quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pensamento positivo e oração.

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Notícias de Havana dão conta que o estado de saúde de Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, é bastante grave.

Submetido a uma cirurgia na capital cubana, para a remoção de um suposto cisto pélvico, que outras fontes informam ter sido um câncer de próstata, Hugo Chávez teve o seu estado de saúde agravado por uma infecção pós-cirúrgica, com uma bactéria bastante resistente que os médicos não estão conseguindo eliminar.

Em toda a Venezuela e em muitos países da América Latina, estão sendo feitas correntes de pensamento positivo, missas e orações por intenção da saúde da bactéria.
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quem ama a classe média?

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Na verdade, o que a maioria ama não é a classe média, e sim o que ela conquista com trabalho e muito suor




Todos amam a classe média brasileira - a mais antiga e a ascendente. Todos querem seu dinheiro, seu consumo, seus votos.


Os políticos falam em nome dela, mas não tocam em temas urgentes, mas sempre esquecidos, como a necessidade de uma reforma tributária e fiscal. Ou em favor dos direitos dos consumidores.


As empresas fazem suas campanhas de marketing, de vendas, suas ações de responsabilidade social (reais ou aparentes) para esses brasileiros que têm poder de consumo de razoável, a maioria, para bom, a minoria. Ninguém ouve a classe média, contudo -exceto em levantamentos para definir um novo produto ou um novo serviço.


É interessante que quem pague as contas, todas elas, seja tratado como se fosse invisível.


A classe média começa a colocar a mão no bolso antes de nascer, por intermédio dos pais e das mães. Pois se eles não tiverem como arcar com as mensalidades de um plano de saúde privado, as mães sofre rão em filas para marcar consultas, exames e outros procedimentos.


Nascer é caro, e depende de bons hospitais e médicos de qualidade.


Isso tem custo, que é pago, no mínimo, duas vezes: nos impostos que não garantem um bom sistema público de saúde e na contratação de planos particulares.


Pode-se alegar que as empresas bancam a maior parte da saúde suplementar para seus funcionários, mas isso volta, de alguma maneira, nos preços de produtos e serviços.


O jovem com alguma renda familiar é espoliado até na diversão, se gostar, por exemplo, de um simples jogo de videogame. Os tributos incidentes sobre esses produtos mais do que duplicam seus preços.


Também não é muito fácil exercer o direito de ir e vir em grandes cidades, pois o transporte público é ruim, desconfortável e lotado. Os veículos particulares rodam em ruas, avenidas e estradas esburacadas, pagam pedágios caros e sofrem nas mãos dos produtores de álcool, que decidem fabricar açúcar em vez do combustível porque o mercado externo tem forte demanda.


Os preços da gasolina beiram os R$ 3 por litro, e os do álcool não estão muito distantes disso.


Namorar não é das atividades mais baratas, porque o lazer é caro nos shopping centers da vida. Mas casar, bem, isso sim exige dinheiro e paciência com os preparativos e a qualidade oscilante dos serviços.


O pacote completo - documentos, cerimonia religiosa e festa - consome milhares de reais.


Justamente quando o novo casal necessita de uma moradia, própria ou alugada. Há mais crédito habitacional, mas as taxas se somam em desfavor dos jovens. Muita papelada, gastos e mais gastos.


Ao longo de sua vida, os consumidores de classe média pagarão as contas de energia elétrica, de telefonia fixa e móvel, de acesso à banda larga e de TV por assinatura das mais salgadas do mundo.


Terão de fazer seguros automotivos , de vida e contribuir para a aposentadoria complementar -se puderem, evidentemente.


Dificilmente conseguem receber, contudo, quando fazem jus aos seguros que fizeram.


Todos estão de olho na classe média, então, mas ninguém faz nada por ela. Quando se afirma algo assim, nos acusam de defender quem já tem privilégios. Quais são as vantagens desses brasileiros?


Estudar muito, lutar por uma vaga no mercado de trabalho, pagar toneladas de tributos e não receber serviços públicos de qualidade? Não ter segurança em casa nem nas ruas, para eles, para suas famílias e para seus bens?


O capítulo final das vidas também é movido a muito dinheiro. Funerárias já contam com planos especiais, com mensalidades pagas durante a vida, para bancar a última viagem.


Se as agências reguladoras funcionassem bem e equilibrassem o jogo empresas-consumidores, a trajetória aqui descrita seria menos sofrida. Se a Justiça fosse célere e enquadrasse os poderosos, também.


Na verdade, o que a maioria ama não é a classe média, e sim o que ela conquista com trabalho e muito suor, para bancar um estado caro e ineficiente, que não consegue nem assegurar aeroportos e estádios para uma Copa do Mundo.





(MARIA INÊS DOLCI, 56, advogada formada pela USP com especialização em business, é especialista em direito do consumidor e coordenadora institucional da ProTeste Associação de Consumidores. - mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br )

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mal Secreto II

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Se em muita fronte que parece calma,
Se em muito olhar que límpido parece;
Se pudesse notar, ler se pudesse,
Tudo o que n'alma existe e vive n'alma!

Entre essa paz fictícia que se espalma
No rosto, a inveja, raro transparece;
Ela que à glória alheia se enraivece,
E que às alheias lágrimas se acalma.

Alma, vítima dessa enfermidade!
Mal sabes que à dos outros sendo adversa,
Tu és adversa à própria f'licidade!

A inveja os risos todos te dispersa:
Menos ódio merece que piedade,
Porque és mais insensata que perversa.  




(Raimundo Correia)
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Não é preciso ser diferente para ser gay

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Associar a homossexualidade à transgressão e ao 
excesso pode ter valor estético, mas tem efeito negativo sobre o ritmo do processo político

Os homossexuais podem se tornar invisíveis. É só saberem dissimular ou mentir. Quando a primeira Parada Gay de São Paulo surgiu, um de seus objetivos era, justamente, dar visibilidade à parcela da comunidade LGBT que queria afirmar sua existência e entabular um diálogo com a sociedade.


O viés era político. O slogan da parada, "Somos muitos e estamos em todas as profissões", equivalia a uma apresentação. Os manifestantes queriam mostrar quem eram e o que faziam. Reclamavam participação no processo jurídico-social e pediam proteção contra o preconceito e a discriminação. Eram 2.000 pessoas, e o ano era 1997.


Desde sua primeira edição, no entanto, o aspecto político do evento foi cedendo espaço ao carnavalesco. A Parada Gay de São Paulo transformou-se em uma grande festa. A maior de seu gênero no mundo. Atrai número de pessoas equivalente à população do Uruguai.


Movimenta centenas de milhões de reais. A expectativa é de que traga mais de 400 mil turistas à cidade.


Explica-se o fenômeno da carnavalização da Parada com o argumento de que os gays são "divertidos". A utilização desse estereótipo, contudo, contribui para mascarar a irresponsabilidade cívica e a alienação política de parte da comunidade LGBT. Carnavalizar é fácil e agradável, mas é contraproducente.


O estilo exagerado que alguns participantes preferem adotar é legítimo e respeitável. Mas presta um desserviço para o avanço dos direitos à igualdade. O caráter festivo e a irreverência tiveram valor simbólico em um tempo em que a rejeição social contra a homossexualidade era incontornável. Acontece que as coisas mudaram.


Os milhões de pessoas que comparecerão ao evento na avenida Paulista deveriam ter presente a responsabilidade cívica de conquistar corações e mentes para a sua causa. O aspecto político da Parada exige certa sobriedade, ao menos em respeito às vítimas cotidianas da homofobia, no Brasil e no mundo. Hoje, o peso do discurso político tem de ser maior que a vontade de dançar.


A aceitação da homossexualidade pela opinião pública está vinculada à convivência com pessoas abertamente gays. Mostrar-se é importante. Nessa batalha, é mais estratégico exibir a semelhança. É mais difícil para o mundo identificar-se com o ultrajante.


Não se trata de exibir a orientação sexual, mas de garantir o direito pleno à liberdade de exercê-la. Associar o conceito da homossexualidade à transgressão e ao excesso pode ter valor estético, mas tem efeito negativo sobre o ritmo do processo político. Para gente que cresceu com uma escala de valores antagônica aos direitos humanos dos LGBT, o comportamento escandaloso exibido tradicionalmente nas paradas equivale à retórica raivosa de um Jair Bolsonaro. O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são serem humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão.


Ninguém precisa ser diferente para ser gay. Não é necessário transformar-se na caricatura de si mesmo.




(Alexandre Vidal Porto é mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA), diplomata de carreira e escritor. - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2606201108.htm)
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domingo, 26 de junho de 2011

O menor e mais econômico veículo do mundo

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Não é um brinquedo, nem um novo conceito de automóvel. É um carro de um só assento, desenvolvido recentemente, com alta aerodinâmica, testado na estrada como um carro real.

Está pronto para ser lançado como single seater (um assento) para venda em Shanghai em 2010 por apenas RMB 4,000 (US$ 600.00)! SEISCENTOS DÓLARES! 


Interessado? Saiba mais: Atinge os 100/120 Km/hora, com um consumo inacreditável (0.99 litro aos 100 km - 258 milhas por galão).

 


Impressionado? Ficarás totalmente depois de ler todos os detalhes abaixo sobre a alta tecnologia e era espacial dos materiais usados neste carro!!!


IPO 2010, o mais económico carro do mundo estará à venda no próximo ano em Shanghai
Melhor que um carro eléctrico - 0,99 litos/100


Capacidade para apenas uma pessoa.
Da concepção à produção: 3 anos, e a companhia é gerida a partir de Hamburgo, Alemanha.


Preço de venda ao público, apenas 4,000 yuans, equivalente a € 500.00.
Capacidade do tanque de gasolina: mais ou menos 6 litros.
VELOCIDADE = 100 a 120 km/hora.


Eficiência = 0,99 mililitros/quilómetro.
Percorre 6.000 quilómetros com um tanque de gasolina.



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Fotos do interior das ondas! Simplesmente ESPETACULAR!

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Um ex-surfista  americano se dedica a uma atividade  inusitada: fotografar ondas de dentro  delas.

Clarke Little, de 39 anos, começou  a fazer as imagens depois que sua mulher  manifestou o desejo de ter uma foto para decorar  a casa do casal, no Havai. Há dois anos,  ele vive do dinheiro que ganha com a venda das  fotos.

"O mar é minha segunda casa e eu  amo o que faço", disse Little. "Não existe para  mim aquela sensação de encarar o trabalho como  uma  obrigação."
 
 
O fotógrafo conta que para obter as  melhores imagens utiliza uma câmera capaz de obter até dez  fotos por segundo.

As ondas que ele encara variam entre 90cm  e 4,5m e muitas vezes ele chegou a ser arremessado a até 10m de distância de sua localização original.
 

"Sempre existe um risco  para mim, por conta da força e tamanho das ondas. Mas minha  experiência como surfista me deixa à vontade para encarar as ondas  sem medo", afirmou.


 
  

 







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sábado, 25 de junho de 2011

O valor da criatividade. - Inteligência versus Criatividade

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Nem sempre as melhores soluções dependem do conhecimento e da inteligência. Muitas vezes os problemas são mais sabiamente resolvidos pela criatividade



1.- A NASA : 


Quando antes dos anos 60 a NASA iniciou o envio de astronautas para o espaço, advertiram que as suas “esferográficas” (bolígrafos) não funcionariam à gravidade zero, dado que a tinta não desceria à superfície onde se desejaria escrever. 


Ao fim de 6 anos de testes e investigações que exigiu, um gasto de 12 milhões de dólares, conseguiram desenvolver uma esferográfica que funcionava em gravidade zero, debaixo de água, sobre qualquer superfície incluindo vidro e num leque de temperaturas que iam desde abaixo de zero até 300 graus centígrados. 


Os Russos, pelo seu lado, esqueceram e descartaram as esferográficas “bolígrafos” e, simplesmente deram lápis às suas tripulações para que pudessem escrever sem problemas.
 

2.- O EMPACOTADOR DE SABONETES : 


Em 1970, um cidadão japonês enviou uma carta a uma fábrica de sabonetes de Tokio, reclamando ter adquirido uma caixa de sabonetes queao abri-la, estava vazia. A reclamação colocou em marcha todo um programa de gestão administrativa e operativa; os engenheiros da fábrica receberam instruções para desenhar um sistema que impedisse que este problema voltasse a repetir-se. Depois de muita discussão, os engenheiros chegaram ao acordo de que o problema tinha sido desencadeado na cadeia de empacotamento dos sabonetes, onde uma caixita em movimento não foi cheia com o sabonete respectivo. 


Por indicação dos engenheiros desenhou-se e instalou-se uma sofisticada máquina de raios "X" com monitores de alta resolução, operada por dois trabalhadores encarregados de vigiar todas as caixas de sabonete que saíam da linha de empacotamento para que, dessa maneira se assegurasse de que nenhuma ficaria vazia. O custo dessa máquina superou os 250,000 dólares.

Quando a máquina de ra
ios "X" começou a falhar ao fim de cinco meses de ser operada pelos três turnos da empresa, um trabalhador da área de empacotamento pediu emprestado um potente ventilador (ventoinha) e apenas o apontou na direcção da parte final da passadeira transportadora. Á medida que as caixinhas avançavam nessa direcção, as que estavam vazias simplesmente saíam voando da linha de empacotamento, por estarem mais leves. 

 
3.- O HOTELEIRO NOVAYORKINO : 


O gerente geral de una cadeia hoteleira novayorkina viajou pela segunda vez para Seul no lapso de um ano; ao chegar ao hotel onde devia hospedar-se foi recebido calorosamente com um "Bienvenido nuevamente señor, que bueno es verlo una vez más en nuestro hotel". Duvidando de que o recepcionista tivesse tão boa memória e surpreendido pela recepção, porpôs-se que - no seu retorno a New York- imporia igual sistema de tratamento ao cliente na cadeia hoteleira que administrava. No seu regresso convocou e reuniu todos os seus gerentes pedindo-lhes para desenvolver uma estrategia ad-hoc para tal pretensão. 


Os gerentes decidiram implementar um software de reconhecimento de rostos, base de dados actualizada dia a dia, câmaras especiais, com um tempo de resposta em micro segundos, assim como a pertinente formação dos empregados, etc.,cujo custo aproximado seria de 2.5 milhões de dólares.

O gerente geral descartou a ideia devido aos elevados custos. Meses depois, na sua terceira viagem a Seul, tendo sido recebido da mesma maneira, ofereceu uma boa gratificação ao recepcionista para que lhe revelasse como o faziam.

O recepcionista disse-lhe então: 



Repare senhor, aqui temos um acordo com os taxistas do aeroporto; durante o trajeto eles perguntam ao passageiro se já antes se hospedou neste hotel, e, se a resposta é afirmativa, eles, à chegada ao Hotel, depositam as malas do hóspede do lado direito do balcão de atendimento.  Se o cliente chega pela primeira vez, as suas malas são colocadas do lado esquerdo. O taxista é gratificado com um dólar pelo seu trabalho"


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E, por falar em Soneto... - Duas almas

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Ó tu que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
Entra, e, sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
E a minha alcova tem a tepidez de um ninho,
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
Se banhem no esplendor nascente da alvorada.

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
Podes partir de novo, ó nômade formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...

(Alceu Wamosy)
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Vamos falar de Soneto?

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Como todos devem saber – existem dois estilos de poesia: a de composição livre, sem ser subordinada a qualquer norma e a de composição tradicional metrificada, condicionada às suas regras. São dois estilos independentes com suas subdivisões e como aqui vamos tratar exclusivamente dum segmento metrificado – isto é, do soneto – somos forçados a deixar a composição livre à parte. Portanto, vamos falar de soneto? 

Normalmente, o adepto de tal estilo é rigoroso, preservando-o em suas formas originais e fixas, pois, havemos de considerar que, se partirmos para versos livres estaremos invadindo o estilo oposto – portanto, uma incoerência. Há muitas controvérsias sobre sua origem, que surgiu lá pelo século XII e, embora não tenha sido seu criador, fortaleceu-se e tomou forma própria a partir do italiano Francesco Petrarca (1304/1374) – o modelo petrarquiano. Da Itália, viajou para outros países e, na Inglaterra, se transformou em soneto inglês, quando foram alteradas somente a colocação de seus quatorze versos – o modelo shakespeariano.

Alguém já disse que o soneto é “a sedução do cárcere” mas eu diria que é “o cárcere da sedução”, pois, conforme o poeta contemporâneo Paulo Bonfim (sagrado o ”príncipe dos poetas brasileiros” em 1991): “ Para muitos, o soneto é inibidor, mas eu acho que é a prova de fogo do poeta. Não considero o soneto o espartilho da poesia”.


Majo & Machado, em seu site, define muito bem o soneto em relação às suas regras rígidas, comparado-o com o vinho, essa bebida natural e original: “se servido puro, é vinho; se misturado com água e açúcar, é refresco.” Nada mais lógico e racional.


Alguns pretendem modernizá-lo, como tentou o poeta Augusto Frederico Schimidt, mas Vasco de Castro Lima já alertava que um poema de quatorze versos poderá ser muito poético, mas se não respeitar suas regras rígidas, poderá ser tudo, menos um soneto.


E por que a divergência ? Convenhamos – a beleza do soneto está em sua forma sucinta, elevada, concisa e exclusiva, pois cada estilo de poesia tem suas peculiaridades e maneira diferente de desenvolvê-la. 


Assim, no segmento metrificado, a trova tem suas regras básicas; o haicai outras diferentes; o ovillejo as suas e assim por diante, em função de cada estrutura. Se fugisse das regras, a trova perderia seu valor se transformando numa simples quadrinha – assim é o soneto.


Esmiuçar as regras e a nomenclatura do soneto talvez seja um pouco longo, o que faremos, gradativamente, numa próxima vez. Para adiantar diria somente que é um poema de quatorze versos – dois quartetos e dois tercetos – rimando os dois quartetos e, com rimas diferentes, os dois tercetos.







(João Roberto Gullino - http://www.rauldeleoni.org/soneto.html)
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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Você sabe quem é o autor dessas frases? (9)

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- Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções.


- Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.


- Não fale, não conte detalhes, não satisfaça a curiosidade alheia. A imaginação dos outros já é difamatória que chegue.


- Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande, é a sua sensibilidade sem tamanho.


- Tenho juizo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!


- Saudade a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho.


- O destino decide quem entra na minha vida. Minha atitude decide quem fica.


- Somos todos pontas de icebergs, só deixamos à mostra parte do que somos.


- Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.



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Martha Medeiros - Biografia


Martha Medeiros (1961) é gaúcha de Porto Alegre, onde reside desde que nasceu. Fez sua carreira profissional na área de Propaganda e Publicidade, tenho trabalhado como redatora e diretora de criação em vária agências daquela cidade. Em 1993, a literatura fez com que a autora, que nessa ocasião já tinha publicado três livros, deixasse de lado essa carreira e se mudasse para Santiago do Chile, onde ficou por oito meses apenas escrevendo poesia.

De volta ao Brasil, começou a colaborar com crônicas para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, onde até hoje mantém coluna no caderno ZH Donna, que circula aos domingos, e outra — às quartas-feiras — no Segundo Caderno. Escreve, também, uma coluna semanal para o sítio Almas Gêmeas e colabora com a revista Época.

Seu primeiro livro, Strip-Tease (1985), Editora Brasiliense - São Paulo, foi o primeiro de seus trabalhos publicados. Seguiram-se Meia noite e um quarto (1987), Persona non grata (1991), De cara lavada (1995), Poesia Reunida (1998), Geração Bivolt (1995), Topless (1997) e Santiago do Chile (1996). Seu livro de crônicas Trem-Bala (1999), já na 9a. edição, foi adaptado com sucesso para o teatro, sob direção de Irene Brietzke. A autora é casada e tem duas filhas.

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Eu sou lúcida na minha loucura

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"Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e desejo transformar alguns sonhos em cenas reais ( com você...). Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima.

Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. 
Quando me entrego, me atiro e quando decido não volto mais. Mas me leve a sério, sei que nada é definitivo, mas quero que dure eternamente...rs. 

Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. 

Acredito em bruxas, fadas e feitiços. Não vou à missa... mas  rezo pra algum anjo de plantão e tenho fé na natureza, em Deus.

Quando é impossível, luto. Quando é permitido, seguro.

Bebo pouco porque  me gosto sóbria, fumo raramente pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso muito, mas muito mais do que deveria... E falo muito, nem sempre o que desejo, preciso ou cabe falar. Eu sei....

Prefiro cara lavada — exceto por um traço preto no olhar e um batom — pés descalços, cabelo solto,... nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem na nuca.

Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas 
 e brilho no olhar, quando se traveste em sedução. 

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez. 

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos outros... estranhos desertos buscando... E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.


(Martha Medeiros - Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/NTE5NDU0/)

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“Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.”

Envelhecer

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Entre pela velhice com cuidado,
pé ante pé, sem provocar rumores
que despertem lembranças do passado,
sonhos de glória e de ilusões de amores.

Do que houveres no teu pomar plantado,
apanha os frutos e recolhe as flores,
mas lavra ainda e cuida o teu eirado –
outros virão colher quando te fores.

Não faças da velhice enfermidade,
alimenta no espírito a saúde,
luta contra as tibiezas da vontade.

Que a neve caia, que o ardor não mude,
mantém-te jovem, não importa a idade :
tem cada idade a sua juventude...


(Bastos Tigre)
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O orgulho de ser gay

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Aos poucos, muitos brasileiros se distanciam de sentimentos como o orgulho, o amor à pátria e aos bons costumes. 


Não sabemos se a transformação se deu por artes da evolução da humanidade ou por reflexões ideológicas da esquerda brasileira. 


Sem perceber, porém desconfiando, nossos níveis de padrões, alguns até da pétrea moral, foram entortando, entortando e, de repente, num abrir e fechar de olhos, estamos seguindo a cartilha do  politicamente correto, firmes no cavalo, mas destituídos de qualquer senso. 


Graças ao tudo pode e à liberdade total, demos um passo à frente, atropelando todos os tipos de preconceitos. Acabamos com os não pode. Pelo menos para alguns. O Palocci  pode, porém você, é provável que ainda  não possa (o Bolsonaro, também não pode). 


Como o exemplo vem de cima o desgoverno foi o 1º a demonstrar que  tudo pode.  Que bom! Chegamos à sociedade sem limites, sem culpa, sem consciência. Acabamos com a propriedade privada, com a família e com o mérito. Enterramos a punibilidade, prestigiamos o casuísmo, aceitamos as maracutaias, e elegemos os canalhas. 


Na prática, abrimos espaço para que todos, venham de onde vierem, tenham êxito nesta terra, cujo cenário, se para alguns assemelha-se a um bordel, para outros emerge como o “eldorado” das oportunidades. É uma terra diferençada. Onde os patifes e canalhas, que também são filhos de Deus, poderiam alcançar tal projeção, obter tanto sucesso? 


Nós já nos orgulhamos da ABL, da vitória sobre o Paraguai na Guerra da Tríplice Aliança, da Contra-Revolução de 31 de março, da Amazônia, da FEB, de personagens heróicos, de Tiradentes, contudo, nosso orgulho foi se arrefecendo e, por isso, hoje, temos inveja do orgulho gay, talvez o último sopro de “dignidade” que ainda resta neste País. 


Sempre nos orgulhamos de nossa capacidade de miscigenação, por isso, brancos e pretos andavam sem preconceito. De repente, numa população na qual, provavelmente 50 % têm um pé nos dois lados, descobrem para nós, que lá no fundo grassava uma torpe inveja. Os brancos perseguiam os pretos que odiavam os brancos. Daí as 
cotas para prejudicar os brancos e contrabalançar as diferenças. 


Assim, nosso orgulho diante de nossa falta de  preconceito transmutou-se em vergonha. Éramos  sacanas e não sabíamos. 


Da mesma forma, aqueles olhares de reprovação e até o carinhoso epíteto (“seu viadinho”) com que brindávamos os enrustidos gays, hoje, por  vingança, os nossos representantes transformaram-nos em crime. Se antes, tínhamos orgulho de não sermos gays, hoje lamentamos não ser (agora é tarde, pois dizem que se nasce com este dom), pois é o único orgulho que ainda resta por aí. 


Ah, como éramos preconceituosos! 


Ainda bem que temos um governo atento aos nossos maus-costumes, e uma barulhenta minoria (?) que se orgulha de dar as costas para os inimigos, amigos, amantes e desafetos. 


De fato, como ensinamento,  é de costas que se vai ao longe. Se assim proceder, esteja certo, você perde um monte de coisas (supérfluas), mas, pelo menos, o seu orgulho cresce. Quanto mais sacana, mais orgulho! 


Assim, o orgulho gay, recentemente, obteve retumbante vitória no STF, incapaz de decidir o caso Batistti, mas capaz de atropelar a cambaleante Constituição em prol da alegre e orgulhosa comunidade. 


A luta continua colegas gays e assemelhados, pois logo virá o benefício do sistema de cotas. Que nas novelas já existe (para cada três, um é?). 
  
Vai ser orgulhoso lá longe!... 


Brasília, DF - 19 de maio de 2011 
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira 




(Fonte: http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11907:o-orgulho-de-ser-gay&catid=79:educacao-familia-e-filosofia&Itemid=137 )


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Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade. 

Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.  

Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença. 

Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.
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