sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

DESPIROCOU GERAL

.





Os despautérios de Lula tinham um motivo bem aparente e conhecido por todo mundo. Era a “marvada” que lhe alterava o comportamento.

A “presidenta” tem como marca registrada o mau humor, misturado com uma injustificada grossura. Ela, no cargo, substituiu o respeito pelo medo.

Dia a dia vem piorando; a notícia abaixo de Cláudio Humberto, faz com que se pense que ela esteja louca no sentido clínico da palavra: 

“Ministros e técnicos do governo federal agora evitam levar os próprios notebooks para reuniões com Dilma. Fiel ao seu jeito estúpido de ser, em recente reunião com dirigentes e técnicos do DNIT, ela se irritou com um deles, que insistia em mostrar-lhe, no computador, um projeto já rejeitado. Com firmeza e agilidade, tomou-lhe o notebook das mãos e o arremessou para longe, espatifando-o, para em seguida dispensar o interlocutor chamando o despacho seguinte: Próximo!”.

O que era ruim ficou péssimo ou mais claramente, o país trocou um alcoólatra por uma maluca furiosa.


.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cidadão Pode Consultar Dados do Cadastro Nacional da Adoção na Internet

.





O Cadastro Nacional de Adoção está disponível para consulta pelos cidadãos no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O sistema pode ser acessado no portal da entidade, no link 

http://www.cnj.jus.br/cna/View/index.php 

Por meio dele, os interessados poderão consultar a quantidade de crianças e adolescentes aptas para a adoção em cada estado, município e comarca desejados.

As informações são atualizadas online e alimentadas pelas varas da Infância e Juventude existentes nos vários Tribunais de Justiça. O sistema também informa a quantidade de crianças e adolescentes disponíveis, por faixa etária e raça.

O Cadastro Nacional de Adoção foi criado pelo CNJ, em abril de 2008, para reunir dados sobre crianças e adolescentes disponíveis para a adoção em todo o Brasil, assim como dados dos pretendentes. O objetivo é traçar o perfil dos cadastrados, proporcionar um raio-X do sistema de adoção, agilizar o procedimento nos juizados e varas e, dessa forma, possibilitar a implantação de novas políticas públicas na área.

De acordo com o levantamento do último dia 10 de dezembro, 4.932 crianças e adolescentes encontram-se à espera de uma nova família - os chamados menores aptos à adoção. O número de pretendentes persiste maior - chega a 27.183.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Abaixo-assinado - Apoio incondicional à Ministra Eliana Calmon

.





Tendo em vista as irregularidades e denúncias sobre atos de improbidade administrativa, corrupção e enriquecimento ilícito dos membros do Poder Judiciário do Brasil ; 

Com amparo legal na Constituição Federal de 1988 (Carta Magna) e emendas; 

Nós, brasileiros abaixo-assinados, por iniciativa do grupo aberto em Apoio Incondicional à Ministra Eliana Calmon,  
solicitamos a colaboração, com intervenção, de Vossa Excelência, Presidente Dilma Roussef, no sentido de serem outorgados plenos poderes à Ministra Eliana Calmon, a fim de serem investigados e punidos todos os atos e decisões dos juízes, ministros e demais membros, servidores ou comissionados, do Poder Judiciário, nas esferas Estadual e Federal, em relação à corrupção, desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, enriquecimento ilícito, entre outros delitos e crimes, cuja investigação é de interesse público; 

Estendendo-se os poderes para investigação da declaração de bens e rendimentos, e quebra do sigilo bancário, a nível nacional e internacional, de todos os implicados e suspeitos.

Para assinar, clique no endereço abaixo:




Assine. Faça a sua parte.


*************

Amigos, vamos fazer a nossa parte. Precisamos apoiar quem está lutando para tornar nosso país melhor, mais transparente. Vamos mostrar a todos que ela não está sozinha nesta luta. 

.

Dica do Procon: ressarcimento por danos elétricos tem novas regras

.








O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais lembra aos consumidores que estão em vigor novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre critérios para o ressarcimento dos danos elétricos causados a aparelhos eletroeletrônicos. Trata-se da Resolução 360, de 2009, válida desde o último dia 17 de junho.

De acordo com o Procon Assembleia, o consumidor agora tem o prazo de 90 dias corridos, a contar da data da ocorrência do dano elétrico, para formalizar junto à concessionária de energia elétrica a sua reclamação. Essa reclamação poderá ser feita diretamente na agência de atendimento, por telefone ou pela internet. É importante não deixar de guardar o número de protocolo desse atendimento.

No processo do pedido de ressarcimento, a empresa investigará a existência do nexo de causalidade. A inspeção e vistoria do equipamento deverá ocorrer em até 10 dias corridos, contados a partir da data do pedido de ressarcimento. Quando se tratar de equipamento para acondicionamento de alimentos perecíveis ou de medicamentos, o prazo para inspeção será de um dia útil.

A empresa deverá informar ao consumidor, por escrito, no prazo de 15 dias corridos, contados a partir da data da vistoria, o resultado do pedido de ressarcimento. A partir do deferimento do pedido, a empresa fará o ressarcimento em moeda corrente ao consumidor ou providenciará o conserto do aparelho no prazo de 20 dias corridos. No caso de indeferimento, deverá haver uma justificativa por escrito por parte da empresa.

Caso o consumidor não concorde com o resultado ou com os procedimentos operacionais, ele deverá fazer uma reclamação na Ouvidoria da empresa e na Aneel. Caso queira, poderá também procurar o Procon do seu município ou o Poder Judiciário.

.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

As cinco habilidades das pessoas emocionalmente inteligentes

.








A forma como gerimos as nossas emoções e os nossos relacionamentos determina em grande medida o sucesso pessoal e profissional. Por isso é tão importante desenvolver a "Inteligência Emocional ", conceito desenvolvido e largamente difundido pelo psicólogo norte-americano Daniel Goleman , a partir da década de 90, que engloba um conjunto de habilidades pessoais e sociais que permitem conhecer, gerir e controlar emoções de nós mesmos e dos outros, a fim de utilizá-las com guia de pensamento e de ação.

Grosso modo, a inteligência emocional engloba duas inteligências (que fazem parte da teoria das inteligências múltiplas , proposta por Howard Gardner em 1983): a intrapessoal, que nos dá a possibilidade de nos conhecermos a nós próprios e de alcançar a auto-realização, e a interpessoal, que nos permite estabelecer relações sociais gratificantes e eficazes no contexto social e profissional. Quanto mais desenvolvidas essas inteligências estiverem maior a probabilidade de levarmos uma vida satisfatória e feliz.

Na prática, podemos consolidar ou potenciar a nossa inteligência emocional se formos capazes de:

1. Conhecer as nossas próprias emoções

Tomar consciência das nossas emoções e entender o que elas nos dizem a cada momento, para que possamos tomar decisões com mais segurança e confiança.

Imaginemos que nos é proposto um projeto de trabalho que deveremos realizar dentro de um mês. Entretanto, percebemos que temos crises de ansiedade como reflexo das nossas dúvidas, pois aceitar o novo projeto significa deixar de ter tempo para outros projetos que consideramos mais importantes.

2. Expressar e gerir as nossas emoções

Adequar as nossas emoções a cada situação, dominar os nossos impulsos sem nos anularmos ou reprimirmos os nossos sentimentos e converter as emoções negativas em positivas, a fim de se evitar a frustração e se alcançar o equilíbrio pessoal.

No caso do projeto, vamos falar com a pessoa que nos propôs o mesmo para expor as nossas inquietudes e dúvidas. Dessa forma, não só tornamos mais claro o caminho a seguir (por exemplo, não aceitar fazer parte do novo projeto) como também nos sentimos melhor com nós próprios, na medida em que nos libertámos de tensões desagradáveis.

3. Cultivar a nossa auto-motivação

Colocar as emoções ao serviço dos nossos objetivos e metas para que possamos atingi-los de forma produtiva e eficaz, mesmo que sejam muitos os obstáculos para lá chegar. Assim, garantimos a auto-realização e auto-superação.

Em relação ao projeto, e porque decidimos não aceitá-lo, procuramos concentrar toda a nossa atenção e energia nos outros projetos e acabamos por concluir que, no fundo, fizemos bem não participar no tal projeto.

4. Reconhecer as emoções das outras pessoas

Colocarmo-nos no lugar das outras pessoas para identificar e entender os seus desejos e sentimentos, com o objetivo de responder ou reagir adequadamente e na base do interesse mútuo. Essa capacidade, a que chamamos empatia, é a chave da comunicação e do afeto.

Na situação apresentada, a conversa com a pessoa que propôs o novo projeto permitiu-nos conhecer a sua admiração pelo nosso trabalho e até agradecer esse sentimento mas, ao mesmo tempo, obter da sua parte a compreensão e aceitação da nossa recusa.

5. Gerir relações interpessoais

Desenvolver relações interpessoais eficazes, tendo por base a assertividade, o entendimento mútuo e o sentido de cooperação. Por isso é que a competência ou incompetência social depende muito da nossa capacidade de negociar e liderar.

No caso exposto, e supondo que a pessoa voltaria a insistir com a proposta, passaria por mostrar-lhe que isso não seria bom para as duas partes, mantendo-se ou até reforçando-se a eficácia interpessoal entre as partes.

Acima de tudo, há que entender as emoções como o ponto de partida para uma estabelecer uma melhor relação com nós mesmos e com os outros. Todos podemos desenvolver a nossa inteligência emocional ao longo da vida, é tudo uma questão de prática.


(Ana Santiago - Fonte: http://aeiou.expresso.pt/as-cinco-habilidades-das-pessoas-emocionalmente-inteligentes-video=f695019
.

Rir, quem diria, pode ser mesmo o melhor remédio

.


Rir é o melhor remédio


Rir é o melhor remédio


Dizem que há muita sabedoria nos ditados populares. Esse é um bom exemplo. Todo mundo concorda que uma das melhores coisas na vida é dar umas belas gargalhadas. E em grupo melhor ainda, mesmo porque o riso é contagioso e um fator de agregação social. Todos nós já passamos por situações onde rimos às vezes até as lágrimas e muitas vezes não sabemos nem o porquê. A explicação biológica para a sensação de bem estar advinda do riso seria a liberação de neurotransmissores, em particular a endorfina. De acordo com um estudo recente publicado noProceedings of The Royal Society, não é o prazer intelectual associado ao humor, mas sim o ato físico de dar risadas que seria o responsável por esse efeito. A pesquisa, realizada por Robert Dunbar junto com cientistas do Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, comprovou que é quando damos gargalhadas que liberamos endorfinas, aquele mesmo neurotransmissor que liberamos durante o exercício físico, principalmente corridas de grande distância. Além da sensação de bem estar, um dos conhecidos efeitos da endorfina é também aumentar o limiar da dor.



Como saber se liberamos endorfinas?

As endorfinas são produzidas pelo sistema nervoso central (SNC), mas não é possível medi-las no sangue porque elas não atravessam a barreira hemato-encefálica (do cérebro para o sangue). Uma maneira indireta de analisar a liberação de endorfinas é através do seu papel anestésico, ou seja, medir o nosso limiar a dor. Essa propriedade pode ser muito potente. Não é raro ouvir casos de pessoas que sofreram uma fratura durante uma maratona ou perderam as unhas do pé e só perceberam depois da corrida. E foi isso que os pesquisadores avaliaram para concluir o que acontecia como consequência do ato de rir: a tolerância à dor antes e depois do experimento.

Como foi feita a pesquisa?

Sem entrar em muitos detalhes, os cientistas dividiram os voluntários em diferentes grupos que assistiam três tipos diferentes de vídeos: cômicos (tais como Os Simpsons, Friends, South Park ou de comediantes conhecidos), neutros (tais como histórias sobre treinamento de cães ou de golfinhos) e filmes positivos mas não cômicos (geralmente relacionados com a preservação da natureza). Todos os voluntários eram submetidos a um experimento (uma cinta de gelo em torno do braço) e media-se quanto tempo eram capazes de tolerar a dor. Como a tolerância à dor é muito individual, cada um dos participantes foi analisado antes e depois de assistir ao vídeo. E o resultado foi surpreendente. Os indivíduos que haviam visto os filmes cômicos e dado boas gargalhadas tinham aumentado significativamente a sua resistência à dor. Viva os Doutores da Alegria, aqueles profissionais fantásticos cujo papel é exatamente esse: provocar o riso em crianças doentes em hospitais.

Gargalhadas ao invés de exercicio físico?

Para os preguiçosos de plantão – que são contra qualquer tipo de exercicio aeróbico e não usufruem do prazer da endorfina – essa também é uma excelente alternativa. É claro que há outros benefícios associados à atividade física além da liberação desse neurotransmissor. Mas se você é daqueles que odeia se exercitar, junte uma turma de amigos bem humorados e dê umas boas gargalhadas. Aproveite suas férias e ria muito.

Boas festas e um 2012 super feliz, querido leitor.


(Mayana Zatz - Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/genetica/pesquisas/rir-e-o-melhor-remedio)
.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Amor incondicional

.


Amor incondicionalTRF 4 - Analice Bolzan





Há doze anos a notícia de uma doença incurável e degenerativa mudou totalmente a vida de um engenheiro de Curitiba. Para salvar o filho, ele deixou a profissão, fez dívidas e até aprendeu medicina. Tudo para conseguir o que parecia impossível.


(Fonte: http://daleth.cjf.jus.br/vialegal/materia.asp?CodMateria=1478 - Esta matéria foi exibida no Via Legal 392 em 11/03/2010)
.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ciúme excessivo é doença e pode levar à depressão

.






O sentimento de posse acarreta, além do ciúme, raiva e baixa autoestima 



A frase "Tudo são flores" é ideal para caracterizar o início de qualquer relacionamento. O prazer de conhecer o parceiro, o tempo em que permanecem juntos, as particularidades e pensamentos em comum, contudo, podem se tornar um pesadelo quando surge um vilão capaz de destruir uma relação: o ciúme. Há aqueles que consideram saudável uma pitada deste sentimento, enquanto outros não toleram. A preocupação exagerada e o sentimento de posse demonstram o ciúme excessivo, considerado uma doença pela psicóloga e psicoterapeuta, Dra. Salete Monteiro Amador.

O descontrole do ciúme pode ter duas origens, sendo a primeira relacionada ao parceiro que demonstra alguns comportamentos que não transmitem confiança, como a mentira ou a infidelidade. A segunda parte do próprio ciumento, por meio do sentimento de posse, insegurança ou ao identificar qualquer ameaça à relação. É a partir daí que o indivíduo permanece em estado de alerta máximo e transforma-se em uma espécie de detetive, invadindo a privacidade do outro, checando e-mails, ligações no celular, faz vigilância constante e tenta até mesmo controlar suas relações pessoais.

O sofrimento e ciúmes descontrolados trazem não apenas dores psicológicas, mas também físicas, já que nesses casos é comum a prática da violência corporal. "Um fato comum entre os ciumentos excessivos é ter presenciado, sobretudo na infância, a relação conflitante dos pais ou casais próximos. Estes são exemplos marcantes e favorecem a visão distorcida de como se relacionar com o companheiro", comenta a psicóloga.

Além do próprio ciúme, os principais indícios da doença são a tristeza, a raiva, o sentimento de impotência e a baixa autoestima. Uma das conseqüências do ciúme doentio é o isolamento social, já que para evitar possíveis escândalos o casal decide não sair de casa e tampouco consegue resolver suas diferenças. À medida que a relação caminha para o fracasso, os envolvidos necessitam buscar atendimento profissional para objetivar a decisão de permanecer juntos ou não.

Ciúme e depressão

Além da busca profissional para o tratamento, deve-se levar em conta que em muitos casos, esse quadro evolui para depressão crônica, tornando ainda mais complexa a cura do ciúme e necessitando de outros tipos de cuidados médicos relacionados à depressão. "É comum que o ciumento desenvolva a depressão em razão do sofrimento que o ciúme provoca", revela a Dra. Salete Amador.

A psicoterapia é a principal alternativa para driblar e até mesmo vencer a doença. O primeiro estágio consiste em uma avaliação clínica para medir a gravidade do ciúme e analisar cada situação particularmente. O próximo passo é a psicoterapia, que pode ser realizada individualmente ou em casal. No método singular, o profissional resgata e localiza a origem do ciúme, quais os modelos de relacionamento influenciadores em sua relação e a maneira de se observar o companheiro, além de recuperar a autoestima. "Para o casal que resolve fazer uma tentativa para salvar a relação, a psicoterapia reforça os laços que os uniram, refaz a história dos envolvidos, busca novas maneiras de diálogo e reforça a confiança de um pelo outros", esclarece a psicóloga.

A doença tem cura e alguns hábitos auxiliam nesse processo, bem como cultivar as amizades, mesmo namorando ou casado, ser sincero e expor qualquer incômodo para não acumular problemas e desconfianças sem fundamento e manter, acima de tudo, a liberdade de escolha para que o relacionamento seja saudável e livre do excesso de ciúme. 

João de Almeida Neto - O meu país

.







Um país que crianças elimina;
E não ouve o clamor dos esquecidos;
Onde nunca os humildes são ouvidos;
E uma elite sem Deus é que domina;
Que permite um estupro em cada esquina;
E a certeza da dúvida infeliz;
Onde quem tem razão passa a servis;
E maltratam o negro e a mulher;
Pode ser o país de quem quiser;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país onde as leis são descartáveis;
Por ausência de códigos corretos;
Com noventa milhões de analfabetos;
E multidão maior de miseráveis;
Um país onde os homens confiáveis não têm voz,
Não têm vez,
Nem diretriz;
Mas corruptos têm voz,
Têm vez,
Têm bis,
E o respaldo de um estímulo incomum;
Pode ser o país de qualquer um;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que os seus índios discrimina;
E a Ciência e a Arte não respeita;
Um país que ainda morre de maleita, por atraso geral da Medicina;
Um país onde a Escola não ensina;
E o Hospital não dispõe de Raios X;
Onde o povo da vila só é feliz;
Quando tem água de chuva e luz de sol;
Pode ser o país do futebol;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que é doente;
Não se cura;
Quer ficar sempre no terceiro mundo;
Que do poço fatal chegou ao fundo;
Sem saber emergir da noite escura;
Um país que perdeu a compostura;
Atendendo a políticos sutis;
Que dividem o Brasil em mil brasis;
Para melhor assaltar, de ponta a ponta;
Pode ser um país de faz de conta;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que perdeu a identidade;
Sepultou o idioma Português;
Aprendeu a falar pornô e Inglês;
Aderindo à global vulgaridade;
Um país que não tem capacidade;
De saber o que pensa e o que diz;
E não sabe curar a cicatriz;
Desse povo tão bom que vive mal;
Pode ser o país do carnaval;
Mas não é, com certeza, o meu país!



(João de Almeida Neto)


Supremas razões

.






O supremo tribunal Federal (STF) continua a surpreender a sociedade civil e a mostrar a falência do nosso sistema de Justiça. Um sistema a favorecer poderosos e potentes e a criar o caldo multiplicador da burguesia mafiosa. Nesta semana, dois fatos chamaram a atenção e foram protagonizados pelos ministros Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski, ambos do STF.

Por iniciativa de 2 milhões de cidadãos votantes logrou-se chegar à Lei da Ficha Limpa. Por essa lei, não podem concorrer às eleições os condenados criminalmente por órgão judiciário colegiado e os que renunciaram a mandato parlamentar para arquivar, por perda de objeto, processo de cassação por conduta indecorosa. Antes da Ficha Limpa, existia a norma constitucional, Art. 15, III, a estabelecer a perda de direitos políticos aos definitivamente condenados criminalmente e enquanto durassem os efeitos da decisão. Com a Ficha Limpa criou-se um mecanismo complementar e salutar à luz do interesse social.

Medidas cautelares são bem conhecidas no Direito positivo de Estados democráticos: prisão preventiva, separação de corpos, alimentos provisionais, afastamento jurisdicional de magistrados etc. Jader Barbalho, em 2001, renunciou ao mandato de senador para evitar a cassação e futura inelegibilidade. Em 2010, Barbalho concorreu, pelo PMDB, ao Senado pelo Pará e, com 1,8 milhão de votos, encabeçou a lista dos eleitos. Diante da Lei da Ficha Limpa, não teve a posse deferida e foi ao STF.

Como se sabe, o julgamento, com o ministro Joaquim Barbosa sorteado como relator, terminou empatado. À época, a Corte estava desfalcada em razão de vaga aberta pela aposentadoria da ministra Ellen Gracie. O ministro Cezar Peluso, consoante entendimento externado quando de anterior e célebre julgamento do ex-governador Joaquim Roriz, não quis, com relação a Barbalho, votar duas vezes. Voltou a entender inconstitucional prerrogativa do Regime Interno do STF que contempla o “voto de qualidade”, espécie de voto de Minerva. Em resumo, o processo de Barbalho ficou suspenso até a posse da nova ministra, a completar a composição do STF.Como o primeiro suplente de senador também estava impedido, assumiu Marinor Brito, do PSOL.

Poucos dias atrás, uma cúpula de caciques do PMDB marcou audiência com Peluso. Uma audiência precedida de telefonemas do vice-presidente Michel Temer e do presidente José Sarney,como revelou a Folha de S.Paulo. Temer e Sarney apoiaram a reivindicação a ser transmitida a Peluso no encontro com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir Raupp e o deputado federal Henrique Eduardo Alves. Além do caso Jader Barbalho, foi tratada a questão do reajuste dos vencimentos dos ministros do STF e do funcionalismo do Judiciário, cujos processos legislativos estão em curso.

Na sessão de julgamento da quarta-feira 14, o ministro Peluso, com a ausência do relator Joaquim Barbosa em razão do seu crônico mal na coluna vertebral e ainda com a cadeira deixada vaga por Ellen Gracie, colocou em julgamento o caso de Barbalho, que não estava em pauta e se encontra suspenso. Peluso, quando da reunião com o vértice do PMDB, sugeriu a apresentação de uma petição com pedido de voto de qualidade (desempate).

O voto de qualidade de Peluso determinou a posse de Barbalho, com entendimento, já sufragado em outro caso, de inaplicável a Lei da Ficha Limpa às eleições de 2010. Quando se negou a dar voto de desempate nos autos do caso Roriz, o ministro Peluso afirmou, pela televisão e urbi et urbe, que só um déspota usaria do tal voto de qualidade.

A pressão do PMDB, a ameaça de atraso na aprovação da ministra indicada, a questão dos reajustes e o precedente de não se aplicar a Lei da Ficha Limpa às eleições de 2010 levaram, ao que parece, o ministro Peluso a praticar um ato despótico. E como um déspota esclarecido deu as costas para 2 milhões de cidadãos votantes que tomaram a iniciativa de propor cláusulas de barreira a candidatos. Não se sabe qual seria o voto de Rosa Maria Weber, escolhida pela presidenta Dilma. Na Comissão de Justiça, ela não soube responder a questões sobre Direito Civil e Criminal, pois é especializada em Direito do Trabalho. Mas,como prometeu que ia estudar e apreender (a esta altura do campeonato!), poderia chegar a uma conclusão diversa da posta por Peluso e em favor de Barbalho.

Por outro lado, coube ao ministro Lewandowski, em entrevista, alertar que o chamado “processo do mensalão” poderá findar sem julgamento do mérito, pela extinção de punibilidades em razão de prescrições de pretensões punitivas. Num sistema adequado de Justiça, jamais, em caso tão polêmico, se deixaria de apreciar o mérito, absolvendo-se ou condenando-se. O atraso, pelo decurso do tempo, leva à prescrição, pois não é justo a eternização de processos criminais. Mas o apelidado mensalão gerou processo de instância única, por força do princípio do foro privilegiado. Assim mesmo vai prescrever, como vaticinou Lewandowski. Para lembrar o canto de Moraes Moreira, “lá vem o Brasil descendo a ladeira”.


(Wálter Maierovitch - Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/supremas-razoes)

.

Trágico e Cômico - Mensalão rumo à prescrição

.








A julgar (com trocadilho) pela lerdeza e, principalmente, pelo rabo preso, o caso do mensalão no STF caminha a passos largos… Para a prescrição. O judiciário é mais um balcão de negócios que dá chancela jurídica a gente da pior espécie. Dentre os seus feitos mais notáveis estão: 

1) ignorar a Lei Ficha Limpa, um anseio antigo da sociedade; 

2) enterrar a CNJ para que não se investigue os absurdos que acontecem dentro do judiciário

3) fazer acordo com o PMDB para absolver Jader Barbalho em troca do aumento de salários para juízes no congresso

Agora, quem garante que eles não chegarão a um “acordo” no caso do mensalão? Pois é, podem se preparar para o pior…

Juízes podem tentar se explicar torcendo e distorcendo a constituição, mas pra mim esse pessoal aí tem nome: bandidos de toga. Os fatos mostraram que Eliana Calmon tinha razão. Todo o resto é juridiquês de gente sem caráter.



.





quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ou toca, ou não toca...

.


catherine+deneuve.png



Sou composta por urgências: 
minhas alegrias são intensas; 
minhas tristezas, absolutas. 
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos. 
Eu não caibo no estreito, 
eu só vivo nos extremos.

Pouco não me serve, 
médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte! 

Todos os grandes e pequenos momentos,
feitos com amor e com carinho,
são pra mim recordações eternas.
Palavras até me conquistam temporariamente...
Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.

Suponho que me entender 
não é uma questão de inteligência 
e sim de sentir, 
de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.”

(Clarisse Lispector)


*************************


Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, 
mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza 
que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.
(Sêneca)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais na Escócia. Apresentação completa

.





Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil dando um show ao se apresentar no maior festival de bandas militares do mundo "Edinburgh Military Tattoo 2011" na Escócia no período de 05 a 27 de agosto.


.

JOAQUIM BARBOSA, O MENSALÃO E A MENTIRA TEM PERNA CURTA.

.




O ministro Joaquim Barbosa é bem conhecido dos brasileiros. Elevado ao grau de celebridade ao humilhar publicamente o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em uma das mais polêmicas audiências do tribunal. Sem papas na língua, Joaquim Barbosa disse a Mendes o que muitos brasileiros queriam dizer a respeito da arrogância e da magnânima atuação de Gilmar Mendes (sempre para o lado dos poderosos) envolvendo casos de corrupção. (Não lembra? Leia aqui)

Agora, o ministro volta às manchetes jogando mais uma vez no ventilador ao desmascarar o descarado complô que é ensaiado pelos ministros do STF (a maioria indicada pelo PT) para causar a prescrição dos crimes do Mensalão; transformando em uma enorme pizza mal cheirosa o processo que poderia ser um marco na moralização da política nacional e destruiria boa parte da cúpula petista, ao colocá-la atrás das grades.

Tudo começou com uma entrevista “em banho-maria” do Ricardo Lewandowski, revisor do caso. Nessa entrevista, Lewandowski deixou escapar que o processo caminhava para a prescrição porque não haveria tempo hábil para julgá-lo. Afinal de contas, o ministro Joaquim Barbosa havia tido uma série de problemas de saúde e atrasara a entrega do seu relatório sobre o caso.

Com a celeuma levantada pela imprensa, o presidente do STF – ministro Cezar Peluso – quis fazer “uma média” com a opinião pública e dar um ar de legitimidade ao complô que se anunciava. Mandou redigir um ofício instando Joaquim Barbosa a acelerar o processo e enviar os autos para análise dos seus colegas o mais rápido possível.

Malando… Cem anos de Lapa… E frequentador do Bar Luiz… O ministro Joaquim Barbosa sentiu que era preparado um cenário para culpá-lo pela prescrição do processo e tornar palatável para a opinião pública o desastre da impunidade dos canalhas mensaleiros. Como homem que honra seu posto e de coragem de sobra, Joaquim Barbosa pegou a “perna de anão” que lhe entregaram – embrulhada para presente – jogou-a para o alto e acertou em cheio o ventilador do STF.

Com uma declaração bombástica, desmascarou todo o esquema armado para levar o processo à prescrição e inocentar a corja que se apoderou do país. Disse: “Os autos, há mais de quatro anos, estão integralmente digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal, cuja senha de acesso é fornecida diretamente pelo secretário de Tecnologia da Informação, autoridade subordinada ao presidente da Corte, mediante simples requerimento".








Ou seja, mostrou com todas as palavras que os ministros ignoraram o processo até agora simplesmente por preguiça ou por pura vontade de deixá-lo prescrever, garantindo a absolvição do pessoal. Joaquim Barbosa ainda critica “na lata” a falácia de que está “atrasado” com o processo: "Com efeito, cuidava-se inicialmente de 40 acusados de alta qualificação sob os prismas social/econômico/político, defendidos pelos mais importantes criminalistas do país, alguns deles ostentando em seus currículos a condição de ex-ocupantes de cargos de altíssimo relevo na estrutura do Estado brasileiro, e com amplo acesso à alta direção dos meios de comunicação". Continua: “Estamos diante de uma ação de natureza penal de dimensões inéditas na História desta Corte".

Não satisfeito em desmascarar o claro acerto que há para que o processo prescreva, Barbosa ainda mostrou que “atrasados são os outros”. O processo do Mensalão tem 40 acusados, defendidos pelos mais caros advogados do país, todos ocupantes de cargos de grande poder no Estado Brasileiro. O processo tem mais de 49 mil páginas; 233 volumes e 495 apensos. Os réus indicaram mais de 650 testemunhas de todo Brasil e até do outros países. Mesmo diante de todo esse trabalho, o ministro Joaquim Barbosa manteve o trâmite normal de trabalho no STF e ainda julgou inúmeras causas nesse período. Enquanto isso, seus colegas, com ações envolvendo dois ou três acusados e que foram iniciadas na mesma época; ainda sequer foram concluídas.(*)

Mais uma vez, “matou a cobra e mostrou o pau”. Sem pudores e sem medo, Joaquim Barbosa expõe claramente quem está comprometido com os interesses dos corruptos e busca desculpas para justificar o injustificável.

Diante de tudo isso, pelo menos para mim, fica a ideia da quase certeza em relação à prescrição do caso. Nem é preciso lembrar que um dos ministros indicados por Lula, o ministro Dias Tófolli, foi colocado ali “sob medida” para esse processo. Pois, para quem não se lembra, ele foi advogado de defesa de José Dirceu.

Pelo menos, se tudo der errado, teremos visto a coragem e o desprendimento do ministro Joaquim Barbosa dar um tapa na cara dos que tentavam imputar-lhe a culpa pela prescrição. Se o processo acabar por prescrever e não condenar ninguém; o desfecho terá sido por vontade dos ministros, sendo necessário que eles arrumem outra desculpa esfarrapada para justificar a cara-de-pau.

É como minha velha mãe dizia: “Mentira tem perna curta”.

E você leitor, o que pensa disso?



**********


(*) As declarações do ministro e os números referentes ao processo do Mensalão foram retirados daqui.



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A vitória do corporativismo nefasto

.



Alegando que o "Conselho só deve atuar para punir magistrados quando o caso já tiver sido encerrado na corregedoria", o Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão individual, limitou a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nos processos administrativos contra magistrados. A ação foi proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que acionou o STF contra uma resolução editada em julho pelo CNJ e cujo julgamento foi adiado pelo Supremo diversas vezes desde setembro. A decisão ainda deve ser referendada pelo pleno do STF, que só volta a se reunir em fevereiro de 2012.

O problema, segundo alertou mais de uma vez a corregedora-nacional de Justiça, Ministra Eliana Calmon, é que nem sempre estes processos chegam até o CNJ. Ficam décadas esquecidos nas gavetas, protegendo aqueles que ela chamou de "bandidos escondidos atrás da toga".

É lamentável que a mais alta corte do Poder tenha decisões que em nada contribuem para a transparência e moralização do Judiciário. Os recentes dados divulgados pelo CNJ, de que mais de 1.400 magistrados estariam respondendo a processos por desvios de conduta, é suficiente para mostrar o equívoco desta decisão. Para o Sindjus/RS, uma decisão que em nada acrescenta na construção da Justiça que a Nação precisa e merece.

Meu personagem do ano

.




Meu personagem do ano era, até pouco tempo atrás, apenas um morador de rua: Robson Mendonça. Mas, em 2011, ele deu uma lição de criatividade, conexão tecnológica e responsabilidade comunitária. Aqui, no Brasil, ninguém me chamou tanto a atenção.
Quando morava na rua, Robson adorava ler livros. Decidiu então colocar numa bicicleta uma caixa de livros e criou uma biblioteca ambulante na região de São Paulo. Virou notícia não apenas nacional, mas internacional.

Foi roubado. Sumiu a bicicloteca, que já vinha recebendo milhares de doações de livros. Foi feita então uma caça ao tesouro na cidade, formando uma rede de pistas sobre o paradeiro da bicicloteca. Acharam.

E agora tudo ficou mais interessante. Nesta semana, a bicicleta não só ficou elétrica, mas ganhou um painel solar, que alimenta um computador wireless, criando também um telecentro móvel.

Num ano com tantas notícias de corrupção e um sentimento generalizado de ceticismo, Robson mostra como apenas um indivíduo, com tão poucos recursos, pode fazer a diferença. É um caso a ser estudado de empreendedorismo - um espírito que faz falta em nosso país, onde se fala mais em direitos do que deveres, e sempre se espera a solução dos governos.

Personagens como ele fazem da minha volta a São Paulo, com todo o seu caos, um prazer.



.

Você fica desempregado só se quiser... No DF, a venda de vagas em órgãos federais segue a todo vapor

.


Edivandro Rodrigues: compra de vaga se transformou em dívida de 8 000 reais
Edivandro Rodrigues: compra de vaga se transformou em 
dívida de 8 000 reais 


Duas semanas após o site de VEJA revelar o esquema, outros dois vigilantes confirmam: compraram um emprego em órgãos do governo



Há duas semanas, o site de VEJA revelou o funcionamento de um esquema de venda de vagas de vigilantes em órgãos públicos federais. A ilegalidade é operada dentro da Patrimonial, empresa que oferece mão de obra para ministérios, estatais e para a Universidade de Brasília. Agora, surgem mais duas pessoas que admitem ter alimentado o esquema. A história relatada é idêntica: intermediários, que também trabalham para a Patrimonial, são encarregados de recolher os recursos - o preço, que era de 4 000 reais, chega atualmente a 5 000. O pagamento é feito em dinheiro vivo e a contratação se dá dias depois. O atravessador fica com uma pequena parte do dinheiro. O restante é repassado a dois diretores da empresa: Pedro dos Santos Lira, que comanda a área operacional, e Wander Silvano de Queiroz, responsável pelos contratos de vigilância.

Uma das pessoas ouvidas pelo site de VEJA ainda trabalha na Patrimonial e prefere manter a identidade sob sigilo. A outra decidiu mostrar o rosto: é Edivandro Rodrigues. Ele comprou uma vaga por 5 000 reais. Recebeu a garantia de que iria trabalhar no horário noturno. Mas o acerto não durou muito tempo. O vigilante ficou um mês no Ministério da Justiça e outro na Infraero. No terceiro mês, teve o horário alterado: a nova escala se chocava com o outro emprego de Edivandro. A intenção era forçar a saída do funcionário para liberar a vaga e vendê-la de novo. Os apelos a Wander não funcionavam. Edivandro teve de deixar o cargo.

O vigilante havia feito um empréstimo para conseguir entrar no esquema: "Paguei 5 000 e estou devendo é 8 000. Essa máfia existe e todo dia coloca gente na Patrimonial. A jogada é colocar as pessoas e mandam embora meses depois", descreve Edivandro. Quando comprou a vaga, Edivandro entregou o dinheiro a Wilson Arruda, vigilante do Ministério da Justiça. Depois do acerto, o intermediário parou de atender aos telefonemas. Ficaram o prejuízo e o arrependimento.

Aviso prévio - Outro personagem ouvido por VEJA diz que prefere não se identificar. Ele está no cargo desde abril de 2010. Mas já recebeu o aviso prévio e deve ser demitido em breve. Na época, o vigilante diz ter pago 4 000 reais pela vaga. "Eles pedem para entregar o dinheiro junto com o curículo. O pessoal do RH não sabe do esquema", conta. O agente de segurança faz uma estimativa que coincide com a avaliação feita por um personagem da primeira reportagem do site de VEJA sobre o caso: "De cada dez vigilantes que eles precisam, pelo menos cinco ou seis entram por esse esquema".




Pedro dos Santos Lira: apontado como operador do esquema



Se as contas estiverem certas, o esquema se transformou numa máquina milionária: a Patrimonial tem cerca de 2 000 funcionários, a maior parte deles na área de vigilância. A companhia também fornece mão de obra na área administrativa. E mantém contratos com órgãos importantes do governo federal: além da Infraero e do Ministério da Justiça, a empresa cede trabalhadores para órgãos como a Caixa Econômica Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Universidade de Brasília e o Senado Federal.

O Ministério Público do Trabalho já investiga o caso. O Sindicato dos Vigilantes também tomou conhecimento de casos semelhantes. Moisés da Consolação, um dos diretores da entidade no Distrito Federal, diz que há relatos de irregularidades semelhantes também em outras empresas: "Isso chegou até nós e estamos apurando", diz ele.

Silêncio - Os apontados como responsáveis pelo esquema ilegal optam pelo silêncio. A Patrimonial não se pronuncia. Talvez porque Pedro dos Santos Lira, que gosta de se exibir em lanchas no Lago Paranoá, é o número 2 da companhia, abaixo apenas do proprietário. Wander Silvano de Queiroz mantém contato direto com os vigilantes e é responsável por desocupar as vagas para manter o processo de venda. Um método que, até agora, não dá sinais de que que vai ter fim.


.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um ano de governo Dilma: um país à deriva

.








É bom o desempenho da presidente Dilma no primeiro ano de seu mandato?

NÃO

Um país à deriva

Na centenária história da República não houve, no primeiro ano, uma administração com tantas acusações de corrupção que levaram a demissões de ministros, como a da presidente Dilma Rousseff.

Excetuando-se o primeiro trimestre, de lá para cá a rotina foi a gerência de crises e mais crises. Nenhuma delas por questão programática ou ideológica. Não. Todas devido às gravíssimas acusações de mau uso dos recursos públicos e de favorecimentos dos parceiros da base governamental.

Neste ano ficou provado, mais uma vez, que o presidencialismo de transação é um fracasso. A partilha irresponsável da máquina pública paralisou o governo.

A incapacidade de gestão -já tão presente no final da Presidência de Lula- se aprofundou. A piora do quadro internacional não trouxe qualquer tipo de preocupação para o conjunto do governo.

Algumas medidas adotadas ficaram restritas ao Ministério da Fazenda. Como se a grave crise internacional fosse simplesmente uma mera turbulência, e não o prenúncio de longo período de estagnação, especialmente da Europa, e com repercussões ainda difíceis de quantificar na economia Ásia-Pacífico.

O governo brasileiro mantém-se como um observador passivo, e demonstrando até certo prazer mórbido com os problemas europeus e com a dificuldade da recuperação dos Estados Unidos. Como se não pudesse ser atingido gravemente pelos efeitos de uma crise no centro do sistema capitalista.

Se é correto afirmar que o mundo está iniciando um processo de inversão das antigas relações econômicas centro-periferia, isso não significa que o Brasil possa suportar um lustro sem que ocorra uma reativação das economias americana e europeia.

A crise de 2008 -e a estagnação de 2009, com crescimento negativo de 0,3%- não foi suficiente para que o governo tomasse um rumo correto. Foi guiado exclusivamente pelo viés eleitoral de curto (2010) e médio prazos (2014). A inexistência de um projeto para o país é cada dia mais evidente. Nem simples promessas eleitorais foram cumpridas.

Nenhuma delas. Serviram utilitariamente para dar algum tipo de verniz programático a uma aliança com objetivos continuístas. Foram selecionadas algumas propostas, mas sem qualquer possibilidade de viabilização. Basta citar, entre tantos exemplos, o programa (fracassado) Minha Casa, Minha Vida.

O país está à deriva. Navega por inércia. A queda da projeção da taxa de crescimento é simplesmente uma mostra da incompetência. Mas o pior está por vir.

Não foi desenvolvido nenhum plano para enfrentar com êxito a nova situação internacional. Tempo não faltou. Assim como sinais preocupantes no conjunto da economia e nas contas públicas.

A bazófia e o discurso vazio não são a melhor forma de enfrentar as dificuldades. É fundamental ter iniciativa, originalidade, propostas exequíveis e quadros técnicos com capacidade administrativa, mas o essencial é mudar a lógica perversa deste arranjo de governo.

Dizendo o óbvio -que na nossa política nem sempre é evidente-, o objetivo do governo não é saciar a base de sustentação política com o saque do erário, como vem ocorrendo até hoje. Deve ter um mínimo de responsabilidade republicana, pensar no país, e não somente no projeto continuísta.

Contudo, tendo como pano de fundo o primeiro ano de governo, a perspectiva é de imobilismo. Algumas mudanças nos ministérios devem ocorrer, pois o desgaste é inevitável. Nada indica, porém, uma alteração de rumo ou uma melhora na qualidade de gestão. A irresponsabilidade vai se manter. E caminhamos para um 2012 cinzento.


(Marco Antonio Villa é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - Fonte: http://www.marcovilla.com.br/2011/12/um-ano-de-governo-dilma-um-pais-deriva.html)
.