Os empresários alemães também colocaram a suástica na lapela quando Hitler foi generoso com eles, ainda que sob ameaça de confisco e prisão.
Os bolchevistas e os nazistas tinham algo em comum: um projeto de controle total da sociedade, através do Estado-Partido. No entanto, os métodos se diferenciavam. Os bolchevistas, basicamente, tomavam o poder e depuravam todas as estruturas da sociedade, causando a guerra civil e fuzilando e proscrevendo a antiga burocracia, os antigos intelectuais, os antigos empresários, enfim, as antigas elites dos setores civis, políticos e governamentais. Em particular, na economia, substituíram os empresários pela nomenklatura do Partido, gerando ganhos de incompetência e improdutividade assustadores.
E os empresários? Em seu livro de memórias, Hermann Rauschning escuta do Führer as suas seguintes intenções:
"Nosso socialismo atinge camadas muito mais profundas. Não muda a ordem externa das coisas, ordena apenas a relação do homem com o Estado. De que serviriam rendas e propriedade? Por que precisaríamos socializar os bancos e as fábricas? Vamos socializar o povo!".
Muitos questionam a veracidade dos argumentos de Rauschning. No entanto, parece mais que revelador. Por conta desta filosofia sutil, Hitler começou a controlar o empresariado alemão. Não precisou matá-los, nem substitui-los por uma burocracia estatal, tal como no regime comunista. Transformou suas propriedades e seus engenhos em partes orgânicas de um todo do Estado, direcionadas para a economia de guerra socialista.
A burocracia nazista controlava a sociedade civil sem esforço algum, expandindo seus braços sobre a sociedade e fazendo essa mesma sociedade trabalhar para ela e a sua causa. As depurações nazistas foram realizadas dentro da mais estrita legalidade, da mais estrita paz, da mais estrita prostração do povo alemão, sem guerras civis, sem conflitos, sem a destruição das velhas estruturas políticas constituídas, que foram contaminadas pelo novo Partido. Nesta onda de estabilidade e legalidade, a ala radical dos nazistas da SA, que queria a violência e a subversão nos moldes bolchevistas, foi quase toda assassinada. E as dissidências, entre os quais, sociais-democratas, judeus, liberais, comunistas, católicos, intelectuais e outras levas de gente discordante do novo regime, foram enviadas aos campos de concentração.
As pessoas incautas e desinformadas ainda acreditam no estereótipo bolchevista da tomada radical do poder pelas armas e pela imposição da ditadura através da violência revolucionária. Até mesmo os extremistas mais estúpidos ainda acreditam nessa idéia. No entanto, as mentalidades esquerdistas mais calculistas sabem que a estratégia mudou.
Curiosamente, a revolução petista que surge no país segue as mesmíssimas diretrizes nazistas. Ingênuo de quem acredita que os petistas vão se consolidar no poder através da violência de quartelada e barricada, tal como na clássica versão da guerra civil, de fundo leninista. Não menos ingênuo é quem acredita que, por conta disso, o PT tenha renunciado a sua vocação revolucionária e totalitária para ser um partido democrático. A violência petista será institucionalizada, governamental, com aparência de democracia e legitimidade, onde a lei, o judiciário, o congresso e demais poderes da república serão uma arma partidária contra as liberdades do próprio povo. A legislação totalitária no âmbito dos costumes e do direito, a chamada PNDH-3, a tentativa de instrumentalizar o judiciário, o STF e controlar a imprensa e a cultura em vistas da causa do Partido, são medidas claras, embora sutis, com que o governo atual tenta amordaçar a sociedade civil. E a economia? O comércio e a livre empresa não escapam das garras governamentais. O sonho do PT é o mesmo de Hitler: colocar os empresários no bolso e torná-los empregadinhas domésticas do Partido-Estado.
Um evento particular parece revelar essa tendência, só que de forma muito estranha e bizarra. A programação do SBT, rede nacional de televisão do famoso apresentador Sílvio Santos, tinha até então uma máscara aparentemente isenta. Não parecia se envolver em política. A grande maioria de sua programação, novelas mexicanas e brasileiras de péssima qualidade. Minto, apenas parecia apolítica, já que nos domingos, Silvio Santos não se cansava de bajular o governo dos presidentes Figueiredo e José Sarney.
E, subitamente, o Jornalismo do SBT se torna cabo eleitoral do PT, quando o noticiário da emissora mostra a cena do candidato a presidente José Serra, do PSDB, sendo agredido por correligionários da atual presidente Dilma Rousseff, no Rio de Janeiro. Só que a versão do SBT foi o de legitimar a agressão e relativizar a ofensa ao agredido. Vendeu a idéia de que José Serra fora atingido por uma bolinha de papel e que tudo não passava de encenação do tucano. Foi preciso que a reportagem da Rede Globo desmentisse a versão do SBT, para jogar a credibilidade de sua emissora para o espaço. Se bem que a imprensa brasileira já tenha crises de credibilidade há um bom tempo.
No entanto, o servilismo empresarial do SBT não se contentou em fazer campanha para Dilma Rousseff. Está prestando bizarra homenagem ao seu passado de terrorista, ao criar uma novela bem ruinzinha chamada "Amor e Revolução", que mostra uma visão romanceada dos guerrilheiros e terroristas de esquerda na época do regime militar de 1964. Os militares, naturalmente, são figuras caricaturais, torturadores, gorilas, inimigos da liberdade e da espécie humana. E os terroristas stalinistas, maoístas e guevaristas são puros, santos, humanistas, arautos da decência humana e defensores da democracia. Eles matam e aterrorizam pelo bem da humanidade! Em suma, puro realismo socialista!
Ao que parece, Silvio Santos está retribuindo, de uma forma muito barata, o que o governo fez ao resgatar as fraudes de seu Banco Panamericano, obrigando a Caixa Econômica Federal a comprar a casa bancária quebrada. Naturalmente, o contribuinte pagou pela graça, para tapar um rombo de 2,5 bilhões de reais, adquirindo quase metade das ações do banco. No entanto, nem um pio do governo, da imprensa e tampouco de Silvio Santos, que teve seu patrimônio salvo por mim, por você, por nosso dinheiro público mirrado e assaltado pelo Estado.
Agora dá pra entender porque a emissora de Sílvio Santos esteja aderindo ao realismo socialista petista. O empresário precisa ser mais esquerdista do que o rei, para agradar a quem o salvou da bancarrota. Só falta ter a carteirinha do PT. Também pudera: quem não viraria petista, com essa ajuda amigona do Estado-camarada? Silvio Santos, ou Senor Abravanel, o judeu, virou uma espécie extravagante de nacional-socialista, em versão Lula lá! Os empresários alemães também colocaram a suástica na lapela quando Hitler foi generoso com eles, ainda que sob ameaça de confisco e prisão. O destino será o mesmo para o empresariado brasileiro, no caso do PT. A burocracia estatal alargará seus braços sobre toda a economia, extorquindo e explorando os empresários. Só não vê quem não quer.
Ademais, é lugar-comum essa promiscuidade do governo e do empresariado em nossa história republicana. Outras emissoras como a Rede Globo e a Record já são amiguinhas do governo faz tempo. Embora tal fenômeno não tenha se iniciado na atualidade, o PT tornou a relação mais agressiva, mais intervencionista, mais radical. Não basta apenas elogiar o governo e bajulá-lo ou omitir seus podres. Agora o Partido-Estado dita regras de programação e controle ideológico dos meios de comunicação. Não é isso que o PNDH-3 prenuncia para toda a opinião pública e o jornalismo? Não é a essência ideológica do PT? Nada contra o Estado, tudo a favor do Estado? Nem o regime militar de 64 foi tão longe nas tentativas de censura e controle ideológico da imprensa, da mídia e da opinião pública.
A novela do realismo socialista "Amor e Revolução", como revelam os dados do Ibope, está sendo um fracasso de audiência, para a sanidade mental da nação. Sílvio Santos, involuntariamente, faz um grande serviço ao país. Ao retratar pessoas como Zé Dirceu, Dilma Rousseff e demais "companheiros" da luta armada terrorista de esquerda pós-1964, através de um estilo kitsch de se fazer novelas, na prática, os ridiculariza e os torna inverossímeis. Inclusive, a exposição dos depoimentos de assassinos, como as do Sr. Carlos Eugênio da Paz (deve ser o Prêmio Stálin da paz dos cemitérios), chefão da ALN do notório terrorista Carlos Marighela, descrevendo como matou um empresário dinamarquês, revelou o componente psicótico do movimento comunista idolatrado pelo PT e pelas esquerdas. Os comunistas e socialistas glorificam os próprios crimes que fazem.
O público deve ter se chocado ao descobrir que os idílicos anos rebeldes da presidente da república foram épocas de criminalidade, assaltos, sequestros e homicídios a sangue frio. É mais assustador: se tomassem o poder, imporiam a mesma lógica terrorista sobre toda uma sociedade inerme, através de "tribunais revolucionários" aptos a prender, torturar e matar milhares, senão milhões de brasileiros inocentes.
Por outro lado, chega a ser de uma comicidade suicida que Silvio Santos promova justamente àqueles indivíduos, que em outras épocas, não pensariam duas vezes em enchê-lo de balaços de misericórdia na sua cabeça. Mas parece que os socialistas e os burgueses fizeram um pacto: os primeiros controlam a política e a sociedade civil, enquanto os últimos fingem controlar a economia. Eu digo, fingem, porque nada mais certa foi a declaração do próprio boneco de formol do Kremlin, Lênin, que disse que o burguês vende a corda que vai enforcá-lo. No mínimo, os empresários brasileiros estão vendendo a coleira. Nada impede, todavia, que a coleira, um dia, vire uma forca.
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