quinta-feira, 23 de junho de 2011

A moça feia

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Não tinha graça, não tinha beleza...
Quando passava, andar desajeitado, 
eu a pensar ficava – a natureza 
deve num instante ter se descuidado...

No seu semblante havia uma tristeza, 
sempre ansiosa, um ar preocupado;
sem atrativos, não era surpresa 
quando afastava alguém interessado.

Jamais teve um amante, um amor um dia; 
no solitário quarto imaginava 
romances que não teve e que queria...

A moça amarga sem nenhum encanto; 
a moça triste que ninguém olhava; 
a moça feia... que eu amava tanto !



Roger Feraudy)


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