.
Parece um detalhe minúsculo diante da grandiosidade do fato histórico que acabamos de presenciar, mas eu começo meu texto falando em quem? Nele, no Presidente Lula. Para ressaltar o que acho ser o vale profundo que separa nossos países.
Lula descasca uma bala, Obama a desembrulha. Lula joga o papel no chão e acha isso perfeitamente natural; insiste que no mundo todo isso nem seria notado. Obama, caso aceitasse comer uma bala durante solenidade oficial, poria o papel no bolso até poder jogá-lo numa lixeira. É um detalhe? É, mas daqueles fundamentais, como o sorriso da Mona Lisa: em toda a tela de da Vinci, quanta beleza, quanto talento, quantos simbolismos. Mas o que mais chama atenção? O pequeno detalhe do sorriso.
Obama foi eleito presidente dos EUA e não do mundo. Seu interesse primeiro é seu país e o povo americano. Problemas internos, muito sérios, não lhe vão faltar. Mas, pela primeira vez na história daquele país, foi eleito um homem mestiço, filho de um queniano e de uma jovem do Kansas, que passou parte da infância entre o Havaí e a Indonésia, teve oportunidade de conviver com crianças e jovens de outras nacionalidades, de conhecer outras religiões e filosofias, e que por mérito e esforço próprios cursou boas universidades na Costa Leste. Isso o diferencia de todos os outros presidentes americanos.
Sobretudo o diferencia de George W. Bush, rapaz muito rico, mas que até ser presidente da República nunca tinha ido além do México. E assim mesmo porque era muito perto de sua casa, talvez até considerasse aquele país a continuação de seu quintal.
A eleição foi uma festa, uma linda festa que congregou, e aí está sua maior beleza, a grande maioria dos americanos e não somente os brancos, anglo-saxões e protestantes. Os EUA celebraram aquilo que já deveria ter sido celebrado desde o fim da Guerra Civil, desde que imigrantes começaram a desembarcar de navios abarrotados de gente no porto de Nova York. Finalmente ouviram a voz da Estátua da Liberdade e responderam aos agourentos que achavam aquela grande nação à beira do desaparecimento. Como disse o presidente-eleito na noite de sua vitória: “Foi a resposta dada pelos jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, latinos, asiáticos, índios, homos, heteros, inválidos e não inválidos – somos e sempre seremos, os Estados Unidos da América”.
Barack Obama viu mais longe que os outros; não podemos desmerecer a luta e o sacrifício pessoal de Lincoln, de Martin Luther King, de Rosa Parks, dos meninos de Little Rock. Mas Obama viu que o que uniria o país era a força de seu “melting pot” em potencial, e não o ódio, não a vingança, não o punho cerrado, mas o abraço.
Pode ser que ele não consiga realizar o sonho das multidões que vibravam e choravam na noite de 4 para 5 de novembro. Seja como for, ele abriu a porta, derrubou barreiras, rasgou a picada, deu os primeiros passos. Torcida não lhe vai faltar.
Enquanto isso, no Brasil, o Chefe da Nação não diz duas palavras sem atiçar o fogo, sem jogar brancos contra negros, pobres contra ricos, instruídos contra iletrados, nordestinos contra sulistas, partidos contra partidos, povo contra a Imprensa, todos contra todos. Não fala, grita, berra. Esfalfado, ouve os uivos da platéia, acha que está sendo adorado, e parte para outro palanque.
Criou um Ministério da Integração Racial que é tudo que nós menos precisamos. Seu titular teve a idéia de criar a Delegacia do Negro! Se um negro é assaltado, ele vai procurar a delegacia dele, não uma delegacia qualquer. Breve, delegacias para japoneses, coreanos, chineses... e o nome disso é Integração Racial.
“Espero que Obama (...) não vá gastar um ano sem resolver imediatamente a crise. Agora a crise pode ser debitada ao atual governo, mas um ano depois de ele tomar posse é dele também”, disse Lula. Quer dizer, o Obama não pode apelar para a herança maldita do Bush! E ainda: “Acho que ele é suficientemente inteligente para tomar as medidas para evitar que a crise continue”.
Pode deixar, Lula, Obama é brilhante. Peça ao Amorim para ler consigo o site que ele inaugurou logo no dia 5, Change.gov. Vá direto à política externa. É de chorar de emoção. Depois, leia todo o site e aprenda como se faz política respeitando o povo, o eleitor, o cidadão. O dado concreto, Lula, é que Change.gov é extraordinário!
(Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_Post=138780&a=112)
domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Relato de uma professora de matemática
.
Semana passada comprei um produto que custou R$ 1,58. Dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1960, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1960:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou
R$ 80,00.
Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2007:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
(Recbido por Email - Autor desconhecido)
Semana passada comprei um produto que custou R$ 1,58. Dei à balconista R$ 2,00 e peguei na minha bolsa 8 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 50 centavos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1960, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1960:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou
R$ 80,00.
Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2007:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
(Recbido por Email - Autor desconhecido)
quarta-feira, 24 de junho de 2009
A história.... Ah! A história
.
Judy Wallman é uma pesquisadora na área de genealogia nos Estados Unidos.
Durante pesquisa da árvore genealógica de sua família deu de cara com uma informação interessante.
Um tio-bisavô, Remus Reid, era ladrão de cavalos e assaltante de trens. No verso da única foto existente de Remus (em que ele aparece ao pé de uma forca)está escrito:
"Remus Reid, ladrão de cavalos,mandado para a Prisão Territorial de Montana em 1885, escapou em 1887, assaltou o trem Montana Flyer por seis vezes. Foi preso novamente, desta vez pelos agentes da Pinkerton, condenado e enforcado em 1889."
Acontece que o ladrão Remus Reid é ancestral comum de Judy e do senador pelo estado de Nevada, Harry Reid.
Então Judy enviou um email ao senador solicitando informações sobre o parente comum.
Mas não mencionou que havia descoberto que o sujeito era um bandido.
A atenta assessoria do Senador respondeu desta forma:
"Remus Reid foi um famoso cowboy no Território de Montana. Seu império de negócios cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos ativos eqüestres, além de um íntimo relacionamento com a Ferrovia de Montana.
A partir de 1883 dedicou vários anos de sua vida a serviço do governo, atividade que interrompeu para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia.
Em 1887 foi o principal protagonista em uma importante investigação conduzida pela famosa Agência de Detetives Pinkerton.
Em 1889, Remus faleceu durante uma importante cerimônia cívica realizada em sua homenagem,quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu."
Não é sensacional?
Palavras e números podem ser manipulados pra dizer o que o manipulador quiser!
Com certeza, daqui a uns 100 anos, um descendente do Lula assim escreverá sobre o ancestral:
"Lula da Silva foi um presidente do Brasil, que tinha uma característica incomum.
Apesar de possuir o sentido da visão, era cego, nada via; o sentido da audição, era surdo, nada ouvia;cursou até o terceiro ano primário, não lia jornais, nada sabia; e apesar de confessar nunca haver lido sequer um livro, foi reeleito.
Não deixou prole numerosa, mas um de seus filhos,que quando o pai foi eleito pela primeira vez era um simplório guia de zoológico, ganhando um pequeno salário para mostrar aos visitantes girafas, macacos e jacarés,revelou-se, durante os anos em que o pai foi Presidente da República, um talentoso homem de negócios e pecuarista.
Lula da Silva, apesar da cegueira, era um viajante internacional como nunca se vira outro igual. Usava um avião presidencial, que tinha todas as despesas pagas pelos contribuintes. Visitou centenas de países sempre se fazendo acompanhar pelo ministro das Relações Exteriores, que lhe descrevia os cenários turísticos.
Era recebido no "grand monde" político internacional, onde era tido como uma excentridade.
Fez amizades duradouras com os líderes mais importantes mundo: Fidel Castro, Hugo Chavez e Evo Morales.
Analfaglota, mas perseverante e inteligente, acabou decorando várias palavras e expressões estrangeiras: "ies","óquêi", "tenqui iu", "gude mornim","gude ivin" "gude naite","naice tu miti iu", "gude bai", mas decorou com mais facilidade "blude méri",
"drai martine", "rai fai", "iscóti" e "quantrô". Não precisou decorar caipiroska, esse nome ele já sabia, mas quando ía ao Chile optava por um pisco triplo.
Adorava uma rodada de dôrra, regada a "xatenêve di papi."
Às vezes confundia-se com a geografia política: "em que país fica a África?".
Se Nova Iorqui é a capital dos Estados Unidos, porque a "uaiti rouse" fica em "uóxinton?"
A oposição era cruel com ele, mas ele não tinha culpa, afinal era filho de uma senhora que nasceu analfabeta...
Chegou a alcançar 84% de aprovação popular,segundo enquete realizada,entre as pessoas que recebiam o programa bolsa família, que a oposição,duplamente cruel, apelidava de caça votos.
Foi o criador do PAC, programa de aceleração da campanha,mas como era um cidadão humilde, abdicou da paternidade transferindo-a para uma senhora muito doce, que apenas roubara o Ademar de Barros,alguns bancos e fora guerrilheira, a quem intitulou mãe do PAC.
(Lúcio Wandeck)
Judy Wallman é uma pesquisadora na área de genealogia nos Estados Unidos.
Durante pesquisa da árvore genealógica de sua família deu de cara com uma informação interessante.
Um tio-bisavô, Remus Reid, era ladrão de cavalos e assaltante de trens. No verso da única foto existente de Remus (em que ele aparece ao pé de uma forca)está escrito:
"Remus Reid, ladrão de cavalos,mandado para a Prisão Territorial de Montana em 1885, escapou em 1887, assaltou o trem Montana Flyer por seis vezes. Foi preso novamente, desta vez pelos agentes da Pinkerton, condenado e enforcado em 1889."
Acontece que o ladrão Remus Reid é ancestral comum de Judy e do senador pelo estado de Nevada, Harry Reid.
Então Judy enviou um email ao senador solicitando informações sobre o parente comum.
Mas não mencionou que havia descoberto que o sujeito era um bandido.
A atenta assessoria do Senador respondeu desta forma:
"Remus Reid foi um famoso cowboy no Território de Montana. Seu império de negócios cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos ativos eqüestres, além de um íntimo relacionamento com a Ferrovia de Montana.
A partir de 1883 dedicou vários anos de sua vida a serviço do governo, atividade que interrompeu para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia.
Em 1887 foi o principal protagonista em uma importante investigação conduzida pela famosa Agência de Detetives Pinkerton.
Em 1889, Remus faleceu durante uma importante cerimônia cívica realizada em sua homenagem,quando a plataforma sobre a qual ele estava cedeu."
Não é sensacional?
Palavras e números podem ser manipulados pra dizer o que o manipulador quiser!
Com certeza, daqui a uns 100 anos, um descendente do Lula assim escreverá sobre o ancestral:
"Lula da Silva foi um presidente do Brasil, que tinha uma característica incomum.
Apesar de possuir o sentido da visão, era cego, nada via; o sentido da audição, era surdo, nada ouvia;cursou até o terceiro ano primário, não lia jornais, nada sabia; e apesar de confessar nunca haver lido sequer um livro, foi reeleito.
Não deixou prole numerosa, mas um de seus filhos,que quando o pai foi eleito pela primeira vez era um simplório guia de zoológico, ganhando um pequeno salário para mostrar aos visitantes girafas, macacos e jacarés,revelou-se, durante os anos em que o pai foi Presidente da República, um talentoso homem de negócios e pecuarista.
Lula da Silva, apesar da cegueira, era um viajante internacional como nunca se vira outro igual. Usava um avião presidencial, que tinha todas as despesas pagas pelos contribuintes. Visitou centenas de países sempre se fazendo acompanhar pelo ministro das Relações Exteriores, que lhe descrevia os cenários turísticos.
Era recebido no "grand monde" político internacional, onde era tido como uma excentridade.
Fez amizades duradouras com os líderes mais importantes mundo: Fidel Castro, Hugo Chavez e Evo Morales.
Analfaglota, mas perseverante e inteligente, acabou decorando várias palavras e expressões estrangeiras: "ies","óquêi", "tenqui iu", "gude mornim","gude ivin" "gude naite","naice tu miti iu", "gude bai", mas decorou com mais facilidade "blude méri",
"drai martine", "rai fai", "iscóti" e "quantrô". Não precisou decorar caipiroska, esse nome ele já sabia, mas quando ía ao Chile optava por um pisco triplo.
Adorava uma rodada de dôrra, regada a "xatenêve di papi."
Às vezes confundia-se com a geografia política: "em que país fica a África?".
Se Nova Iorqui é a capital dos Estados Unidos, porque a "uaiti rouse" fica em "uóxinton?"
A oposição era cruel com ele, mas ele não tinha culpa, afinal era filho de uma senhora que nasceu analfabeta...
Chegou a alcançar 84% de aprovação popular,segundo enquete realizada,entre as pessoas que recebiam o programa bolsa família, que a oposição,duplamente cruel, apelidava de caça votos.
Foi o criador do PAC, programa de aceleração da campanha,mas como era um cidadão humilde, abdicou da paternidade transferindo-a para uma senhora muito doce, que apenas roubara o Ademar de Barros,alguns bancos e fora guerrilheira, a quem intitulou mãe do PAC.
(Lúcio Wandeck)
terça-feira, 23 de junho de 2009
Borat baixa em Lula
.
O presidente Lula fala cada coisa...
Em sua passagem pelo Cazaquistão, o espírito de Borat, aquele que se orgulhava de ter como irmã a quarta melhor prostituta do país, parece ter lhe deixado especialmente inspirado.
"Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse o presidente.
Eu, pessoa comum, acho que Sarney deve ser tratado pior do que nós.
1) Pela nomeação secreta de parentes a cargos no Senado e as tentativas de minimizar ou esconder os escândalos em série na Casa que preside.
2) Por ter sido um péssimo primeiro presidente do Brasil pós-ditadura, guiando a nova democracia aos porões do fisiologismo, da corrupção e do centrão, de onde não conseguimos escapar.
3) Pela miséria no Maranhão após décadas de sarneyzismo.
4) Por ter trocado de Estado como quem troca de partido para se eleger senador.
5) Pelas recorrentes investigações, inconclusivas, claro, contra seus aliados mais próximos, incluindo filhos.
Apesar dessa ficha toda, Lula acha que Sarney deve ser tratado melhor do que uma pessoa comum. Precisa do maranhense (e do PMDB) para abafar a CPI da Petrobras, entre outros serviços essenciais.
Mais Borat, quero dizer, Lula: "Elas [denúncias] não têm fim e depois não acontece nada." Puro boratismo: já que a Justiça é incapaz de punir políticos, vamos parar de denunciá-los.
Mais: "O que não se pode é todo dia você arrumar uma vírgula a mais, você vai desmoralizando todo mundo, cansando todo mundo, inclusive a imprensa corre o risco. Porque a imprensa também tem que ter a certeza de que ela não pode ser desacreditada porque, na hora em que a pessoa começar a pensar 'olha, eu não acredito no Senado, não acredito na Câmara, não acredito no Poder Executivo, no STF [Supremo Tribunal Federal], também não acredito na imprensa', o que vai surgir depois?"
O raciocínio tortuoso para tentar intimidar a mídia pressupõe que o descrédito seja doença contagiosa, o que a Organização Mundial da Saúde contesta. E tomara que surja algo depois do descrédito geral.
E o que o petista chama de "uma vírgula a mais" (evidências de nepotismo, desvios de conduta de servidores e benefícios irregulares com dinheiro público) estão mais para pontos de exclamação!
Se Lula foi fundamental ao consolidar a mudança de patamar da economia brasileira, ao garantir a estabilidade econômica, vai sendo também tristemente fundamental na consolidação da podridão política no país, o segundo ato maculando o primeiro.
(Sérgio Malbergier - Folha Online).
O presidente Lula fala cada coisa...
Em sua passagem pelo Cazaquistão, o espírito de Borat, aquele que se orgulhava de ter como irmã a quarta melhor prostituta do país, parece ter lhe deixado especialmente inspirado.
"Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse o presidente.
Eu, pessoa comum, acho que Sarney deve ser tratado pior do que nós.
1) Pela nomeação secreta de parentes a cargos no Senado e as tentativas de minimizar ou esconder os escândalos em série na Casa que preside.
2) Por ter sido um péssimo primeiro presidente do Brasil pós-ditadura, guiando a nova democracia aos porões do fisiologismo, da corrupção e do centrão, de onde não conseguimos escapar.
3) Pela miséria no Maranhão após décadas de sarneyzismo.
4) Por ter trocado de Estado como quem troca de partido para se eleger senador.
5) Pelas recorrentes investigações, inconclusivas, claro, contra seus aliados mais próximos, incluindo filhos.
Apesar dessa ficha toda, Lula acha que Sarney deve ser tratado melhor do que uma pessoa comum. Precisa do maranhense (e do PMDB) para abafar a CPI da Petrobras, entre outros serviços essenciais.
Mais Borat, quero dizer, Lula: "Elas [denúncias] não têm fim e depois não acontece nada." Puro boratismo: já que a Justiça é incapaz de punir políticos, vamos parar de denunciá-los.
Mais: "O que não se pode é todo dia você arrumar uma vírgula a mais, você vai desmoralizando todo mundo, cansando todo mundo, inclusive a imprensa corre o risco. Porque a imprensa também tem que ter a certeza de que ela não pode ser desacreditada porque, na hora em que a pessoa começar a pensar 'olha, eu não acredito no Senado, não acredito na Câmara, não acredito no Poder Executivo, no STF [Supremo Tribunal Federal], também não acredito na imprensa', o que vai surgir depois?"
O raciocínio tortuoso para tentar intimidar a mídia pressupõe que o descrédito seja doença contagiosa, o que a Organização Mundial da Saúde contesta. E tomara que surja algo depois do descrédito geral.
E o que o petista chama de "uma vírgula a mais" (evidências de nepotismo, desvios de conduta de servidores e benefícios irregulares com dinheiro público) estão mais para pontos de exclamação!
Se Lula foi fundamental ao consolidar a mudança de patamar da economia brasileira, ao garantir a estabilidade econômica, vai sendo também tristemente fundamental na consolidação da podridão política no país, o segundo ato maculando o primeiro.
(Sérgio Malbergier - Folha Online).
Veja como se alimentar corretamente antes, durante e depois da corrida
.
A alimentação balanceada é fundamental na prática de exercícios, e saber usufruir os benefícios dos alimentos ajuda a aumentar a disposição e o vigor físico.
Veja abaixo o deve ser ingerido antes, durante e depois da prática da corrida e preserve a sua saúde.
Reabasteça-se nas corridas
Comer
Quando você corre, seu corpo obtém a energia do glicogênio muscular de fácil acesso (carboidratos armazenados e processados) e das reservas de gordura menos acessíveis. Todos nós temos reservas de gorduras, mas precisamos garantir altos níveis de glicogênio antes, durante e após as corridas. É onde entra a nutrição inteligente.
Antes da corrida
Algumas pessoas podem correr 30 minutos depois de fazer um lanche; outras precisam ficar em jejum por horas para exercitar-se com conforto. Não é essencial alimentar-se antes de corridas de uma hora, mas corridas longas exigem planejamento. Um pouco de energia à mão faz diferença. Uma barra de cereais e um suco de frutas funcionam bem para a maioria das pessoas. Evite gorduras e proteínas, porque sua digestão é difícil.
Durante a corrida
Vale a pena se reabastecer de energia em corridas de mais de 45 minutos e entre as repetições, nas sessões de velocismo curtas e intensas. É essencial manter o estômago confortável, portanto evite alimentos sólidos, exceto os de digestão fácil como barras energéticas e balas de geléia. Outra opção são as bebidas esportivas e os géis
Após a corrida
Alimentar-se 30-60 minutos antes da corrida ajuda a reduzir a rigidez e a dor muscular, especialmente após um esforço intenso. Pesquisas mostram que o melhor para a recuperação muscular é o líquido, somado a uma refeição à base de carboidratos e menos de 30% de proteínas. Existem bebidas e barras especiais para recuperação, mas cereais com leite semidesnatado e uma banana são uma boa alternativa caseira.
Beber
Os corredores não tomam líquido suficiente. O corpo precisa de água para quase todas as funções, inclusive para a liberação de energia e o controle de temperatura - mas quando tomamos pouca água não sabemos por que treinar e correr cansa tanto. Mesmo em dias inativos, procure tomar pelo menos oito copos de água. Quando corre, você precisa beber mais. No calor, seu corpo pode perder quase 2 litros de água por hora pela transpiração, o suficiente para prejudicar seriamente seu desempenho.
Antes de correr
Hidrate-se bem antes de correr. Isso não significa tomar um copo de água pouco antes de partir - você deve bebericar água com freqüência ao longo do dia, especialmente na tarde e noite anteriores a uma corrida ou prova matinal longa. Tome cerca de meio litro de água meia hora antes de treinar.
Durante a corrida
Normalmente não é necessário beber em corridas de menos de uma hora, mas em dias de calor pode ser perigoso não se reidratar com mais freqüência. Ao beber, tome goles pequenos e freqüentes. Em corridas longas, aconselha-se um copo pequeno de líquido a cada 15-20 minutos da corrida.
Após a corrida
Para restaurar o equilíbrio dos fluidos, o corpo precisa ingerir duas vezes mais água do que a que perde pela transpiração. Crie o hábito de beber mais que o normal por pelo menos duas ou três horas depois de correr. Opte pela água ou por bebidas esportivas com sódio e baixos teores de carboidratos. Pesar-se antes e depois de uma corrida lhe mostrará exatamente quanto líquido você perdeu (1 quilo é igual a 1 litro). Você saberá quando está adequadamente hidratado porque sua urina terá cor clara.
(Trecho de livro de Sean Fishpool - www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u417608.shtml)
A alimentação balanceada é fundamental na prática de exercícios, e saber usufruir os benefícios dos alimentos ajuda a aumentar a disposição e o vigor físico.
Veja abaixo o deve ser ingerido antes, durante e depois da prática da corrida e preserve a sua saúde.
Reabasteça-se nas corridas
Comer
Quando você corre, seu corpo obtém a energia do glicogênio muscular de fácil acesso (carboidratos armazenados e processados) e das reservas de gordura menos acessíveis. Todos nós temos reservas de gorduras, mas precisamos garantir altos níveis de glicogênio antes, durante e após as corridas. É onde entra a nutrição inteligente.
Antes da corrida
Algumas pessoas podem correr 30 minutos depois de fazer um lanche; outras precisam ficar em jejum por horas para exercitar-se com conforto. Não é essencial alimentar-se antes de corridas de uma hora, mas corridas longas exigem planejamento. Um pouco de energia à mão faz diferença. Uma barra de cereais e um suco de frutas funcionam bem para a maioria das pessoas. Evite gorduras e proteínas, porque sua digestão é difícil.
Durante a corrida
Vale a pena se reabastecer de energia em corridas de mais de 45 minutos e entre as repetições, nas sessões de velocismo curtas e intensas. É essencial manter o estômago confortável, portanto evite alimentos sólidos, exceto os de digestão fácil como barras energéticas e balas de geléia. Outra opção são as bebidas esportivas e os géis
Após a corrida
Alimentar-se 30-60 minutos antes da corrida ajuda a reduzir a rigidez e a dor muscular, especialmente após um esforço intenso. Pesquisas mostram que o melhor para a recuperação muscular é o líquido, somado a uma refeição à base de carboidratos e menos de 30% de proteínas. Existem bebidas e barras especiais para recuperação, mas cereais com leite semidesnatado e uma banana são uma boa alternativa caseira.
Beber
Os corredores não tomam líquido suficiente. O corpo precisa de água para quase todas as funções, inclusive para a liberação de energia e o controle de temperatura - mas quando tomamos pouca água não sabemos por que treinar e correr cansa tanto. Mesmo em dias inativos, procure tomar pelo menos oito copos de água. Quando corre, você precisa beber mais. No calor, seu corpo pode perder quase 2 litros de água por hora pela transpiração, o suficiente para prejudicar seriamente seu desempenho.
Antes de correr
Hidrate-se bem antes de correr. Isso não significa tomar um copo de água pouco antes de partir - você deve bebericar água com freqüência ao longo do dia, especialmente na tarde e noite anteriores a uma corrida ou prova matinal longa. Tome cerca de meio litro de água meia hora antes de treinar.
Durante a corrida
Normalmente não é necessário beber em corridas de menos de uma hora, mas em dias de calor pode ser perigoso não se reidratar com mais freqüência. Ao beber, tome goles pequenos e freqüentes. Em corridas longas, aconselha-se um copo pequeno de líquido a cada 15-20 minutos da corrida.
Após a corrida
Para restaurar o equilíbrio dos fluidos, o corpo precisa ingerir duas vezes mais água do que a que perde pela transpiração. Crie o hábito de beber mais que o normal por pelo menos duas ou três horas depois de correr. Opte pela água ou por bebidas esportivas com sódio e baixos teores de carboidratos. Pesar-se antes e depois de uma corrida lhe mostrará exatamente quanto líquido você perdeu (1 quilo é igual a 1 litro). Você saberá quando está adequadamente hidratado porque sua urina terá cor clara.
(Trecho de livro de Sean Fishpool - www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u417608.shtml)
O triste fim de um cidadão fora de lugar
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O jovem brasileiro assassinado pela polícia britânica em 2005 transformou-se em Selton Mello. Jean Charles, que entra em cartaz no Brasil na sexta-feira 26, tira da própria personalidade do ator, o mais requisitado do cinema nacional, o espírito de seu personagem. O eletricista que deixou uma pequena cidade mineira para arriscar a sorte no cinza londrino ganhou, no filme, os trejeitos humorísticos e o olhar levemente triste de Mello.
O diretor Henrique Goldman, talvez pela pouca experiência na ficção, deixou-se levar pelo ator, que, apesar do inegável talento demonstrado em filmes como O Auto da Compadecida (2000) ou Lavoura Arcaica (2001), tende a repetir suas artes e manhas quando deixado à solta. É o que acontece em Jean Charles.
Exatamente por isso, o que o filme tem de mais interessante está, ironicamente, nas figuras e cenas que rodeiam o protagonista, e não no personagem de Jean. Para recuperar o episódio, Goldman, documentarista radicado em Londres há quase duas décadas, e o roteirista Marcelo Starobinas debruçaram-se sobre uma comunidade imensa e invisível: a dos brasileiros residentes da cidade.
Nas pequenas histórias que rodeiam a “grande história” fatal estão os acertos desse filme que, preso aos fatos amplamente divulgados, não alça o voo que se espera da ficção. Não por acaso, é das frestas documentais que ele tira seu frescor. Os imigrantes vivendo seus próprios papéis, como uma das primas e o ex-chefe do eletricista, e os detalhes cotidianos das ruas escapam aos lugares-comuns da história, em geral, narrada de forma linear, armada para dar dramaticidade ao desfecho.
Construído de forma a “celebrar a vida”, como têm dito os autores, o roteiro atinge o ponto alto após o brutal assassinato no metrô. A cena em que os primos de Jean (vividos por Vanessa Giácomo, muito bem, e Luis Miranda) são levados a uma sala da polícia londrina para receber a notícia é construída com uma mistura de frieza e emoção que, em segundos, capta o drama daqueles cidadãos pela metade, incapazes de entender o significado da palavra morgue, necrotério, em inglês.
Coproduzido por Stephen Frears, diretor de A Rainha, e Rebecca O’Brien, sócia de Ken Loach (de Terra e Liberdade), Jean Charles, em tese, inclui-se na vertente social do cinema britânico. Goldman, no entanto, ao contrário de Frears e Loach, não parece compreender, na plenitude, o drama dos homens que se sentem fora de lugar.
(Ana Paula Sousa - www.cartacapital.com.br)
O jovem brasileiro assassinado pela polícia britânica em 2005 transformou-se em Selton Mello. Jean Charles, que entra em cartaz no Brasil na sexta-feira 26, tira da própria personalidade do ator, o mais requisitado do cinema nacional, o espírito de seu personagem. O eletricista que deixou uma pequena cidade mineira para arriscar a sorte no cinza londrino ganhou, no filme, os trejeitos humorísticos e o olhar levemente triste de Mello.
O diretor Henrique Goldman, talvez pela pouca experiência na ficção, deixou-se levar pelo ator, que, apesar do inegável talento demonstrado em filmes como O Auto da Compadecida (2000) ou Lavoura Arcaica (2001), tende a repetir suas artes e manhas quando deixado à solta. É o que acontece em Jean Charles.
Exatamente por isso, o que o filme tem de mais interessante está, ironicamente, nas figuras e cenas que rodeiam o protagonista, e não no personagem de Jean. Para recuperar o episódio, Goldman, documentarista radicado em Londres há quase duas décadas, e o roteirista Marcelo Starobinas debruçaram-se sobre uma comunidade imensa e invisível: a dos brasileiros residentes da cidade.
Nas pequenas histórias que rodeiam a “grande história” fatal estão os acertos desse filme que, preso aos fatos amplamente divulgados, não alça o voo que se espera da ficção. Não por acaso, é das frestas documentais que ele tira seu frescor. Os imigrantes vivendo seus próprios papéis, como uma das primas e o ex-chefe do eletricista, e os detalhes cotidianos das ruas escapam aos lugares-comuns da história, em geral, narrada de forma linear, armada para dar dramaticidade ao desfecho.
Construído de forma a “celebrar a vida”, como têm dito os autores, o roteiro atinge o ponto alto após o brutal assassinato no metrô. A cena em que os primos de Jean (vividos por Vanessa Giácomo, muito bem, e Luis Miranda) são levados a uma sala da polícia londrina para receber a notícia é construída com uma mistura de frieza e emoção que, em segundos, capta o drama daqueles cidadãos pela metade, incapazes de entender o significado da palavra morgue, necrotério, em inglês.
Coproduzido por Stephen Frears, diretor de A Rainha, e Rebecca O’Brien, sócia de Ken Loach (de Terra e Liberdade), Jean Charles, em tese, inclui-se na vertente social do cinema britânico. Goldman, no entanto, ao contrário de Frears e Loach, não parece compreender, na plenitude, o drama dos homens que se sentem fora de lugar.
(Ana Paula Sousa - www.cartacapital.com.br)
Concorrer com a memória não dá
.
Não apostaria apenas na saudade.
A verdade é que o tal frango é mesmo bom.
Explico a saudade: fazia muito tempo que não visitava minha tia, que hoje mora com minha prima na casa onde morava minha avó.
Fui claro?
Bem mais estranha formulação ouvi no início da semana: “O pai da noiva do meu sobrinho foi vender um Mondeo 97 para comprar um carro zero…”
É preciso ter muita proximidade com esse sobrinho para saber que ele ficou noivo e para conhecer não só a felizarda como também o pai dela. E ir além: saber que ele tinha um Mondeo velho. Mas pode acontecer. E aconteceu de eu ficar muito tempo sem visitar a tia, desde que minha avó faleceu.
A receita de famosa torta eu já havia conseguido. Receita difícil. Massa mole, bem complicada para trabalhar. Demorei um bom tempo exagerando na farinha até encontrar o ponto. Até hoje não consegui reproduzir o recheio e sua participação na torta. Costumava ser de frango. Falamos um pouco sobre ela. Falamos da polenta que eu ainda e sempre faço. A hora passou depressa, ficou perto do almoço e a prima e a tia, claro, me convidaram a ficar.
Eu realmente não podia, mas a irmã da tia, na cozinha, estava fritando umas almôndegas. Também receita de minha avó. Nada de muito diferente das muitas que existem por aí, pelo mundo. A diferença é que a mistura é mais preguiçosa. A carne vai bem moída mesmo. Vai um pouco de cebola e quase um nada de alho. E o que vai, vai bem batido. A salsinha nem tanto. Ainda se vê, depois de pronto o bolinho, o verde da salsa.
O pão fica no leite um tempo bom e entra na mistura frouxo de tudo.
Não se usa energia para fazer a mistura. Claro que vai um pouco de sal, um pouco de azeite. Pimenta-do-reino não entrava e não entra em casa. O que vale é a paciência e delicadeza para que tudo se junte bem. Duas colheres formam os bolinhos que serão fritos em bom óleo.
Não foi difícil sentir os olhos se encherem de água quando voltei, depois de muitos anos, a provar a almôndega de minha avó.Cheiros e sabores são capazes dessa mágica. Fotos não me provocam tanto.
Por aqui já falei: o grande concorrente dos grandes chefs é a memória das pessoas. Essa almôndega que me emocionou talvez seja ruim dentro dos padrões estabelecidos por alguma sociedade fazedora de almôndegas, mas é a minha almôndega. Vale lembrar os versos de Alberto Caeiro: O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, /Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
Gosto de contar essa história: a vez que fui almoçar com um renomado crítico gastronômico e ele pediu uma dobradinha. Perguntou se eu queria prová-la. Disse que sim, provei e garanto que eu estava diante de uma das piores dobradinhas já preparadas na cidade de São Paulo.
A saber: quem de nós tinha a melhor referência? Minha mãe preparava esse prato com rara habilidade. Usei-a na comparação. A dele talvez fosse a do restaurante onde estávamos. E era. Não havia uma referência familiar. Não havia memória, a não ser do mês passado.
Ah, sim, hoje todo mundo está cheio de memórias como escrevi no Refogado Lembra da Tia? Está na moda ter lembranças inesquecíveis que até ontem eram desprezíveis. Está na moda inclusive dizer que algumas coisas horríveis se tornaram deliciosas. Todo o mundo, ou bem mais de três quartos dele odiava jiló. Pois o quitute predileto de meu canário-da-terra anda sendo gorjeado por chefs verde-amarelos deste valoroso Brasil varonil. Virou a coqueluche do momento, veja você.
E a turma do amém-amém segue atrás, sentindo saudade da tia que não existiu e adorando o que sempre odiou.
Perdi o humor. Semana que vem falo do frango. '
(Marcio Alemão - www.cartacapital.com.br)
Não apostaria apenas na saudade.
A verdade é que o tal frango é mesmo bom.
Explico a saudade: fazia muito tempo que não visitava minha tia, que hoje mora com minha prima na casa onde morava minha avó.
Fui claro?
Bem mais estranha formulação ouvi no início da semana: “O pai da noiva do meu sobrinho foi vender um Mondeo 97 para comprar um carro zero…”
É preciso ter muita proximidade com esse sobrinho para saber que ele ficou noivo e para conhecer não só a felizarda como também o pai dela. E ir além: saber que ele tinha um Mondeo velho. Mas pode acontecer. E aconteceu de eu ficar muito tempo sem visitar a tia, desde que minha avó faleceu.
A receita de famosa torta eu já havia conseguido. Receita difícil. Massa mole, bem complicada para trabalhar. Demorei um bom tempo exagerando na farinha até encontrar o ponto. Até hoje não consegui reproduzir o recheio e sua participação na torta. Costumava ser de frango. Falamos um pouco sobre ela. Falamos da polenta que eu ainda e sempre faço. A hora passou depressa, ficou perto do almoço e a prima e a tia, claro, me convidaram a ficar.
Eu realmente não podia, mas a irmã da tia, na cozinha, estava fritando umas almôndegas. Também receita de minha avó. Nada de muito diferente das muitas que existem por aí, pelo mundo. A diferença é que a mistura é mais preguiçosa. A carne vai bem moída mesmo. Vai um pouco de cebola e quase um nada de alho. E o que vai, vai bem batido. A salsinha nem tanto. Ainda se vê, depois de pronto o bolinho, o verde da salsa.
O pão fica no leite um tempo bom e entra na mistura frouxo de tudo.
Não se usa energia para fazer a mistura. Claro que vai um pouco de sal, um pouco de azeite. Pimenta-do-reino não entrava e não entra em casa. O que vale é a paciência e delicadeza para que tudo se junte bem. Duas colheres formam os bolinhos que serão fritos em bom óleo.
Não foi difícil sentir os olhos se encherem de água quando voltei, depois de muitos anos, a provar a almôndega de minha avó.Cheiros e sabores são capazes dessa mágica. Fotos não me provocam tanto.
Por aqui já falei: o grande concorrente dos grandes chefs é a memória das pessoas. Essa almôndega que me emocionou talvez seja ruim dentro dos padrões estabelecidos por alguma sociedade fazedora de almôndegas, mas é a minha almôndega. Vale lembrar os versos de Alberto Caeiro: O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, /Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
Gosto de contar essa história: a vez que fui almoçar com um renomado crítico gastronômico e ele pediu uma dobradinha. Perguntou se eu queria prová-la. Disse que sim, provei e garanto que eu estava diante de uma das piores dobradinhas já preparadas na cidade de São Paulo.
A saber: quem de nós tinha a melhor referência? Minha mãe preparava esse prato com rara habilidade. Usei-a na comparação. A dele talvez fosse a do restaurante onde estávamos. E era. Não havia uma referência familiar. Não havia memória, a não ser do mês passado.
Ah, sim, hoje todo mundo está cheio de memórias como escrevi no Refogado Lembra da Tia? Está na moda ter lembranças inesquecíveis que até ontem eram desprezíveis. Está na moda inclusive dizer que algumas coisas horríveis se tornaram deliciosas. Todo o mundo, ou bem mais de três quartos dele odiava jiló. Pois o quitute predileto de meu canário-da-terra anda sendo gorjeado por chefs verde-amarelos deste valoroso Brasil varonil. Virou a coqueluche do momento, veja você.
E a turma do amém-amém segue atrás, sentindo saudade da tia que não existiu e adorando o que sempre odiou.
Perdi o humor. Semana que vem falo do frango. '
(Marcio Alemão - www.cartacapital.com.br)
domingo, 21 de junho de 2009
Perhaps Love (letra original e tradução)
.
PERHAPS LOVE IS LIKE A RESTING PLACE
Talvez o amor seja como um lugar adormecido
A SHELTER FROM THE STORM
Um abrigo da tempestade
IT EXISTS TO GIVE YOU COMFORT
Ele existe para lhe dar conforto
IT'S THERE TO KEEP YOU WARM
Está lá para lhe manter aquecido
AND IN THOSE TIMES OF TROUBLE
E naquelas horas de transtornos
WHEN YOU ARE MOST ALONE
Quando você está mais sozinho
THE MEMORY OF LOVE WILL BRING YOU HOME
As lembranças do amor, trarão você para casa
PERHAPS LOVE IS LIKE A WINDOW
Talvez o amor seja como uma janela
PERHAPS AN OPEN DOOR
Talvez uma porta aberta
IT INVITES YOU TO COME CLOSER
Ele lhe convida para ficar mais perto
IT WANTS TO SHOW YOU MORE
Ele quer mostrar mais a você
AND EVEN IF YOU LOSE YOURSELF
E mesmo se você se perder de si mesmo
AND DON'T KNOW WHAT TO DO
E não souber o que fazer
THE MEMORY OF LOVE WILL SEE YOU THROUGH
As recordações do amor lhe farão ver
OH ! LOVE TO SOME IS LIKE A CLOUD
O amor para alguns é como uma nuvem
TO SOME AS STRONG AS STEEL
Para alguns é forte como aço
FOR SOME A WAY OF LIVING
Para alguns um modo de vida
FOR SOME A WAY TO FEEL
Para alguns um modo de sentir
AND SOME SAY LOVE IS HOLDING ON
E uns dizem que o amor é persistir
AND SOME SAY LET IT GO
E uns dizem: Deixem-no partir
AND SOME SAY LOVE IS EVERYTHING
E uns dizem que o amor é tudo
SOME SAY THEY DON'T KNOW
Alguns dizem que não sabem
PERHAPS LOVE IS LIKE THE OCEAN
Talvez o amor seja como um oceano
FULL OF CONFLICTS, FULL OF PAIN
Cheio de conflitos, cheio de dor
LIKE A FIRE WHEN IT'S COLD OUTSIDE
Como um fogo quando está frio lá fora
THUNDER WHEN IT RAINS
Trovão quando está chovendo
IF I SHOULD LIVE FOREVER
Se eu viver para sempre
AND ALL MY DREAMS COME TRUE
E todos os meus sonhos se realizarem
MY MEMORY OF LOVE WILL BE OF YOU
Minhas recordações de amor serão de você
.
PERHAPS LOVE IS LIKE A RESTING PLACE
Talvez o amor seja como um lugar adormecido
A SHELTER FROM THE STORM
Um abrigo da tempestade
IT EXISTS TO GIVE YOU COMFORT
Ele existe para lhe dar conforto
IT'S THERE TO KEEP YOU WARM
Está lá para lhe manter aquecido
AND IN THOSE TIMES OF TROUBLE
E naquelas horas de transtornos
WHEN YOU ARE MOST ALONE
Quando você está mais sozinho
THE MEMORY OF LOVE WILL BRING YOU HOME
As lembranças do amor, trarão você para casa
PERHAPS LOVE IS LIKE A WINDOW
Talvez o amor seja como uma janela
PERHAPS AN OPEN DOOR
Talvez uma porta aberta
IT INVITES YOU TO COME CLOSER
Ele lhe convida para ficar mais perto
IT WANTS TO SHOW YOU MORE
Ele quer mostrar mais a você
AND EVEN IF YOU LOSE YOURSELF
E mesmo se você se perder de si mesmo
AND DON'T KNOW WHAT TO DO
E não souber o que fazer
THE MEMORY OF LOVE WILL SEE YOU THROUGH
As recordações do amor lhe farão ver
OH ! LOVE TO SOME IS LIKE A CLOUD
O amor para alguns é como uma nuvem
TO SOME AS STRONG AS STEEL
Para alguns é forte como aço
FOR SOME A WAY OF LIVING
Para alguns um modo de vida
FOR SOME A WAY TO FEEL
Para alguns um modo de sentir
AND SOME SAY LOVE IS HOLDING ON
E uns dizem que o amor é persistir
AND SOME SAY LET IT GO
E uns dizem: Deixem-no partir
AND SOME SAY LOVE IS EVERYTHING
E uns dizem que o amor é tudo
SOME SAY THEY DON'T KNOW
Alguns dizem que não sabem
PERHAPS LOVE IS LIKE THE OCEAN
Talvez o amor seja como um oceano
FULL OF CONFLICTS, FULL OF PAIN
Cheio de conflitos, cheio de dor
LIKE A FIRE WHEN IT'S COLD OUTSIDE
Como um fogo quando está frio lá fora
THUNDER WHEN IT RAINS
Trovão quando está chovendo
IF I SHOULD LIVE FOREVER
Se eu viver para sempre
AND ALL MY DREAMS COME TRUE
E todos os meus sonhos se realizarem
MY MEMORY OF LOVE WILL BE OF YOU
Minhas recordações de amor serão de você
.
sábado, 20 de junho de 2009
Farra!
.
Olhe só que farra:
- Uma afilhada de José Sarney está para ser indicada por Lula à Anatel.
- A Anatel está mudando a lei para beneficiar a Oi, que comprou a empresa do filho de Lula.
- Um dos donos da Oi, Carlos Jereissati, é sócio no shopping-center Praia de Belas, em Porto Alegre, de Jorge Murad, o genro de José Sarney.
Se tudo der certo, a árvore genealógica do lulo-sarneyzismo vai ficar assim: Lula nomeia a afilhada de José Sarney, ela muda a lei para favorecer o sócio do marido da filha de José Sarney, cuja empresa bancou o filho de Lula, que assina a lei.
Eu disse certa vez que o desejo de Lula era se transformar num José Sarney. Na verdade, ele foi muito mais longe do que isso: transformou-se num parente. Um parente político e empresarial. Os herdeiros das antigas dinastias européias se uniam em casamento. Os herdeiros das atuais dinastias políticas brasileiras se unem em empresas cotadas na bolsa de Nova York. De um lado, o rei de Garanhuns. Do outro, o rei do Amapá. No meio dos dois, o ducado tucano do Ceará.
De uns tempos para cá, sempre que eu denuncio alguma estranheza, os leitores reagem repetindo o mesmo mantra:
- Isso não vai dar em nada.
A estranheza denunciada neste podcast se refere à parceria entre o dono da Oi e os familiares de José Sarney, que cria mais um conflito de interesse na Anatel, como se não bastasse a empresa do filho de Lula. Qual será o resultado prático dessa denúncia? Nenhum. A afilhada de José Sarney será aprovada pelo Senado. A Anatel mudará a lei para permitir a venda da Brasil Telecom à Oi. O BNDES financiará o negócio. Carlos Jereissati controlará a companhia tendo menos de 3% de seu capital. Daniel Dantas aumentará seu rebanho de gado no Pará.
Mas é assim que funciona a imprensa. Quem tem o papel de julgar os políticos é a magistratura. Quem tem o papel de mudá-los é o eleitor. A imprensa pode somente noticiar e comentar os fatos. É pouco? Claro que é pouco. É melhor gastar seu tempo comigo ou com Tolstói? Claro que é melhor gastá-lo com Tolstói. A escolha para o jornalista diante de uma notícia é muito simples: consiste em publicá-la ou sonegá-la. Publicá-la nunca dá em nada. Sonegá-la sempre dá em algo ainda pior.
(VEJA-Diogo Mainardi-17 de junho de 2008)
Olhe só que farra:
- Uma afilhada de José Sarney está para ser indicada por Lula à Anatel.
- A Anatel está mudando a lei para beneficiar a Oi, que comprou a empresa do filho de Lula.
- Um dos donos da Oi, Carlos Jereissati, é sócio no shopping-center Praia de Belas, em Porto Alegre, de Jorge Murad, o genro de José Sarney.
Se tudo der certo, a árvore genealógica do lulo-sarneyzismo vai ficar assim: Lula nomeia a afilhada de José Sarney, ela muda a lei para favorecer o sócio do marido da filha de José Sarney, cuja empresa bancou o filho de Lula, que assina a lei.
Eu disse certa vez que o desejo de Lula era se transformar num José Sarney. Na verdade, ele foi muito mais longe do que isso: transformou-se num parente. Um parente político e empresarial. Os herdeiros das antigas dinastias européias se uniam em casamento. Os herdeiros das atuais dinastias políticas brasileiras se unem em empresas cotadas na bolsa de Nova York. De um lado, o rei de Garanhuns. Do outro, o rei do Amapá. No meio dos dois, o ducado tucano do Ceará.
De uns tempos para cá, sempre que eu denuncio alguma estranheza, os leitores reagem repetindo o mesmo mantra:
- Isso não vai dar em nada.
A estranheza denunciada neste podcast se refere à parceria entre o dono da Oi e os familiares de José Sarney, que cria mais um conflito de interesse na Anatel, como se não bastasse a empresa do filho de Lula. Qual será o resultado prático dessa denúncia? Nenhum. A afilhada de José Sarney será aprovada pelo Senado. A Anatel mudará a lei para permitir a venda da Brasil Telecom à Oi. O BNDES financiará o negócio. Carlos Jereissati controlará a companhia tendo menos de 3% de seu capital. Daniel Dantas aumentará seu rebanho de gado no Pará.
Mas é assim que funciona a imprensa. Quem tem o papel de julgar os políticos é a magistratura. Quem tem o papel de mudá-los é o eleitor. A imprensa pode somente noticiar e comentar os fatos. É pouco? Claro que é pouco. É melhor gastar seu tempo comigo ou com Tolstói? Claro que é melhor gastá-lo com Tolstói. A escolha para o jornalista diante de uma notícia é muito simples: consiste em publicá-la ou sonegá-la. Publicá-la nunca dá em nada. Sonegá-la sempre dá em algo ainda pior.
(VEJA-Diogo Mainardi-17 de junho de 2008)
Educação é tudo
.
Educação
Propaganda é algo que chama a atenção pela sua gravura, fundo e outros apelos visuais, mas a Fundação Roberto Marinho lançou mão de um estilo diferente e fez publicar na revista Veja (22 de março de 2000) um texto bastante interessante intitulado Educação é tudo, que pelo conteúdo vale a pena ser bastante divulgado, portanto o transcrevo a seguir:
…" Se você leu até aqui, continue.
Por educação.
Porque educação é a única maneira de todos nós continuarmos.
Educação é tudo na vida.
Quando você diz bom dia é Educação.
Quando você aprende a ler ou a voar é Educação.
Quando você planta uma árvore ou deixa de jogar poluentes nos rios e mares, é Educação.
Quando você passa por um museu, um teatro, uma igreja ou um lugar histórico e entende o que isto significa, é Educação.
Educação é o maior patrimônio de um ser humano.
Porque Educação não é só aprender a ler e escrever.
Educação é você aprendendo o seu próprio país e o mundo.
E, nesse processo, aprendendo sobre você mesmo.
Muito mais: Educação são todos aprendendo sobre todos.
Educação é 165 milhões perguntando quem somos e para onde vamos. E descobrindo a magia e o poder das respostas.
E quando cada ser humano nasce, é como se uma biblioteca inteira começasse a ser construída.
Um processo que não termina nunca mais.
E que se chama futuro."
(Nilza Teresa Rotter Pelá)
Este texto resgata uma visão humanista da educação, indicando um processo que se afasta da origem latina da palavra educar - educare - cujo significado é conduzir. Isto envolve uma bipolaridade: aquele que conduz e aquele que é conduzido, colocando em um o domínio e no outro a submissão, não foi isto que presenciamos a poucos dia na África quando novamente nos deparamos com o processo de suicídio coletivo? Esses nossos pobres irmãos influenciados por alguém igualmente infeliz e com grande capacidade de persuasão conduziu um grupo a um procedimento danoso para todos.
Educar não é formular prescrições comportamentais em geral enunciadas no imperativo: não fume, não deixe água nos vasos, faça exame preventivo, não prejudique seu próximo, dentre muitas outras.
Educar na visão participativa consiste em prover os indivíduos de informações significativas que possam ser vistas, sentidas e utilizadas como elementos para a tomada autônoma de decisões.
No texto acima transcrito temos a afirmação: " Porque Educação é a única maneira de nós todos continuarmos", lembrando que o viver bem em sociedade só é possível quando todos forem educados; esta idéia já foi objeto de análise por Kardec há quase cento cinqüenta anos com a afirmação "A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo; mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, terá sempre a intermitência e, durante esses intervalos, o trabalhador não deve viver menos. Há um elemento que, comumente, não entra na balança e sem o qual a ciência econômica não é mais que uma teoria: a educação." (questão 685 O Livro dos Espíritos) Kardec em vários trechos de seus escritos, sobretudo em a Revista Espírita, deixa claro que todos necessitamos aprender a "Deduzir conseqüências". Quando assim conseguimos pensar estaremos aptos a tomada de decisão responsáveis que beneficie a nós e o nosso próximo.
(Fonte: www.espirito.org.br)
Educação
Propaganda é algo que chama a atenção pela sua gravura, fundo e outros apelos visuais, mas a Fundação Roberto Marinho lançou mão de um estilo diferente e fez publicar na revista Veja (22 de março de 2000) um texto bastante interessante intitulado Educação é tudo, que pelo conteúdo vale a pena ser bastante divulgado, portanto o transcrevo a seguir:
…" Se você leu até aqui, continue.
Por educação.
Porque educação é a única maneira de todos nós continuarmos.
Educação é tudo na vida.
Quando você diz bom dia é Educação.
Quando você aprende a ler ou a voar é Educação.
Quando você planta uma árvore ou deixa de jogar poluentes nos rios e mares, é Educação.
Quando você passa por um museu, um teatro, uma igreja ou um lugar histórico e entende o que isto significa, é Educação.
Educação é o maior patrimônio de um ser humano.
Porque Educação não é só aprender a ler e escrever.
Educação é você aprendendo o seu próprio país e o mundo.
E, nesse processo, aprendendo sobre você mesmo.
Muito mais: Educação são todos aprendendo sobre todos.
Educação é 165 milhões perguntando quem somos e para onde vamos. E descobrindo a magia e o poder das respostas.
E quando cada ser humano nasce, é como se uma biblioteca inteira começasse a ser construída.
Um processo que não termina nunca mais.
E que se chama futuro."
(Nilza Teresa Rotter Pelá)
Este texto resgata uma visão humanista da educação, indicando um processo que se afasta da origem latina da palavra educar - educare - cujo significado é conduzir. Isto envolve uma bipolaridade: aquele que conduz e aquele que é conduzido, colocando em um o domínio e no outro a submissão, não foi isto que presenciamos a poucos dia na África quando novamente nos deparamos com o processo de suicídio coletivo? Esses nossos pobres irmãos influenciados por alguém igualmente infeliz e com grande capacidade de persuasão conduziu um grupo a um procedimento danoso para todos.
Educar não é formular prescrições comportamentais em geral enunciadas no imperativo: não fume, não deixe água nos vasos, faça exame preventivo, não prejudique seu próximo, dentre muitas outras.
Educar na visão participativa consiste em prover os indivíduos de informações significativas que possam ser vistas, sentidas e utilizadas como elementos para a tomada autônoma de decisões.
No texto acima transcrito temos a afirmação: " Porque Educação é a única maneira de nós todos continuarmos", lembrando que o viver bem em sociedade só é possível quando todos forem educados; esta idéia já foi objeto de análise por Kardec há quase cento cinqüenta anos com a afirmação "A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo; mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, terá sempre a intermitência e, durante esses intervalos, o trabalhador não deve viver menos. Há um elemento que, comumente, não entra na balança e sem o qual a ciência econômica não é mais que uma teoria: a educação." (questão 685 O Livro dos Espíritos) Kardec em vários trechos de seus escritos, sobretudo em a Revista Espírita, deixa claro que todos necessitamos aprender a "Deduzir conseqüências". Quando assim conseguimos pensar estaremos aptos a tomada de decisão responsáveis que beneficie a nós e o nosso próximo.
(Fonte: www.espirito.org.br)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
E a Vida Continua
.
e a vida continua,
e a vida continua...
esse é um dito que todo mundo proclama
o consolo dos aflitos
e a desilusao de quem ama
os sonhos nos acalentam
os sonhos nos alimentam
coisas que no mundo não tem
e outro dia vém chegando
e a gente sempre esperando
aquilo que nunca vém
e o que passou foi embora
e o que vém não se sabe
sozinho a gente chora...
(Paulinho da Viola)
e a vida continua,
e a vida continua...
esse é um dito que todo mundo proclama
o consolo dos aflitos
e a desilusao de quem ama
os sonhos nos acalentam
os sonhos nos alimentam
coisas que no mundo não tem
e outro dia vém chegando
e a gente sempre esperando
aquilo que nunca vém
e o que passou foi embora
e o que vém não se sabe
sozinho a gente chora...
(Paulinho da Viola)
Gente Fina
.
Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões, quando necessário.
É simpática, mas não bobalhona.
É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.
Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.
Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera.
O que mais se pode querer?
Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
Gente fina é que tinha que virar tendência.
Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.
(MARTHA MEDEIROS)
Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões, quando necessário.
É simpática, mas não bobalhona.
É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.
Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.
Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera.
O que mais se pode querer?
Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
Gente fina é que tinha que virar tendência.
Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.
(MARTHA MEDEIROS)
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Quando tudo perde o sentido.
.
Hoje, após achar que nada mais me abalaria e que eu já havia provado todas as dores da vida, desmoronei.
Estava voltando de São Roque, me preparando para ir para Fortaleza conhecer minha neta que nasceu há quinze dias, quando meu celular tocou pela primeira vez.
Não atendi por estar dirigindo, na estrada, mas quando tocou pela segunda vez senti que deveria ser alguém que realmente tinha urgência em falar comigo.
Ao ver no celular o telefone residencial do meu filho, senti imediatamente que algo muito grave havia acontecido.
Parei imediatamente o carro no acostamento e liguei para o celular do meu filho. Quando Marcelo atendeu, pela sua voz, mesmo antes de receber a notícia, percebi que eu estava certa.
A notícia não podia ser pior.
Ele me disse, aparentando calma, mas nitidamente em choque:
- Mãe, a notícia é muito triste... A Carolina morreu.
Minha neta, a quem eu já amava mesmo antes de conhecer, havia acabado de falecer.
Senti o mundo girar e está girando até agora.
A dor é tão grande que tudo o mais perdeu o sentido.
Hoje, após achar que nada mais me abalaria e que eu já havia provado todas as dores da vida, desmoronei.
Estava voltando de São Roque, me preparando para ir para Fortaleza conhecer minha neta que nasceu há quinze dias, quando meu celular tocou pela primeira vez.
Não atendi por estar dirigindo, na estrada, mas quando tocou pela segunda vez senti que deveria ser alguém que realmente tinha urgência em falar comigo.
Ao ver no celular o telefone residencial do meu filho, senti imediatamente que algo muito grave havia acontecido.
Parei imediatamente o carro no acostamento e liguei para o celular do meu filho. Quando Marcelo atendeu, pela sua voz, mesmo antes de receber a notícia, percebi que eu estava certa.
A notícia não podia ser pior.
Ele me disse, aparentando calma, mas nitidamente em choque:
- Mãe, a notícia é muito triste... A Carolina morreu.
Minha neta, a quem eu já amava mesmo antes de conhecer, havia acabado de falecer.
Senti o mundo girar e está girando até agora.
A dor é tão grande que tudo o mais perdeu o sentido.
terça-feira, 2 de junho de 2009
É o fim do mundo
.
"Se a menininha da televisão puder voltar a ser criança, os bugios forem deixados em paz, os gordinhos não se sentirem os últimos da face da Terra, quem sabe o fim do mundo ainda demore um pouco para chegar"
Fui uma das primeiras meninas a usar calças jeans na minha pequena cidade. Uma de minhas avós, luterana fervorosa, embora fosse uma mulher culta, exclamou: "Isso é o fim do mundo!". Nem o mundo acabou nem deixaram de acontecer coisas bem mais esquisitas, a me recordar aquele episódio, que na hora achei muito engraçado.
Lembro-me dessa expressão com certa frequência. Por exemplo, quando uma criança de 6 anos serviu de atração num programa de TV, eventualmente chorando de medo, nervosismo ou cansaço. Ninguém interveio logo. Se levassem a um programa desses, semana após semana, um filhote de cachorro para fazer gracinhas, as sociedades protetoras dos animais já estariam reclamando. (Quem cuida dos humanos?) Finalmente, uma promotora impediu a criança de exercer esse "trabalho". Parabéns – e que não haja recurso.
Lembro-me de minha avó espantada quando assisto ao sofrimento de mulheres magras, muito magras, constantemente lutando para perder mais uns gramas, olhos ávidos da eterna dieta, sorriso forçado de automutiladoras. Para alegria de quem sempre foi fora do esquadro, leio (eu já sabia) que alguns já arriscam dizer que se pode ser saudável e feliz com algum sobrepeso. Não precisamos nos odiar, mas ser naturais, ser quem nos fez a mãe natureza. Porém, a nova onda é a gente se torturar, por falta ou excesso: a bunda pequena, o nariz grande, a barriga balofa, os peitos caídos, os bíceps insuficientes (o ralo QI não preocupa tanto). Aí nos matamos de fome, ou ostentamos um novo nariz estranho à estrutura do rosto em que foi metido, damos uma lipinho de presente de 14 anos a nossa filha. Nós mal conseguimos falar, com uma boca ginecológica, nada sensual. Um terço do nosso dia transcorremos suando e sofrendo muito além do recomendado em academias: não para ser saudáveis, mas para estar em forma, enquanto a alma passa uma fome danada e o tempo passa, a vida encolhe, nós nos desperdiçamos perseguindo modelos impossíveis e burros.
Minha avó acharia que o mundo está por acabar diante da confusão entre pessoa pública e propriedade do público: agora o normal é querer que o outro baixe até as calças da alma e mostre as feridas. Algumas chamadas celebridades parecem forçadas a anunciar o que fazem na cama, e com quem. Elas nem são "vistas" na rua, são "flagradas": o seu mero existir já é suspeito.
O mundo vai acabar, diria minha severa avó luterana, vendo que a política se troca por politicagem, o jogo de interesses infinitamente acima do bem do povo, a calúnia como ferramenta geral. Gente atirada como bicho (bicho, não, aí viria a defesa dos animais!) em pseudo-hospitais é fato menos comentado do que mosquitos, que podem trazer febre amarela (por isso pessoas assustadas e ignorantes matam saudáveis bugios no interior). Meu amigo atropelou um simpático tatu e quase pegou cadeia; se matasse uma pessoa, sendo réu primário aguardaria em liberdade. Viva o tatu. Abaixo as pessoas. Também se comenta que moradores de rua e pseudocolonos vão ganhar Bolsa Família. Quem ainda vai querer pegar na enxada ou lavar o chão de uma casinha?
O mais novo anúncio do fim do mundo pode ser a recomendação de fazermos xixi no banho. É questão ambiental? Enquanto for só xixi que nos recomendam, estamos salvos. Sou a favor de um ambientalismo sensato, que harmonize o convívio entre natureza e humanos, não dê mais atenção a baleias do que a crianças e aceite o progresso, fomente a educação e a higiene. A gente passa anos ensinando aos filhos: não façam xixi no banho nem na piscina. Xixi no chuveiro (e na banheira também?), sinto muito: aqui em casa, não.
Nesse cenário de absurdos, às vezes falta o botão para trocar de canal. Mas, se a menininha da televisão puder voltar a ser criança, os bugios da minha mata forem deixados em paz, os gordinhos não se sentirem os últimos da face da Terra, a gente não for multada por fazer xixi no vaso, quem sabe o fim do mundo ainda demore um pouco para chegar.
(Lya Luft - VEJA Edição 2115)
"Se a menininha da televisão puder voltar a ser criança, os bugios forem deixados em paz, os gordinhos não se sentirem os últimos da face da Terra, quem sabe o fim do mundo ainda demore um pouco para chegar"
Fui uma das primeiras meninas a usar calças jeans na minha pequena cidade. Uma de minhas avós, luterana fervorosa, embora fosse uma mulher culta, exclamou: "Isso é o fim do mundo!". Nem o mundo acabou nem deixaram de acontecer coisas bem mais esquisitas, a me recordar aquele episódio, que na hora achei muito engraçado.
Lembro-me dessa expressão com certa frequência. Por exemplo, quando uma criança de 6 anos serviu de atração num programa de TV, eventualmente chorando de medo, nervosismo ou cansaço. Ninguém interveio logo. Se levassem a um programa desses, semana após semana, um filhote de cachorro para fazer gracinhas, as sociedades protetoras dos animais já estariam reclamando. (Quem cuida dos humanos?) Finalmente, uma promotora impediu a criança de exercer esse "trabalho". Parabéns – e que não haja recurso.
Lembro-me de minha avó espantada quando assisto ao sofrimento de mulheres magras, muito magras, constantemente lutando para perder mais uns gramas, olhos ávidos da eterna dieta, sorriso forçado de automutiladoras. Para alegria de quem sempre foi fora do esquadro, leio (eu já sabia) que alguns já arriscam dizer que se pode ser saudável e feliz com algum sobrepeso. Não precisamos nos odiar, mas ser naturais, ser quem nos fez a mãe natureza. Porém, a nova onda é a gente se torturar, por falta ou excesso: a bunda pequena, o nariz grande, a barriga balofa, os peitos caídos, os bíceps insuficientes (o ralo QI não preocupa tanto). Aí nos matamos de fome, ou ostentamos um novo nariz estranho à estrutura do rosto em que foi metido, damos uma lipinho de presente de 14 anos a nossa filha. Nós mal conseguimos falar, com uma boca ginecológica, nada sensual. Um terço do nosso dia transcorremos suando e sofrendo muito além do recomendado em academias: não para ser saudáveis, mas para estar em forma, enquanto a alma passa uma fome danada e o tempo passa, a vida encolhe, nós nos desperdiçamos perseguindo modelos impossíveis e burros.
Minha avó acharia que o mundo está por acabar diante da confusão entre pessoa pública e propriedade do público: agora o normal é querer que o outro baixe até as calças da alma e mostre as feridas. Algumas chamadas celebridades parecem forçadas a anunciar o que fazem na cama, e com quem. Elas nem são "vistas" na rua, são "flagradas": o seu mero existir já é suspeito.
O mundo vai acabar, diria minha severa avó luterana, vendo que a política se troca por politicagem, o jogo de interesses infinitamente acima do bem do povo, a calúnia como ferramenta geral. Gente atirada como bicho (bicho, não, aí viria a defesa dos animais!) em pseudo-hospitais é fato menos comentado do que mosquitos, que podem trazer febre amarela (por isso pessoas assustadas e ignorantes matam saudáveis bugios no interior). Meu amigo atropelou um simpático tatu e quase pegou cadeia; se matasse uma pessoa, sendo réu primário aguardaria em liberdade. Viva o tatu. Abaixo as pessoas. Também se comenta que moradores de rua e pseudocolonos vão ganhar Bolsa Família. Quem ainda vai querer pegar na enxada ou lavar o chão de uma casinha?
O mais novo anúncio do fim do mundo pode ser a recomendação de fazermos xixi no banho. É questão ambiental? Enquanto for só xixi que nos recomendam, estamos salvos. Sou a favor de um ambientalismo sensato, que harmonize o convívio entre natureza e humanos, não dê mais atenção a baleias do que a crianças e aceite o progresso, fomente a educação e a higiene. A gente passa anos ensinando aos filhos: não façam xixi no banho nem na piscina. Xixi no chuveiro (e na banheira também?), sinto muito: aqui em casa, não.
Nesse cenário de absurdos, às vezes falta o botão para trocar de canal. Mas, se a menininha da televisão puder voltar a ser criança, os bugios da minha mata forem deixados em paz, os gordinhos não se sentirem os últimos da face da Terra, a gente não for multada por fazer xixi no vaso, quem sabe o fim do mundo ainda demore um pouco para chegar.
(Lya Luft - VEJA Edição 2115)
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