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Estava sendo contraditório. Se ele se é "bode expiatório", como diz, não vai cair mais nenhum rei, nem de ouros nem de paus. Tudo como dantes.
Ontem mesmo, a Câmara começou a inocentar os deputados envolvidos de alguma forma nesse esquemão do Cachoeira que inundava o Centro-Oeste e respingava em toda parte. Só sobrou o tucano Carlos Alberto Lereia para contar a história e ser julgado pelo Conselho de Ética.
Demóstenes, porém, não é só um rei a mais no castelo de cartas que começou a ruir em 29 de fevereiro, com a prisão de Cachoeira e a profusão de fitas. É um rei muito especial. Quanto mais alto, maior é o tombo. Demóstenes desabou do trono.
Como procurador, foi presidente do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça. Como senador, presidiu a poderosa Comissão de Constituição e Justiça. Filiado ao DEM, era líder do partido no Senado e potencial candidato a vice-presidente da República.
E, como arauto da ética e da moralidade, conquistou respeito e simpatia até mesmo no Supremo e na imprensa. Mas, ao ser cassado, era um ser absolutamente solitário --"cão sarnento". Tudo tinha, nada tem.
Se Renan, Sarney, ACM e Jader tiveram suas tropas de choque, Demóstenes morreu só e seu enterro foi sem choro nem vela. Nem ira nem comemoração, só silêncio. Desolador.
Demóstenes se vai e a CPI tende a ir atrás da campanha municipal, de palanques e holofotes, já que "a justiça foi feita" e o bode já expiou sua culpa. O resto? Deixa a polícia fazer. Reis, rainhas, cavalos e torres vão continuar deslizando em segurança no tabuleiro, até surgirem outros Demóstenes, outros Luiz Estêvão.
Vai demorar. Caiu uma peça, vem o suplente aí. E o jogo continua.
(Eliane Cantanhede - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/1118827-de-rei-a-cao-sarnento.shtml)
e o suplente é da "mesma escola"!...abçs
ResponderExcluirolá Ana Lucia..
ResponderExcluirNo livro os protocolos dos sábios de sião tem uma frase que diz que:
- O que os governantes democráticos praticam sem represálias derrubaria reis dos tronos imperiais.
Enfim a liberdade veio não para o povo, mas para que corresse solta pelos palácios e câmaras, e o povo agora teoricamente "ungido" do poder apenas observa impassivo como se tudo isso fosse inevitável, e "normal".
Nessa história, como você bem disse, se "atirou um petisco aos cães" porém até agora sem prejuízo algum a festa que continua na mesma balada com os mesmo personagens de sempre.