sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Pausa

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Não quero compilar acontecimentos em palavras, relembrar cheiros e gostos e promover o download de cada sensação equivalente apenas para escrever. Quero fazer uma pausa, às vezes, para escutar a vida além do olhar e ter no corpo o termômetro de todas as temperaturas possíveis. Sentir as mudanças bruscas e perceber as sutis. (Tudo se transforma numa velocidade inédita sempre). Acolher a calmaria como um afago da paz e me permitir um recolhimento que não se pode publicar, pois é um descanso.

Estar presente na rotina da vida real e arrumar as gavetas em vez de escrever poemas. Viver o amor mais do que falar dele. Valorizar a amizade com gestos de quem se importa verdadeiramente: tão além de dar um like. Olhar para o Outro, não através dele. Molhar as plantas enquanto uma nesga de sol afasta o vento no fim da tarde. Escutar os pássaros enquanto fumo um cigarro no jardim. Observar os movimentos delicados do bichano que brinca com os tapetes e se esparrama no sofá pedindo um breve cafuné. Tomar um chá quente depois do banho.

Não concordar com sites que dão dicas de que se o Outro te trata bem, deve ser culpa por estar te traindo. (Não gosto da irresponsabilidade de artigos que promovem a desconfiança quando receber um mimo faz parte do carinho e da atenção, não de um comportamento suspeito). Não resumir a vida num post nem uma sensação numa hashtag.

Estar off-line pode ser apenas um desinteresse temporário pelo virtual, não um desconforto secreto. Gostar mais de fotos que de legendas em determinados momentos. Guardar o sorriso da paisagem em porta-retratos personalizados. Comprar um livro no dia do escritor, mais que desejar felicitações a ele. Ler o livro.

Estou aqui, em mim, na minha vida, nos manuscritos das dezenas de cadernos que coleciono. Passo perfume para responder um e-mail afetuoso: me enfeito para todas as delicadezas. Não permito que a demanda emocional alheia me pressione a escrever quando pretendo aproveitar mais do silêncio. Tenho passado mais tempo cuidando da minha vida que me ocupando com o feed de notícias.

Desejo delicadezas!




(Marla de Queiroz - 
https://www.facebook.com/Marla.de.Queiroz?fref=ts)
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

A solidão feminina - Anaïs Nin

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Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. 

Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. 

A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. 

Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. 

Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o clímax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela.


(Anaïs Nin)

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segunda-feira, 27 de julho de 2015

A vida contada em aquarelas

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Recebido por e-mail - Desconheço o autor
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domingo, 26 de julho de 2015

Momento de reflexão

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Quando eu nasci, todos riam e eu chorava. Quando eu morrer, espero que tenha levado minha vida de tal forma que todos, ao se recordarem de mim, sorriam junto comigo.

Berenice



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sábado, 25 de julho de 2015

Dilma, a tartaruga em cima do poste.

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Enquanto costurava o machucado na mão de um velho gari, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, fatalmente, sobre a presidente Dilma.

O velhinho disse:

- Bom, o senhor sabe, o PT é como uma tartaruga em cima do poste…

Sem saber o que o gari quis dizer, o médico perguntou o que significava uma tartaruga num poste.

E o gari respondeu:

- É quando o senhor vai indo por uma estradinha, vê um poste e lá em cima tem uma tartaruga tentando se equilibrar. Isso é uma tartaruga num poste.

Diante da cara de interrogação do médico, o velho acrescentou:

- Você não entende como ela chegou lá;

- Você não acredita que ela esteja lá;

- Você sabe que ela não subiu lá sozinha;

- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;

- Você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;

- Você não entende porque a colocaram lá;

Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o seu lugar!


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terça-feira, 21 de julho de 2015

HORA DE LUTA!!!

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Povo saberá erguer e pode contar com a clava forte da Justiça


É chegada a hora de, parafraseando o mote de Osório Duque Estrada no hino nacional brasileiro, clamar aos filhos de nossa sofrida pátria pelo enfrentamento da luta.
No tempo de Nelson Rodrigues, polêmico dramaturgo, jornalista e fanático torcedor do Fluminense, a seleção brasileira era a pátria de chuteiras. Hoje, muitos arriscam que seleção — no sentido de brio e garra patrióticos, sem falar no talento e criatividade — já não temos de há muito para torcer. Quanto à pátria, sua própria noção se esfumaçou — um pouco pela globalização galopante e implacável dos tempos modernos, mas certamente muito mais pela falta de cultivo de um sentimento de nação que, imperceptivelmente, passou à dimensão do abstracionismo.
Dirão alguns mais atentos, mas por que isso? Onde anda a teimosa alegria de nossa gente nessa época dos tristes marcada por uma avassaladora crise simultaneamente econômica, politica e moral, quando todos os valores que sustentam uma nação na sua base mais sólida parecem ter ruído.
Ainda outro dia, a presidente da República anunciava que vetaria um projeto de lei de reajuste de servidores do Judiciário da União, por contemplar valores excessivos nestes tempos de crise e contenção de despesas. Não se discute que o veto de projetos aprovados no Congresso Nacional seja prerrogativa presidencial. Mas o que o anúncio prematuro do veto provocou? Na mesma noite, em entrevista ao Jornal Nacional, acompanhada por milhões de espectadores, o presidente do Senado e do Congresso Nacional Renan Calheiros apregoou que, diante de eventual veto presidencial ao projeto, poderia o Congresso, também no uso de prerrogativa constitucional, derrubá-lo, ficando em consequência o dito (pela presidente Dilma) pelo não dito e tudo como dantes neste surreal quartel de Abrantes.
Os cidadãos brasileiros acabam atônitos e sem saber o que pensar diante desse público tiroteio institucional que, em meio aos potentes holofotes da mídia, parece desservir ao país.
Não fosse bastante, em entrevista acerca do entrevero, um ministro recentemente investido no Supremo Tribunal Federal declara à imprensa que o projeto de reajuste dos servidores do Judiciário Federal, embora originário de nossa Corte Maior de Justiça, possivelmente conteria percentual excessivo.
Ora, nem se precisa enfatizar o óbvio, de que este episódio não é isolado, antes traduzindo regra geral de desrespeito institucional, com perda substancial de seus valores constitucionais e arremesso à tábula rasa de postulados da República — como o essencial fundamento, abrigado na Constituição, da independência e harmonia dos poderes constituídos. Estes, aliás, criados pela soberania do povo (em fonte originária) e não extraídos de uma singular ou pretensa autonomia daqueles frente ao povo brasileiro, titular originário de todo o poder que dele emana. Há que honrar, senhores, a parcela de soberania delegada que exercem.
Recentemente, todos assistimos ao estrepitoso escândalo do “Mensalão”, com seus responsáveis punidos, nos limites da lei, pela autoridade incontrastável do STF como guardião e intérprete final da Carta da República.
Passados poucos meses, vem a operação “lava jato”, encetada pela Polícia Federal, trazer à luz do dia — pelo sol que é desinfetante maior — as infâmias e apontados saques de quadrilheiros contra a integridade moral e financeira da Petrobras, até então indiscutido e orgulhoso patrimônio nacional.
A nação, mesmo apreensiva, pode confiar nos seus juízes, como demonstrado pela serenidade e firmeza do ministro Teori Zavascki, do STF, e do juiz federal Sérgio Moro, condutores dos processos judiciais relativos à “lava lato”, todos envolvendo apuração de graves potenciais crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal e outros respeitantes atentados contra a integridade nacional e a possível credulidade pública diante de tanta solércia e sensação de impunidade.
Nessa quadra tão difícil, as tábuas da lei não podem ceder. A Constituição e as leis da República, conduzidas pela alta responsabilidade de que investido o Poder Judiciário, não deverão ser repasto de inescrupulosos agentes da mais letal corrupção.
O tributo ao equilíbrio das instituições não faltará nessa quadra de tantas incertezas que povoam um cenário nacional ainda nebuloso. Este necessário ponto de equilíbrio será dentro da curva dos altos postulados que se apresentam à nação. Certa feita ouvi de um dos vultos mais proeminentes do cenário nacional — o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, por muitos anos presidente da Associação Brasileira de Imprensa — que a missão última do Judiciário é fomentar civilização.
Por tudo isso, não há descrer dos demais poderes como instituições essenciais ao sistema democrático, sobrelevando, outrossim, a alta relevância da imprensa livre, do Ministério Público e da advocacia como instrumentos indispensáveis ao funcionamento do Estado Democrático de Direito.
Mas, ao cabo dessas singelas reflexões, fica a esperança de que os filhos desta terra ainda generosa diante de tantas violações e agravos, saberão erguer e poderão contar — em meio ao interregno de tanto espanto e perplexidade — com a clava forte da Justiça.


 é desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

domingo, 19 de julho de 2015

Vamos mudar de verdade. Precisamos saber escolher.

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A chapa ideal para as eleições de 2018, na minha opinião, seria Geraldo Alckmin para Presidente e Tasso Jereissati para Vice.

Dois excelentes administradores que uniriam o Brasil de norte a sul e que comprovaram com seu desempenho que podem colocar o Brasil de volta aos trilhos, como fizeram em seus Estados como Governadores.

Homens de fibra, respeitados, capacitados e confiáveis. 
Neles eu confio e com certeza votaria. 

Alckmin/Tasso. O futuro do Brasil depende de nós. 

Pensem nisso...


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