Quando Aloísio Mercadante revogou o irrevogável; mostrou para todo Brasil como alguns políticos gostam de posar de corajosos, modernos e audazes. Mas, na hora da decisão, amarelam e borram-se todos para não contrariar os conchavos, acertos e caciques (que tem mais coragem do que eles) de seus partidos. Seja por uma declaração impensada, seja por uma posição crítica eles demonstram que não possuem os principais atributos de um estadista: Coragem e desprendimento.
Mesquinhos e covardes, pensam sempre em beneficiar a si próprios em detrimento da ética e das causas verdadeiramente importantes. Foi assim com Mercadante, que ao invés de ser uma voz a clamar pelo retorno a ética do PT; resolveu aceitar a “chupada” que Lula lhe deu e voltou atrás em uma declaração pública em cadeia nacional e mostrou toda a sua face ridícula de menino de recados.
Como prêmio por sua vergonha, ganhou a vaga para concorrer ao governo de São Paulo, vaga esta que foi oferecida primeiramente a Ciro Gomes e foi devidamente recusada. Mesmo assim, Mercadante não foi a escolha imediata, só foi “acionado” quando o PT se viu sem recursos humanos para tal e resolveu que deveria “preencher a vaga” de candidato com algum boneco de Lula ou teria que entregá-la ao Suplicy.
Triste mesmo, no caso Mercadante, é constatar que alguém prefere ser uma marionete a ter uma postura ética e “agüentar o tranco” em prol da nação e de uma política mais moralizada.
Agora o mesmo acontece com Dilma. Desde “tempos imemoriais”, em diversas entrevistas ao “vivo e a cores”, Dilma disse com todas as letras que era atéia e favorável à legalização do aborto. Essa sempre foi a principal bandeira erguida por Dilma todas as vezes que era perguntada sobre a situação da mulher.
Mas, bastou o Bispo de Guarulhos escrever uma carta espinafrando a candidata e orientando a sua diocese a não votar, inclusive com apoio da CNBB – que postou o artigo no site da entidade – para que a candidata marionete esquecesse suas convicções e afirmasse ser contra o aborto e “católica”. Mesmo que, momentos depois, tenha dito justamente o contrário na sabatina a que foi submetida na emissora do Bispo Macedo, a Rede Record. Como para os Bispos o que interessa são as gordas verbas federais pingando na emissora para pagar o apoio a Lula, Dilma pode até dizer que reza missa negra que eles a apoiarão até o fim.
Mas, na verdade, a questão nem é essa. Dilma tem todo o direito de ser atéia e favorável ao aborto. Eu, particularmente sou ateu e sou contrário ao aborto; porém favorável à descriminalização. É a mulher quem deve ter o domínio de seu corpo. E é o Estado quem deve trabalhar para que o aborto não se torne um método anticoncepcional.
Como? Com educação, programas de planejamento familiar, farta distribuição de anticoncepcionais e camisinhas e fácil acesso às cirurgias de esterilização para homens e mulheres.
O Bispo católico está em sua área de atuação. Afinal, orientar o seu “rebanho” como a sua consciência e a sua fé determinam é dever dele. Segue o conselho do Bispo quem assim desejar. Ele, por sua vez, também não pode ser perseguido e ver seu texto censurado a pedido do governo ou por ter causado constrangimento na candidata e em seu partido. Cada um deve ser respeitado em sua seara.
O que me parece estranho e depõe contra a figura da candidata é a política de duas caras e falsidade que ela insiste em adotar (o que, aliás, é uma prática comum ao atual PT). Caminhar com as sandálias de Mercadante é para poucos. Quem assim deseja viver não pode almejar cargos com muita pressão e nem com necessidade de pulso forte ou de despertar a confiança dos outros. Afinal de contas, se você não tem personalidade para defender as suas próprias convicções pessoais e suas crenças; como conseguirá governar uma nação complexa e lutar contra os poderosos interesses que desejam subverter o presidente a cada instante?
Se o próprio Lula fracassou – mas, assim o fez porque optou por isso, por preferir tornar-se um pop star – o que dirá desses covardes amarelões que são incapazes de defender as mais básicas posturas e aceitam o ridículo nacional com tamanha facilidade?
Pense nisso.
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Nota do Editor: Se você ainda não leu, segue a carta do Bispo de Guarulhos.
Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus
Seg, 19 de Julho de 2010 13:02 CNBB.
Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.
Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir-se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.
Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.
Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.
Na condição de Bispo Diocesano, como responsável pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).
Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.
Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini
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