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Graças ao estilo solitário e centralizador de Dilma e ao relativo sucesso do governo até aqui, nunca o inchaço da Esplanada dos Ministérios foi tão evidente.
Vários de seus ocupantes nada fazem, até porque pouco têm a fazer.
Os carteiros estão em greve. Milhões de brasileiros foram afetados. A Presidência joga duro com os sindicatos. Mas do ministro do Trabalho até agora não se ouviu falar.
Indicativo de que sua pasta poderia ser fundida à da Previdência, outra que perdeu importância política.
Sem verbas nem autonomia para assinar convênios desde que foi estourado pela Polícia Federal, o Turismo também não faz mais sentido -se um dia fez. A Embratur dá conta sozinha de "promover" o país.
Assim como será difícil, após a Copa-14 e o Rio-16, justificar a existência de um ministério dedicado a atletas de ponta e grandes eventos.
Em vez de levar adiante a ideia de criar uma pasta (a 39ª!) para a Micro e Pequena Empresa, por que não juntar as secretarias de Mulheres, Igualdade Racial e Jovens numa só, de Ação Afirmativa, com prestígio e orçamento decente? Até quando Direitos Humanos e Justiça precisarão andar separados?
Mesmo repartições maiores merecem reavaliação. Cidades, depois de tantas fraudes, na prática hoje é gerida pelo Planejamento. Seu ministro zanza como um zumbi por Brasília, caçoado até no Planalto.
Esse quadro de desperdícios decerto não escapou à atenção do empresário Jorge Gerdau, convidado pela presidente a arquitetar uma reforma da máquina federal -replicando boa iniciativa do ministro Hélio Beltrão no início dos anos 80.
Dilma fala em mexer na equipe na virada do ano. Seria o caso de aproveitar e ir além da substituição de fracos e candidatos a prefeito.
Não se trata de fazer o "corte pelo corte", mas de otimizar recursos públicos, desburocratizar serviços e reduzir o espaço dos oportunistas.
(Melchiades Filho - Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1010201104.htm - melchiades.filho@grupofolha.com.br)
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
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