quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cem anos de lição

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"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."

Martin Niemöller, 1933,
símbolo da resistência aos nazistas

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Parodiando o pastor protestante Martin Niemöller,
símbolo da resistência nazista:

“Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho..."

Claudio Humberto, 09 FEV 2007 

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Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

É PRECISO AGIR
Bertold Brecht (1898-1956) 

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Mas o primeiro deles, foi Maiakovisky - poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin -que escreveu ainda no início do século XX :


Um passeio com Maiakovisky

Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem :
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz
da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada. 

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Tudo que os outros disseram foi depois de ler Maiakovisky.

Incrível é que após mais de cem anos dessa lição, ainda nos
encontremos tão desamparados, inermes, e submetidos aos
caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que
vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos
cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio :

Porque a palavra, há muito se tornou inútil.

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Um comentário:

  1. 100 anos de Solidão - Plabo Neruda.

    O poder sempre sera sugado por aqueles que o ocupam para se locupletarem...

    100 anos de Solidão - Plabo Neruda.

    O poder sempre sera sugado por aqueles que o ocupam para se locupletarem...
    carlos17111@gmail.com

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