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O segundo turno das eleições para a Presidência da República nos propiciou um debate aprofundado sobre os problemas do Brasil e nos ofereceu excepcional oportunidade para uma tríplice reflexão.
A primeira é a possibilidade de confrontarmos mais a fundo o preparo e a competência dos dois candidatos. A comparação quanto à história política e à biografia de cada um visa a nos dar ideia sobre quem é capaz de comandar a transformação de projetos em ações concretas que gerem mudanças significativas no cotidiano dos cidadãos.
José Serra traçou seu próprio caminho, sem apadrinhamento. Esteve presente nos grandes momentos de luta contra a Ditadura e nos movimentos a favor da redemocratização. Atuou como deputado federal, senador, prefeito e governador, além de ter ocupado cargos em diferentes ministérios. Trabalhou com seriedade, transparência e foi reconhecido internacionalmente por suas políticas públicas na área da Saúde.
A segunda reflexão se refere à comparação das diferentes visões sobre o papel do Estado na vida dos cidadãos. Para o PSDB, quem ocupa cargo público deve comportar-se como guardião dos recursos arrecadados dos trabalhadores e empresários. Por isso, nepotismo, tráfico de influência, corrupção e aparelhamento do estado precisam ser severamente combatidos e a dívida pública contida.
A percepção do Estado defendida pelo PSDB tem sua sustentação nos pilares democráticos, na defesa do Estado de Direito e na transparência. Nessa concepção, não há espaço para censura à imprensa, para amordaçamento do Ministério Público, para estímulo às invasões de propriedades rurais, para apoio a ditadores e a governos tiranos. Por outro lado, a violência deve ser combatida com o fortalecimento da presença do Estado no enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico de armas e drogas, e com a implantação de amplo e consistente programa de tratamento, para recuperação de jovens viciados.
Por fim, a terceira reflexão diz respeito à comparação das propostas políticas prioritárias. Foi no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que ocorreram os grandes saltos de qualidade na economia brasileira, que transformaram o país: o controle da inflação, que estabilizou a moeda, o PROER (que fechou os bancos insolventes, depurou e fortaleceu o sistema financeiro), a Lei de Responsabilidade Fiscal, a introdução de uma política agrícola eficiente e o respeito aos fundamentos macroeconômicos: metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Foram avanços que ajudaram a construir e permitiram a realidade que hoje vivemos.
O governo Lula teve o mérito de preservar estas conquistas. No entanto, somente preservá-las, sem fazer nada de novo, é insuficiente. Esses ganhos de qualidade, que têm cumprido seu papel nestes 16 anos, vão se esgotando. O PT apenas preservou o que Fernando Henrique e José Serra construíram: o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), o Vale Gás, o Programa Saúde da Família e o Programa Luz no Campo são alguns deles, apenas trocaram de nome.
Avançamos ainda na Saúde, com a implantação dos genéricos, os mutirões da saúde e o melhor programa de tratamento de AIDS do mundo. Na Educação, o PSDB também deixou sua marca: implementamos o Fundo de Desenvolvimento da Educação (FUNDEF) e plano de Valorização do Magistério, enquanto o PT assumia postura diametralmente contrária a estas propostas.
Hoje, precisamos de um novo salto de qualidade que o governo do PSDB deverá promover: gerar uma economia forte e competitiva, que crie oportunidades, promova a geração de renda, a democratização de benefícios básicos e a capilarização de serviços.
O tempo mostra que políticas públicas eficientes, guiadas por gestores responsáveis, sobrepõem-se às limitações cronológicas, mesquinharias políticas e espertezas eleitorais.
O Brasil precisa ser conduzido por um governante preparado, com sensibilidade humana e, acima de tudo, caráter, decência e honradez. Por tudo isso, José Serra é a melhor escolha para um País que pode muito mais.
(Antonio Carlos Mendes Thame)
sábado, 30 de outubro de 2010
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Ótimo texto. Nunca ri tanto na vida vida como eu ri com esse texto.
ResponderExcluirE ri ainda mais quando eu vi quem escreveu esse texto (Antonio Carlos Mendes Thame). Só mesmo um partidário do Zé Pedágio para falar bem dele.