"Navegar é preciso"
Um ciclo se encerra - algo se extingue ao mesmo tempo em que se pressente o nascimento de algo novo. O navio que singra os mares vastos é símbolo também desse signo, o último da série do zodíaco. É preciso partir, embora não se possa enxergar com clareza o rumo a ser seguido. Não faz mal: os Peixes sempre sabem para onde se deve navegar. È este o signo que escuta os rumores do infinito, que segue o pressentimento, chegando humilde no porto -e sem fazer alarde, dá exemplo de grande misericórdia. Nesse navio, sempre cabe mais um, porque todos podem ser salvos, aliás, todos serão salvos.
O tema da salvação e da perdição, a figura do santo e do louco, ambos fazem parte do simbolismo de Peixes, que está sempre na fronteira de dois mundos. Aqui, se aprende que tudo termina no mar - o oceano recebe todas as águas, todos os detritos da civilização também. Sem julgar, ele recebe o que já útil, tragando em suas águas as memórias de centenas de histórias extintas. Para cumprir essa tarefa de extrema compaixão por todas as formas de vida, Peixes é maleável, versátil.
É um signo mutável, realmente. Segue com os ventos, que empurram as velas do navio. Isso Talvez seja esse o mistério que Peixes evoca por onde passa. Mas ele não fala, apenas acolhe, mistura todas as pessoas na festa e ela vira um sucesso. Antenado no infinito ele sabe presentear como ninguém - com seu ar distraído, pisando as estrelas, vai captando o que é impalpável, o que não se exibe com clareza - e depois, surge com o presente que fala direto ao coração de alguém. Mas exatamente por esta capacidade, peixes carrega, vez por outra, os detritos da humanidade, na forma de sentimentos e emoções alheias que vão se juntando ao seu sentimento.
Por vezes, a carga deste mundo é tão pesada que ele entende o que Cristo (cujo símbolo era um peixes, aliás), queria dizer quando falava "meu reino não é deste mundo". O reino de Peixes é o da arte, da música, da poesia, dos espaços siderais também. Viajante eterno, andarilho dos caminhos santos, pescador de almas perdidas, parece ter uma conexão direta com o reino imaterial, com as impressões e imagens. Daí usa a sua maravilhosa imaginação e seu enorme poder de sentir os espaços.
Em Peixes, tudo é grande, vasto, infinito. Tanto que, no reino animal o signo rege as baleias e os grandes seres do oceano, assim como os elefantes, que caminham sobre a terra. No desespero, Peixes se perde, já não sabe mais o caminho - desconhece quem é, se desintegra nas mil dores da humanidade e de toda a criação. Alma sensível, sabedoria inata, não quer convencer ninguém, talvez porque entenda tudo.
No fundo, perdoa a todos - e se não fizer um esforço para discriminar muito bem o que vive, acaba se fazendo mal. Peixes tende ao escapismo, pois como este não é bem seu mundo, ou tem dificuldade em encontrar um lugar claro para si nas esferas ordenadas da sociedade, termina muitas vezes optando por doar sua simpatia e amor ao que nada tem. É no hospital, no orfanato, no asilo que o Peixes está presente, fazendo as vezes de anunciador de um novo ciclo, barqueiro que ajuda a alcançar uma outra margem do rio.
Com os olhos no horizonte largo, os Peixes se destacam nas profissões relacionadas com as relações exteriores, com o comércio de longo alcance, e falam pela música, dança e pela poesia. Os Peixes também estão nos laboratórios de física, estudando os segundos iniciais da criação do universo. Cosmologia é seu tema natural. Alguns se voltam para a fé, outros para a física. Ambos convergem para o mistério do espaço. E por ele, fazem mágica - não se importam em terminar nada, porque sua função é esboçar, anunciar, delinear - outros virão no futuro para dar forma acabada ao que anunciaram.
Ao generoso Peixes, só cabe anunciar o sentido ou perguntar-se sobre ele.
Toda essa mistura de fantasia, pressentimento, docilidade e sabedoria termina compondo um ser atraente e misterioso. Romântico como ele só, cheio de lirismo, envolve quem ama com mil pequenas surpresas - e muitas vezes escolhe mal seu parceiro, para depois sofrer - Peixes tem uma pequena queda para o sofrimento.
No amor, usa e abusa de seu poder de descobrir o que não é revelado - mas não para controlar, mas para ter um encontro de alma mais profundo e completo. Por ser instável como o oceano, curioso e explorador, pode não se adaptar muito bem à vida do casamento, embora seja um dos amantes mais devotados do zodíaco.
Os Peixes regem os pés, que carregam todo o peso do corpo, limite mais humilde - e fundamental, pois são eles que nos carregam para toda parte. Sem prestar muita atenção onde coloca os pés, Peixes de tempos em tempos é lembrado de sua conexão com a terra por meio de afecções nessa parte do corpo. Aos poucos, sua alma antiga vai aprendendo que também é preciso manter os pés na terra para poder continuar anunciando o mundo que pressente. Além disso, Peixes tem relação com o sistema linfático - um dos sistemas que carrega líquidos por nosso corpo - e o centro de energia (chakra) da coroa, por onde os orientais dizem entrar a energia do universo.
Planetas em Peixes
O planeta regente deste signo é Júpiter noturno, tradicionalmente, pois preside a misericórdia e a compreensão que não julga nem procura avaliar com a razão, mas sim procurando a paz e o sentido de todas as experiências. Também simboliza a compreensão e aceitação sabias em oposição a Mercúrio, símbolo do raciocínio e da engenhosidade mental, que rege o signo oposto, Virgem.
Qualquer planeta no signo de Peixes se manifesta com suavidade, ampliação de espaços e intuição. Os planetas adquirem maleabilidade, suavidade, algumas vezes dispersão. Expansão e dissolução de limites são seus modos de atuar.
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