Não tinha graça, não tinha beleza...
Quando passava, andar desajeitado,
eu a pensar ficava – a natureza
deve num instante ter se descuidado...
No seu semblante havia uma tristeza,
sempre ansiosa, um ar preocupado;
sem atrativos, não era surpresa
quando afastava alguém interessado.
Jamais teve um amante, um amor um dia;
no solitário quarto imaginava
romances que não teve e que queria...
A moça amarga sem nenhum encanto;
a moça triste que ninguém olhava;
a moça feia... que eu amava tanto !
(Roger Feraudy, (1923/2006) - Fonte: www.rauldeleoni.org)
Que linda poesia!
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