domingo, 27 de novembro de 2011

Diretora alterou projeto já aprovado por ela mesma de obra da Copa

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Segundo analista autor do parecer contra mudança de proposta em Cuiabá, texto foi trocado após ter sido aprovado havia 'muito tempo'


O servidor Higor Guerra disse na sexta-feira, 25, ao Estado que a aprovação do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá (MT), foi mesmo "uma fraude".

O servidor, que é analista do Ministério das Cidades e comandou o grupo que reprovou a escolha desse projeto para melhorar o transporte público de Cuiabá para a Copa de 2014, confirmou ter sofrido pressão da diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna, e da gerente de Projetos, Cristina Soja, para mudar sua posição técnica. Além disso, explicou, a própria diretora já havia antes aprovado seu parecer.

Qual era sua função no Ministério das Cidades?

Como analista de infraestrutura, fiquei responsável por fazer monitoramento das obras contratadas para a Copa do Mundo, especialmente nas cidades de Manaus e Cuiabá.

Quem pediu para você alterar os documentos?

Houve um pedido das duas, a Luiza (Vianna, diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades) e a Cristina (Soja, gerente de projetos).

Na sua opinião, foi praticada uma fraude? 

Sim, houve uma fraude.

Por quê?

Porque ela (Luiza) retirou um documento aprovado por ela mesma, um documento que já estava autuado (registrado) no processo e tramitava há bastante tempo. Ela retirou e inseriu uma nova nota técnica. E, creio, isso não é um procedimento regular.

Você inseriu essa nota técnica indevidamente no processo?

Todos os procedimentos realizados foram legais. Não houve nenhum tipo de irregularidade. O agente administrativo (Marcelo Barbosa, que, segundo Higor Guerra, foi quem autuou os papéis no processo) simplesmente fez o trabalho dele.

Quantas notas técnicas você já fez no ministério?

Mais de 100.

Por que você foi contrário à mudança imediata para o VLT?

Foi acordada entre o governo federal e o do Estado de Mato Grosso, em 2010, na Matriz de Responsabilidades, a implementação de um sistema de BRT. O único intuito meu e dos demais analistas era no sentido de poder fundamentar essa decisão do governo de Mato Grosso pelo VLT. O nosso entendimento foi de que o estudo não estava maduro o suficiente e a CGU (Controladoria-Geral da União) também chegou a uma manifestação similar à nossa. A ideia de nossa nota técnica era subsidiar um processo de tomada de decisão do governo federal. Não discuto se o governo federal quer apoiar o VLT.




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'É uma grande fantasia', diz diretora sobre denúncia em ministério

 


A diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide Vianna, classificou nesta quinta-feira (24), em entrevista coletiva, de "grande fantasia" a denúncia de que teria forjado documento que autorizou mudanças em projeto de mobilidade urbana em Cuiabá (MT), ampliando o custo da obra para R$ 1,2 bilhão - R$ 700 milhões a mais do que o previsto na proposta original.

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