Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."
Martin Niemöller
(Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 — Wiesbaden, 6 de março de 1984)
Biografia
Filho de um pastor luterano, foi educado para a fidelidade ao imperador e com sentimento patriótico alemão. Depois de concluir o curso colegial, ele ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, subúrbio de Berlim.Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazistas ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazistas ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller [1].
Sendo ele nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas [2], Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazista.
Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Engajada) em 1934. A Igreja Engajada recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência Protestante ao regime Nazista.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."(Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Niemöller)
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo.