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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Veteranos de Guerra - Martha Medeiros
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Isso me faz lembrar os desfiles de veteranos de guerra que a gente vê em filmes, homens uniformizados em suas cadeiras de roda apresentando suas medalhas e também suas amputações. Se o amor e a guerra se assemelham, poderíamos imaginar também um desfile de mulheres sobreviventes desse embate no qual poucos conseguem sair ilesos. Não se perde uma perna ou braço, mas muitos perdem o juízo e alguns até a fé.
Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Todos. Há inclusive os que trazem marcas imperceptíveis a olho nu, pois não são sobreviventes do que lhes aconteceu, e sim do que não lhes aconteceu: sobreviveram à irrealização de seus sonhos, que é algo que machuca muito mais. São os veteranos da solidão.
Há aqueles que viveram um amor de juventude que terminou cedo demais, seja por pressa, inexperiência ou imaturidade. Casam-se, depois, com outra pessoa, constituem família e são felizes, mas dói uma ausência do passado, aquela pequena batalha perdida.
Há os que amaram uma vez em silêncio, sem se declararem, e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada. Há os que se declararam e foram rejeitados, e a granada estraçalhou tudo por dentro, mesmo que ninguém tenha notado. E há os que viveram amores ardentes, explosivos, computando vitórias e derrotas diárias: saem com talhos na alma, porém mais fortes do que antes.
Há os que preferem não se arriscar: mantêm-se na mesma trincheira sem se mover, escondidos da guerra, mas ela os alcança, sorrateira, e lhes apresenta um espelho para que vejam suas rugas e seu olhar opaco, as marcas precoces que surgem nos que, por medo de se ferir, optaram por não viver.
Há os que têm a sorte de um amor tranquilo: foram convocados para serem os enfermeiros do acampamento, os motoristas da tropa, estão ali para servir e não para brigar na linha de frente, e sobrevivem sem nem uma unha quebrada, mas desfilam mesmo assim, vitoriosos, porque foram imprescindíveis ao limpar o sangue dos outros.
Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois ao menos tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com um futuro de paz.
Há os que se apaixonam por seus inimigos. A esses, o céu e o inferno estão prometidos.
E há os que não resistem até o final da história: morrem durante a luta e viram memória.
Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e conseguiu, em meio ao caos, às neuras e às mutilações, manter o coração ainda batendo.
(Martha Medeiros - Fonte: Revista O Globo, 17 de abril de 2011)
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Os detalhes da estátua do Cristo Redentor
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A ideia da construção surgiu em 1921 para a comemoração do Centenário da Independência do Brasil, que ocorreria no ano seguinte
Consertar é possível
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Reza a lenda entre políticos, analistas e especialistas em geral - que tratam de difundi-la ao ponto de contar hoje com aceitação mais ou menos geral -, que não há outra maneira de se fazer política em governos de coalizão partidária sem entregar a máquina pública ao manejo muitas vezes transgressor dos sócios do condomínio.
Por essa ótica, chega-se à conclusão de que a corrupção é um mal necessário à sobrevivência da democracia, pelo menos tal como ela se apresenta no Brasil com partidos de ideologia difusa e profusão de legendas, cujo apoio majoritário é imprescindível para o êxito de qualquer governo.
É uma linha de raciocínio. Torta, porque fundada no falso pressuposto de que um sistema institucionalmente saudável possa permanecer assim durante muito tempo quando a regra do jogo é a da ilegalidade consentida. Assim como a tese não corresponde aos fatos, não é verdade também que a maioria da população não liga para questões dessa natureza se a economia vai bem e provoca uma sensação de bem-estar.
Está aí a última pesquisa do instituto Latinobarómetro para confirmar: no Brasil, a corrupção aparece como a principal preocupação quando a pergunta é "o que falta à democracia?". Ou seja, as pessoas podem até se sentir bem, mas conectam a epidemia de transgressões à saúde democrática.
José Álvaro Moisés, diretor do núcleo de pesquisas de políticas públicas da Universidade de São Paulo, diz que todos os estudos recentes apontam para o aumento da desconfiança em relação aos partidos e ao Congresso e mostram uma rejeição acachapante (mais de 80%) às práticas que os "especialistas" consideram inerentes à política.
"Elas afetam a qualidade da democracia. Se houver um acúmulo de episódios de corrupção, de escândalos sem punição, de banalização de infrações durante um longo tempo, o resultado será o questionamento da legitimidade dessas instituições", diz. A perda de referência legal e moral, segundo José Álvaro Moisés, gera desconfiança, descrédito, cinismo e conformismo.
É justamente aonde se chega quando se parte do princípio de que o pragmatismo deve prevalecer sobre tudo o mais, inclusive se sobrepondo à Constituição.
Voltando à questão inicial: precisa ser assim?
A posição militante do então presidente Lula de defesa sistemática de transgressores ajudou a disseminar a impressão de que sim, é o único jeito de governar. Mas José Álvaro, para quem a posição de Lula teve um "efeito deletério" exatamente por ser um líder de excepcional identificação popular, atesta que não, há outras maneiras de se pactuar regras da coalizão.
Tudo depende da virtude e do empenho do governante. A primeira condição é que o País seja informado sobre as premissas em que é feito o pacto com os partidos. "É possível partilhar partidariamente o poder, desde que haja compromisso com um programa de políticas públicas e com o cumprimento das normas de conduta, de resto muito claras nas leis."
Hoje, aponta o cientista, não se tem nem uma coisa nem outra. "Onde está dito ou escrito qual o programa de governo que os partidos devem seguir, qual a contribuição de cada um deles, quais os critérios de comportamento a serem seguidos? Não há isso e, se há, o País não foi comunicado a respeito."
Claro que um compromisso sob normas estritas e definidas reduziria muito a adesão dos partidos à coalizão. Dilma Rousseff dificilmente poderia contar os 15 partidos na base congressual. Mas, aqui, se impõe a dúvida: a amplitude da aliança garante vitórias no Parlamento?
"Não garante. Lula e Dilma tiveram dificuldades ou mesmo derrotas no Congresso", responde o cientista.
A única serventia é transmitir a impressão de unanimidade, intimidar a oposição, impedir que o Congresso exerça sua função fiscalizadora, alimentar o gigantismo do Executivo e, com isso, produzir o pior dos malefícios à democracia: interditar a produção de massa crítica na Casa de representação popular que deveria exercer, mas não exerce devido à submissão ao Executivo, a função de vocalizar o debate sobre as grandes questões nacionais, como o avanço da corrupção sobre as instituições.
Concluir que corrupção é um mal necessário à democracia é falso pressuposto
Por essa ótica, chega-se à conclusão de que a corrupção é um mal necessário à sobrevivência da democracia, pelo menos tal como ela se apresenta no Brasil com partidos de ideologia difusa e profusão de legendas, cujo apoio majoritário é imprescindível para o êxito de qualquer governo.
É uma linha de raciocínio. Torta, porque fundada no falso pressuposto de que um sistema institucionalmente saudável possa permanecer assim durante muito tempo quando a regra do jogo é a da ilegalidade consentida. Assim como a tese não corresponde aos fatos, não é verdade também que a maioria da população não liga para questões dessa natureza se a economia vai bem e provoca uma sensação de bem-estar.
Está aí a última pesquisa do instituto Latinobarómetro para confirmar: no Brasil, a corrupção aparece como a principal preocupação quando a pergunta é "o que falta à democracia?". Ou seja, as pessoas podem até se sentir bem, mas conectam a epidemia de transgressões à saúde democrática.
José Álvaro Moisés, diretor do núcleo de pesquisas de políticas públicas da Universidade de São Paulo, diz que todos os estudos recentes apontam para o aumento da desconfiança em relação aos partidos e ao Congresso e mostram uma rejeição acachapante (mais de 80%) às práticas que os "especialistas" consideram inerentes à política.
"Elas afetam a qualidade da democracia. Se houver um acúmulo de episódios de corrupção, de escândalos sem punição, de banalização de infrações durante um longo tempo, o resultado será o questionamento da legitimidade dessas instituições", diz. A perda de referência legal e moral, segundo José Álvaro Moisés, gera desconfiança, descrédito, cinismo e conformismo.
É justamente aonde se chega quando se parte do princípio de que o pragmatismo deve prevalecer sobre tudo o mais, inclusive se sobrepondo à Constituição.
Voltando à questão inicial: precisa ser assim?
A posição militante do então presidente Lula de defesa sistemática de transgressores ajudou a disseminar a impressão de que sim, é o único jeito de governar. Mas José Álvaro, para quem a posição de Lula teve um "efeito deletério" exatamente por ser um líder de excepcional identificação popular, atesta que não, há outras maneiras de se pactuar regras da coalizão.
Tudo depende da virtude e do empenho do governante. A primeira condição é que o País seja informado sobre as premissas em que é feito o pacto com os partidos. "É possível partilhar partidariamente o poder, desde que haja compromisso com um programa de políticas públicas e com o cumprimento das normas de conduta, de resto muito claras nas leis."
Hoje, aponta o cientista, não se tem nem uma coisa nem outra. "Onde está dito ou escrito qual o programa de governo que os partidos devem seguir, qual a contribuição de cada um deles, quais os critérios de comportamento a serem seguidos? Não há isso e, se há, o País não foi comunicado a respeito."
Claro que um compromisso sob normas estritas e definidas reduziria muito a adesão dos partidos à coalizão. Dilma Rousseff dificilmente poderia contar os 15 partidos na base congressual. Mas, aqui, se impõe a dúvida: a amplitude da aliança garante vitórias no Parlamento?
"Não garante. Lula e Dilma tiveram dificuldades ou mesmo derrotas no Congresso", responde o cientista.
A única serventia é transmitir a impressão de unanimidade, intimidar a oposição, impedir que o Congresso exerça sua função fiscalizadora, alimentar o gigantismo do Executivo e, com isso, produzir o pior dos malefícios à democracia: interditar a produção de massa crítica na Casa de representação popular que deveria exercer, mas não exerce devido à submissão ao Executivo, a função de vocalizar o debate sobre as grandes questões nacionais, como o avanço da corrupção sobre as instituições.
(Dora Kramer - Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,consertar-e-possivel-,792327,0.htm)
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Lula, Dilma e o câncer
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O câncer tem 10% de chances contra Luiz Inácio da Silva, mas 0% contra Lula. Do ponto de vista da opinião pública, a doença tende a reforçar o mito, como o tiro no peito transformou Getúlio Vargas de suspeito em herói - com todas as simplificações que isso implica. Nunca é bom subestimar a empatia do brasileiro por quem está perdendo, mas demonstra garra para virar o jogo.
Mitificação. Há vários nomes para esse exagero de doçura com que o eleitor avaliou o ex-presidente no último período de seu governo, um deles é mitificação: apesar dos ditos e feitos, nada de ruim cola na imagem presidencial. Foi nesse clima que Lula elegeu Dilma.
O gráfico mostra, porém, que terminado o mandato de Lula, a fase mitológica acabou. As curvas de aprovação presidencial e a confiança do consumidor voltaram a convergir durante o governo Dilma - para um patamar muito parecido com o que Lula iniciou seu segundo mandato, antes de começar a virar mito.
Nada indica, por ora, que Dilma repetirá a façanha do antecessor. Além das doses incomparáveis de carisma pessoal, o ex-presidente vinha em ascensão, de melhoria da sua avaliação em relação ao mandato anterior. Com Dilma ocorre o oposto: apesar da alta aprovação, ela perde na maioria da população quando comparada a Lula.
A popularidade de Dilma depende, antes de mais nada, de ela conseguir equilibrar as variáveis econômicas para manter a expectativa de consumo em alta. Mas uma coisa ela não pode fazer, sob risco de ficar em impedimento na opinião pública: dar a impressão de trair seu criador. Especialmente agora. Vai se desdobrar para demonstrar o oposto.
Talvez Lula fale menos por causa da doença, mas também por causa da doença o que ele falar contará mais. As atenções vão voltar, pelo menos enquanto ele estiver em tratamento. Nesse período, em vez de perder, o ex-presidente ganha espaço. E Lula sabe transformar espaço em poder. No máximo, vai ficar de mau humor por não poder beber nem fumar.
Se prevalecerem os 10%, e o câncer ganhar, todas as apostas estão zeradas. Como Getúlio, Lula tem sucessor administrativo mas não político. Sua saída prematura de cena abriria um novo capítulo na história.
O câncer tem 10% de chances contra Luiz Inácio da Silva, mas 0% contra Lula. Do ponto de vista da opinião pública, a doença tende a reforçar o mito, como o tiro no peito transformou Getúlio Vargas de suspeito em herói - com todas as simplificações que isso implica. Nunca é bom subestimar a empatia do brasileiro por quem está perdendo, mas demonstra garra para virar o jogo.
Lula intui isso ao dar transparência total à doença desde o diagnóstico. O jornal The New York Times comparou-o ao mistério com que Hugo Chávez tratou o próprio câncer no início. Mas o presidente da Venezuela ganhou popularidade desde que o tratamento o fez raspar os cabelos e tornou a doença de conhecimento público. Certamente não foi a nova aparência que fez Chávez somar pontos no eleitorado.
Nesse cenário de mitificação renovada, quais as consequências da doença de Luiz Inácio para Dilma Rousseff e para o jogo político-eleitoral? Para ensaiar uma resposta, só fazendo suposições. Mas convém calçá-las em fatos.
Como o gráfico que ilustra este texto mostra, o crescimento do consumo de massa esteve intimamente ligado à disparada de popularidade de Lula. As curvas que representam a confiança do consumidor (em cinza, medida pelo Inec da CNI) e o saldo de aprovação presidencial (em preto, medido pelo Ibope) correram paralelas, num trajeto cheio de altos e baixos, mas com coeficiente de correlação de 0,83 - num máximo de 1,0.
Nesse cenário de mitificação renovada, quais as consequências da doença de Luiz Inácio para Dilma Rousseff e para o jogo político-eleitoral? Para ensaiar uma resposta, só fazendo suposições. Mas convém calçá-las em fatos.
Como o gráfico que ilustra este texto mostra, o crescimento do consumo de massa esteve intimamente ligado à disparada de popularidade de Lula. As curvas que representam a confiança do consumidor (em cinza, medida pelo Inec da CNI) e o saldo de aprovação presidencial (em preto, medido pelo Ibope) correram paralelas, num trajeto cheio de altos e baixos, mas com coeficiente de correlação de 0,83 - num máximo de 1,0.
É uma correlação muito forte. Significa que se um dos indicadores sobe ou cai, o outro tem enormes chances de acompanhá-lo. Foi assim ao longo de todo o governo Fernando Henrique Cardoso e no primeiro mandato de Lula. Mas a partir da segunda metade do segundo mandato, a popularidade de Lula e a confiança do consumidor, embora mantivessem o mesmo rumo ladeira acima, se descolaram. A aprovação ganhou uma camada extra de cobertura.
Mitificação. Há vários nomes para esse exagero de doçura com que o eleitor avaliou o ex-presidente no último período de seu governo, um deles é mitificação: apesar dos ditos e feitos, nada de ruim cola na imagem presidencial. Foi nesse clima que Lula elegeu Dilma.
O gráfico mostra, porém, que terminado o mandato de Lula, a fase mitológica acabou. As curvas de aprovação presidencial e a confiança do consumidor voltaram a convergir durante o governo Dilma - para um patamar muito parecido com o que Lula iniciou seu segundo mandato, antes de começar a virar mito.
Nada indica, por ora, que Dilma repetirá a façanha do antecessor. Além das doses incomparáveis de carisma pessoal, o ex-presidente vinha em ascensão, de melhoria da sua avaliação em relação ao mandato anterior. Com Dilma ocorre o oposto: apesar da alta aprovação, ela perde na maioria da população quando comparada a Lula.
A popularidade de Dilma depende, antes de mais nada, de ela conseguir equilibrar as variáveis econômicas para manter a expectativa de consumo em alta. Mas uma coisa ela não pode fazer, sob risco de ficar em impedimento na opinião pública: dar a impressão de trair seu criador. Especialmente agora. Vai se desdobrar para demonstrar o oposto.
Talvez Lula fale menos por causa da doença, mas também por causa da doença o que ele falar contará mais. As atenções vão voltar, pelo menos enquanto ele estiver em tratamento. Nesse período, em vez de perder, o ex-presidente ganha espaço. E Lula sabe transformar espaço em poder. No máximo, vai ficar de mau humor por não poder beber nem fumar.
Se prevalecerem os 10%, e o câncer ganhar, todas as apostas estão zeradas. Como Getúlio, Lula tem sucessor administrativo mas não político. Sua saída prematura de cena abriria um novo capítulo na história.
(José Roberto de Toledo - Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,lula-dilma-e-o-cancer-,792734,0.htm?p=2)
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Prefeitura cria lei de calçadas que nem os prédios públicos respeitam
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Quando a nova lei das calçadas entrar em vigor, no próximo mês, a gestão Gilberto Kassab (PSD) vai ter de fazer a lição de casa, se quiser dar exemplo. Em toda a cidade, há buracos e obstáculos que dificultam a passagem na frente de escolas municipais, postos de saúde, prédios de subprefeituras e calçadões históricos, como o do Vale do Anhangabaú. Até na frente da sede da Prefeitura, uma tampa de bueiro vazada pode surpreender os pedestres, especialmente mulheres de salto alto.
Os exemplos mostram que caminhar pelas calçadas de endereços que abrigam equipamentos públicos não é tarefa fácil em São Paulo, apesar de a nova legislação ter como foco apenas imóveis particulares, que poderão ser fiscalizados até por funcionários terceirizados.
Em novembro, o morador que não consertar um buraco na frente de sua casa correrá o risco de pagar multa mínima de R$ 300.
Na última semana, a reportagem do Estado constatou que, se a lei valesse para todos, a Prefeitura teria de desembolsar uma boa quantia para seguir as regras. A calçada da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Alberto de Almeida, no Cambuci, zona sul, por exemplo, oferece obstáculos às crianças que estudam no local. Canteiros de árvores a cada metro empurram o pedestre para o muro e impedem passagem de cadeirante.
"Não dá para andar por aqui. O jeito é ir para a rua", reclama a aposentada Regina Inês Marianno, de 65 anos. Moradora da região, ela não defende a derrubada das árvores, mas pede a redução dos canteiros. "Eles são muito grandes, reduzem o espaço que temos para caminhar. A Prefeitura deveria ter vindo aqui antes de fazer essa nova lei. Não se pode exigir as coisas certas só dos moradores", diz.
Buracos e obstáculos estão entre os problemas flagrados em passeios de órgãos municipais; multas devem começar no próximo mês
Quando a nova lei das calçadas entrar em vigor, no próximo mês, a gestão Gilberto Kassab (PSD) vai ter de fazer a lição de casa, se quiser dar exemplo. Em toda a cidade, há buracos e obstáculos que dificultam a passagem na frente de escolas municipais, postos de saúde, prédios de subprefeituras e calçadões históricos, como o do Vale do Anhangabaú. Até na frente da sede da Prefeitura, uma tampa de bueiro vazada pode surpreender os pedestres, especialmente mulheres de salto alto.
Os exemplos mostram que caminhar pelas calçadas de endereços que abrigam equipamentos públicos não é tarefa fácil em São Paulo, apesar de a nova legislação ter como foco apenas imóveis particulares, que poderão ser fiscalizados até por funcionários terceirizados.
Em novembro, o morador que não consertar um buraco na frente de sua casa correrá o risco de pagar multa mínima de R$ 300.
Na última semana, a reportagem do Estado constatou que, se a lei valesse para todos, a Prefeitura teria de desembolsar uma boa quantia para seguir as regras. A calçada da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Alberto de Almeida, no Cambuci, zona sul, por exemplo, oferece obstáculos às crianças que estudam no local. Canteiros de árvores a cada metro empurram o pedestre para o muro e impedem passagem de cadeirante.
"Não dá para andar por aqui. O jeito é ir para a rua", reclama a aposentada Regina Inês Marianno, de 65 anos. Moradora da região, ela não defende a derrubada das árvores, mas pede a redução dos canteiros. "Eles são muito grandes, reduzem o espaço que temos para caminhar. A Prefeitura deveria ter vindo aqui antes de fazer essa nova lei. Não se pode exigir as coisas certas só dos moradores", diz.
A nova legislação prevê que todos os obstáculos sejam retirados das calçadas. Na lista estão incluídos ainda telefones públicos, lixeiras, bancos e caixas de correios. Outra novidade é a ampliação do espaço mínimo dedicado exclusivamente à passagem do pedestre - subiu de 0,9 m para 1,2 m.
Mas no entorno do Sambódromo do Anhembi, na Marginal do Tietê, zona norte, a calçada praticamente desaparece. E, do outro lado, na Avenida Olavo Fontoura, postes colocados bem no meio do passeio fazem o pedestre andar em zigue-zague se não quiser dividir espaço com os carros. Em determinados pontos, ainda é preciso pular os buracos.
Na região central, usuários do Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Sé também precisavam na terça-feira desviar de seu trajeto. Na frente da unidade, duas poltronas abandonadas atrapalhavam os pedestres, que ainda precisavam superar sacos de lixo. Pela nova lei, passeios sujos serão autuados em, no mínimo, R$ 4 por m².
Remendos. O calçadão do Vale do Anhangabaú, nas proximidades do Teatro Municipal, tem remendos por toda a parte. Buracos e placas de metal tornam a passagem mais lenta. A aposentada Ruth Pereira de Campos, de 75 anos, é dona de uma banca de jornal e diz que para andar ali só com sapato adequado.
"A sola tem de ser emborrachada para não escorregar. Já caí andando pelo centro. Na minha idade, o risco é maior", diz. O filho, Runio Frank de Campos, de 52, defende a nova lei, mas diz que a população deve ter um prazo para se preparar. "Deveria haver uma campanha. A maioria das pessoas não sabe que a multa vai aumentar", afirma.
A campanha de conscientização está nos planos da Prefeitura, mas não tem data para ser iniciada. Já a aplicação da multa mais pesada -hoje a mínimo é de R$ 96,33 - será imediata.
Vistoria. A Prefeitura informou que vai vistoriar os pontos destacados pela reportagem e providenciar os devidos reparos. No caso do AMA Sé, as poltronas já haviam sido retiradas na sexta-feira. Sobre o calçadão do Anhangabaú, o Município informou que realiza obras de manutenção diárias no local.
Na região central, usuários do Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Sé também precisavam na terça-feira desviar de seu trajeto. Na frente da unidade, duas poltronas abandonadas atrapalhavam os pedestres, que ainda precisavam superar sacos de lixo. Pela nova lei, passeios sujos serão autuados em, no mínimo, R$ 4 por m².
Remendos. O calçadão do Vale do Anhangabaú, nas proximidades do Teatro Municipal, tem remendos por toda a parte. Buracos e placas de metal tornam a passagem mais lenta. A aposentada Ruth Pereira de Campos, de 75 anos, é dona de uma banca de jornal e diz que para andar ali só com sapato adequado.
"A sola tem de ser emborrachada para não escorregar. Já caí andando pelo centro. Na minha idade, o risco é maior", diz. O filho, Runio Frank de Campos, de 52, defende a nova lei, mas diz que a população deve ter um prazo para se preparar. "Deveria haver uma campanha. A maioria das pessoas não sabe que a multa vai aumentar", afirma.
A campanha de conscientização está nos planos da Prefeitura, mas não tem data para ser iniciada. Já a aplicação da multa mais pesada -hoje a mínimo é de R$ 96,33 - será imediata.
Vistoria. A Prefeitura informou que vai vistoriar os pontos destacados pela reportagem e providenciar os devidos reparos. No caso do AMA Sé, as poltronas já haviam sido retiradas na sexta-feira. Sobre o calçadão do Anhangabaú, o Município informou que realiza obras de manutenção diárias no local.
(Adriana Ferraz - O Estado de S.Paulo - Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,prefeitura-cria-lei-de-calcadas-que--nem-os-predios-publicos-respeitam-,792674,0.htm)
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Estranhas Lágrimas
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ESTRANHAS LÁGRIMAS
Lágrimas... Noutras épocas verti-as.
Não tinha o olhar enxuto, como agora.
- Alma, dizia então comigo, chora,
que o pranto diminui as agonias.
Ah! Quantas vezes pelas faces frias,
por mal do meu amor, que se ia embora.
gota a gota, rolando, elas, outrora,
marcaram noites e marcaram dias!
Vinham do oceano da alma, imenso e fundo,
ondas de angústia, em suspiroso arranco,
numa desesperança acerba e louca.
Nos olhos, hoje, as lágrimas estanco,
mas rolam todas, sem que as veja o mundo,
sob a forma de risos, pela boca.
(Felix Pacheco)
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Funniest Scrat Moments (ORIGINAL UPLOAD)
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(http://www.youtube.com/watch?v=RbsGWNXZ51I&feature=autoshare)
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Os momentos mais engraçados do Scrat no A Era do Gelo
(http://www.youtube.com/watch?v=RbsGWNXZ51I&feature=autoshare)
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sábado, 29 de outubro de 2011
A imagem do Brasil
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Questão de partido
(Juca Kfouri - Fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/2011/10/a-imagem-do-brasil/)
Sob a retranca “Corrupção no Brasil“, a mais respeitada revista semanal do mundo, a inglesa “The Economist“, volta a falar do país em sua edição de hoje.
Trata da queda do ministro do Esporte e a atribui ao aparelhamento feito pelo PCdoB (com ironia britânica diz que o partido quer “fazer a revolução pelo esporte”), à perpetuação ministerial de um governo para o outro e à fragilidade das alianças pela governabilidade no país.
E lembra que o Brasil está no foco do mundo por causa da Copa e da Olímpiada, apesar de os holofotes fazerem brilhar as práticas de corrupção dentro da CBF.
E fala nos atrasos das obras de infraestrutura como os aeroportos, transportes públicos etc.
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E da revista CARTACAPITAL, também de hoje:
Por Soraya Aggege
A crise do PCdoB no Ministério do Esporte não termina com a substituição de Orlando Silva por Aldo Rebelo. O partido, que controla o ministério desde 2003, continuará alvo de investigações. As possíveis ilegalidades envolvendo organizações sociais e membros do partido, investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Tribunal de C ontas da União (TRU), pipocam por vários municípios. Mesmo após a substituição de Silva, vários integrantes da legenda terão de dar explicações sobre o uso suspeito do dinheiro público e do possível aparelhamento do partido por meio do Ministério do Esporte.
A cidade de Americana, no interior paulista, abrigará um dos principais focos das investigações. Administrado pelo PSDB, em aliança local com o PCdoB, o município foi um dos principais beneficiados pelos convênios do ministério. O MPF de Piracicaba mantém duas grandes investigações na cidade, focadas em possíveis fraudes e outras ilegalidades do Programa Segundo Tempo. Mas na quinta-feira 27 a situação se agravou. O MPF recebeu denúncias formais de possível envolvimento de políticos da legenda nos casos e em outras supostas ilegalidades. Há denúncias de que parte de pagamentos dos agentes do programa teria sido revertida para campanhas políticas do PCdoB.
As suspeitas são de que o principal operador dos desvios do Segundo Tempo na região seja o secretário da Habitação, Davi Ramos, dirigente do partido e amigo do ex-ministro Orlando Silva. Ramos foi o primeiro coordenador do projeto e uma espécie de interlocutor do programa em outros municípios. O Ministério Público Federal pretende ampliar localmente o foco dos inquéritos em andamento, mas começará a encaminhar relatórios da situação para a Procuradoria-Geral da União. A prefeitura de Americana e Ramos têm negado a existência de qualquer irregularidade. Procurados por CartaCapital, a assessoria de imprensa da Prefeitura e o secretário não se manifestaram até o fechamento desta edição, na noite da quinta 27.
Do Segundo Tempo estão sob investigação obras como as das praças de esportes Luiz Meneghel e Guilherme Assunpção. A primeira teria recebido repasses de 1 milhão de reais, com a última parcela depositada em 8 de agosto, e as obras existentes não justificariam o total gasto. A última teria recebido 2,4 milhões de reais, embora uma placa indique 2,8 milhões de reais. Mas quase não se vê nenhuma benfeitoria nos locais. O MPF vai pedir à Procuradoria-Geral que solicite uma auditoria específica das obras bancadas pelo Ministério do Esporte na cidade por causa das suspeitas de falta de execução e da grande quantidade de liberações financeiras.
CartaCapital teve acesso a um relatório da CGU feito para um dos inquéritos do Ministério Público Federal, em maio deste ano. As conclusões são impressionantes. A primeira denúncia foi apresentada em 2007, com base em suposta malversação de recursos públicos destinados à Federação Paulista de Xadrez (FPX) para atender 7 mil crianças e adolescentes da cidade, em 35 núcleos, por 1,491 milhão de reais. Mesmo sob suspeita, o contrato foi renovado e ampliado: 70 núcleos por 4,755 milhões de reais. Inicialmente, as suspeitas foram de direcionamento de verbas para políticos da cidade ligados ao PCdoB e seus aliados locais. Atualmente, o MPF busca os envolvidos nos dois inquéritos, que na realidade são separados pelos dois contratos, e suas possíveis atuações nos desvios de recursos. Os valores ainda estão sendo calculados.
Os inquéritos do Ministério Público Federal mostram ainda que vários serviços podem ter sido superfaturados e desviados do objeto. Um dos relatórios, de outubro de 2008, registra um “favorecimento do município de Americana, contratação irregular de empresas para prestação de serviços e existência de publicidade indevida de autoridades e políticos”, entre outras ilegalidades.
O MPF de Piracicaba fez vistorias nos núcleos e descobriu que muitos funcionavam, na realidade, onde eram praticadas atividades da própria prefeitura, com servidores municipais, e não os contratados e pagos pelo Ministério do Esporte. Foram localizadas áreas onde as atividades de piscinas eram inviáveis, listas de presença em duplicidade e em branco, falta de comprovação da aquisição dos materiais esportivos e até um custeio de transporte de 40 mil reais, pagos pelo Ministério do Esporte, embora a prefeitura de Americana tenha providenciado o traslado.
Os lanches, pagos pelo Programa Segundo Tempo, são um capítulo à parte nas investigações. Além da baixa qualidade dos produtos servidos, a quantidade oferecida e paga com o dinheiro público é irracional. Segundo o relatório, várias planilhas de entrega de lanches exibem quantidades muito inferiores às cobradas. Por exemplo: em janeiro de 2008, as planilhas apontaram o fornecimento de 44.601 unidades de lanches, mas a quantia faturada em nota fiscal foi equivalente a 82.502 unidades.
“Por fim, o Ministério Público concluiu pela existência de indícios das seguintes ocorrências: fraude na licitação, alteração na quantidade de mercadorias entregues, falsidade ideológica nos documentos encaminhados. Assim sendo, foi encaminhado expediente para a instauração de inquérito pela Polícia Federal e concomitante remessa dos autos à Controladoria-Geral da União para apreciação da regularidade do convênio”, diz o documento. A presidenta Dilma Rousseff pediu uma avaliação do caso à CGU, como noticiou CartaCapital na edição passada.
A Controladoria conclui, em seu relatório, que a Federação Paulista de Xadrez não cumpriu sequer com seu plano de trabalho. Quinze dos coordenadores de núcleos contratados não atuavam. As equipes (69 monitores, 15 coordenadores e 5 coordenadores-gerais) foram remuneradas com recursos do Ministério do Esporte, embora o contrato tenha previsto que o pagamento fosse feito com contrapartida da entidade. Também as diretrizes do programa não foram cumpridas nem havia pessoal qualificado contratado. As novas denúncias apresentadas ao MPF dão conta de que parte dos contratados seria de cabos eleitorais e laranjas que devolveriam o dinheiro aos articuladores do projeto.
O relatório avalia ainda que embora o Ministério do Esporte tenha concluído- que a entidade cumpriu 91,75% de sua meta de atendimentos “baseou-se em extrapolação dos resultados das visitas realizadas a apenas três dos 35 núcleos em funcionamento, o que não é representativo o suficiente para atestar o cumprimento da meta”. Além das suspeitas, a entidade cumpriu apenas 20% da meta. E, depois do início das investigações, devolveu 1,7 milhão de reais, do total de 6,3 milhões. Ou seja, bem menos de um terço do montante. O valor se deve ao fato de o programa ter sido reeditado, com valores duplicados.
“Assim, verificou-se que os problemas verificados na execução do convênio anterior não foram considerados suficientes pelo gestor (Ministério do Esporte) para a reprovação das contas apresentadas, assim o gestor assumiu o risco de aprovar novo plano de trabalho prevendo o funcionamento de um número maior de núcleos para o mesmo parceiro privado”, conclui a CGU.
O caso não compromete apenas a gestão do ministro Orlando Silva, mas a atuação do PCdoB no setor desde 2003. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou na quarta-feira 26 que as investigações referentes às denúncias contra o ministro continuariam mesmo se Silva deixasse o cargo: “A gente tem de investigar independentemente. A saída eventual dele (Orlando Silva) do ministério não altera a necessidade de investigação, pois a primeira aparência é a de que todo esse programa Segundo Tempo tem sérios problemas de irregularidades em todo o País”.
A situação do ministro ficou delicada após o Supremo Tribunal Federal anunciar a abertura, a pedido de Gurgel, de inquérito para investigar denúncias de que Silva integraria um suposto esquema de desvio de verbas da pasta. O próprio ministro teria sugerido a medida.
O procurador-geral também adiantou que o inquérito poderia ser enviado para o STJ, onde já tramita uma investigação referente ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, ministro do Esporte entre 2003 e 2006.
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Eles bebem. Você paga!
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Fundada em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi protagonista de inúmeros episódios de luta por ideais republicanos. Na década de 40, combateu a influência do fascismo europeu no Brasil. Durante os anos mais trevosos do regime militar, seus principais líderes empunharam armas para reivindicar democracia. Essa gloriosa história pertence ao passado. A moçada agora quer sombra, uísque, gelo e água fresca grátis em troca de servidão automática ao governo. Contestação é coisa de otário. Os líderes da principal entidade estudantil brasileira dissipam sua náusea burguesa com garrafas de vodca, uísque, gelo e caixas de cerveja pagos com nosso dinheiro. Compram tênis e bolsas Puma, Nike ou Adidas, símbolos do “imperialismo”, e mandam a conta para os proletários brasileiros que trabalham e pagam impostos.
A atuação pelega da UNE de hoje envergonha seus heróis do passado. Dominada por parasitas do PCdoB desde os primórdios, a entidade perdeu a força, a voz — e o pudor. Desde 2003, recebeu 42 milhões de reais de dinheiro tomado pelo governo dos proletários brasileiros e entregue aos pequeno-burgueses que fingem estudar.
Com o patrocínio do governo, hoje os estudantes ligados à UNE promovem manifestações
em prol de causas de interesse do patrocinador
O TCU investiga repasses de dinheiro do governo à UNE. Já descobriu que parte dos recursos foi usada em festas e na compra de uísque, vodca, cerveja...
Fundada em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi protagonista de inúmeros episódios de luta por ideais republicanos. Na década de 40, combateu a influência do fascismo europeu no Brasil. Durante os anos mais trevosos do regime militar, seus principais líderes empunharam armas para reivindicar democracia. Essa gloriosa história pertence ao passado. A moçada agora quer sombra, uísque, gelo e água fresca grátis em troca de servidão automática ao governo. Contestação é coisa de otário. Os líderes da principal entidade estudantil brasileira dissipam sua náusea burguesa com garrafas de vodca, uísque, gelo e caixas de cerveja pagos com nosso dinheiro. Compram tênis e bolsas Puma, Nike ou Adidas, símbolos do “imperialismo”, e mandam a conta para os proletários brasileiros que trabalham e pagam impostos.
A atuação pelega da UNE de hoje envergonha seus heróis do passado. Dominada por parasitas do PCdoB desde os primórdios, a entidade perdeu a força, a voz — e o pudor. Desde 2003, recebeu 42 milhões de reais de dinheiro tomado pelo governo dos proletários brasileiros e entregue aos pequeno-burgueses que fingem estudar.
O Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu esmiuçar a aplicação desses recursos e deparou com gravíssimos indícios de irregularidades.
Despesas injustificáveis, descritas em notas fiscais suspeitas, amontoam-se nas prestações de contas investigadas. Somente em um convescote da UNE de 2008, apelidado de Caravana Estudantil da Saúde, o TCU suspeita que mais de 500.000 reais tenham sido roubados. Essa foi a quantidade de dinheiro que sobrou depois que todas as despesas previstas foram pagas.
A UNE devolveu os recursos? Não. Como todo militante adulto da corrupção, a entidade dos jovens mandou avisar que gastou o dinheiro do povo com “assessorias”. “Não tenho conhecimento de irregularidades", diz Daniel Iliescu, presidente da UNE que assumiu há quatro meses. "Se houver e formos notificados pelo TCU, vamos corrigi-las”. Notas fiscais analisadas pelo tribunal mostram que a “revolução pela garrafa” é a nova palavra de ordem da UNE.
Sob a fachada de promover Atividades de Cultura e Arte da UNE, em 2007, os pequeno-burgueses da UNE beberam caixas e caixas de cerveja, garrafas de uísque escocês e de vodca. Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “É evidente o descaso da UNE com o patrimônio público. Fico estarrecido de ver tanto dinheiro do povo usado sem obediência aos princípios da moralidade”.
Continuem assim, jovens revolucionários da garrafa, um ministério os espera.
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Câncer de Lula vai servir de lição
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Possivelmente o câncer de Lula servirá como a mais forte campanha popular de que se tem notícia no Brasil contra o fumo - afinal, há uma forte associação entre o câncer de laringe e o cigarro.
Enquanto todos estivermos acompanhando (e torcendo para que o tratamento dê certo), o país vai conhecer, como nunca conheceu, os efeitos no cigarro, apesar de tantas campanhas realizadas há tanto tempo.
Nunca tivemos um personagem tão popular e tão próximo dos mais pobres com um câncer ligado diretamente ao fumo.
Justamente nas camadas mais baixas o hábito de fumar tem caído com muito menos velocidade do que entre os mais ricos. E justamente na laringe, por onde passa a habilidade de Lula em convencer as pessoas em seus discursos.
Infelizmente é desse jeito, com as pessoas sentindo-se próximas e vulneráveis diante de uma ameaça que se consegue mudar atitudes.
Possivelmente o câncer de Lula servirá como a mais forte campanha popular de que se tem notícia no Brasil contra o fumo - afinal, há uma forte associação entre o câncer de laringe e o cigarro.
Enquanto todos estivermos acompanhando (e torcendo para que o tratamento dê certo), o país vai conhecer, como nunca conheceu, os efeitos no cigarro, apesar de tantas campanhas realizadas há tanto tempo.
Nunca tivemos um personagem tão popular e tão próximo dos mais pobres com um câncer ligado diretamente ao fumo.
Justamente nas camadas mais baixas o hábito de fumar tem caído com muito menos velocidade do que entre os mais ricos. E justamente na laringe, por onde passa a habilidade de Lula em convencer as pessoas em seus discursos.
Infelizmente é desse jeito, com as pessoas sentindo-se próximas e vulneráveis diante de uma ameaça que se consegue mudar atitudes.
(Gilberto Dimenstein - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/998896-cancer-de-lula-vai-servir-de-licao.shtml)
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sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Sal - O exagero que mata
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A redução da quantidade de sal na dieta das pessoas seria capaz de salvar milhões de vidas ao redor do mundo, diminuindo os níveis de doenças cardíacas e derrames. A pesquisa foi publicada no periódico científico British Medical Journal e conduzida pelo professor Francesco Cappuccio, da Warwick Medical School.
De acordo com a pesquisa, uma redução de três gramas de sal na ingestão diária resultaria na prevenção de 8.000 mortes por derrame e de 12.000 óbitos por doença coronariana por ano no Reino Unido.
Uma redução similar nos Estados Unidos resultaria em 120.000 menos casos de doenças cardíacas, 66.000 derrames e 99.000 ataques cardíacos a menos por ano. De acordo com o estudo, com a prevenção seriam economiazados 24 bilhões por ano com assistência médica.
A Organização Mundial da Saúde possui uma missão global para reduzir o consumo de sal para menos de 5 gramas por pessoa até 2025. O consumo de sal em alguns países, porém, supera muito esse número. Estima-se que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia.
Para Cappuccio, apenas a mudança de comportamento das pessoas não é suficiente para mudar essa realidade porque, segundo ele, grande quantidade do sal é adicionada ao produto antes mesmo de ele ser vendido. “A indústria alimentícia contribui para a epidemia de doenças cardiovasculares. Essa responsabilidade precisa ser reconhecida”, diz Cappuccio.
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde lançaram a campanha Menos Sal. Sua Saúde Agradece!, que busca reduzir o consumo de sal do brasileiro. A proposta é conscientizar a população sobre os problemas causados à saúde pela ingestão excessiva de sal.
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.
Exagero no sal: cerca de 69% das mulheres e 88% dos homens brasileiros consomem quantidades diárias de sódio acima das recomendadas
Redução de três gramas no consumo diário de sal já seria suficiente para salvar milhares de vidas, diz pesquisa
Segundo estudo britânico, a redução da quantidade de sal nas refeições evitaria problemas cardíacos, derrames e infartos
A redução da quantidade de sal na dieta das pessoas seria capaz de salvar milhões de vidas ao redor do mundo, diminuindo os níveis de doenças cardíacas e derrames. A pesquisa foi publicada no periódico científico British Medical Journal e conduzida pelo professor Francesco Cappuccio, da Warwick Medical School.
De acordo com a pesquisa, uma redução de três gramas de sal na ingestão diária resultaria na prevenção de 8.000 mortes por derrame e de 12.000 óbitos por doença coronariana por ano no Reino Unido.
Uma redução similar nos Estados Unidos resultaria em 120.000 menos casos de doenças cardíacas, 66.000 derrames e 99.000 ataques cardíacos a menos por ano. De acordo com o estudo, com a prevenção seriam economiazados 24 bilhões por ano com assistência médica.
A Organização Mundial da Saúde possui uma missão global para reduzir o consumo de sal para menos de 5 gramas por pessoa até 2025. O consumo de sal em alguns países, porém, supera muito esse número. Estima-se que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia.
Para Cappuccio, apenas a mudança de comportamento das pessoas não é suficiente para mudar essa realidade porque, segundo ele, grande quantidade do sal é adicionada ao produto antes mesmo de ele ser vendido. “A indústria alimentícia contribui para a epidemia de doenças cardiovasculares. Essa responsabilidade precisa ser reconhecida”, diz Cappuccio.
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde lançaram a campanha Menos Sal. Sua Saúde Agradece!, que busca reduzir o consumo de sal do brasileiro. A proposta é conscientizar a população sobre os problemas causados à saúde pela ingestão excessiva de sal.
Tire suas dúvidas sobre problemas cardíacos:
Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do Hospital HCor.
Quais são os principais problemas cardíacos?
- Quais são os principais problemas cardíacos?
- Como se caracterizam os principais problemas cardíacos?
- O que é mal súbito?
(Fabiano - Colombo/Paraná) - Quais são as principais causas dos problemas cardíacos?
- Quais problemas cardíacos são congênitos?
- Quais são os problemas congênitos mais comuns?
- O sal ajuda a controlar a pressão arterial?
- Por que hoje os problemas no coração são a causa número 1 de mortes?
- Quem tem colesterol alto tem mais chances de sofrer problemas cardíacos?
(Paula Estevam - São Paulo - SP) - Quais sinais podem indicar problemas no coração?
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