinho pavoroso que a senhora preparou.
- Pavoroso...
- Pavoroso no bom sentido. Pavoroso no sentido de delicioso, entende?
- Olha aqui, esse negócio de o senhor vender meu voto, cobrando caro... vai acabar virando tráfico. Daqui a pouco isso aqui tá uma boca de fumo, quer dizer, uma boca de votos.
- Se a senhora não quer, a gente coloca uma cláusula de incomunicabilidade no contrato. Não posso passar pra outra pessoa. A não ser que...
- Quê?
- ... que eu morra. Aí eu deixo seu voto de herança pra um sobrinho meu que está entrando na política.
- Negativo. Não conheço seu sobrinho. E eu ainda não vendi nada para o senhor.
- Mas eu prometo um monte de coisas. Prometo fechar os buracos do bairro, asfaltar a rua, trazer água encanada, abrir um metrô na porta da sua casa. Eu prometo.
- E eu posso acreditar que o senhor vai cumprir?
- Aí não. De fato, não vou cumprir.
- Mas...
- Não vou cumprir. Exatamente isso que a senhora ouviu.
- Peraí... o senhor acabou de me prometer... e o senhor mesmo diz que não vai cumprir?!
- Aí é que está a diferença entre a minha pessoa e os outros candidatos. Eles prometem e simplesmente não cumprem. Eu prometo, mas aviso antes que não cumpro.
- Sei...
- Comigo o eleitor fica seguro. Ele tem tempo de se preparar psicologicamente para saber que não vai ter chongas do que foi prometido.
- E o senhor acha que isso é certo...
- Uma questão de princípios. Sou um político transparente.
- Tô vendo que o senhor não dá a mínima pro país. Pra pátria.
- Depende da pátria. A nossa, eu tenho horror. Não acredito nela.
- Se não acredita... por que está na política?
- Porque é a única pátria que eu conheço que aceita no governo, homens que não acreditam nela.
- Ah...
- E então? Vende seu voto?
- Evidente que não. O senhor não vai fazer nada pela pátria, não vai cumprir o que prometeu...
- Eu até cumpriria, mas é que...
- O quê?
- A senhora não é da minha família, entende? E eu só ajudo meus familiares. Sou a favor do nepotismo. Questão de princípios.
- Que absurdo. Não vai ter meu voto de jeito nenhum.
- E se a senhora... entrar pra minha família?
- Não entendi.
- A senhora casa com um tio que eu tenho, que é meio viúvo. A senhora vira minha tia. Aí eu ajudo.
- Bom... sendo assim... não fica nem bem eu recusar uma proposta dessa.
- Também acho. Uma proposta... de coração.
- Então está tudo resolvido. Quando é o casório? E a transferência do voto?
- Agora. Tenho toda a papelada... tia.
(Elisa Palatnik)
- Boa tarde, minha senhora. Eu gostaria de comprar seu voto, já para as próximas eleições para Presidente.
- Com quatro anos de antecedência?!
- Pra não ficar aquela correria de última hora. Seria feito mediante a um contrato, tudo dentro da lei.
- Contrato...
- Contrato de compra e venda. A senhora faz uma escritura do seu voto e passa pro meu nome. Seu voto passa a ser meu, oficialmente.
- Aí o senhor guarda meu voto.
- Aí não sei. Eu poderia vender, alugar, sublocar, enfim...
- Alugar?! Vender?!
- Pra algum candidato. Se eu, por acaso não concorresse. Claro que eu teria que vender por um bom preço... Pela mão de obra, entende?
- ...?
- Mão de obra por ter conseguido o voto. Ter vindo aqui, ter perdido tempo com a senhora, ter tomado esse cafezinho pavoroso que a senhora preparou.
- Pavoroso...
- Pavoroso no bom sentido. Pavoroso no sentido de delicioso, entende?
- Olha aqui, esse negócio de o senhor vender meu voto, cobrando caro... vai acabar virando tráfico. Daqui a pouco isso aqui tá uma boca de fumo, quer dizer, uma boca de votos.
- Se a senhora não quer, a gente coloca uma cláusula de incomunicabilidade no contrato. Não posso passar pra outra pessoa. A não ser que...
- Quê?
- ... que eu morra. Aí eu deixo seu voto de herança pra um sobrinho meu que está entrando na política.
- Negativo. Não conheço seu sobrinho. E eu ainda não vendi nada para o senhor.
- Mas eu prometo um monte de coisas. Prometo fechar os buracos do bairro, asfaltar a rua, trazer água encanada, abrir um metrô na porta da sua casa. Eu prometo.
- E eu posso acreditar que o senhor vai cumprir?
- Aí não. De fato, não vou cumprir.
- Mas...
- Não vou cumprir. Exatamente isso que a senhora ouviu.
- Peraí... o senhor acabou de me prometer... e o senhor mesmo diz que não vai cumprir?!
- Aí é que está a diferença entre a minha pessoa e os outros candidatos. Eles prometem e simplesmente não cumprem. Eu prometo, mas aviso antes que não cumpro.
- Sei...
- Comigo o eleitor fica seguro. Ele tem tempo de se preparar psicologicamente para saber que não vai ter chongas do que foi prometido.
- E o senhor acha que isso é certo...
- Uma questão de princípios. Sou um político transparente.
- Tô vendo que o senhor não dá a mínima pro país. Pra pátria.
- Depende da pátria. A nossa, eu tenho horror. Não acredito nela.
- Se não acredita... por que está na política?
- Porque é a única pátria que eu conheço que aceita no governo, homens que não acreditam nela.
- Ah...
- E então? Vende seu voto?
- Evidente que não. O senhor não vai fazer nada pela pátria, não vai cumprir o que prometeu...
- Eu até cumpriria, mas é que...
- O quê?
- A senhora não é da minha família, entende? E eu só ajudo meus familiares. Sou a favor do nepotismo. Questão de princípios.
- Que absurdo. Não vai ter meu voto de jeito nenhum.
- E se a senhora... entrar pra minha família?
- Não entendi.
- A senhora casa com um tio que eu tenho, que é meio viúvo. A senhora vira minha tia. Aí eu ajudo.
- Bom... sendo assim... não fica nem bem eu recusar uma proposta dessa.
- Também acho. Uma proposta... de coração.
- Então está tudo resolvido. Quando é o casório? E a transferência do voto?
- Agora. Tenho toda a papelada... tia.
(Elisa Palatnik)
Preparativos de uma morte anunciada
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— Onofre, acabei de pegar teu exame. O médico disse que você vai morrer em uma semana.
— Hein?! O quê?!
— Você morre terça feira que vem. Dia 25. Dia do soldado.
— Mas... que coisa horrível!
— Horrível por quê? Melhor que morrer, sei lá, no dia do Índio. No dia da Secretária. No dia do Ginecologista.
— Meu Deus! Vou morrer em uma semana e você me conta assim, na bucha, sem me preparar?
— Deixa de ser infantil, Onofre. Você não é prato de bacalhau pra eu te preparar.
— Uma semana... Eu estou chocado! Se bem que...
— O quê?
— Quer saber? De certa forma foi bom saber logo. Assim aproveito o tempo que resta. Vou viajar, beber e comer tudo que eu tenho direito.
— Aí é que está, Onofre. Você vai ter que fazer dieta.
— Dieta?!
— Pra emagrecer. O caixão que a gente tem não é seu número. Com essa barriga, você não entra naquele ataúde de jeito nenhum. Só entra de lado. Você quer ser enterrado de lado, Onofre?
— Claro que não! Mas... não dá pra trocar de caixão?
— É da loja do teu primo. Fui do médico direto pra lá, e foi o que ele me deu. Ele só trabalha com modelagem única e a gente não tem dinheiro pra comprar outro.
— Mas não é justo! Tenho que fazer regime na última semana da minha vida?
— E ginástica. E cooper. Talvez até balé — que só regime não vai dar conta dos 15 quilos que você precisa perder. Já te matriculei numa academia.
— Mas...
— Outra coisa. Não esquece de começar a convidar as pessoas pro velório.
— Eu?!
— É, ué. Não é você que vai morrer? Era só o que me faltava... você é que vai morrer e eu é que tenho o trabalho... Aliás, por falar em trabalho, arranja um bico extra essa semana pra conseguir dinheiro — pra pagar a dívida do mercado.
— Peraí... regime, ginástica, e agora... trabalho extra? Eu estou doente, estou cansado!
— Deixa de frescura, Onofre. Daqui a uma semana você vai ter tempo de sobra pra descansar. E se eu não pagar essa dívida, o seu Joaquim disse que me mata.
— Ele disse isso?
— Disse. E pode me matar em menos de uma semana. E aí eu vou ser enterrada no seu caixão. E você fica sem dinheiro pra comprar outro caixão. E aí você não vai ser enterrado. Vai ficar por aí, pelas ruas, em processo de decomposição.
— Meu Deus!
— Mais uma coisa. Você vai ter que visitar a tia Augusta.
— Ah, não! Visitar a tia Augusta não! Estou brigado com ela, você sabe disso.
— Vai na quinta feira. Já marquei.
— Assim não dá! Eu, pensando que ia passar uma semana boa, tranqüila, esperando pra morrer... mas nada. Já vi que vai ser um inferno. E se eu não for na casa da tia Augusta?
— Ela vai se sentir culpada por não ter feito as pazes antes de você morrer. E vai acabar morrendo de desgosto.
— E eu com isso? Não quero saber.
— Não quer saber? Acontece que está provado que uma pessoa leva, em média, uns seis meses pra morrer de desgosto.
— E daí?
— Daí que daqui a seis meses é o casamento da tua filha. E se a tua tia morrer, a gente vai ter que adiar o casamento. E se a gente adiar é capaz do noivo desistir de casar. Se ele desistir, tua filha vai ficar arrasada e pode sair por aí namorando o primeiro que aparecer na frente. E o primeiro que aparecer na frente pode ser um drogado. E tua filha pode virar uma drogada. E daí para o crime e para a prostituição é um passo. E daí ela pod...
— Chega! Eu vou visitar a tia Augusta!
— Ótimo.
— Que mais? O que mais você quer que eu faça nessa semana? Já tá perdida mesmo...
— Mais nada. Só cavar sua cova — pra economizar no coveiro, que coveiro está saindo pela hora da morte.
— Deixa eu anotar, senão esqueço... com tanta coisa... Cavar a cova.
— E não esquece de, no dia da tua morte, ir pro lugar do velório cedo. Pra morrer lá mesmo... pra gente também economizar no transporte do corpo. Vai de ônibus.
— Mas...
— De preferência atrás, agarrado no pára-choque, pra não pagar.
— É uma boa... No pára-choque. Só uma coisa. Uma dúvida.
— Fala.
— E se, por um acaso... eu não morrer?
— Tá maluco, Onofre? Depois desse trabalhão todo? Nem pensa nisso! Esquece essa possibilidade!
— É que de repente...
— De repente uma pinóia! Vê lá, hein, Onofre? Não vai me fazer a gracinha de aparecer no teu velório... vivo!
(Elisa Palatnik)
— Onofre, acabei de pegar teu exame. O médico disse que você vai morrer em uma semana.
— Hein?! O quê?!
— Você morre terça feira que vem. Dia 25. Dia do soldado.
— Mas... que coisa horrível!
— Horrível por quê? Melhor que morrer, sei lá, no dia do Índio. No dia da Secretária. No dia do Ginecologista.
— Meu Deus! Vou morrer em uma semana e você me conta assim, na bucha, sem me preparar?
— Deixa de ser infantil, Onofre. Você não é prato de bacalhau pra eu te preparar.
— Uma semana... Eu estou chocado! Se bem que...
— O quê?
— Quer saber? De certa forma foi bom saber logo. Assim aproveito o tempo que resta. Vou viajar, beber e comer tudo que eu tenho direito.
— Aí é que está, Onofre. Você vai ter que fazer dieta.
— Dieta?!
— Pra emagrecer. O caixão que a gente tem não é seu número. Com essa barriga, você não entra naquele ataúde de jeito nenhum. Só entra de lado. Você quer ser enterrado de lado, Onofre?
— Claro que não! Mas... não dá pra trocar de caixão?
— É da loja do teu primo. Fui do médico direto pra lá, e foi o que ele me deu. Ele só trabalha com modelagem única e a gente não tem dinheiro pra comprar outro.
— Mas não é justo! Tenho que fazer regime na última semana da minha vida?
— E ginástica. E cooper. Talvez até balé — que só regime não vai dar conta dos 15 quilos que você precisa perder. Já te matriculei numa academia.
— Mas...
— Outra coisa. Não esquece de começar a convidar as pessoas pro velório.
— Eu?!
— É, ué. Não é você que vai morrer? Era só o que me faltava... você é que vai morrer e eu é que tenho o trabalho... Aliás, por falar em trabalho, arranja um bico extra essa semana pra conseguir dinheiro — pra pagar a dívida do mercado.
— Peraí... regime, ginástica, e agora... trabalho extra? Eu estou doente, estou cansado!
— Deixa de frescura, Onofre. Daqui a uma semana você vai ter tempo de sobra pra descansar. E se eu não pagar essa dívida, o seu Joaquim disse que me mata.
— Ele disse isso?
— Disse. E pode me matar em menos de uma semana. E aí eu vou ser enterrada no seu caixão. E você fica sem dinheiro pra comprar outro caixão. E aí você não vai ser enterrado. Vai ficar por aí, pelas ruas, em processo de decomposição.
— Meu Deus!
— Mais uma coisa. Você vai ter que visitar a tia Augusta.
— Ah, não! Visitar a tia Augusta não! Estou brigado com ela, você sabe disso.
— Vai na quinta feira. Já marquei.
— Assim não dá! Eu, pensando que ia passar uma semana boa, tranqüila, esperando pra morrer... mas nada. Já vi que vai ser um inferno. E se eu não for na casa da tia Augusta?
— Ela vai se sentir culpada por não ter feito as pazes antes de você morrer. E vai acabar morrendo de desgosto.
— E eu com isso? Não quero saber.
— Não quer saber? Acontece que está provado que uma pessoa leva, em média, uns seis meses pra morrer de desgosto.
— E daí?
— Daí que daqui a seis meses é o casamento da tua filha. E se a tua tia morrer, a gente vai ter que adiar o casamento. E se a gente adiar é capaz do noivo desistir de casar. Se ele desistir, tua filha vai ficar arrasada e pode sair por aí namorando o primeiro que aparecer na frente. E o primeiro que aparecer na frente pode ser um drogado. E tua filha pode virar uma drogada. E daí para o crime e para a prostituição é um passo. E daí ela pod...
— Chega! Eu vou visitar a tia Augusta!
— Ótimo.
— Que mais? O que mais você quer que eu faça nessa semana? Já tá perdida mesmo...
— Mais nada. Só cavar sua cova — pra economizar no coveiro, que coveiro está saindo pela hora da morte.
— Deixa eu anotar, senão esqueço... com tanta coisa... Cavar a cova.
— E não esquece de, no dia da tua morte, ir pro lugar do velório cedo. Pra morrer lá mesmo... pra gente também economizar no transporte do corpo. Vai de ônibus.
— Mas...
— De preferência atrás, agarrado no pára-choque, pra não pagar.
— É uma boa... No pára-choque. Só uma coisa. Uma dúvida.
— Fala.
— E se, por um acaso... eu não morrer?
— Tá maluco, Onofre? Depois desse trabalhão todo? Nem pensa nisso! Esquece essa possibilidade!
— É que de repente...
— De repente uma pinóia! Vê lá, hein, Onofre? Não vai me fazer a gracinha de aparecer no teu velório... vivo!
(Elisa Palatnik)
Terremotos
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Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), o rei Dom José perguntou ao General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao rei: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.
Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.
Muitas vezes temos em nossa vida empresarial e mesmo pessoal, “terremotos” avassaladores como o de Lisboa no século XVIII. A catástrofe é tão grande que perdemos a capacidade de raciocinar de forma simples, clara e objetiva. Esses “terremotos” podem ser de toda ordem: um lote de produtos com defeito que foi de nossa indústria para o mercado; produtos contaminados que não conseguimos detectar; erros incorrigíveis em relação ao nosso melhor cliente; uma doença inesperada ou uma separação ou morte, etc, etc. Todos nós estamos sujeitos a “terremotos” na vida. Quem está vivo sabe que há “falhas geológicas” sob nossos pés e que podem gerar um tremor a qualquer instante sem que estejamos preparados. O que fazer?
Exatamente o que disse o Marquês de Alorna: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”. E o que isso quer dizer para a nossa vida pessoal, empresarial e talvez até para nosso País?
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso “sepultar” o passado. Colocar o passado debaixo da terra. Isso significa esquecer o passado. Enterrar os mortos.
Cuidar dos vivos significa que depois de enterrar o passado, temos que cuidar do presente. Cuidar de quem ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto. Recomeçar. Cuidar dos vivos.
Fechar os portos significa não deixar as “portas” abertas para que novos problemas possam surgir ou vir de fora, para que novos terremotos não nos tomem despreparados. Significa manter o foco no “cuidar dos vivos”. Significa concentrar-se no negócio, concentrar-se na reconstrução, no novo e evitar que novos terremotos voltem a nos destruir.
É assim que a história nos ensina. Todos nós, por certo, teremos na vida um terremoto. E quando ele passar, não se esqueça: enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos.
(Luiz Marins)
Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), o rei Dom José perguntou ao General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao rei: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.
Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.
Muitas vezes temos em nossa vida empresarial e mesmo pessoal, “terremotos” avassaladores como o de Lisboa no século XVIII. A catástrofe é tão grande que perdemos a capacidade de raciocinar de forma simples, clara e objetiva. Esses “terremotos” podem ser de toda ordem: um lote de produtos com defeito que foi de nossa indústria para o mercado; produtos contaminados que não conseguimos detectar; erros incorrigíveis em relação ao nosso melhor cliente; uma doença inesperada ou uma separação ou morte, etc, etc. Todos nós estamos sujeitos a “terremotos” na vida. Quem está vivo sabe que há “falhas geológicas” sob nossos pés e que podem gerar um tremor a qualquer instante sem que estejamos preparados. O que fazer?
Exatamente o que disse o Marquês de Alorna: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”. E o que isso quer dizer para a nossa vida pessoal, empresarial e talvez até para nosso País?
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso “sepultar” o passado. Colocar o passado debaixo da terra. Isso significa esquecer o passado. Enterrar os mortos.
Cuidar dos vivos significa que depois de enterrar o passado, temos que cuidar do presente. Cuidar de quem ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto. Recomeçar. Cuidar dos vivos.
Fechar os portos significa não deixar as “portas” abertas para que novos problemas possam surgir ou vir de fora, para que novos terremotos não nos tomem despreparados. Significa manter o foco no “cuidar dos vivos”. Significa concentrar-se no negócio, concentrar-se na reconstrução, no novo e evitar que novos terremotos voltem a nos destruir.
É assim que a história nos ensina. Todos nós, por certo, teremos na vida um terremoto. E quando ele passar, não se esqueça: enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos.
(Luiz Marins)
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Brasil, um país de todos.
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Licitação na Prefeitura
Um prefeito queria construir uma ponte e chamou três empreiteiros:
Um japonês, um americano e um brasileiro...
- Faço por US$ 3 milhões - disse o japonês:
Um pela mão-de-obra.
Um pelo material.
E um para meu lucro.
- Faço por US$ 6 milhões - propôs o americano:
Dois pela mão-de-obra.
Dois pelo material.
E dois para mim... Mas o serviço é de primeira!
- Faço por US$ 9 milhões - disse o brasileiro. - Nove paus? Espantou-se o prefeito. Demais! Por quê?
Três para mim.
Três para você.
E três para o japonês fazer a obra.
- Negócio fechado! Respondeu o prefeito.
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Licitação na Prefeitura
Um prefeito queria construir uma ponte e chamou três empreiteiros:
Um japonês, um americano e um brasileiro...
- Faço por US$ 3 milhões - disse o japonês:
Um pela mão-de-obra.
Um pelo material.
E um para meu lucro.
- Faço por US$ 6 milhões - propôs o americano:
Dois pela mão-de-obra.
Dois pelo material.
E dois para mim... Mas o serviço é de primeira!
- Faço por US$ 9 milhões - disse o brasileiro. - Nove paus? Espantou-se o prefeito. Demais! Por quê?
Três para mim.
Três para você.
E três para o japonês fazer a obra.
- Negócio fechado! Respondeu o prefeito.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Falando de Amor
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Pensamentos de amor
Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
(Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela")
Às vezes, quando o desejo nos impele, amar é espontâneo, mas muitas vezes significa escolher amar, decidir amar. Caso contrário, o amor não passaria de emoção, de superficialidade, ou até de egoísmo, e não aquilo que é na sua essência profunda: algo que compromete a nossa liberdade.
(Jacques Philippe)
O amor é uma actividade, não um afecto passivo; é um acto de firmeza, não de fraqueza...é propriamente dar, e não receber.
(Erich Fromm)
O amor é inseparável da morte. Sabes que amas porque te esqueceste de que existes; porque morreste para ti mesma, para viveres naqueles que amas. Se eles estiverem bem, então tu estás bem, ainda que estejas mal.
(Paulo Geraldo)
Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.
(Santo Agostinho)
A grande escola é o amor: as exigências do amor levam a grandes heroísmos. Quando a amor é verdadeiro, o sacrifício não dói; o amor faz estimar como bem próprio aquilo que é um dever.
(J. L. Lorda)
Se uma pessoa diz a outra que a ama, a própria linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me , sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".
(M. Santamaría Garai)
Amar é dares-te. É não pensares em ti. É não quereres saber dos teus gostos, do teu bem-estar, do teu descanso, dos teus projectos, do teu futuro, por andares muito ocupada em construir aqueles que te rodeiam. É veres nessa morte para ti mesma o sentido e a plenitude da tua existência. Quanto mais deres de ti, quanto mais te doer o teu amor, mais alegria terás. E mais paz. Porque amas mais.
(Paulo Geraldo)
É sempre preciso amor para compreenderes o que difere de ti.
(Gide)
Não há amor que não exija coragem. E é também certo que se o teu amor for verdadeiro - e não uma forma disfarçada de procurares a tua satisfação pessoal - terás toda a coragem de que necessitas. Tu ainda não sabes o que és capaz de fazer! Não imaginaste, sequer, aquilo que há para além da curva do medo! Tens andado a fugir... de ti e da felicidade.
(Paulo Geraldo)
Apenas vos falta um ser, e tudo está despovoado...
(Lamartine)
É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.
(Madre Teresa de Calcutá)
Os enamorados que se vêem e se falam têm a felicidade do amor; os que vivem separados têm duas felicidades: a do amor e a da esperança.
(Severo Catalina)
Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.
(Graciliano Ramos)
O amor é paciente, é bondoso; a amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
(Carta de S. Paulo aos Coríntios)
O amor não se rouba nem se compra. Não há amor verdadeiro, e portanto feliz, senão entre pessoas que dispõem livremente de si próprias para se darem à outra.
(Jacques Philippe)
Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele no qual o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade que um tem do outro.
(autor desconhecido)
Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar.. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.
(Bob Marley)
E, para terminar...
"Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima"
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
(Clarice Lispector)
Pensamentos de amor
Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.
(Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela")
Às vezes, quando o desejo nos impele, amar é espontâneo, mas muitas vezes significa escolher amar, decidir amar. Caso contrário, o amor não passaria de emoção, de superficialidade, ou até de egoísmo, e não aquilo que é na sua essência profunda: algo que compromete a nossa liberdade.
(Jacques Philippe)
O amor é uma actividade, não um afecto passivo; é um acto de firmeza, não de fraqueza...é propriamente dar, e não receber.
(Erich Fromm)
O amor é inseparável da morte. Sabes que amas porque te esqueceste de que existes; porque morreste para ti mesma, para viveres naqueles que amas. Se eles estiverem bem, então tu estás bem, ainda que estejas mal.
(Paulo Geraldo)
Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.
(Santo Agostinho)
A grande escola é o amor: as exigências do amor levam a grandes heroísmos. Quando a amor é verdadeiro, o sacrifício não dói; o amor faz estimar como bem próprio aquilo que é um dever.
(J. L. Lorda)
Se uma pessoa diz a outra que a ama, a própria linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me , sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".
(M. Santamaría Garai)
Amar é dares-te. É não pensares em ti. É não quereres saber dos teus gostos, do teu bem-estar, do teu descanso, dos teus projectos, do teu futuro, por andares muito ocupada em construir aqueles que te rodeiam. É veres nessa morte para ti mesma o sentido e a plenitude da tua existência. Quanto mais deres de ti, quanto mais te doer o teu amor, mais alegria terás. E mais paz. Porque amas mais.
(Paulo Geraldo)
É sempre preciso amor para compreenderes o que difere de ti.
(Gide)
Não há amor que não exija coragem. E é também certo que se o teu amor for verdadeiro - e não uma forma disfarçada de procurares a tua satisfação pessoal - terás toda a coragem de que necessitas. Tu ainda não sabes o que és capaz de fazer! Não imaginaste, sequer, aquilo que há para além da curva do medo! Tens andado a fugir... de ti e da felicidade.
(Paulo Geraldo)
Apenas vos falta um ser, e tudo está despovoado...
(Lamartine)
É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.
(Madre Teresa de Calcutá)
Os enamorados que se vêem e se falam têm a felicidade do amor; os que vivem separados têm duas felicidades: a do amor e a da esperança.
(Severo Catalina)
Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.
(Graciliano Ramos)
O amor é paciente, é bondoso; a amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
(Carta de S. Paulo aos Coríntios)
O amor não se rouba nem se compra. Não há amor verdadeiro, e portanto feliz, senão entre pessoas que dispõem livremente de si próprias para se darem à outra.
(Jacques Philippe)
Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele no qual o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade que um tem do outro.
(autor desconhecido)
Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar.. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.
(Bob Marley)
E, para terminar...
"Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima"
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
(Clarice Lispector)
Aprendendo com Confucio
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- Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um só dia de sua vida.
- Todos comem e bebem; são poucos os que sabem distinguir os sabores.
- Só os grandes sábios e os grandes ignorantes são imutáveis.
- Quando as palavras perdem o significado, as pessoas perdem sua liberdade.
- Não corrigir nossas falhas eh o mesmo que cometer novos erros.
- Ver o que eh injusto e não agir com justiça eh a maior das covardias humanas.
- O silencio eh um amigo que jamais atraiçoa.
- Estudo sem pensamento eh trabalho perdido,pensamento sem estudo eh perigoso.
- A virtude da humanidade consiste em amar os homens; a prudência em conhece-los.
- O homem superior eh modesto em seu discurso, mas excede em suas açoes.
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- Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um só dia de sua vida.
- Todos comem e bebem; são poucos os que sabem distinguir os sabores.
- Só os grandes sábios e os grandes ignorantes são imutáveis.
- Quando as palavras perdem o significado, as pessoas perdem sua liberdade.
- Não corrigir nossas falhas eh o mesmo que cometer novos erros.
- Ver o que eh injusto e não agir com justiça eh a maior das covardias humanas.
- O silencio eh um amigo que jamais atraiçoa.
- Estudo sem pensamento eh trabalho perdido,pensamento sem estudo eh perigoso.
- A virtude da humanidade consiste em amar os homens; a prudência em conhece-los.
- O homem superior eh modesto em seu discurso, mas excede em suas açoes.
.
Resposta brilhante!
.
Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:
Qual a diferença entre Político e Ladrão ?
Chamou a atenção a resposta de um leitor:
Caro Millôr , após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:a diferença entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo? Fábio Viltrakis, Santos-SP.
Eis a réplica do Millôr:
Puxa, Viltrakis, você é um gênio..Foi o único que conseguiu achar uma diferença! Parabéns!!
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Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:
Qual a diferença entre Político e Ladrão ?
Chamou a atenção a resposta de um leitor:
Caro Millôr , após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:a diferença entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo? Fábio Viltrakis, Santos-SP.
Eis a réplica do Millôr:
Puxa, Viltrakis, você é um gênio..Foi o único que conseguiu achar uma diferença! Parabéns!!
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008
PUNIÇÃO PARA O DELEGADO
(Coisa de Nordestino)
Nunca vi na minha vida
Delegado ser punido
Porque prendeu gente pobre
Não obstante bandido
Mas com rico aconteceu
Depois que se reverteu
Caso sério em alarido
Na operação Satiagraha
Da Polícia Federal
Prenderam um peixe graúdo
Um mensageiro do mal
O mundo quase acabou
E o homem que investigou
É o único marginal
Quem antes era acusado
Hoje acusa o delegado
Ganhou súmula vinculante
Pra não ser mais algemado
Estou pagando pra ver
O "ter" suplantando o "ser"
Nesse caso mal contado
Pesa sobre o delegado
Crime de usurpação
Violação de sigilo
E de prevaricação
Só falta agora acusá-lo
Que tudo que aqui falo
É dele a inspiração
Nessa inversão de conduta
Já vejo dois condenados
O juiz, Fausto De Sanctis
E Protógenes, o delegado
Vez que o astuto banqueiro
Vai gastar um bom dinheiro
Mas não vai ser enjaulado
Tudo indicada que Protógenes
É o primeiro culpado
Junto com o juiz De Sanctis
Deve ser sacrificado
Até porque Daniel
Só não vai entrar no Céu
Mas vai ser canonizado
A Justiça, embora cega
Enxergou argueiro em rico
Soprou no olho do mal
Tirou tudo quanto é cisco
É que o Ministro Gilmar
Quando quer se superar
Usa o plenário pra isso
O Supremo decidiu
Que o Gilmar tem razão
O Ministro Marco Aurélio
Foi a única dissensão
Mas o espírito de corpo
Corou até quem ta morto
De tanta decepção...
(Edmar Melo)
Nunca vi na minha vida
Delegado ser punido
Porque prendeu gente pobre
Não obstante bandido
Mas com rico aconteceu
Depois que se reverteu
Caso sério em alarido
Na operação Satiagraha
Da Polícia Federal
Prenderam um peixe graúdo
Um mensageiro do mal
O mundo quase acabou
E o homem que investigou
É o único marginal
Quem antes era acusado
Hoje acusa o delegado
Ganhou súmula vinculante
Pra não ser mais algemado
Estou pagando pra ver
O "ter" suplantando o "ser"
Nesse caso mal contado
Pesa sobre o delegado
Crime de usurpação
Violação de sigilo
E de prevaricação
Só falta agora acusá-lo
Que tudo que aqui falo
É dele a inspiração
Nessa inversão de conduta
Já vejo dois condenados
O juiz, Fausto De Sanctis
E Protógenes, o delegado
Vez que o astuto banqueiro
Vai gastar um bom dinheiro
Mas não vai ser enjaulado
Tudo indicada que Protógenes
É o primeiro culpado
Junto com o juiz De Sanctis
Deve ser sacrificado
Até porque Daniel
Só não vai entrar no Céu
Mas vai ser canonizado
A Justiça, embora cega
Enxergou argueiro em rico
Soprou no olho do mal
Tirou tudo quanto é cisco
É que o Ministro Gilmar
Quando quer se superar
Usa o plenário pra isso
O Supremo decidiu
Que o Gilmar tem razão
O Ministro Marco Aurélio
Foi a única dissensão
Mas o espírito de corpo
Corou até quem ta morto
De tanta decepção...
(Edmar Melo)
A Menina e a Maçã
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Uma história real de amor e generosidade
Agosto 1942. Piotrkow , Poland
Naquela manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow foram arrebanhados em uma praça.
Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era de que nossa família fosse separada. ''O que quer que aconteça,' Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, 'não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos'.
Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.
Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grosseiras do piso.
Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha idade.
'Dezesseis', eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus
três irmãos e outros jovens saudáveis. Minha mãe foi movida para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.\
Murmurei para Isidore, 'Porque?' - Ele não respondeu.
Corri para o lado da mãe e disse que queria ficar com ela. 'Não,' ela disse ela com firmeza. 'Vá embora. Não aborreça. Vá com seus irmãos'.
Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.
Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.
Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald em uma noite, semanas após e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de identificação. ''Não me chamem mais de Herman', eu disse aos meus irmãos. 'Chamem-me
94938'.
Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.
Eu, também, me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número.
Logo, meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de
Buchenwald, perto de Berlim.
Em uma manhã eu pensei que ouvi a voz de minha mãe. 'Filho' ela disse suave mas claramente, 'Vou mandar-lhe um anjo'. Então eu acordei. Apenas um sonho! Um lindo sonho!
Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.
Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho.
Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula. Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém me viu. Chamei-a suavemente em Alemão. 'Você tem algo para comer?'
Ela não entendeu.
Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida. Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca. Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, ''Virei vê-lo amanhã'.
Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.
Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.
Não sabia nada sobre ela, apenas um tipo de menina de fazenda, exceto que ela entendia Polonês. Qual era o seu nome? Porque ela estava arriscando sua vida por mim?
A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina do outro lado da cerca trouxe-me um pouco, como que nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.
Cerca de sete meses após, meus irmãos e eu fomos abarrotados em um vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.
'Não volte', eu disse para a menina naquele dia. 'Estamos partindo'. Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca aprendi, a menina das maçãs.
Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino pareceu estar selado.
No dia 10 de maio de 1945 eu estava destinado a morrer na câmara de gás, às 10:00 horas.
No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte pareceu pronta para me reclamar, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado. Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei, nós estaremos nos reunindo.
Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos. Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.
Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.
No local onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, me dera esperança em um lugar onde ela não existia.
Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu. Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica, fui colocado em uma hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.
Por volta de agosto de 1957 abri minha própria loja de consertos eletrônicos. Estava começando a estabelecer-me.
Um dia, meu amigo Sid, a quem eu conhecia da Inglaterra, me telefonou. 'Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos'.
Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.. Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias após, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa do seu encontro e a sua amiga Roma.
Tenho que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.
Nós quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e fácil de se estar junto.
Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas. Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando a brisa salgada do Atlântico e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.
Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro. Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa foi deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, 'Onde você estava', perguntou dlicadamente, 'durante a guerra?'
'Nos campos de concentração', eu disse. As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer. Mas jamais se pode esquecer.
Ela concordou. 'Minha família se escondeu em uma fazenda na Alemanha, não longe de Berlim', ela me disse. 'Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos.'
Imaginei como ela deve ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, em um mundo novo. 'Havia um campo perto da fazenda', Roma continuou. 'Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias.'
Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. 'Como ele era?', perguntei. ''Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto a cada dia, durante seis meses.'
Meu coração estava aos pulos. Não podia acreditar.
Isso não podia ser.
'Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?.
Roma me olhou estupefata. 'Sim!'.
'Era eu!'.
Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado com emoções. Não podia acreditar! Ea o meu anjo!
'Não vou deixar você partir', disse a Roma. E, na traseira do carro, nesse
encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.
'Você está louco!', ela disse. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.
Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, eu jamais a havia deixado partir.
Naquele dia ela ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.
(Herman Rosenblat - Miami Beach, Florida)
Uma história real de amor e generosidade
Agosto 1942. Piotrkow , Poland
Naquela manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow foram arrebanhados em uma praça.
Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era de que nossa família fosse separada. ''O que quer que aconteça,' Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, 'não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos'.
Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.
Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grosseiras do piso.
Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha idade.
'Dezesseis', eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus
três irmãos e outros jovens saudáveis. Minha mãe foi movida para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.\
Murmurei para Isidore, 'Porque?' - Ele não respondeu.
Corri para o lado da mãe e disse que queria ficar com ela. 'Não,' ela disse ela com firmeza. 'Vá embora. Não aborreça. Vá com seus irmãos'.
Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.
Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.
Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald em uma noite, semanas após e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de identificação. ''Não me chamem mais de Herman', eu disse aos meus irmãos. 'Chamem-me
94938'.
Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.
Eu, também, me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número.
Logo, meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de
Buchenwald, perto de Berlim.
Em uma manhã eu pensei que ouvi a voz de minha mãe. 'Filho' ela disse suave mas claramente, 'Vou mandar-lhe um anjo'. Então eu acordei. Apenas um sonho! Um lindo sonho!
Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.
Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho.
Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula. Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém me viu. Chamei-a suavemente em Alemão. 'Você tem algo para comer?'
Ela não entendeu.
Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida. Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca. Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, ''Virei vê-lo amanhã'.
Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.
Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.
Não sabia nada sobre ela, apenas um tipo de menina de fazenda, exceto que ela entendia Polonês. Qual era o seu nome? Porque ela estava arriscando sua vida por mim?
A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina do outro lado da cerca trouxe-me um pouco, como que nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.
Cerca de sete meses após, meus irmãos e eu fomos abarrotados em um vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.
'Não volte', eu disse para a menina naquele dia. 'Estamos partindo'. Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca aprendi, a menina das maçãs.
Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino pareceu estar selado.
No dia 10 de maio de 1945 eu estava destinado a morrer na câmara de gás, às 10:00 horas.
No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte pareceu pronta para me reclamar, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado. Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei, nós estaremos nos reunindo.
Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos. Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.
Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.
No local onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, me dera esperança em um lugar onde ela não existia.
Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu. Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica, fui colocado em uma hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.
Por volta de agosto de 1957 abri minha própria loja de consertos eletrônicos. Estava começando a estabelecer-me.
Um dia, meu amigo Sid, a quem eu conhecia da Inglaterra, me telefonou. 'Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos'.
Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.. Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias após, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa do seu encontro e a sua amiga Roma.
Tenho que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.
Nós quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e fácil de se estar junto.
Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas. Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando a brisa salgada do Atlântico e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.
Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro. Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa foi deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, 'Onde você estava', perguntou dlicadamente, 'durante a guerra?'
'Nos campos de concentração', eu disse. As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer. Mas jamais se pode esquecer.
Ela concordou. 'Minha família se escondeu em uma fazenda na Alemanha, não longe de Berlim', ela me disse. 'Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos.'
Imaginei como ela deve ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, em um mundo novo. 'Havia um campo perto da fazenda', Roma continuou. 'Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias.'
Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. 'Como ele era?', perguntei. ''Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto a cada dia, durante seis meses.'
Meu coração estava aos pulos. Não podia acreditar.
Isso não podia ser.
'Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?.
Roma me olhou estupefata. 'Sim!'.
'Era eu!'.
Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado com emoções. Não podia acreditar! Ea o meu anjo!
'Não vou deixar você partir', disse a Roma. E, na traseira do carro, nesse
encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.
'Você está louco!', ela disse. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.
Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, eu jamais a havia deixado partir.
Naquele dia ela ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.
(Herman Rosenblat - Miami Beach, Florida)
Anônimo & eletrônico
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Novas tecnologias, novas questões. Na internet, as pessoas se comportam como nos antigos bailes de máscaras de Carnaval. Enquanto a esposa sessentona frita ovos na cozinha, o marido setentão se faz passar por garotão em algum site de relacionamento. Imagina intimidades de deixar os cabelos em pé! Certo de que do outro lado está uma modelo deslumbrante. Mas... quem sabe? Tudo bem. Cada um escolhe como se liberar. As notícias se espalham na internet por meio de blogs, e-mails e sites extra-oficiais. Minha tendência é ler e acreditar. Mas, nas versões eletrônicas de jornais e revistas, a qualidade da informação é semelhante à do veículo impresso. Os responsáveis podem ser identificados. Na grande massa de informações que circula pela internet isso é impossível. Tremo ao supor o que possam estar fazendo com meu nome. Eu tinha três páginas no Orkut, em que conversava com amigos e leitores. De repente, uma sumiu. Tento acessar e não consigo. Descobri ser possível "roubar" a página alheia. Alguém pode ter adotado a foto e as informações do meu perfil (talvez mudado alguma coisa de lascar) e atualmente conversar como se fosse eu! Corro o risco de que algum dia estoure uma bomba na minha cabeça! Certa vez recebi vários pedidos de meu amigo Jorge Fernando para participar de sua página. Aceitei, é claro. Ainda liguei, feliz:
- Viu só? Agora não pode mais reclamar.
- Do quê?
Era falsa. Um desconhecido pegou uma foto pública, inventou um perfil e passou a fazer o papel do próprio Jorge. Ele ficou uma fera!
Ainda é pouco. Certa vez recebi por e-mail a foto de um amigo em uma situação que não posso descrever. E, garanto, a maioria de vocês não conseguiria imaginar! O rapaz é casado há relativamente pouco tempo, tem filhos. Não cometi a descortesia de falar da foto com ele. Mas com quem a enviou.
- Pára de espalhar! Verdade ou não, ninguém tem nada com isso. E pode acabar com o casamento dele!
- Por mim, eu deleto. Mas, se eu recebi, muita gente também recebeu. A esta altura já está circulando na internet inteira!
Pode ser invenção, fotomontagem. Mas, quando se espalha, o mal está feito. Sempre alguém se pergunta:
- Será mesmo fotomontagem?
Já aconteceram casos terríveis entre adolescentes. Garotas hostilizadas na escola depois que fotos comprometedoras foram divulgadas de forma anônima. Muitas falsificadas. Soube de uma cuja família mudou de cidade, apesar de acreditá-la inocente. E daí? A vítima é tratada como culpada!
Descobrir quem enviou costuma ser impossível para o comum dos mortais. Durante uma novela comecei a receber e-mails agressivos. Não reconheci o remetente. Contratei um ás em informática. Não pretendia fazer nada. Só descobrir quem era o inimigo que parecia freqüentar meu círculo de amigos pessoais. O profissional tentou, tentou e concluiu:
- Os e-mails devem estar sendo enviados de um cibercafé. A pessoa usa um provedor internacional em que, ao se inscrever, pode ter falsificado os próprios dados.
Nunca descobri quem foi. E o pior: de quantos amigos desconfiei injustamente?
No caso de um crime, a polícia intervém e consegue descobrir os culpados. Mas no dia-a-dia sinto falta do surgimento de uma ética, quando as pessoas são atormentadas ou, como é comum no caso de adolescentes, atacadas de maneira cruel. É necessário colocar esse tema nas discussões escolares, em ambientes sociais, seja onde for! No espaço cibernético, assim como no cotidiano, é preciso respeitar o próximo!
(Walcyr Carrasco)
Novas tecnologias, novas questões. Na internet, as pessoas se comportam como nos antigos bailes de máscaras de Carnaval. Enquanto a esposa sessentona frita ovos na cozinha, o marido setentão se faz passar por garotão em algum site de relacionamento. Imagina intimidades de deixar os cabelos em pé! Certo de que do outro lado está uma modelo deslumbrante. Mas... quem sabe? Tudo bem. Cada um escolhe como se liberar. As notícias se espalham na internet por meio de blogs, e-mails e sites extra-oficiais. Minha tendência é ler e acreditar. Mas, nas versões eletrônicas de jornais e revistas, a qualidade da informação é semelhante à do veículo impresso. Os responsáveis podem ser identificados. Na grande massa de informações que circula pela internet isso é impossível. Tremo ao supor o que possam estar fazendo com meu nome. Eu tinha três páginas no Orkut, em que conversava com amigos e leitores. De repente, uma sumiu. Tento acessar e não consigo. Descobri ser possível "roubar" a página alheia. Alguém pode ter adotado a foto e as informações do meu perfil (talvez mudado alguma coisa de lascar) e atualmente conversar como se fosse eu! Corro o risco de que algum dia estoure uma bomba na minha cabeça! Certa vez recebi vários pedidos de meu amigo Jorge Fernando para participar de sua página. Aceitei, é claro. Ainda liguei, feliz:
- Viu só? Agora não pode mais reclamar.
- Do quê?
Era falsa. Um desconhecido pegou uma foto pública, inventou um perfil e passou a fazer o papel do próprio Jorge. Ele ficou uma fera!
Ainda é pouco. Certa vez recebi por e-mail a foto de um amigo em uma situação que não posso descrever. E, garanto, a maioria de vocês não conseguiria imaginar! O rapaz é casado há relativamente pouco tempo, tem filhos. Não cometi a descortesia de falar da foto com ele. Mas com quem a enviou.
- Pára de espalhar! Verdade ou não, ninguém tem nada com isso. E pode acabar com o casamento dele!
- Por mim, eu deleto. Mas, se eu recebi, muita gente também recebeu. A esta altura já está circulando na internet inteira!
Pode ser invenção, fotomontagem. Mas, quando se espalha, o mal está feito. Sempre alguém se pergunta:
- Será mesmo fotomontagem?
Já aconteceram casos terríveis entre adolescentes. Garotas hostilizadas na escola depois que fotos comprometedoras foram divulgadas de forma anônima. Muitas falsificadas. Soube de uma cuja família mudou de cidade, apesar de acreditá-la inocente. E daí? A vítima é tratada como culpada!
Descobrir quem enviou costuma ser impossível para o comum dos mortais. Durante uma novela comecei a receber e-mails agressivos. Não reconheci o remetente. Contratei um ás em informática. Não pretendia fazer nada. Só descobrir quem era o inimigo que parecia freqüentar meu círculo de amigos pessoais. O profissional tentou, tentou e concluiu:
- Os e-mails devem estar sendo enviados de um cibercafé. A pessoa usa um provedor internacional em que, ao se inscrever, pode ter falsificado os próprios dados.
Nunca descobri quem foi. E o pior: de quantos amigos desconfiei injustamente?
No caso de um crime, a polícia intervém e consegue descobrir os culpados. Mas no dia-a-dia sinto falta do surgimento de uma ética, quando as pessoas são atormentadas ou, como é comum no caso de adolescentes, atacadas de maneira cruel. É necessário colocar esse tema nas discussões escolares, em ambientes sociais, seja onde for! No espaço cibernético, assim como no cotidiano, é preciso respeitar o próximo!
(Walcyr Carrasco)
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Causa Mortis
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Devido ao falecimento do avô, aos 95 anos, o jovem Camilo foi fazer uma visita de pêsames à sua avó de 90 anos. Quando Camilo chega, encontra a anciã chorando e tenta confortá-la. Um pouco depois, quando vê a avó mais calma o neto pergunta:
- Vovó, como morreu o vovô?
- Morreu ao fazermos amor - confessa a avó.
Camilo, espantado, responde-lhe que as pessoas de 90 anos ou mais, não deveriam fazer amor por ser muito perigoso. Ao que a avó responde:
- Mas nós só fazíamos aos domingos, já há cinco anos, e com muita calma, ao compasso das badaladas do sino da Igreja... Era ding para botar e dong para tirar..
Se não fosse o filho da p*** do sorveteiro com aquele sininho, o seu avô ainda estaria vivo...!!!
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Devido ao falecimento do avô, aos 95 anos, o jovem Camilo foi fazer uma visita de pêsames à sua avó de 90 anos. Quando Camilo chega, encontra a anciã chorando e tenta confortá-la. Um pouco depois, quando vê a avó mais calma o neto pergunta:
- Vovó, como morreu o vovô?
- Morreu ao fazermos amor - confessa a avó.
Camilo, espantado, responde-lhe que as pessoas de 90 anos ou mais, não deveriam fazer amor por ser muito perigoso. Ao que a avó responde:
- Mas nós só fazíamos aos domingos, já há cinco anos, e com muita calma, ao compasso das badaladas do sino da Igreja... Era ding para botar e dong para tirar..
Se não fosse o filho da p*** do sorveteiro com aquele sininho, o seu avô ainda estaria vivo...!!!
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Chefe ruim faz mal para o coração
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Chefes ruins elevam risco de doenças cardíacas em funcionários, diz estudo
Chefes arbitrários e insensíveis não apenas elevam o estresse no ambiente de trabalho, mas podem também aumentar o risco de doenças cardíacas em seus funcionários, sugere pesquisa sueca.
Uma equipe do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo encontrou uma forte ligação entre mau gerenciamento e risco de distúrbios cardíacos graves e até ataques do coração nos empregados.
Os pesquisadores monitoraram a saúde de mais de 3.000 funcionários do sexo masculino, com idades entre 19 e 70 anos, na região de Estocolmo, por um período de quase dez anos. Foram registrados 74 casos fatais e não-fatais de ataques cardíacos ou angina instável (dor ou desconforto no peito ou áreas adjacentes causados por fluxo inadequado de sangue no coração).
Foi pedido aos participantes do estudo que avaliassem o estilo de liderança de seus gerentes em áreas como a clareza no estabelecimento de objetivos para seu pessoal e a habilidade de comunicar e dar um retorno ao funcionário da avaliação do desempenho pessoal.
Quanto mais competentes os funcionários consideravam seus gerentes, mais baixo seu risco de sofrer problemas cardíacos graves. Os funcionários que consideravam seus chefes menos competentes apresentaram um risco 25% maior de problema cardíaco grave.
Longa duração
A pesquisa revelou ainda que quanto mais tempo um funcionário trabalhava em uma empresa sob um mau gerente, maior a ameaça à saúde. Os que trabalhavam por quatro anos ou mais nessas condições apresentaram um risco 64% maior de desenvolver doenças cardíacas.
Os especialistas dizem que, ao se sentirem pouco valorizados e sem apoio no trabalho, os funcionários sofrem de estresse que, com freqüência alimenta comportamentos insalubres como a adoção do hábito de fumar que pode causar males cardíacos.
Os pesquisadores sugerem que as empresas tomem medidas para melhorar o desempenho dos gerentes, levando em conta a avaliação que fazem dele os seus subordinados, para afastar a possibilidade de graves distúrbios cardíacos em seus funcionários. O estudo foi divulgado no site "Occupational and Environmental Medicine".
(Folha Online)
Chefes ruins elevam risco de doenças cardíacas em funcionários, diz estudo
Chefes arbitrários e insensíveis não apenas elevam o estresse no ambiente de trabalho, mas podem também aumentar o risco de doenças cardíacas em seus funcionários, sugere pesquisa sueca.
Uma equipe do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo encontrou uma forte ligação entre mau gerenciamento e risco de distúrbios cardíacos graves e até ataques do coração nos empregados.
Os pesquisadores monitoraram a saúde de mais de 3.000 funcionários do sexo masculino, com idades entre 19 e 70 anos, na região de Estocolmo, por um período de quase dez anos. Foram registrados 74 casos fatais e não-fatais de ataques cardíacos ou angina instável (dor ou desconforto no peito ou áreas adjacentes causados por fluxo inadequado de sangue no coração).
Foi pedido aos participantes do estudo que avaliassem o estilo de liderança de seus gerentes em áreas como a clareza no estabelecimento de objetivos para seu pessoal e a habilidade de comunicar e dar um retorno ao funcionário da avaliação do desempenho pessoal.
Quanto mais competentes os funcionários consideravam seus gerentes, mais baixo seu risco de sofrer problemas cardíacos graves. Os funcionários que consideravam seus chefes menos competentes apresentaram um risco 25% maior de problema cardíaco grave.
Longa duração
A pesquisa revelou ainda que quanto mais tempo um funcionário trabalhava em uma empresa sob um mau gerente, maior a ameaça à saúde. Os que trabalhavam por quatro anos ou mais nessas condições apresentaram um risco 64% maior de desenvolver doenças cardíacas.
Os especialistas dizem que, ao se sentirem pouco valorizados e sem apoio no trabalho, os funcionários sofrem de estresse que, com freqüência alimenta comportamentos insalubres como a adoção do hábito de fumar que pode causar males cardíacos.
Os pesquisadores sugerem que as empresas tomem medidas para melhorar o desempenho dos gerentes, levando em conta a avaliação que fazem dele os seus subordinados, para afastar a possibilidade de graves distúrbios cardíacos em seus funcionários. O estudo foi divulgado no site "Occupational and Environmental Medicine".
(Folha Online)
domingo, 23 de novembro de 2008
Selos Recebidos
O Bêbado Falastrão
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Um desgravatado vexame no G-20
É inacreditável, mas quem esteve de serviço e presenciou a fala de abertura do presidente Luiz Inácio da Silva, por ocasião da instalação do encontro do G-20 no Hotel Hilton, no último sábado, em São Paulo, certamente observou a palidez do Chefe da Nação, cuja fisionomia não escondia os traços de exaustão física. Olhos amiudados e vermelhos, sinais característicos de uma boa noitada, diriam os clínicos, psicólogos, experientes serviçais de hotelaria e socorristas de plantão. Nem os guarda-costas acreditaram no que viram.
No imenso salão, especialmente montado para o memorável encontro sobre o que denominou aos brasileiros de “marolinha ”, era visível o esforço em ocultar a incontida vontade de encharcar-se de água, no momento da leitura da mensagem à elite de responsáveis do PIB Mundial. Ora esbugalhava os olhos, ora procurava algo no bolso do paletó, ora deixava cair o peso do corpo sobre a mesa. Cambaleou, mesmo sentado.
Atrás de Mr.Da Silva, seu fiel escudeiro para relações internacionais, o historiador Marco Aurélio Garcia, inquieto e camuflado com seu exótico óculos e um par de fones de ouvido, acompanhando a leitura do discurso do mandatário tupiniquim.
O mais desagradável, que não escapou à percepção dos jornalistas e deixou pasmo os integrantes que compunham a histórica mesa dos trabalhos e circunstantes, foi a chegada do presidente da República Federativa do Brasil, trajando desalinhado terno cinza, camisa azul de colarinho mal passado e, principalmente, sem gravata, como manda o cerimonial e a boa etiqueta, costume consagrado no cotidiano dos dignatários em todo o mundo.
Pegou mal. Mais parecia um penetra de festa, um estranho no ninho. A impressão foi que Mr. Da Silva, o rei do pré-sal, desejou quebrar o protocolo, mostrar que ele é o bom e detentor megalomaníaco da bola de cristal para a crise da economia global.
Não foi feliz. Seu discurso, de discutível retórica acusatória dos países com riquezas que agiram com irresponsabilidade, não causou o impacto desejado. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, não deu muita corda ao palpite brasileiro.
Mr. Da Silva deve ter esquecido a gravata sobre o frigobar ou ao lado do balde de gelo da suíte presidencial do Hilton. Ou talvez esteja se preparando para receber o também desgravatado companheiro e mandatário do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que vem ao Brasil, a seu convite.
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Um desgravatado vexame no G-20
É inacreditável, mas quem esteve de serviço e presenciou a fala de abertura do presidente Luiz Inácio da Silva, por ocasião da instalação do encontro do G-20 no Hotel Hilton, no último sábado, em São Paulo, certamente observou a palidez do Chefe da Nação, cuja fisionomia não escondia os traços de exaustão física. Olhos amiudados e vermelhos, sinais característicos de uma boa noitada, diriam os clínicos, psicólogos, experientes serviçais de hotelaria e socorristas de plantão. Nem os guarda-costas acreditaram no que viram.
No imenso salão, especialmente montado para o memorável encontro sobre o que denominou aos brasileiros de “marolinha ”, era visível o esforço em ocultar a incontida vontade de encharcar-se de água, no momento da leitura da mensagem à elite de responsáveis do PIB Mundial. Ora esbugalhava os olhos, ora procurava algo no bolso do paletó, ora deixava cair o peso do corpo sobre a mesa. Cambaleou, mesmo sentado.
Atrás de Mr.Da Silva, seu fiel escudeiro para relações internacionais, o historiador Marco Aurélio Garcia, inquieto e camuflado com seu exótico óculos e um par de fones de ouvido, acompanhando a leitura do discurso do mandatário tupiniquim.
O mais desagradável, que não escapou à percepção dos jornalistas e deixou pasmo os integrantes que compunham a histórica mesa dos trabalhos e circunstantes, foi a chegada do presidente da República Federativa do Brasil, trajando desalinhado terno cinza, camisa azul de colarinho mal passado e, principalmente, sem gravata, como manda o cerimonial e a boa etiqueta, costume consagrado no cotidiano dos dignatários em todo o mundo.
Pegou mal. Mais parecia um penetra de festa, um estranho no ninho. A impressão foi que Mr. Da Silva, o rei do pré-sal, desejou quebrar o protocolo, mostrar que ele é o bom e detentor megalomaníaco da bola de cristal para a crise da economia global.
Não foi feliz. Seu discurso, de discutível retórica acusatória dos países com riquezas que agiram com irresponsabilidade, não causou o impacto desejado. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, não deu muita corda ao palpite brasileiro.
Mr. Da Silva deve ter esquecido a gravata sobre o frigobar ou ao lado do balde de gelo da suíte presidencial do Hilton. Ou talvez esteja se preparando para receber o também desgravatado companheiro e mandatário do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que vem ao Brasil, a seu convite.
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sábado, 22 de novembro de 2008
E Lula assinou
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Na quinta-feira 20, o presidente Lula assinou o decreto que altera o Plano Geral de Outorgas (PGO). É o sinal verde para que a Oi, sócia de seu filho Fábio na Gamecorp, incorpore a Brasil Telecom.
Quem defende a idéia argumenta que a mudança contempla a atual tendência do mercado mundial de telecomunicação, de concentração. E que a união dará ao Brasil uma empresa nacional capaz de competir internacionalmente. Os detalhes político-policiais prefere-se esquecer.
Sob o comando do delegado Protógenes Queiroz, a Operação Satiagraha, que tantas dores de cabeça trouxe ao governo, a ponto de provocar uma guerra interna na Polícia Federal e entre esta e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), iria redundar inevitavelmente nas articulações que levaram à fusão agora autorizada pelo presidente. Basta reler o relatório de Queiroz para encontrar o fio da meada a unir os anseios particulares e políticos encobertos sob o manto do interesse público.
O delegado, vê-se, está sendo bombardeado. Confia-se que seu substituto, Ricardo Saadi, não desperdiçará as linhas de investigação. De qualquer maneira, o doutor Queiroz produziu durante quatro anos farto material, suficiente para explicar parte essencial das relações de poder no Brasil. E a fusão entre a Oi e a BrT é um capítulo recente e importante.
Lula assinou o decreto. Já o delegado Queiroz continua sentado sobre uma espécie de caixa de Pandora. As conseqüências são imprevisíveis, se o conteúdo desta caixa vier à tona.
(Redação CartaCapital)
Na quinta-feira 20, o presidente Lula assinou o decreto que altera o Plano Geral de Outorgas (PGO). É o sinal verde para que a Oi, sócia de seu filho Fábio na Gamecorp, incorpore a Brasil Telecom.
Quem defende a idéia argumenta que a mudança contempla a atual tendência do mercado mundial de telecomunicação, de concentração. E que a união dará ao Brasil uma empresa nacional capaz de competir internacionalmente. Os detalhes político-policiais prefere-se esquecer.
Sob o comando do delegado Protógenes Queiroz, a Operação Satiagraha, que tantas dores de cabeça trouxe ao governo, a ponto de provocar uma guerra interna na Polícia Federal e entre esta e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), iria redundar inevitavelmente nas articulações que levaram à fusão agora autorizada pelo presidente. Basta reler o relatório de Queiroz para encontrar o fio da meada a unir os anseios particulares e políticos encobertos sob o manto do interesse público.
O delegado, vê-se, está sendo bombardeado. Confia-se que seu substituto, Ricardo Saadi, não desperdiçará as linhas de investigação. De qualquer maneira, o doutor Queiroz produziu durante quatro anos farto material, suficiente para explicar parte essencial das relações de poder no Brasil. E a fusão entre a Oi e a BrT é um capítulo recente e importante.
Lula assinou o decreto. Já o delegado Queiroz continua sentado sobre uma espécie de caixa de Pandora. As conseqüências são imprevisíveis, se o conteúdo desta caixa vier à tona.
(Redação CartaCapital)
O homem cordial
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Era um homem cordial. Fazia questão disso. Adorava ser educado, usar palavras gentis, dar preferência, ter compostura. Adorava a palavra compostura.
Na fila do banco, do supermercado, numa loja, na padaria, sempre olhava para ver se tinha algum idoso, alguma mulher, uma grávida quem sabe, com quem pudesse ser gentil, a quem pudesse ceder a vez.
No trânsito, costumava ser insultado com freqüência, porque vivia deixando qualquer um passar na frente, esperava aquela velhinha atrapalhada estacionar sem pressa, nem chegava perto dos motoboys, parava no sinal ainda amarelo, nunca ultrapassava a velocidade permitida. "Sai da frente, mané! Roda presa!", ouvia, e deixava para lá, com um sorriso superior, de quem sabia exatamente o que estava fazendo e fazia exatamente o que queria fazer: ser correto, gentil, sem estresse, tentando provar para ele mesmo, para sua família e para o mundo que, sim, o homem é basicamente bom. E o brasileiro, particularmente, é cordial, o Sergio Buarque de Hollanda estava certo...
Houve um dia que chegou ao cúmulo de esperar mais de uma hora no aeroporto porque não agüentou assistir ao bate-boca entre um passageiro que perdera o vôo e o atendente, ambos explodindo de irritação. Para acabar com aquele "clima ruim", cedeu seu lugar para o Rio de Janeiro. "Vou no próximo, é ponte aérea, não demora nada", afirmou para interlocutores totalmente atônitos.
Não que esperasse alguma coisa em troca da sua gentileza. Já tinha ouvido falar do tal profeta do Rio, aquele que dizia que "gentileza gera gentileza", mas nem com relação a isso alimentava muita expectativa. Agia dessa maneira simplesmente porque achava correto.
Como achava correto dar bom dia e boa tarde, apertar o botão do elevador para os demais passageiros, abrir a porta do carro para as mulheres.
Também não achava correto fechar o vidro na cara daqueles maltrapilhos que vinham pedir esmola no semáforo ali na esquina da sua casa. Até conhecia alguns, sempre dava uns trocados, por isso não estranhou quando o homem se aproximou com a cabeça coberta por um cobertor imundo e encostou no carro, como que pretendendo limpar o pára brisa, com um paninho mais imundo ainda. Abriu o vidro apenas para dizer que não precisava limpar o vidro, que de fato não seria limpo mesmo, porque iria dar a moeda para o homem de qualquer jeito.
Não deu tempo de dizer nada, porque por debaixo do cobertor surgiu a outra mão do homem, com um caco de garrafa pontiagudo.
O corte pegou da boca até a orelha, quase talhando a jugular, passando perto do olho.
Conseguiu chegar ao hospital tempo de estancar a hemorragia, levou dezenas de pontos, quase sucumbiu a uma infecção, mas já está em casa, sem poder falar.
É meio perversa a minha curiosidade, mas queria saber o que ele pensa agora a respeito da cordialidade.
É difícil saber qual é o limite da bondade (e da maldade) humana.
(Luiz Caversan, 52, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve para a Folha Online.)
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Era um homem cordial. Fazia questão disso. Adorava ser educado, usar palavras gentis, dar preferência, ter compostura. Adorava a palavra compostura.
Na fila do banco, do supermercado, numa loja, na padaria, sempre olhava para ver se tinha algum idoso, alguma mulher, uma grávida quem sabe, com quem pudesse ser gentil, a quem pudesse ceder a vez.
No trânsito, costumava ser insultado com freqüência, porque vivia deixando qualquer um passar na frente, esperava aquela velhinha atrapalhada estacionar sem pressa, nem chegava perto dos motoboys, parava no sinal ainda amarelo, nunca ultrapassava a velocidade permitida. "Sai da frente, mané! Roda presa!", ouvia, e deixava para lá, com um sorriso superior, de quem sabia exatamente o que estava fazendo e fazia exatamente o que queria fazer: ser correto, gentil, sem estresse, tentando provar para ele mesmo, para sua família e para o mundo que, sim, o homem é basicamente bom. E o brasileiro, particularmente, é cordial, o Sergio Buarque de Hollanda estava certo...
Houve um dia que chegou ao cúmulo de esperar mais de uma hora no aeroporto porque não agüentou assistir ao bate-boca entre um passageiro que perdera o vôo e o atendente, ambos explodindo de irritação. Para acabar com aquele "clima ruim", cedeu seu lugar para o Rio de Janeiro. "Vou no próximo, é ponte aérea, não demora nada", afirmou para interlocutores totalmente atônitos.
Não que esperasse alguma coisa em troca da sua gentileza. Já tinha ouvido falar do tal profeta do Rio, aquele que dizia que "gentileza gera gentileza", mas nem com relação a isso alimentava muita expectativa. Agia dessa maneira simplesmente porque achava correto.
Como achava correto dar bom dia e boa tarde, apertar o botão do elevador para os demais passageiros, abrir a porta do carro para as mulheres.
Também não achava correto fechar o vidro na cara daqueles maltrapilhos que vinham pedir esmola no semáforo ali na esquina da sua casa. Até conhecia alguns, sempre dava uns trocados, por isso não estranhou quando o homem se aproximou com a cabeça coberta por um cobertor imundo e encostou no carro, como que pretendendo limpar o pára brisa, com um paninho mais imundo ainda. Abriu o vidro apenas para dizer que não precisava limpar o vidro, que de fato não seria limpo mesmo, porque iria dar a moeda para o homem de qualquer jeito.
Não deu tempo de dizer nada, porque por debaixo do cobertor surgiu a outra mão do homem, com um caco de garrafa pontiagudo.
O corte pegou da boca até a orelha, quase talhando a jugular, passando perto do olho.
Conseguiu chegar ao hospital tempo de estancar a hemorragia, levou dezenas de pontos, quase sucumbiu a uma infecção, mas já está em casa, sem poder falar.
É meio perversa a minha curiosidade, mas queria saber o que ele pensa agora a respeito da cordialidade.
É difícil saber qual é o limite da bondade (e da maldade) humana.
(Luiz Caversan, 52, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve para a Folha Online.)
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008
O nome das coisas (Mário Prata)
Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:
- Luminária?
Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.
- Não, abajur mesmo, eu disse.
- De teto?
Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.
-No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala.
E lá em cima era lustre.
- Lustre?
Descobri que agora é tudo luminária.
Passou por spot, virou luminária.
Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora assistência.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas?
Mudar o nome das coisas?
Por que eles não mudam o próprio nome?
A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire.
Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
Pra que mudar o nome das coisas?
Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabem como se chamava antes?
Caminho do Rei.
Pode? Pode!
Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.
Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade.
Deve ser para prender o espectador mais desavisado.
Entrega em domicílio virou delivery.
Agenda de correio, mailing.
São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo?
Existe nome melhor para aquilo?
Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio.
Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.
Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.
Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né?
Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem?
E uma bancada de putados?
A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas parece.
E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?
Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão,não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo.
Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, taí uma idéia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada.
Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa?
E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas?
E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress.
Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress.
Mais ou menos como a TPM. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo?
No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio.
Estressada, só a turma do Luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e não jardim de verão?
E se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pode.
Desde que coloque o devido trema.
Também conhecido como dois pinguinhos.
(Mario Prata)
É caro Mário... A partir de 01/01/2009 os dois pinguinhos vão parar no vinagre e a tua crônica vai acabar se chamando LINGUIÇA...
- Luminária?
Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.
- Não, abajur mesmo, eu disse.
- De teto?
Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.
-No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala.
E lá em cima era lustre.
- Lustre?
Descobri que agora é tudo luminária.
Passou por spot, virou luminária.
Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora assistência.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas?
Mudar o nome das coisas?
Por que eles não mudam o próprio nome?
A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire.
Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
Pra que mudar o nome das coisas?
Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabem como se chamava antes?
Caminho do Rei.
Pode? Pode!
Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.
Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade.
Deve ser para prender o espectador mais desavisado.
Entrega em domicílio virou delivery.
Agenda de correio, mailing.
São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo?
Existe nome melhor para aquilo?
Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio.
Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.
Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.
Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né?
Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem?
E uma bancada de putados?
A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas parece.
E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?
Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão,não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo.
Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, taí uma idéia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada.
Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa?
E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas?
E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress.
Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress.
Mais ou menos como a TPM. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo?
No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio.
Estressada, só a turma do Luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e não jardim de verão?
E se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pode.
Desde que coloque o devido trema.
Também conhecido como dois pinguinhos.
(Mario Prata)
É caro Mário... A partir de 01/01/2009 os dois pinguinhos vão parar no vinagre e a tua crônica vai acabar se chamando LINGUIÇA...
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A Questão
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É difícil imaginar um negro como Barack Obama sendo eleito presidente - do Brasil. Dos Estados Unidos, talvez. Lá um negro já chegou a secretário de Estado, e foi substituído no cargo por uma negra. Desculpe: afro-descendente. Pelo menos não escrevi "um negão como Barack Obama", ou, para mostrar que não sou racista, "um negrinho".
A diferença entre um país e outro é essa. Lá o racismo é uma questão nacional. Aqui uma ficção de integração dilui a questão racial. E se a questão não existe, se ninguém é racista, por que nos preocuparmos com denominações corretas ou incorretas? Só quando a ficção é desafiada, como no caso das cotas universitárias, é que aparece o apartheid que não se reconhece.
Um dos marcos das relações raciais nos Estados Unidos não foi a primeira vez em que um negro interpretou um herói no cinema, provavelmente o Sidney Poitier. Nem a primeira vez em que um negro e uma branca, ou vice-versa, namoraram na tela. Foi a primeira vez em que um negro foi o vilão do filme. Colin Powell e Condoleezza Rice, que chegaram a secretários de Estado, e o próprio Obama, devem suas carreiras a esse vilão histórico, que significou o fim dos estereótipos e a aceitação, sem melindres, de que negro também pode ser ruim, igual a branco. Se a cor da pele não determinava mais que ele fosse sempre retratado como um inferior virtuoso ou uma vítima, também não o descriminava de outras maneiras. Powell e Rice levaram essa reversão de esteréotipos ainda mais longe. Os dois são do partido republicano. Como Clarence Thomas, único juiz negro da Suprema Corte americana que também é um dos seus membros mais conservadores.
Claro que a cor da pele vai ser um fato na eleição ou não do Obama, como o fato de ser mulher vai ajudar ou não a Hillary. Por isso mesmo, sua possível eleição seria uma prova dessa transformação da questão racial no país, uma vitória numa guerra por direitos iguais que lá - ao contrário do Brasil - nunca foi disfarçada, ou desconversada. Aqui a miscigenação significou que alguns quase-negros, ou só um pouco afro-descendentes, chegassem ao poder, mas miscigenação entre nós não tem significado integração por vias naturais, e sim apenas outra forma de despolitizar e adiar a questão.
Obama será o candidato dos democratas? Estão comparando sua campanha com a de Bob Kennedy, pelo entusiasmo que provoca numa faixa de idade que não se interessava tanto por política desde a mobilização contra a guerra do Vietnã. Li que 40 por cento dos americanos que podem votar este ano nunca conheceram outro presidente que não fosse um Bush ou o Clinton, e Hillary seria outro Clinton nessa dança de dinastias. Assim, Obama seria uma novidade em mais do que o sentido racial. Como se precisassem outros.
Na comparação com Bob Kennedy, claro, ninguém ainda lembrou (pelo menos não sem bater na madeira) que aquela novidade terminou numa poça de sangue, no chão de uma cozinha de hotel. Batamos todos na madeira.
"O Mundo É Bárbaro - E o que Nós Temos a Ver Com Isso"
Luis Fernando Verissimo
As primárias do Partido Democrata ainda não estavam decididas quando Luís Fernando Verissimo escreveu o artigo "A Questão", usando a candidatura de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos como ponto de partida para comparar os avanços de Brasil e EUA na luta contra o racismo.
Verissimo afirma no artigo que, ao contrário do que acontece no Brasil, a guerra por direitos iguais nunca foi "disfarçada ou desconversada" nos EUA. "A miscigenação entre nós não tem significado integração por vias naturais, e sim apenas outra forma de despolitizar e adiar a questão", diz.
(Folha Online)
É difícil imaginar um negro como Barack Obama sendo eleito presidente - do Brasil. Dos Estados Unidos, talvez. Lá um negro já chegou a secretário de Estado, e foi substituído no cargo por uma negra. Desculpe: afro-descendente. Pelo menos não escrevi "um negão como Barack Obama", ou, para mostrar que não sou racista, "um negrinho".
A diferença entre um país e outro é essa. Lá o racismo é uma questão nacional. Aqui uma ficção de integração dilui a questão racial. E se a questão não existe, se ninguém é racista, por que nos preocuparmos com denominações corretas ou incorretas? Só quando a ficção é desafiada, como no caso das cotas universitárias, é que aparece o apartheid que não se reconhece.
Um dos marcos das relações raciais nos Estados Unidos não foi a primeira vez em que um negro interpretou um herói no cinema, provavelmente o Sidney Poitier. Nem a primeira vez em que um negro e uma branca, ou vice-versa, namoraram na tela. Foi a primeira vez em que um negro foi o vilão do filme. Colin Powell e Condoleezza Rice, que chegaram a secretários de Estado, e o próprio Obama, devem suas carreiras a esse vilão histórico, que significou o fim dos estereótipos e a aceitação, sem melindres, de que negro também pode ser ruim, igual a branco. Se a cor da pele não determinava mais que ele fosse sempre retratado como um inferior virtuoso ou uma vítima, também não o descriminava de outras maneiras. Powell e Rice levaram essa reversão de esteréotipos ainda mais longe. Os dois são do partido republicano. Como Clarence Thomas, único juiz negro da Suprema Corte americana que também é um dos seus membros mais conservadores.
Claro que a cor da pele vai ser um fato na eleição ou não do Obama, como o fato de ser mulher vai ajudar ou não a Hillary. Por isso mesmo, sua possível eleição seria uma prova dessa transformação da questão racial no país, uma vitória numa guerra por direitos iguais que lá - ao contrário do Brasil - nunca foi disfarçada, ou desconversada. Aqui a miscigenação significou que alguns quase-negros, ou só um pouco afro-descendentes, chegassem ao poder, mas miscigenação entre nós não tem significado integração por vias naturais, e sim apenas outra forma de despolitizar e adiar a questão.
Obama será o candidato dos democratas? Estão comparando sua campanha com a de Bob Kennedy, pelo entusiasmo que provoca numa faixa de idade que não se interessava tanto por política desde a mobilização contra a guerra do Vietnã. Li que 40 por cento dos americanos que podem votar este ano nunca conheceram outro presidente que não fosse um Bush ou o Clinton, e Hillary seria outro Clinton nessa dança de dinastias. Assim, Obama seria uma novidade em mais do que o sentido racial. Como se precisassem outros.
Na comparação com Bob Kennedy, claro, ninguém ainda lembrou (pelo menos não sem bater na madeira) que aquela novidade terminou numa poça de sangue, no chão de uma cozinha de hotel. Batamos todos na madeira.
"O Mundo É Bárbaro - E o que Nós Temos a Ver Com Isso"
Luis Fernando Verissimo
As primárias do Partido Democrata ainda não estavam decididas quando Luís Fernando Verissimo escreveu o artigo "A Questão", usando a candidatura de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos como ponto de partida para comparar os avanços de Brasil e EUA na luta contra o racismo.
Verissimo afirma no artigo que, ao contrário do que acontece no Brasil, a guerra por direitos iguais nunca foi "disfarçada ou desconversada" nos EUA. "A miscigenação entre nós não tem significado integração por vias naturais, e sim apenas outra forma de despolitizar e adiar a questão", diz.
(Folha Online)
A Importância do Estudo
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QUANDO SE TEM DOUTORADO
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e restasretilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera.(Linneu, 1758) No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
QUANDO SE TEM MESTRADO
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.
QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.
QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou lexível.
QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO
Rapadura é doce, mas não é mole, não!
(Desconheço o Autor)
QUANDO SE TEM DOUTORADO
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e restasretilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera.(Linneu, 1758) No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
QUANDO SE TEM MESTRADO
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.
QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.
QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.
QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou lexível.
QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO
Rapadura é doce, mas não é mole, não!
(Desconheço o Autor)
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
CARTA DE UMA MENINA DE 16 ANOS PARA O SBT
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(O que mais chama a atenção é a idade da garota que escreveu)
Aos responsáveis pelo programa Domingo Legal:
Não posso deixar de demonstrar o meu profundo descontentamento perante a Programação exibida aos domingos.
A tentativa de libertar o marido da cantora Simony é vergonhosa.
Engraçado como a mídia se mobiliza para libertar um assaltante de bancos, mas ninguém vem aqui em casa para nos comprar um carro novo, já que o nosso foi roubado depois de ter sido comprado com muito suor e trabalho. Engraçado que o filho da Simony não pode crescer longe do pai, que já tem 2 crianças largadas no mundo, mas a filha do amigo do meu pai pode ficar órfã aos 2 anos de idade, pois o pai dela foi assassinado ontem (num assalto)...
Ninguém do SBT foi a casa dela perguntar se ela precisa de alguma coisa.
O meu pai chegou a levar um tiro num assalto e já perdeu tanto dinheiro em outros assaltos que nem se lembra quanto, mas infelizmente ninguém se propôs a repor o o dinheiro roubado para tirá-lo do sufoco ou sequer apareceu alguém para visitá-lo no hospital Isso não dá ibope..
A revista Veja publicou uma matéria que deixou assustado qualquer cidadão de bem (menos o Sr. Gugu que anda com seguranças armados até os dentes e não depende de uma polícia despreparada que vive com um salário de miséria). De cada 100 criminosos, apenas 24 são presos, só 5 vão a julgamento e apenas 1 cumpre apena até o fim APENAS 1% DOS BANDIDOS FICAM PRESOS E VC AINDA QUER SOLTAR O QUE ESTÁ PRESO?
Isso é realmente lamentável...
O coitadinho só roubou um banco, merece ficar livre Por que o Sr. Augusto Liberato não mostra o fim daquele mendigo que ele ajudou com casa, dinheiro e trabalho...
Depois de todo aquele estardalhaço que o Domingo Legal fez para ajudá-lo, não vi nenhuma menção ao fato dele ter sido preso assaltando um posto de gasolina após perder tudo o que o Gugu deu...
E o fim daquele pequeno Polegar, o Rafael....
Pobrezinho...
Certamente, não sou a favor do programa penitenciário no Brasil Sou a favor dos presidiários estudarem e trabalharem para a sociedade em troca de redução da pena caso não tenham cometido crime hediondo, mas ser solto antes do tempo só porque a Simony engravidou é demais pra minha cabeça...
Políticos não ficam presos e agora também artistas e parentes têm imunidade?
Só no Brasil mesmo pra acontecer esse tipo de coisas Concordo que a violência exacerbada que a está batendo à nossa porta é fruto do descaso do governo e da sociedade para com as crianças de alguns anos atrás que foram deixadas sem escola, creche crianças abandonadas à própria sorte, mas soltar os bandidos por essa justificativa não resolve.
Por que o SBT não faz uma campanha para os políticos investirem mais em educação e creche ao invés de soltar presidiários parentes de celebridades? Ou mesmo colocar uma programação mais decente, que proporcione cultura, ao invés de mulher pelada? É um caso a se pensar...
Vou parando por aqui, pois tenho um enterro para ir (já mencionei o amigo do meu pai que foi morto ontem).
Deixo aqui a minha revolta perante uma televisão podre, que vende a ignorância, e proporciona festivais de absurdos como se a vida fosse uma simples brincadeira.
Domingo Legal já está bloqueado aqui em casa e farei o possível para convencer as pessoas com um mínimo de inteligência a não mais assistirem a essa porcaria. E se a Simony ama tanto o marido dela que espere ele cumprir a pena e pagar o que deve para a sociedade ou será que o amor dela não é suficientemente grande para agüentar as adversidades?
Priscila, 16 anos, São Paulo - SP.
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(O que mais chama a atenção é a idade da garota que escreveu)
Aos responsáveis pelo programa Domingo Legal:
Não posso deixar de demonstrar o meu profundo descontentamento perante a Programação exibida aos domingos.
A tentativa de libertar o marido da cantora Simony é vergonhosa.
Engraçado como a mídia se mobiliza para libertar um assaltante de bancos, mas ninguém vem aqui em casa para nos comprar um carro novo, já que o nosso foi roubado depois de ter sido comprado com muito suor e trabalho. Engraçado que o filho da Simony não pode crescer longe do pai, que já tem 2 crianças largadas no mundo, mas a filha do amigo do meu pai pode ficar órfã aos 2 anos de idade, pois o pai dela foi assassinado ontem (num assalto)...
Ninguém do SBT foi a casa dela perguntar se ela precisa de alguma coisa.
O meu pai chegou a levar um tiro num assalto e já perdeu tanto dinheiro em outros assaltos que nem se lembra quanto, mas infelizmente ninguém se propôs a repor o o dinheiro roubado para tirá-lo do sufoco ou sequer apareceu alguém para visitá-lo no hospital Isso não dá ibope..
A revista Veja publicou uma matéria que deixou assustado qualquer cidadão de bem (menos o Sr. Gugu que anda com seguranças armados até os dentes e não depende de uma polícia despreparada que vive com um salário de miséria). De cada 100 criminosos, apenas 24 são presos, só 5 vão a julgamento e apenas 1 cumpre apena até o fim APENAS 1% DOS BANDIDOS FICAM PRESOS E VC AINDA QUER SOLTAR O QUE ESTÁ PRESO?
Isso é realmente lamentável...
O coitadinho só roubou um banco, merece ficar livre Por que o Sr. Augusto Liberato não mostra o fim daquele mendigo que ele ajudou com casa, dinheiro e trabalho...
Depois de todo aquele estardalhaço que o Domingo Legal fez para ajudá-lo, não vi nenhuma menção ao fato dele ter sido preso assaltando um posto de gasolina após perder tudo o que o Gugu deu...
E o fim daquele pequeno Polegar, o Rafael....
Pobrezinho...
Certamente, não sou a favor do programa penitenciário no Brasil Sou a favor dos presidiários estudarem e trabalharem para a sociedade em troca de redução da pena caso não tenham cometido crime hediondo, mas ser solto antes do tempo só porque a Simony engravidou é demais pra minha cabeça...
Políticos não ficam presos e agora também artistas e parentes têm imunidade?
Só no Brasil mesmo pra acontecer esse tipo de coisas Concordo que a violência exacerbada que a está batendo à nossa porta é fruto do descaso do governo e da sociedade para com as crianças de alguns anos atrás que foram deixadas sem escola, creche crianças abandonadas à própria sorte, mas soltar os bandidos por essa justificativa não resolve.
Por que o SBT não faz uma campanha para os políticos investirem mais em educação e creche ao invés de soltar presidiários parentes de celebridades? Ou mesmo colocar uma programação mais decente, que proporcione cultura, ao invés de mulher pelada? É um caso a se pensar...
Vou parando por aqui, pois tenho um enterro para ir (já mencionei o amigo do meu pai que foi morto ontem).
Deixo aqui a minha revolta perante uma televisão podre, que vende a ignorância, e proporciona festivais de absurdos como se a vida fosse uma simples brincadeira.
Domingo Legal já está bloqueado aqui em casa e farei o possível para convencer as pessoas com um mínimo de inteligência a não mais assistirem a essa porcaria. E se a Simony ama tanto o marido dela que espere ele cumprir a pena e pagar o que deve para a sociedade ou será que o amor dela não é suficientemente grande para agüentar as adversidades?
Priscila, 16 anos, São Paulo - SP.
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Atenção aposentados e demais trabalhadores...
COMENTÁRIO DE CARLOS CHAGAS TRIBUNA DA IMPRENSA - RJ DE HOJE
BRASÍLIA - Quem te viu, quem te vê... Antes da primeira eleição de Lula, tanto ele quanto o PT arvoravam-se em defensores máximos dos aposentados. Baixavam o porrete no governo Fernando Henrique por conta das tentativas de destroçar e privatizar a Previdência Social. Clamavam por reajustes honestos aos aposentados.
Pois é. Ontem, José Pimentel, ministro da Previdência Social, foi à Câmara pedir e até exigir das bancadas governistas a rejeição do projeto aprovado no Senado, de autoria de Paulo Paim, concedendo aos aposentados que recebem mais do que o salário mínimo o mesmo reajuste de 16% dado a esses.
O argumento foi de que já tiveram aumento superior à inflação, dito aumento real, e que a Previdência Social irá à falência se tiver que pagar 76 bilhões a mais, todos os anos. O inusitado nessa história de horror é que o PT concorda com o ministro em gênero, número e grau. Nem mesmo o fato de Paulo Paim pertencer ao partido altera o comportamento da bancada. Até porque, o senador gaúcho é tido como a ovelha negra dos companheiros, discriminado pelo próprio presidente Lula.
O governo já criou o tal fator previdenciário, que anualmente vem diminuindo as aposentadorias acima do salário mínimo. O objetivo parece nivelar todo mundo por baixo, para que dentro de poucos anos nenhum aposentado, fora os privilegiados, receba mais do que essa merreca. É bom não esquecer a Constituição, dispondo o salário mínimo como bastante para o trabalhador e sua família enfrentarem despesas de Habitação, alimentação, vestuário, educação, saúde, transporte e até lazer. Vá alguém tentar sobreviver, ainda mais acompanhado de mulher e filhos, com 415 reais por mês...
O que salta aos olhos é a indiferença do governo dos trabalhadores para com os próprios. Nem mesmo trata-se do governo dos metalúrgicos, melhor aquinhoados salarialmente, porque de nenhuma iniciativa oficial se tem notícia diante das demissões em massa já iniciadas no setor automobilístico, por conta da crise
econômica.
Aguarda-se a palavra da Câmara, por certo deixada para as calendas, mas o grave é verificar como mudaram Lula e o PT, apesar da farta propaganda oficial. E quanto a prever a falência da Previdência Social, é a mesma cantilena dos tempos do sociólogo e até anteriores. Waldir Pires, quando ministro de José Sarney, e Antônio Brito, nos tempos de Itamar Franco, demonstraram que dava lucro.
(Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa - 19/11/2008)
A minha opinião a respeito disso e das demais sacanagens que se multiplicaram no Brasil desde que o PT assumiu o poder é que somos um país de otários!!!
Eu tenho um profundo desprezo por otários, consequentemente por todos os que ajudaram a eleger esse desgoverno que está aí...
Claudio P. Vieira
BRASÍLIA - Quem te viu, quem te vê... Antes da primeira eleição de Lula, tanto ele quanto o PT arvoravam-se em defensores máximos dos aposentados. Baixavam o porrete no governo Fernando Henrique por conta das tentativas de destroçar e privatizar a Previdência Social. Clamavam por reajustes honestos aos aposentados.
Pois é. Ontem, José Pimentel, ministro da Previdência Social, foi à Câmara pedir e até exigir das bancadas governistas a rejeição do projeto aprovado no Senado, de autoria de Paulo Paim, concedendo aos aposentados que recebem mais do que o salário mínimo o mesmo reajuste de 16% dado a esses.
O argumento foi de que já tiveram aumento superior à inflação, dito aumento real, e que a Previdência Social irá à falência se tiver que pagar 76 bilhões a mais, todos os anos. O inusitado nessa história de horror é que o PT concorda com o ministro em gênero, número e grau. Nem mesmo o fato de Paulo Paim pertencer ao partido altera o comportamento da bancada. Até porque, o senador gaúcho é tido como a ovelha negra dos companheiros, discriminado pelo próprio presidente Lula.
O governo já criou o tal fator previdenciário, que anualmente vem diminuindo as aposentadorias acima do salário mínimo. O objetivo parece nivelar todo mundo por baixo, para que dentro de poucos anos nenhum aposentado, fora os privilegiados, receba mais do que essa merreca. É bom não esquecer a Constituição, dispondo o salário mínimo como bastante para o trabalhador e sua família enfrentarem despesas de Habitação, alimentação, vestuário, educação, saúde, transporte e até lazer. Vá alguém tentar sobreviver, ainda mais acompanhado de mulher e filhos, com 415 reais por mês...
O que salta aos olhos é a indiferença do governo dos trabalhadores para com os próprios. Nem mesmo trata-se do governo dos metalúrgicos, melhor aquinhoados salarialmente, porque de nenhuma iniciativa oficial se tem notícia diante das demissões em massa já iniciadas no setor automobilístico, por conta da crise
econômica.
Aguarda-se a palavra da Câmara, por certo deixada para as calendas, mas o grave é verificar como mudaram Lula e o PT, apesar da farta propaganda oficial. E quanto a prever a falência da Previdência Social, é a mesma cantilena dos tempos do sociólogo e até anteriores. Waldir Pires, quando ministro de José Sarney, e Antônio Brito, nos tempos de Itamar Franco, demonstraram que dava lucro.
(Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa - 19/11/2008)
A minha opinião a respeito disso e das demais sacanagens que se multiplicaram no Brasil desde que o PT assumiu o poder é que somos um país de otários!!!
Eu tenho um profundo desprezo por otários, consequentemente por todos os que ajudaram a eleger esse desgoverno que está aí...
Claudio P. Vieira
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Aleluia!!! Será que desta vez vai-se fazer Justiça?
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Banqueiro Daniel Dantas sofre mais duas derrotas na Justiça
Além da manutenção do juiz federal Fausto De Sanctis nos procedimentos relativos à Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas também sofreu duas derrotas em habeas corpus que tinham como objetivo anular a ação penal e os inquéritos policiais do caso.
Na sexta-feira, a desembargadora Ramza Tartuce negou a concessão de uma liminar em um habeas corpus da defesa de Dantas sobre a suposta participação ilegal de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas apurações do caso. Os advogados do banqueiro dizem que houve intervenção de "arapongas" da Abin nas investigações sem autorização legal e por isso os procedimentos do caso devem ser anulados.
A defesa vai apresentar recurso contra o indeferimento da liminar. A 5ª Turma do TRF da 3ª Região ainda vai julgar o mérito do habeas corpus.
Ontem, essa mesma turma do tribunal julgou o mérito de outro habeas corpus de Dantas que pedia a anulação das investigações e processos relativos à Operação Satiagraha.
Por dois votos a um, a 5ª Turma julgou improcedente a ação, que tinha como fundamento jurídico o suposto uso indevido de um disco rígido recolhido em uma das instalações do banco Opportunity.
A exemplo do que ocorreu no julgamento do pedido de afastamento de De Sanctis, Ramza Tartuce e André Nekatschalow votaram pelo indeferimento do pedido do banqueiro, e Otávio Peixoto Júnior, a favor.
Ontem Nélio Machado, advogado de Dantas, disse que vai recorrer da decisão.
A 5ª Turma do TRF também julgou improcedente ontem um habeas corpus apresentado pelo investidor Naji Nahas, investigado por supostos crimes financeiros descobertos na Operação Satiagraha.
(Folha Online)
Banqueiro Daniel Dantas sofre mais duas derrotas na Justiça
Além da manutenção do juiz federal Fausto De Sanctis nos procedimentos relativos à Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas também sofreu duas derrotas em habeas corpus que tinham como objetivo anular a ação penal e os inquéritos policiais do caso.
Na sexta-feira, a desembargadora Ramza Tartuce negou a concessão de uma liminar em um habeas corpus da defesa de Dantas sobre a suposta participação ilegal de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas apurações do caso. Os advogados do banqueiro dizem que houve intervenção de "arapongas" da Abin nas investigações sem autorização legal e por isso os procedimentos do caso devem ser anulados.
A defesa vai apresentar recurso contra o indeferimento da liminar. A 5ª Turma do TRF da 3ª Região ainda vai julgar o mérito do habeas corpus.
Ontem, essa mesma turma do tribunal julgou o mérito de outro habeas corpus de Dantas que pedia a anulação das investigações e processos relativos à Operação Satiagraha.
Por dois votos a um, a 5ª Turma julgou improcedente a ação, que tinha como fundamento jurídico o suposto uso indevido de um disco rígido recolhido em uma das instalações do banco Opportunity.
A exemplo do que ocorreu no julgamento do pedido de afastamento de De Sanctis, Ramza Tartuce e André Nekatschalow votaram pelo indeferimento do pedido do banqueiro, e Otávio Peixoto Júnior, a favor.
Ontem Nélio Machado, advogado de Dantas, disse que vai recorrer da decisão.
A 5ª Turma do TRF também julgou improcedente ontem um habeas corpus apresentado pelo investidor Naji Nahas, investigado por supostos crimes financeiros descobertos na Operação Satiagraha.
(Folha Online)
O Conceito Distorcido do Sucesso
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Segundo pesquisadores da área médica, cada vez mais jovens atletas fazem uso de drogas perigosas para melhorar seu desempenho e sobressair nos esportes.
O site do Education Uptade publicou a seguinte notícia:
"Numa pesquisa recente, perguntou-se a estudantes universitários: "Se você soubesse que só conseguiria entrar em uma equipe ou ganhar uma competição se tomasse esteróides, mas em cinco anos ficaria doente, tomaria assim mesmo ?" Quase todos disseram que sim. Mesmo quando a pergunta foi mudada para "...se você soubesse que morreria em cinco anos", 65% ainda disseram que sim."
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Segundo pesquisadores da área médica, cada vez mais jovens atletas fazem uso de drogas perigosas para melhorar seu desempenho e sobressair nos esportes.
O site do Education Uptade publicou a seguinte notícia:
"Numa pesquisa recente, perguntou-se a estudantes universitários: "Se você soubesse que só conseguiria entrar em uma equipe ou ganhar uma competição se tomasse esteróides, mas em cinco anos ficaria doente, tomaria assim mesmo ?" Quase todos disseram que sim. Mesmo quando a pergunta foi mudada para "...se você soubesse que morreria em cinco anos", 65% ainda disseram que sim."
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O Relógio das Borboletas
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Embora tenha um cérebro mais ou menos do tamanho da ponta de uma caneta esferográfica, a borboleta-monarca percorre uma distância de até 3 mil quilometros ao migrar do Canadá para um pequeno trecho da floresta no México.
As borboletas-monarca usam o Sol como bússola. Mas isso não é suficiente, pois elas precisam fazer ajustes em seu trajeto para compensar o movimento do Sol. Elas fazem isso por meio de um relógio interno de alta precisão, chamado relógio circadiano, - uma função biológica baseada num dia de 24 horas.
Aprender mais sobre o relógio interno das borboletas-monarcas pode ajudar os cientistas a entender melhor o relógio circadiano dos humanos e dos animais. Pode também levar a novos tratamentos de distúrbios neurológicos.
(Despertai)
Embora tenha um cérebro mais ou menos do tamanho da ponta de uma caneta esferográfica, a borboleta-monarca percorre uma distância de até 3 mil quilometros ao migrar do Canadá para um pequeno trecho da floresta no México.
As borboletas-monarca usam o Sol como bússola. Mas isso não é suficiente, pois elas precisam fazer ajustes em seu trajeto para compensar o movimento do Sol. Elas fazem isso por meio de um relógio interno de alta precisão, chamado relógio circadiano, - uma função biológica baseada num dia de 24 horas.
Aprender mais sobre o relógio interno das borboletas-monarcas pode ajudar os cientistas a entender melhor o relógio circadiano dos humanos e dos animais. Pode também levar a novos tratamentos de distúrbios neurológicos.
(Despertai)
Tecnologias Futuras
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O foco das pesquisas hoje parece girar em torno do aprimoramento das tecnologias que já estão disponíveis. Por exemplo, pesquisadores estão desenvolvendo equipamentos de RM que operam com campo magnético muito mais fraco que o dos aparelhos atuais, reduzindo consideravelmente os custos. Existe também uma nova tecnologia, chamada de "imagem molecular", que está sendo desenvolvida para detectar mudanças no corpo a nível molecular e promete antecipar de modo significativo a diagnóstico e o tratamento das doenças.
As tecnologias de diagnóstico por imagens reduziram a necessidade de muitas cirurgias dolorosas e arriscadas, incluindo até mesmo as cirurgias exploratórias, usadas para descobrir problemas de saúde. E quando os exames antecipam diagnósticos e tratamentos de doenças, os resultados podem ser muito melhores. Os equipamentos,porém, são caros - alguns custam bem mais de um milhão de dólares.
Com certeza é melhor prevenir uma doença do que detectá-la mais tarde e precisar tratá-la. É melhor procurar manter-se saudável por meio de uma dieta adequada, exercícios físicos regulares, descanso suficiente e uma atitude otimista. Afinal, "O coração alegre é bom remédio". - (Provérbios 17:22)
(Despertai)
O foco das pesquisas hoje parece girar em torno do aprimoramento das tecnologias que já estão disponíveis. Por exemplo, pesquisadores estão desenvolvendo equipamentos de RM que operam com campo magnético muito mais fraco que o dos aparelhos atuais, reduzindo consideravelmente os custos. Existe também uma nova tecnologia, chamada de "imagem molecular", que está sendo desenvolvida para detectar mudanças no corpo a nível molecular e promete antecipar de modo significativo a diagnóstico e o tratamento das doenças.
As tecnologias de diagnóstico por imagens reduziram a necessidade de muitas cirurgias dolorosas e arriscadas, incluindo até mesmo as cirurgias exploratórias, usadas para descobrir problemas de saúde. E quando os exames antecipam diagnósticos e tratamentos de doenças, os resultados podem ser muito melhores. Os equipamentos,porém, são caros - alguns custam bem mais de um milhão de dólares.
Com certeza é melhor prevenir uma doença do que detectá-la mais tarde e precisar tratá-la. É melhor procurar manter-se saudável por meio de uma dieta adequada, exercícios físicos regulares, descanso suficiente e uma atitude otimista. Afinal, "O coração alegre é bom remédio". - (Provérbios 17:22)
(Despertai)
"Passar Pelo Buraco da Agulha"
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Em 1798, exploradores britânicos descobriram o estreito de Bass. Uma passagem oceânica que separa o continente da Austrália de sua ilha-estado, a Tasmânia. Oficiais da marinha ficaram empolgados com a descoberta, pois ela representava uma redução de 1.100 quilômetros na viagem da Inglaterra a Sidney.
O estreito de Bass, porém, é um dos trechos mais perigosos do mundo. Ali, fatores como ventos fortes do oeste, águas rasas com uma profundidade média de 60 metros e intensas correntes marítimas agitam o mar e criam enormes ondas. Também são perigosos os recifes pontiagudos de King Island, uma ilha que fica bem no meio da entrada oeste do estreito.
Hoje em dia, navegar pelo estreito de Bass não é difícil, mas esse não era o caso nos dias das embarcações a vela e dos instrumentos primitivos. Como os navegadores ficavam extremamente tensos ao entrar no estreito pelo oeste, essa travessia foi comparada a "passar pelo buraco da agulha".
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Em 1798, exploradores britânicos descobriram o estreito de Bass. Uma passagem oceânica que separa o continente da Austrália de sua ilha-estado, a Tasmânia. Oficiais da marinha ficaram empolgados com a descoberta, pois ela representava uma redução de 1.100 quilômetros na viagem da Inglaterra a Sidney.
O estreito de Bass, porém, é um dos trechos mais perigosos do mundo. Ali, fatores como ventos fortes do oeste, águas rasas com uma profundidade média de 60 metros e intensas correntes marítimas agitam o mar e criam enormes ondas. Também são perigosos os recifes pontiagudos de King Island, uma ilha que fica bem no meio da entrada oeste do estreito.
Hoje em dia, navegar pelo estreito de Bass não é difícil, mas esse não era o caso nos dias das embarcações a vela e dos instrumentos primitivos. Como os navegadores ficavam extremamente tensos ao entrar no estreito pelo oeste, essa travessia foi comparada a "passar pelo buraco da agulha".
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Sutileza Feminina
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Um homem telefona para a sua esposa e diz:
- Querida, o meu chefe convidou a mim e a alguns dos seus amigos
para irmos pescar num lago distante. Vamos ficar fora uma semana. Esta é uma excelente oportunidade para eu conseguir a promoção que tenho esperado; por isso me prepare roupa suficiente para uma semana, e também a minha caixa de apetrechos de pesca. Vamos partir diretamente daqui do escritório, e vou passar aí apenas para apanhar essas coisas.
- Ah... Por favor, coloque também o meu pijama novo, aquele de seda azul.
A mulher acha que isso soa um bocado estranho, mas atende ao pedido do marido.
No fim-de-semana seguinte, ele regressa da pescaria um tanto cansado; mas, fora isso, nada de anormal. A mulher recebe-o com um beijo e pergunta-lhe se apanharam muitos peixes.
Ele responde:
- Sim! Muitos pargos, algumas garoupas e uns poucos carapaus. Mas, por que é que você não colocou o meu pijama de seda azul, tal como pedi?
A mulher apenas olha fixamente nos olhos dele e responde segura de si:
- Coloquei sim, querido! Coloquei-o dentro da caixa de apetrechos de pesca.
NUNCA DUVIDE DA CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO DE UMA MULHER
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Um homem telefona para a sua esposa e diz:
- Querida, o meu chefe convidou a mim e a alguns dos seus amigos
para irmos pescar num lago distante. Vamos ficar fora uma semana. Esta é uma excelente oportunidade para eu conseguir a promoção que tenho esperado; por isso me prepare roupa suficiente para uma semana, e também a minha caixa de apetrechos de pesca. Vamos partir diretamente daqui do escritório, e vou passar aí apenas para apanhar essas coisas.
- Ah... Por favor, coloque também o meu pijama novo, aquele de seda azul.
A mulher acha que isso soa um bocado estranho, mas atende ao pedido do marido.
No fim-de-semana seguinte, ele regressa da pescaria um tanto cansado; mas, fora isso, nada de anormal. A mulher recebe-o com um beijo e pergunta-lhe se apanharam muitos peixes.
Ele responde:
- Sim! Muitos pargos, algumas garoupas e uns poucos carapaus. Mas, por que é que você não colocou o meu pijama de seda azul, tal como pedi?
A mulher apenas olha fixamente nos olhos dele e responde segura de si:
- Coloquei sim, querido! Coloquei-o dentro da caixa de apetrechos de pesca.
NUNCA DUVIDE DA CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO DE UMA MULHER
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domingo, 16 de novembro de 2008
A CASA DO OSCAR.
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A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira. Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e sai batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguazes, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquale casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar. Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.
(Chico Buarque de Holanda)
A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira. Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e sai batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguazes, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquale casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar. Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.
(Chico Buarque de Holanda)
A VOLTA POR BAIXO.
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De dom José Cavaca, humorista inesquecível: "Criminosos brasileiros brilham na Inglaterra, cuja polícia só está preparada para crimes inteligentes". Verdade: somos especialistas em crimes burros, irreparáveis; tal a grandeza das perdas que acarretam. Sem falar da impunidade. Crimes contra a Pátria, contra o povo, contra a Humanidade. Como no tempo da Inventona de 1° de abril de 64, quando a ditadura militar deitou e rolou, sem que os criminosos fossem punidos e, em muitos casos, sequer identificados. Caso de Sete Quedas, hoje só uma saudade para os que conheceram aquela maravilha da Natureza, que foi por água abaixo, literalmente, porque os milicos no poder (e bota poder nisso) assim o quiseram. Resolveram (resolviam tudo) fazer a hidrelétrica de Itaipu, de parceria com os donos do Paraguai, e mandaram alagar tudo. O fim da picada. Em nome do sinistro binômio "segurança & desenvolvimento", que os levou também à loucura das usinas atômicas, feitas só para salvar da falência a indústria nuclear alemã, jogando fora (boa parte na Suíça) bilhões de dólares. Os jovens que me honram com a sua leitura não fazem idéia do que foi aquele tempo, embora estejam sofrendo como todo mundo — as conseqüências do desvario do "Brasil potência". Ou onde vocês acham que teve início a rebordosa em que estamos, heim? E o pior é que a pusilanimidade aqui reinante botou uma pedra em cima da imundície e nunca mais se tocou no assunto. Outro crime monstruoso, e igualmente irreparável: a morte de Henfil. Paradigma da dignidade, da coragem, do patriotismo, Henfil foi assassinado. Hemofílico, como seus irmãos homens, submetia-se a freqüentes (e caríssimas) transfusões de sangue para sobreviver. Numa dessas — em busca da salvação — encontrou foi a morte. Injetaram nele sangue contaminado pela Aids. Também em Chico Mário e Betinho, seus manos. Mas a viúva de Chico Mário acaba de ser reconhecida pela Justiça, que condenou a União e o Estado do Rio pelo seu desaparecimento. E, claro, também pelo de Henfil. Mas o juiz teve uma recaída e não reconheceu o direito de Lúcia Lara, brava e digna companheira de Henrique por mais de dez anos, impedindo-a de fazer jus a indenização pela brutal perda sofrida. A verdade é que Lucinha não cogitou jamais de receber dinheiro em troca da vida de Henfil, o que não o traria de volta. Mesmo que — num acesso de loucura, dando uma de amoral nato — exigisse a execução dos responsáveis pelo crime nefando, não teríamos de novo o exemplar cidadão. Crime irreparável e, portanto, impunível. Mas Henfil acaba de dar a volta por baixo, se deu! Henfil vive! "Se não houver frutos/ valeu a beleza das flores/ Se não houver flores/ valeu a sombra das folhas/ E, se não houver folhas, valeu a intenção da semente". Suas lições não serão esquecidas jamais. Valeu, Henfil!
Carlito Maia (Carlos Maia de Souza), nasceu em Lavras (MG), a 19-02-1924. No início dos anos 30 veio para São Paulo (SP). Segundo seu depoimento, nunca frequentou escola e foi, sucessivamente, "moleque, lavador de xícaras de café, rebelde, office-boy, contestador, reservista de 2ª categoria (Exército), antifascista, sargento da FAB, boêmio, despachante policial, picareta, corretor de seguros, clochard, ajudante de despachante aduaneiro, bon vivant, tradutor público juramentado". Mas pisou pela primeira vez na trilha do sucesso no dia 19/02/54, quando completava 30 anos. Levado pelo irmão Hugo Maia de Souza, prestou exame na Escola de Propaganda do Museu de Arte Moderna. Passou em primeiro lugar, chamando a atenção do presidente da mesa examinadora, Geraldo Santos, que se tornou seu amigo e o levou para ser "contato" na agência de publicidade McCann-Erickson, onde foi atender à conta da Good-Year. Sua carreira de sucesso na área de propaganda o fez trabalhar nas grandes empresas do setor no Brasil: Atlas (onde ganhou seu primeiro prêmio - o "Souza Ramos"), Norton, Alcântara Machado, Magaldi, Maia & Prosperi (onde lançou a "Jovem Guarda", "Calhambeque", etc), P.A. Nascimento, Estúdio 13, Esquire e, finalmente, na Rede Globo, onde permaneceu por mais de 20 anos. Em 1978, foi eleito o "Publicitário do Ano". Frasista dos melhores ("Brasil? Fraude explica"), foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), sendo de sua autoria os "slogans" "Lula-lá", "OPTei". Homem de oposição, certa vez declarou que deixaria o partido quando este chegasse ao poder.
Em sua homenagem, foi criado, em 2000, o Troféu Carlito Maia de Cidadania, que premia pessoas que desenvolvem ações sociais em prol da cidadania e na luta pelos direitos humanos.
Carlito faleceu em São Paulo no dia 22 de junho de 2002, aos 78 anos.
De dom José Cavaca, humorista inesquecível: "Criminosos brasileiros brilham na Inglaterra, cuja polícia só está preparada para crimes inteligentes". Verdade: somos especialistas em crimes burros, irreparáveis; tal a grandeza das perdas que acarretam. Sem falar da impunidade. Crimes contra a Pátria, contra o povo, contra a Humanidade. Como no tempo da Inventona de 1° de abril de 64, quando a ditadura militar deitou e rolou, sem que os criminosos fossem punidos e, em muitos casos, sequer identificados. Caso de Sete Quedas, hoje só uma saudade para os que conheceram aquela maravilha da Natureza, que foi por água abaixo, literalmente, porque os milicos no poder (e bota poder nisso) assim o quiseram. Resolveram (resolviam tudo) fazer a hidrelétrica de Itaipu, de parceria com os donos do Paraguai, e mandaram alagar tudo. O fim da picada. Em nome do sinistro binômio "segurança & desenvolvimento", que os levou também à loucura das usinas atômicas, feitas só para salvar da falência a indústria nuclear alemã, jogando fora (boa parte na Suíça) bilhões de dólares. Os jovens que me honram com a sua leitura não fazem idéia do que foi aquele tempo, embora estejam sofrendo como todo mundo — as conseqüências do desvario do "Brasil potência". Ou onde vocês acham que teve início a rebordosa em que estamos, heim? E o pior é que a pusilanimidade aqui reinante botou uma pedra em cima da imundície e nunca mais se tocou no assunto. Outro crime monstruoso, e igualmente irreparável: a morte de Henfil. Paradigma da dignidade, da coragem, do patriotismo, Henfil foi assassinado. Hemofílico, como seus irmãos homens, submetia-se a freqüentes (e caríssimas) transfusões de sangue para sobreviver. Numa dessas — em busca da salvação — encontrou foi a morte. Injetaram nele sangue contaminado pela Aids. Também em Chico Mário e Betinho, seus manos. Mas a viúva de Chico Mário acaba de ser reconhecida pela Justiça, que condenou a União e o Estado do Rio pelo seu desaparecimento. E, claro, também pelo de Henfil. Mas o juiz teve uma recaída e não reconheceu o direito de Lúcia Lara, brava e digna companheira de Henrique por mais de dez anos, impedindo-a de fazer jus a indenização pela brutal perda sofrida. A verdade é que Lucinha não cogitou jamais de receber dinheiro em troca da vida de Henfil, o que não o traria de volta. Mesmo que — num acesso de loucura, dando uma de amoral nato — exigisse a execução dos responsáveis pelo crime nefando, não teríamos de novo o exemplar cidadão. Crime irreparável e, portanto, impunível. Mas Henfil acaba de dar a volta por baixo, se deu! Henfil vive! "Se não houver frutos/ valeu a beleza das flores/ Se não houver flores/ valeu a sombra das folhas/ E, se não houver folhas, valeu a intenção da semente". Suas lições não serão esquecidas jamais. Valeu, Henfil!
Carlito Maia (Carlos Maia de Souza), nasceu em Lavras (MG), a 19-02-1924. No início dos anos 30 veio para São Paulo (SP). Segundo seu depoimento, nunca frequentou escola e foi, sucessivamente, "moleque, lavador de xícaras de café, rebelde, office-boy, contestador, reservista de 2ª categoria (Exército), antifascista, sargento da FAB, boêmio, despachante policial, picareta, corretor de seguros, clochard, ajudante de despachante aduaneiro, bon vivant, tradutor público juramentado". Mas pisou pela primeira vez na trilha do sucesso no dia 19/02/54, quando completava 30 anos. Levado pelo irmão Hugo Maia de Souza, prestou exame na Escola de Propaganda do Museu de Arte Moderna. Passou em primeiro lugar, chamando a atenção do presidente da mesa examinadora, Geraldo Santos, que se tornou seu amigo e o levou para ser "contato" na agência de publicidade McCann-Erickson, onde foi atender à conta da Good-Year. Sua carreira de sucesso na área de propaganda o fez trabalhar nas grandes empresas do setor no Brasil: Atlas (onde ganhou seu primeiro prêmio - o "Souza Ramos"), Norton, Alcântara Machado, Magaldi, Maia & Prosperi (onde lançou a "Jovem Guarda", "Calhambeque", etc), P.A. Nascimento, Estúdio 13, Esquire e, finalmente, na Rede Globo, onde permaneceu por mais de 20 anos. Em 1978, foi eleito o "Publicitário do Ano". Frasista dos melhores ("Brasil? Fraude explica"), foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), sendo de sua autoria os "slogans" "Lula-lá", "OPTei". Homem de oposição, certa vez declarou que deixaria o partido quando este chegasse ao poder.
Em sua homenagem, foi criado, em 2000, o Troféu Carlito Maia de Cidadania, que premia pessoas que desenvolvem ações sociais em prol da cidadania e na luta pelos direitos humanos.
Carlito faleceu em São Paulo no dia 22 de junho de 2002, aos 78 anos.
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