Rio…
CIDADE SUBMERSA
A Lagoa Rodrigo de Freitas subiu quase 1,5 metro acima do nível normal e a água invadiu pistas e calçadas:a semana de caos
…do descaso,
da demagogia,
do populismo
da demagogia,
do populismo
A maior tempestade da história do estado causa centenas de mortes nas favelas e expõe o lado sombrio da política deincentivos à ocupação ilegal de áreas de risco nos morros.
A tempestade que se abateu sobre o Rio de Janeiro na madrugada da última terça-feira, com fúria e persistência recordes, escancarou a gravidade de um problema há décadas negligenciado: o incentivo oficial para a ocupação de encostas. Não fosse o risco de vida embutido, a “indústria da favelização” poderia até ser vista como um programa social. Não é. Os falsos beneméritos dão ajuda material a famílias inteiras para que se instalem em áreas de alto risco em troca do voto delas nas eleições. Quando ocorrem tragédias como a da semana passada, eles fingem que o problema não é com eles. O último levantamento oficial mostra que em 119 favelas, de sete municípios do estado, ocorreram 197 das 219 mortes registradas até agora. Ao testemunhar o desabamento de dezenas de casebres e a morte de vizinhos no Morro dos Prazeres, na Zona Sul da cidade e um dos mais atingidos pelas chuvas, José Ferreira, 60 anos, resumiu: “Parecia um tobogã”. O padrão se repetiu em diversos pontos. Um após o outro, os morros foram lavados pela força das águas da chuva, perdendo sua fina cobertura de terra onde foram plantados os barracos irregulares não apenas com a complacência das autoridades mas com sua ajuda. Diz o sociólogo Bolívar Lamounier: “O fenômeno da favelização no Rio é consequência do relaxamento moral e jurídico”.
A VIDA NO PRECIPÍCIO
Os alagamentos no subúrbio do Rio (acima à esq.), a destruição de casas na Zona Sul (no centro) e carros empilhados no Maracanã (à esq.) foram cenas comuns na semana passada, mas nada se equiparou à tragédia nos morros: em favelas como a do Caramujo, em Niterói (ao lado), barracos desmoronaram.
Décadas de irresponsabilidade e demagogia por parte de governantes foram determinantes para explicar o acelerado inchaço das favelas do Rio de Janeiro. Desde 1950, quando levas de nordestinos aportaram na cidade, a população nos morros cresceu a um ritmo de quatro vezes a do Rio como um todo - velocidade impressionante.
Outras grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Brasília, também viram o surgimento de barracos, mas em nenhum outro lugar do país o populismo foi tão decisivo para que as favelas tomassem as dimensões de hoje. Nos anos 80, o governador Leonel Brizola chegou a incentivar abertamente a ocupação dos morros. Ali, fincava seus currais eleitorais, proibindo até, pasme-se, a entrada da polícia, um aval para o banditismo. “Favela não é problema, é solução”, pregava o então vice-governador, Darcy Ribeiro.
A coisa ganhou uma escala tal que agora existe uma bancada fluminense a serviço da favelização. Nada menos que treze dos 51 integrantes da Câmara de Vereadores e 21 dos setenta deputados mantêm centros sociais em favelas.
A VIDA NO PRECIPÍCIO
Os alagamentos no subúrbio do Rio (acima à esq.), a destruição de casas na Zona
Sul (no centro) e carros empilhados no Maracanã (à esq.) foram cenas comuns na
semana passada, mas nada se equiparou à tragédia nos morros: em favelas
como a do Caramujo, em Niterói (ao lado), barracos desmoronaram
Os alagamentos no subúrbio do Rio (acima à esq.), a destruição de casas na Zona
Sul (no centro) e carros empilhados no Maracanã (à esq.) foram cenas comuns na
semana passada, mas nada se equiparou à tragédia nos morros: em favelas
como a do Caramujo, em Niterói (ao lado), barracos desmoronaram
(Ronaldo França, Ronaldo Soares e Roberta de Abreu Lima - Fonte: Veja)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo.