sábado, 30 de abril de 2011

O Plano Brasil 2022

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Pensar estrategicamente o futuro do País, fixando metas para o ano de 2022, quando o Brasil comemora o bicentenário de sua independência. 

Essa foi a encomenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, quando este assumiu o cargo, em outubro de 2009.

A elaboração do Plano Brasil 2022 envolveu grupos de trabalho formados por técnicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), representantes de todos os Ministérios, da Casa Civil e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os Grupos de Trabalho, a partir dos planos e programas de cada Ministério, elaboraram textos preparatórios, um para cada Ministério agrupados nos setores Economia, Sociedade, Infraestrutura e Estado. Cada texto tem a seguinte estrutura:

  • importância estratégica da área;
  • principais avanços recentes;
  • metas e ações.
Foram recebidas numerosas sugestões, comentários e críticas relativos aos textos em um processo já encerrado de consulta.

A partir desses textos e dos comentários recebidos foram definidas as Metas do Centenário. Assim, o Plano terá quatro capítulos:

Delúbio voltou!

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Brasileiros fechem as portas, ponham guizos: Delúbio Soares, bandido ex-tesoureiro do PT, foi recebido de volta após farsa da expulsão na crise do mensalão de Lula & Cia.

Pasmem todos. A cúpula asquerosa do PT, (Partido Trambiqueiro), “julgou”, “absolveu” e recebeu de braços abertos o poderoso marginal que antes havia sido expulso num cenário de carochinha visando unicamente a mudar o foco da opinião pública por ocasião da crise do mensalão de Lula e “cumpanheros”. Agora volta com honras petistas.

 

 A corja mãe está se recompondo. José Dirceu, raposa astuta sem concorrente, muito em breve voltará a tomar conta do galinheiro, como José Genoíno e Antonio Palocci já fazem.

 

 Os partidos oposicionistas trataram Lula e seus asseclas com luva de pelica durante os oito anos dos desmandos petismo-lulismo. Tem muita coisa errada. Talvez muito rabo preso para que a mamata tenha se mantido sem perdas severas; apenas alguns constrangimentos que foram superados logo que a grande mídia se calou, não foram suficientes para mudar o rumo da roubalheira política generalizada que assola nosso país.

 

Com a volta ao status anterior formando na linha de frente Delúbio, Palocci, Genoíno e José Dirceu, a parca defesa brasileira estará irremediavelmente perdida. Nem a magistral seleção de 70 conseguiria detê-la.

 

 Deus nos acuda!

 

 

 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre o desarmamento

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Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que NÃO lhe cabe desarmar cidadãos de bem.
Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:
· Voto facultativo? SIM!
· Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!
· Reduzir pela metade os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!
· Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!
· Reduzir os 37 Ministérios para 12? SIM!
· Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!
· Fidelidade partidária absoluta? SIM!
· Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!
· Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
· Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!
· Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!
· Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM!
· Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um terço? SIM!
· Voto em lista fechada? NÃO!
· Financiamento público das campanhas? NÃO!
· Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
· Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM!

Um BASTA! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!

Por Gil Cordeiro Dias Ferreira

(Carta publicada no Globo)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Só de passagem ...

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Conta-se que, no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egipto, com o objetivo de visitar um famoso sábio.

O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.

- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.

E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:

- E onde estão os seus...?

- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.

- Mas estou aqui só de passagem!

- Eu também... - concluiu o sábio.





 

"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes."


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"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA..."

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Tom & Jerry - Cat Concerto

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Desenho animado ganhador do Oscar 1946


(http://www.youtube.com/watch?v=QbxArVlS5tU&feature=player_embedded)

domingo, 24 de abril de 2011

A Tese de Gurdjieff

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George Ivanovich Gurdjieff
14/01/1866(?) (Alexandropol / Império Russo) - 29/10/1949 (Neuilly-sur-Seine / França) 



Tese de um pensador russo que no início do século passado já falava em auto-ajuda. Ele dizia que o importante para se ter uma boa vida é saber o que queremos para nós e o que realmente vale a pena. Ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Quem assimilar pelo menos 10 delas, aprendeu a viver com qualidade. 

São elas:

1) Faça pausas de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho diário.

2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado. Agradar a todos é um desgaste enorme!

3)Planeje o dias mas seja flexível. Algumas coisas acontecem fora do nosso alcance.

4) Faça uma tarefa de cada vez.

5) Não pense que você é insubstituível. Tudo pode andar mesmo sem a sua atuação.

6) Você não é uma fonte de desejos, então abre mão de ser responsável pelos prazer dos outros.

7) Peça ajuda se necessário.

8) Diferencie problemas reais de imaginários. Nem tudo é realmente gravecomo parece ser.

9) Tenha prazer no cotidiano como dormir,comer, respirar.

10) Espere uma pessoa se acalmar para depois retomar o diálogo e a ação.

11) A sua família não é a sua própria identidade. Aprenda a se ver como indivíduo e não no coletivo. Você pode ser diferente, não precisa ser igual.

12) Entenda que princípios e convicções podem ser mudados. Dê espaço para aprender coisas novas.

13) Procure alguém que esteja perto para desabafar. Um vizinho pode ser de mais ajuda do que um amigo ou parente longe.

14) Saiba quando é hora de sair de cena discretamente. 

15) Não queira saber se falar mal de você. Concentre-se no bem que falaram mas sem convencimento.

16) A vida não é uma competição. Assim você perde o melhor.

17) Rigidez e firmeza são duas coisas diferentes. Uma é defeito, a outra, qualidade.

18) Se perder o sono, não se preocupe. 1 hora de prazer substitui 3 horas de sono. Divirta-se.

19) Intenção, inocência e fé são suas melhores amigas.

20) Lembre-se: Você pode ser o que decidir ser.

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Quem paga o pato da incompetência petista? A legalidade!

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Quando o governo brasileiro se comprometeu a fazer as obras para a Copa do Mundo e para os Olimpíadas, conhecia a legislação a que estão subordinados os empreendimentos públicos, inclusive aquela que diz respeito à fiscalização.

Por incúria, atrapalhação, inexperiência, falta de clareza etc, está tudo atrasado. E qual é a idéia genial do PT? Afrouxar a fiscalização!

Voltemos um pouquinho no tempo. Desde o seu primeiro dia na Presidência, Lula reclamou das instituições que, de algum modo, servem para pôr freio no Executivo. Nada escapou: Judiciário, Ministério Público, TCU… A imprensa, ao menos aquela que cumpre a sua função e vigia o poder, também tomou suas bordoadas.

Dilma é considerada o petismo de arestas aparadas. A proposta de se botar a lei de lado em nome da Copa do Mundo e da Olimpíada revela mais do que uma escolha conjuntural: revela uma natureza. São quem são. Não aprendem nada. Não esquecem nada. O que a experiência lhes tem dado é um senso mais refinado de representação e teatralidade.

Pensem bem: é um escândalo em sua própria natureza sugerir que o país não pode ser governado com as leis que tem — leis sob as quais eles próprios foram eleitos e com as quais vigiaram os governantes que os antecederam.


(Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Convite de Casamento

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O que eu posso te dizer, Joana? Desculpa? Foi mal? Insistir que você é uma amiga querida? Que eu te adoro? Mas de que adianta, agora que o casamento já passou e você não foi convidada?

Joana, você não sabe a confusão que é organizar um casamento. Se eu fizesse tudo de novo, além de uma wedding planner, teria contratado um diplomata, um egresso do Itamarati, formado em acordos e desacordos comerciais em Davos, Doha e Washington, só para administrar as complexas relações envolvidas na produção da festa. Nas mãos do meu private Barão do Rio Branco, jogaria a mais espinhosa das tarefas: a elaboração da lista. Ah, Joana, o coração é grande, mas a grana é curta, as famílias são numerosas e como vamos espremer todo mundo debaixo do mesmo toldo, com o preço do metro quadrado?!

Eu tinha cá pra mim que o casamento era uma celebração para a qual você chamava as pessoas mais queridas que havia trombado durante a vida. Mais ou menos como um final de novela, em que todos os núcleos se encontram e brindam, numa grande festa. Antes de chegar nas escolhas afetivas, contudo, tem a lista obrigatória. As famílias, dos dois lados: tios, tias, primos, primas. Sem contar os maridos, esposas, namorados e namoradas, de todo mundo. (E hoje em dia, você não acredita, Joana, até primo de onze anos tem namorada). Só aí, minha cara, já foram quase 60% dos bem-casados. Depois, vem o pessoal do trabalho. E o pessoal do trabalho antigo. Quando você vai ver, sobraram 20 convites para os amigos e uns 30 abacaxis no seu colo. Quem é mais importante? O Pedro, que foi meu melhor amigo da primeira à oitava série, mas que hoje vejo muito pouco? Ou o Marcos, que conheço há apenas seis meses, mas em cuja casa jantei na penúltima quinta? E como fazer para chamar só três do futebol, que eu jogo toda a quarta-feira? Se convidar um, tem que convidar os 11, que são 22, com as esposas, e 29, com os filhos. Não dá pra convidar algumas pessoas e pedir sigilo absoluto: dizer, “ó, queridão, vou casar escondido em janeiro, ninguém tá sabendo, por favor, não espalhe. Seria ridículo e, pior, inútil.

Joana, veja a que ponto cheguei: um mês antes da festa, ao saber que o relacionamento de um casal de amigos não ia muito bem, peguei-me torcendo para o divórcio. Assim, não precisaria convidar o marido, de quem nunca havia sido muito próximo, e teria mais uma cadeira vaga, para ser preenchida por alguém que eu escolhesse. (Alguém solteiro, evidentemente, posto que apenas um lugar teria sido liberado).

Se isso serve de consolo, te digo que seu nome sobreviveu, incólume, a três carnificinas. E foi só no último corte da lista – quando um tio-avô de Pelotas resolveu convidar-se, trazendo com ele a tia avó, seis filhos e uma primaiada sem fim – que você saiu. Pois, Joana, por mais querida que você seja, há de entender: é uma amiga avulsa. Nós nos conhecemos naquele acampamento Carroção, em 1987. Era melhor tirar você do que partir uma turma ao meio, do que separar maridos e esposas, pais e filhos, laterais de centroavantes, compreende? Não, talvez você não compreenda. Que que eu posso fazer?

Ah, Joana, se eu casasse de novo, desistia de chamar a turma do futebol, nunca mais aparecia para jogar e chamava você. Pronto. Mas agora é tarde, Inês é morta, ou melhor, ficou de fora da festa. Espero que, como reparação, você aceite esta crônica e o convite antecipado para as bodas de prata, a realizarem-se em junho de 2035, em local ainda a definir. Pode levar seu marido, seus futuros filhos e netos, caso os tenha, e mais meia dúzia de amigos à sua escolha. Desculpa, Joana. Foi mal. Você é uma amiga querida e eu te adoro. Que mais posso te dizer? 

(Antonio Prata - Fonte: http://antonioprata.folha.blog.uol.com.br)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Gente que mente (2)

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O grande problema do PT é a desonestidade, e não falo só da corrupção desenfreada: pior é o uso sistemático da mentira como arma política


Vou andar com uma cópia do artigo que o senador Walter Pinheiro publicou aqui contra Fernando Henrique Cardoso ("O príncipe e o povo", 17/4/2011). Vai ser útil quando me perguntarem qual é, afinal, o problema do PT.

O grande problema é a desonestidade. Não falo só da corrupção desenfreada. Pior que isso, para mim, é a desonestidade intelectual: o uso sistemático da mentira como arma política. Este é o pecado original que inspira outros pecados do PT, idiotiza seus quadros, polui sua relação com os aliados, azeda o diálogo com adversários e o indispõe com a liberdade de imprensa.

O ataque do senador petista escancara esse problema. A leitura deturpada de um artigo de FHC ("O papel da oposição", reproduzido pela Folha.com em 13/4/2011) foi o pretexto do senador para martelar numa velha tecla: FHC não tem "sentimento de povo"!
O PT repete baboseiras como essa desde que escolheu FHC como inimigo. A escolha, como se sabe, deu-se em 1993. FHC pediu apoio ao PT para o Plano Real.


Em troca, o PSDB poderia apoiar Lula para presidente em 1994, como apoiara em 1989. O PT preferiu apostar contra o real. O plano deu certo, o PSDB lançou FHC para presidente e ele derrotou Lula no primeiro turno. Imperdoável!


Um erro leva a outros. Do Fundo Social de Emergência à Lei de Responsabilidade Fiscal, o PT se opôs a tudo que representou consolidação da estabilidade e modernização da economia no governo FHC.


Como se opôs a tudo que representou inovação das políticas sociais, do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) à Bolsa Escola, que Lula chamou de "Bolsa Esmola".


A inconsistência das "bravatas" ficou clara quando Lula chegou ao governo e abraçou as políticas de FHC. Isso não impediu Lula de inventar a "herança maldita". Nem impede o PT de atacar a sua caricatura de Fernando Henrique com tanto mais fúria quanto menos evidentes ficam as diferenças de suas políticas com as do FHC real.


Walter Pinheiro levou esse expediente ao nível do grotesco. Segundo ele, no governo FHC o povo "comia uma vez a cada três dias". Só foi comer três vezes por dia no governo Lula. Supõe-se que o povo foi votar em 1998 de barriga vazia.


Na verdade, reelegeu FHC porque queria manter as conquistas do real. Nos oito anos antes de FHC, o valor real do salário mínimo, roído pela inflação, diminuiu 36%; o valor das aposentadorias do INSS maiores que o mínimo diminuiu 56%. Nos oito anos de FHC, o salário mínimo teve aumento real de 44% e as aposentadorias tiveram aumento real de 21%.


Como se o repertório de mentiras do PT não bastasse, o senador desenterrou uma lorota de Jânio Quadros. Com um toque pessoal: a "arguição" a que o senador se refere, sobre onde fica Sapopemba, nunca ocorreu, porque Jânio fugiu dos debates com FHC. A frase colou pelo jeito histriônico como Jânio pronunciou "Sa-po-pem-ba".
Se ele sabia chegar lá, esqueceu como prefeito. O PT também. As grandes obras da prefeitura petista de São Paulo foram dois túneis malfeitos ligando os bairros ricos das margens do rio Pinheiros. E as palmeiras imperiais na frente do Shopping Iguatemi. Fino "sentimento de povo", com efeito.




(Eduardo Graeff - Blog: www.eagora.org.br  - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2004201108.htm)

"O quinto dos infernos" ou Tiradentes morreu em vão

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 Um bom feriado para todos.


 

Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu  colonizador, Portugal.

Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da  produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O  Quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.

O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam ...
"O  Quinto dos Infernos". E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos  atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e  julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT,  a carga tributária brasileira deverá chegar ao final do ano de 2010 a 38% ou praticamente
2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que  significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para que?
Para sustentar a corrupção?? Os mensaleiros?? O Senado com  sua legião de "diretores", a festa das passagens, o bacanal  (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra  familiar nos 3 poderes (executivo/legislativo e judiciário).

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos"  para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o  dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a  metade dos impostos que pagamos atualmente!




(Recebido por email)

Trabalho degradante é encontrado no "Minha Casa" - Agora em Hortolândia/SP

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Obras tinham risco de queda e fiação irregular


Cerca de 300 trabalhadores foram encontrados ontem pelo Ministério do Trabalho em condições degradantes de trabalho em obras do programa federal Minha Casa, Minha Vida em Hortolândia (109 km de São Paulo).

Segundo o ministério, o empreendimento, que inclui 500 apartamentos em uma série de prédios, teve recursos da Caixa Econômica Federal. A obra foi parcialmente embargada para melhorias de segurança.


A Folha mostrou na semana passada a explosão de casos de trabalhadores em condições degradantes no interior de São Paulo. As obras do Minha Casa, Minha Vida são um dos focos do problema.
Os auditores do trabalho chegaram à obra pela manhã e constataram risco de queda no trabalho em andaimes e no acesso a escadas ou torre de caixa d'água.


Algumas instalações elétricas também estavam irregulares, com fiação exposta.


No alojamento, segundo os auditores, viviam cerca de 250 dos trabalhadores, mas o ambiente seria ideal para até 150 pessoas. Não foram divulgadas informações sobre as origem dos operários.


"Os quartos até tinham capacidade, mas a cozinha, o refeitório e o banheiro eram insuficientes, causando filas e superlotação", disse João Batista Amancio, auditor em Campinas.


De acordo com ele, o embargo parcial da obra é imediato e vale para as questões de segurança do trabalho, que devem ser resolvidas imediatamente.

NOVA INSPEÇÃO


Os fiscais farão uma nova inspeção no local, ainda sem data marcada, para avaliar a documentação do empreendimento e aplicar as multas.


A obra é gerenciada pelas empresas Faleiros e Múltipla, com as quais 25 trabalhadores têm vínculo direto. O restante é contratado por cerca de 30 empreiteiras.


Segundo o gerente-geral da obra, João Carlos Custódio, que responde pelas duas empresas, até segunda-feira serão realizados reforços nos andaimes, fechamento com tela nos locais de trabalho em altura e verificação das instalações elétricas com correção de fios expostos.


"No alojamento faremos ampliações dos ambientes de cozinha, cantina e banheiro, o que deve ficar pronto em 15 dias", afirmou.



(Marilia Rocha - http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2004201108.htm)

Não estás deprimido, estás distraído

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“NÃO ESTÁS DEPRIMIDO, ESTÁS DISTRAÍDO”



Não estás deprimido, estás distraído, distraído em relação à vida que te preenche. Distraído em relação à vida que te rodeia: Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.

Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando no mundo existem 5,6 milhões. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me, o que algo fundamental para viver.

Não cais no que caiu teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria aos noventa. Só para citar dois casos conhecidos.

Não estás deprimido, estás distraído, por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não podes ser dono de nada.  Além disso, a vida não te tira coisas, a vida te liberta de coisas. Te alivia para que voe mais alto, para que alcances a plenitude. Do útero ao túmulo, vivemos numa escola, por isso, o que chamas de problemas são lições. Não perdeste nada, aquele que morre simplesmente está adiantado em relação a nós, porque para lá vamos todos. Além disso, o melhor dele,  é o amor,segue em teu coração.
 
Quem poderia dizer que Jesus esta morto? Não existe a morte: existe mudança. E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, Michelangelo, Whitman, São Agostinho, a Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditavam que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.

Faz apenas o que amas e serás feliz e aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando deve chegar, porque o que deve ser será, e chegará naturalmente. Não faças nada por obrigação nem por compromisso, apenas por amor. Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível. E sem esforço, porque és movido pela força natural da vida, a que me levantou quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus te tornou responsável por um ser humano, e é tu mesmo. A ti deves fazer livre e feliz, depois poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros. Lembra-te de Jesus: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que estás vendo, é uma obra de Deus; e decide agora mesmo ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.

Aliás, a felicidade não é um direito, e sim um dever, porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os que te amam. Um único homem que não possuiu nenhum talento nenhum valor para viver, mandou matar seis milhões de irmãos judeus.

Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Temos para gozar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, As Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman, as músicas de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven, as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.

E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e as duas são boas; se a doença ganha te liberta do corpo que é cheio de moléstias: tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas... e se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido, portanto, facilmente feliz. Livre do tremendo peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente,.... como deve ser.

Não estás deprimido, estás desocupado. Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Aliás o serviço é uma felicidade segura  como gozar a natureza e cuidar dela para aqueles que virão. Dá sem medida e te darão sem medida. Ama até que te tornes o ser amado, mais ainda converte-te no mesmíssimo Amor . E não te deixes confundir por uns poucos homicidas e suicidas, o bem é maioria, porém, não se nota porque é silencioso, uma bomba faz mais barulho que uma caricia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.

Se Deus possuísse uma geladeira, teria a tua foto pregada nela. Se ele possuísse uma carteira, tua foto estaria dentro dela. Ele te envia flores a cada primavera. Ele te envia um amanhecer a cada manhã. Cada vez que desejas falar, Ele te escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, porém escolheu o teu coração. Enfrenta, amigo, Ele está louco por ti!

Deus não te prometeu dias sem dor, riso sem tristeza, sol sem chuva, porém prometeu força para cada dia, consolo para as lágrimas e luz para o caminho. Quando a vida te apresenta mil razões para chorar, mostra que tens mil e uma razões para sorrir. Não, .... não estás deprimido, ... estás distraído!


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Oxi, um derivado de cocaína mais letal do que o crack, destrói jovens e crianças no Acre e se espalha pelo Brasil.

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Perguntem ao líder do PT se ele quer 
liberar isso também.


O Globo Online publicou uma reportagem que chega a ser assustadora. Perguntem a Paulo Teixeira o que ele acha que tem de ser feito. Leiam trecho.


Por Carolina Benevides:

As ruas de Rio Branco são hoje um retrato da degradação provocada por uma nova droga, mais letal do que o crack, que está se espalhando pelo Brasil: o oxi, um subproduto da cocaína. A droga chegou ao país pelo Acre. Na capital, ao redor do Rio Acre, perto de prédios públicos, no Centro da cidade, nas periferias e em bairros de classe média alta, viciados em oxi perambulam pelas ruas e afirmam: “Não tem bairro onde não se encontre a pedra”.


O oxi, abreviação de oxidado, é uma mistura de base livre de cocaína, querosene - ou gasolina, diesel e até solução de bateria -, cal e permanganato de potássio. Como o crack, o oxi é uma pedra, só que branca, e é fumado num cachimbo. A diferença é que é mais barato e mata mais rápido.


A pedra tem 80% de cocaína, enquanto o crack não passa de 40%. O oxi veio da Bolívia e do Peru e entrou no país pelo Acre, a partir dos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia. Hoje está em todos os estados da Região Norte, em Goiânia e em Mato Grosso do Sul, no Distrito Federal, em alguns estados do Nordeste e acaba de chegar a São Paulo. No Rio, os primeiros relatos de que a pedra pode ser encontrada na capital também já começaram a aparecer. Mas a polícia ainda não registrou apreensões.


Estado que faz fronteira com o Peru e a Bolívia - os maiores produtores de cocaína do mundo - e ainda próximo à Colômbia, o Acre há tempos virou rota do tráfico internacional. De uns anos para cá, a facilidade com que a base livre de cocaína cruza as fronteiras fez com que o oxi tomasse conta da capital e de pequenos municípios. A pedra age rápido: viciados dizem que não leva 20 segundos para sentir um “barato” e que em cinco minutos a pessoa já está com vontade de usar de novo. Fumado, geralmente em latas de bebida ou em cachimbos como os que servem para o crack, o oxi tem potencial para viciar logo na primeira vez e é uma droga barata: é vendida em média por R$ 5 e até R$ 2.


“Quando a Bolívia se tornou produtora, o preço caiu e a cocaína se difundiu no Acre. A realidade é que o oxi é barato, está espalhado por Rio Branco e tem potencial para se espalhar por todo o Brasil, já que a base livre de cocaína está em todos os estados do país e já foi apreendida em todos os lugares. O oxi não precisa de laboratório para ser produzido, e isso facilita a expansão” , diz Maurício Moscardi, delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal no Acre, que em 2010 apreendeu no estado quase 300 quilos de base livre de cocaína.

(Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/)

Entrevista: Paulo Teixeira, Deputado Federal (PT-SP) defendendo plantio de maconha

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E você? O que acha? Deixe um comentário com a sua opinião.


(http://www.youtube.com/watch?v=6V7GQ7BCa38&feature=player_embedded)

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Líder do PT defende plantio de maconha em cooperativa

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Na contramão do que prega o governo Dilma Rousseff, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), defende a liberação do plantio de maconha e a criação de cooperativas formadas por usuários.
Num recente debate sobre o assunto, o deputado disse que a política de "cerco" às drogas é "perversa" e gera mais violência. Dilma assumiu o governo incluindo entre suas prioridades o combater "sem tréguas" ao crime organizado e às drogas. 

Em janeiro, a presidente desistiu de nomear o então secretário Nacional de Justiça Pedro Abramovay para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas depois que ele sugeriu numa entrevista a adoção de penas alternativas para pequenos traficantes. 

Assim como Abramovay, o líder do PT na Câmara afirmou que a prisão de pequenos traficantes contribui para engrossar as fileiras das organizações criminosas. 

"São mães de família que sozinhas têm que criar os filhos e passam a vender", disse o deputado. "As prisões têm levado a organizar a violência contra a sociedade." 

Teixeira falou sobre o assunto num debate organizado pelos grupos "Matilha Cultural" e "Desentorpecendo a Razão" em São Paulo, em 24 de fevereiro, um mês após a queda de Abramovay. 

Um vídeo com a íntegra da exposição foi publicado no blog do deputado e no site Hempadão (cujo título faz uma brincadeira com as palavras "hemp", maconha em inglês, e "empadão"). 

MODELO ESPANHOL
 
Teixeira disse no debate que o governo deveria autorizar a criação de cooperativas para o plantio e a distribuição da maconha. "O melhor modelo é o da Espanha: cooperativas de usuários, onde se produz para o consumo dos próprios usuários, sem fins lucrativos", afirmou. 

O líder do PT disse que, se comer sanduíches do McDonald's, "talvez o maior crime", não é proibido, o governo não poderia impedir também o plantio de maconha.
"Cabe ao Estado dizer que faz mal à saúde. Não existe crime de autolesão. Se eu quero, eu posso usar, tenho direitos como usuário. E isso o Estado não pode te negar." 

Segundo ele, a forma como o governo e alguns juízes tratam as drogas é um tiro no pé: não garante a segurança nem a saúde dos usuários. 

A Folha fez vários pedidos de entrevista ao deputado desde 16 de março, mas sua assessoria não deu resposta. 

No debate de fevereiro, Teixeira fez um apelo aos usuários de maconha: "Só a coragem pública daqueles que vão às ruas discutir fará com que esse tema avance". 

Ele disse que irá sugerir ao Ministério da Justiça que o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas faça um projeto com as "mudanças óbvias". O deputado afirmou ainda que pedirá o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) --simpatizantes de mudanças na legislação sobre drogas. 

Para o líder do PT, a proliferação do crack complicou a discussão sobre a maconha. "Ele não é o todo, ele é uma parte. É o resultado dessa política de cerco. Ele não pode interditar o debate sobre as demais drogas recreativas". 

Ao defender a regulamentação do plantio da maconha, Teixeira afirmou que isso não aumentaria a oferta da droga. "Esse cenário que as pessoas têm medo, de que 'no dia em que legalizar, vão oferecer ao meu filho', não é o futuro, é o presente. Hoje liberou geral. É mais fácil adquirir drogas na escola do que comprar antibióticos." 

A legislação atual prevê medidas socioeducativas para usuários da droga apanhados em flagrante e prisão para os traficantes. 


(Filipe Coutinho - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/903644-lider-do-pt-defende-plantio-de-maconha-em-cooperativa.shtml)

domingo, 17 de abril de 2011

Estranhando o André

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Leila aceitou a carona do André. Estava com sono, queria ir para casa e quando o André disse que a festa estava boa mas precisava ir embora e perguntou se alguém aceitava uma carona, hesitou só por dois segundos. Sabia, por experiência própria, o que significaria ficar sozinha com o André. Uma vez tivera que recorrer à força física para contê-lo, e mesmo com o nariz sangrando o André insistira. "Pô, Leilinha, só um beijinho". Outra vez ela até ameaçara pular do carro em movimento se ele não parasse com aquela mão. Mas Leila aceitou a carona. Afinal, sabia se defender. Se aprendera alguma coisa nos anos de convivência com o inconsequente André, era resistir aos seus avanços. Resistira ao André lamuriento. Resistira ao André infantil, pedindo como uma criança. Resistira ao André cantando boleros no seu ouvido. Resistira ao André se fazendo de louco apaixonado. Dez anos de avanços repelidos. Tinha prática.


* * *

Já estavam rodando uns 15 minutos em silêncio quando a Leila falou. 


- Tou te estranhando, André.
- Por que?
- Estamos neste carro há meia hora e você ainda não me deu uma cantada.
- Pois é.
- "Pois é"?! O que queria dizer "Pois é"? E aquele tom sombrio?
- Sou eu, é? Eu não sou mais cantável?
- Não. Quié isso. Você continua linda. É que, sei lá. Desisti.
- Ainda bem. Porque você sabe que era um chato, não sabe?
- Sei, sei. 

Ela examinou seu rosto. Perguntou: 

- Você está com algum problema de saúde?
- Não, não.
- O que é então?
- É tudo, entende? Tudo. Desisti de tudo.


* * *


Não dava para acreditar. O André deprimido. Ela bem que notara que ele não parecia o mesmo, na festa. Não repetira as brincadeiras sem graça de sempre. "Atenção pessoal: concurso de peitos - mas só dos homens!". Não provocara os protestos de sempre agarrando a bunda das mulheres com quem dançava e explicando que ainda era do tempo do "cheek-to-cheek". E agora ali, sério daquele jeito. Grave. Não dava para acreditar, o André grave. 

- O que foi? Uma desilusão amorosa?
- Não.
- Eu nunca topei as suas cantadas porque sabia que não era coisa séria. Foi para proteger a nossa amizade.
- Eu sei. A culpa não é sua.
- O que é, então?
- Desencanto. Sabe como é? Comigo mesmo. Com a humanidade em geral. Com tudo.


* * *

Tinham chegado ao edifício em que morava a Leila. 

- Você quer subir pra conversar?
- Não. Obrigado, Leila. Não estou a fim.
- Só pra tomar alguma coisa. Desabafar.
- Não, não. Obrigado. Vou pra casa dormir. 

Era como se ela estivesse falando com outro homem. O André em crise existencial ficara, o quê? Mais denso. Mais interessante. Leila perguntou: 

- E se a gente fosse para um motel? 

Ele sorriu tristemente. 

- Não, Leila. Não precisa.
- Como, "Não precisa"?. Eu não estou sendo caridosa. Eu quero dormir com você.
- No estado em que eu ando, seria um fracasso. Para mim não seria uma transa, seria uma forma de psicoterapia heteroempática. Você não merece isso, Leilinha. 

Não dava para acreditar, o André dizendo "psicoterapia heteroempática". Leila ficou ainda mais excitada. Ordenou: 

- Vamos para um motel!


* * *

No motel, ela tomou a iniciativa. Aquela não seria uma relação inconsequente. Seria uma relação complicada. Seria uma relação muito, muito complicada. Pensou Leila, arrancando as calças do André.


(Luis Fernando Verissimo - Fonte: http://literal.terra.com.br/verissimo/Novidades_Verissimo/Estadao/Estranhando_o_Andr%E9_12_jun_2005.pdf)