segunda-feira, 29 de abril de 2013

De Goethe a Murdoch

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A comercialização sem precedentes da vida social, que visava salvar o capitalismo da estagnação, afetou profundamente as relações que haviam sido estabelecidas nas economias mistas do pós-guerra entre o fornecimento de bens pelo Estado e o fornecimento de bens pelo mercado. E, ainda mais importante: mudou a relação entre os cidadãos e os Estados no que resta da esfera pública – e, portanto, a natureza da própria política.

O fato de que os Estados passaram a coexistir com os novos mercados dinâmicos de bens de consumo avançados ajudou a aumentar a pressão dos investidores pela privatização de vários serviços que até então eram públicos, incluindo telecomunicações, radiodifusão e televisão. Estes passaram a ser cada vez mais vistos, em seus formatos tradicionais, como antiquados, maçantes e insensíveis às demandas dos usuários, agora tornados consumidores. Quando o progresso tecnológico possibilitou que essas áreas antes controladas pelos Estados sofressem a mesma multiplicação e diversificação de produtos verificada na indústria manufatureira, os governos de todo o mundo aceitaram e ajudaram a legitimar o argumento de que só as empresas privadas poderiam satisfazer as expectativas crescentes dos consumidores, que agora exigiam produtos mais personalizados.

Foi nos setores privatizados da televisão e das telecomunicações que a comercialização mais avançou. Não por acaso, foi nessas áreas que algumas das maiores fortunas do final do século XX foram feitas, em especial por empresários do entretenimento como Rupert Murdoch e Silvio Berlusconi. Na Alemanha, não havia mais que dois canais nacionais de televisão até meados da década de 70, ambos públicos, com muitas reportagens de interesse público e uma missão educativa oficial. O resultado eram muitos programas mostrando peças de Goethe, Shakespeare e Brecht, assim como transmissão ao vivo dos debates no Parlamento.

Hoje, em comparação, é possível receber mais de 100 canais de tevê, muitos do exterior. Os dois canais públicos alemães estão confinados a uma pequena audiência de pessoas mais velhas – apesar de terem modificado sua programação para imitar os canais privados, mais voltados ao entretenimento e mais bem-sucedidos. Essa mesma tendência se manifestou em todos os outros países europeus.

As telecomunicações mudaram de maneira semelhante. No caso alemão, o sistema de telefonia nacional era administrado pelos Correios até o final dos anos 80, e seus lucros eram utilizados para subsidiar o serviço postal. O espírito do sistema pode ser ilustrado pelo aviso que as cabines de telefones públicos costumavam ter: Fasse Dich kurz, ou “Seja breve”. Pedia-se aos cidadãos que não abusassem do seu acesso privilegiado às preciosas linhas telefônicas estatais para jogar conversa fora. Em comparação, alguns anos atrás uma das muitas empresas de telefonia privada, com seus inúmeros planos personalizados, lançou anúncios mostrando jovens conversando em seus celulares com o slogan Quatsch Dich leer, ou “Jogue conversa fora à vontade”.

Um terceiro exemplo de como os novos padrões de consumo incentivaram a privatização de serviços públicos é o das piscinas. No pós-guerra, quase todas as comunidades alemãs tinham uma piscina pública. Eram simples, até austeras, mas muito frequentadas, devido à convicção generalizada de que eram boas para a saúde e que as crianças tinham o dever de aprender a nadar, tanto para reforçar seu caráter como para poder salvar outras pessoas do afogamento. Nos anos 70, porém, a frequência diminuiu e as piscinas estatais, ou Stadtbäder, sofreram uma crise financeira. Ao mesmo tempo, piscinas privadas, chamadas Spassbäder, começaram a surgir e prosperar. Ofereciam redemoinhos de água quente, saunas, restaurantes, praias artificiais, até mesmo shoppings. O preço da entrada era muito mais alto do que nas decadentes Stadtbäder, mas nelas havia muito mais diversão.

Com o tempo, cada vez mais comunidades fecharam suas piscinas públicas, ou as venderam a empresas privadas que prometeram reformá-las e oferecê-las como Spassbäder. Onde as piscinas continuaram públicas e as comunidades tinham dinheiro para investir, elas foram reformadas no espírito da competição com as empresas privadas, e muitas se recuperaram. Geralmente, porém, nessa área como em outras, começou a prevalecer a ideia de que apenas o setor privado era capaz de atender adequadamente às necessidades em transformação de uma clientela mais rica e mais exigente, e que a melhor coisa que o Estado poderia fazer nas circunstâncias era não atrapalhar – fechar suas instalações primitivas e convidar as empresas privadas para proporcionar diversão, cores variadas e, sobretudo, liberdade de escolha.





(WOLFGANG STREECK - Fonte: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-79/tribuna-livre-da-luta-de-classes/o-cidadao-como-consumidor)


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Permita-se amar verdadeiramente

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As pessoas vivem imaginando que, se algo fosse diferente no parceiro, ele seria melhor. Quando você entra nesse jogo de comparações, alguém sempre sai perdendo. E, geralmente, é você mesmo. Quando iniciamos uma relação, na maioria das vezes, vemos o outro como uma pessoa diferente dos parceiros anteriores. Porém, à medida que os problemas vão surgindo, começam as comparações com o último relacionamento e, depois de algum tempo, reafirma-se a crença negativa de que amar não dá certo. 

O grande desafio é nos desvencilhar da imagem projetada que fazemos de nós mesmos e de quem está ao nosso lado, nos permitindo aceitar as qualidades e os defeitos do ser humano. Enquanto vivermos sob o domínio da neurose, com sistemas de comparações, jamais amaremos alguém com intensidade.

Uma frase de que gosto muito diz: "O casamento dá certo para quem não precisa de casamento". Normalmente, a compulsão de casar e de viver junto nasce da dependência. Essa não é a função de um relacionamento, o outro não vai preencher uma lacuna, mas, sim, ajudar a desenvolver o que esta não têm. Infelizmente, a maior parte das pessoas odeia sua própria companhia e vê no outro uma forma de "salvação".

O único jeito de amar é buscando a sinceridade. Temos que redescobrir a forma de amar, a naturalidade do relacionamento. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro. Quem fica estudando demais o parceiro "mata " a possibilidade de amá-lo. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz acreditando na naturalidade dos sentimentos


Devemos perceber que a única maneira de amar o outro é nos amando. Se a pessoa tem baixa auto-estima, usará o outro para "tapar o buraco" de suas carências; no entanto, ninguém resolve a carência de ninguém. Conviver e saber aceitar a ideia de que qualquer relacionamento pode acabar é a chave para o amor saudável. Tentar dominar o parceiro por ter medo da perda, só faz com que ele se afaste ainda mais. Esse é outro grande desafio da arte de amar: lidar com a possibilidade da perda, sem dominar o outro.


(Roberto Shinyashiki - Veja - junho 2009)
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domingo, 28 de abril de 2013

Se a vida fosse fácil

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Não se pode amar alguém aprovado pela família, pela igreja e pela sociedade; esses são para casar

Se você pudesse escolher, preferiria ter um marido fiel mas que fosse um mau marido --desses que bebem errado e falam o que não devem, e é, frequentemente, um tédio-- ou um marido infiel e ótimo marido? Difícil escolha, e saiba: um ótimo marido se percebe pelo brilho do olho da mulher.

Teoricamente, um bom marido é aquele que, em primeiro lugar, não trai, e são esses os que as mulheres mais abandonam. Para que uma paixão continue a existir, é preciso que não se tenha muitas certezas, e nenhuma mulher ama um marido fiel demais. Para tudo há limites, até para a fidelidade.

Quais são os homens mais inesquecíveis da vida de uma mulher? São sempre os que mais aprontam, mais desaparecem, mais traem --e não confessam nunca--, mas que a faz mais feliz do que todos os bons rapazes do mundo.

É mais ou menos simples: se um homem é aprovado por todos, nunca é aquele que faz um coração juvenil bater descompassadamente. Não se pode amar alguém aprovado pela família, pela igreja e pela sociedade. Esses são para casar, o que não tem nada a ver com o amor.

Nada pode incendiar mais um romance do que a oposição da família; ela costuma ter razão, quando é contra, e a família está sempre unida contra os "maus" rapazes. E o amor, então? Desde os Capuleto e os Montecchio (famílias de Romeu e Julieta, para quem esqueceu) tem sido assim, e não há modernidade que mude essa regra.

O que mudou foi que hoje não dá nem tempo de alguém ficar contra, porque aí já acabou. E vamos reconhecer, pais e mães estão certos: nessa hora eles estão pensando em seu próprio sossego e em sua própria tranquilidade, no que estão cobertos de razão. Aliás, quase todos têm sempre razão, e algum dia você viu pais e filhos estarem de acordo? Se estão, alguma coisa deve estar errada.

Eles querem, para marido de sua querida filha, estabilidade em todos os sentidos, começando pela financeira, e que os sentimentos do pretendente também sejam estáveis. É até melhor que ele não ame apaixonadamente; melhor que tenha um sentimento calmo, maduro, confiável.

Enquanto isso a filha, com seus hormônios à flor da pele, anseia por um homem que a enlouqueça e a faça perder o rumo de casa.

Esse às vezes até casa (quando ela é rica), mas que ninguém espere dele fidelidade; esquecendo esse pequeno detalhe, costumam ser ótimos maridos, capazes de levar a mulher para um motel numa tarde de segunda-feira, ou a um fim de semana em Nova York, a troco de nada --as crianças ficam com a babá, qual é o problema?

E se for flagrado às 2h da madrugada tomando um uísque na sala, lembrando de como era boa a vida de solteiro, quando a mulher chega devagarzinho e faz a pergunta, aquela --"em que você está pensando?"-- ele vai responder, com a maior sinceridade, "em você, amore". Ela não vai acreditar, mas fica na dúvida: e se for verdade? Esse é um bom marido, e esse casamento vai durar --sobretudo se o pai dela continuar rico.

Mas afinal, você quer saber o que preferem as mulheres, se um marido fiel ou infiel? Refleti sobre o assunto, e acredito que a solução deve ser um homem fiel fingir que é infiel, e o infiel fingir que é fiel. Simples a vida, não?



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Eu não tenho medo dos anos

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Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo prá você, não pense.

Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais. Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa.

Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. 
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou? Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.

Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.

(Cora Coralina)
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sábado, 27 de abril de 2013

Entre os que meteram fogo na dentista, um menor. Em três anos, estará nas ruas

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Entre os que meteram fogo na dentista, um menor. Em três anos, estará nas ruas, sob o aplauso de Maria do Rosário, Gilberto Carvalho e Dilma Rousseff







O que mostra a cara é Vitor Miguel dos Santos da Silva. O outro é um “menor”. É o “F”. Não pode ter nem nome nem imagem divulgados. São dois dos assassinos da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza. Eles jogaram álcool em seu corpo e atearam fogo. Vejam de novo: não são mesmo a cara da subnutrição, da pobreza, da esqualidez, do desamparo, da carência de vitaminas, proteínas e sais minerais? Então não é verdade que a gente olha pra eles e vê, coitadinhos, que a miséria impediu o devido processo de mielinização, e eles se transformaram nesses seres deformados, verdadeiros quasímodos espirituais, o que os impediu de ganhar senso de moral e justiça. Tenham paciência!

Sim, leitores, entre os três “suspeitos” — a palavra é um jargão jurídico porque não houve condenação — da morte da dentista, em São Bernardo, está aquele pobre menor, que, como se vê, enfrenta as agruras do raquitismo… A morte do estudante Victor Hugo Deppman foi brutal, estúpida, incompreensível para nós. E a de Cinthya? Aos bandidos, não bastava eliminá-la. Escolheram o caminho mais cruel que conseguiram imaginar na hora. Com essa turma, nada de tiro de misericórdia. Eles queriam que ela sofresse por ter apenas R$ 30 na conta bancária. Queriam mais grana. Achavam que ela tinha a obrigação de lhes fornecer mais. Ou, então, a morte dolorosa. Estes dois não estavam dispostos a pôr seus músculos para trabalhar. Preferiram usar a força e sua imensa covardia para tomar o que os outros conseguiram com o seu próprio esforço.

O menor vai ficar, no máximo, três anos internado na Fundação Casa. Ainda que se estenda um pouco o prazo, o que é possível, não ficará além dos 21 em nenhuma hipótese. E agora? Mais uma vez, vamos ouvir a gritaria: “Nada de legislar sob emoção! É preciso esperar a poeira baixar!” Se as leis não mudam quando os problemas aparecem, então mudam quando?

Em três anos, esse rapaz que incendeia pessoas estará nas ruas. Não saberemos o seu nome. Sua ficha estará limpa. Se ele quiser se candidatar a guardinha de jardim de infância, pode. Se ele quiser fazer um curso para integrar alguma empresa privada de segurança, pode. Mais ainda: se ele quiser integrar as forças regulares e oficiais, também pode. Daqui a três anos, estará a apto, a depender da escolha que faça, a ser portador de uma arma legal.

“Ah, mas baixar a maioridade penal não adianta…” Eu não tenho a menor ideia do que significa a expressão “não adianta”. O que querem dizer com isso? “Não adianta” para quê e para quem? Não resolverá todos os problemas de segurança, sei disso. É provável que nem mesmo baixe os índices de violência ou a taxa de homicídios. Mas “adianta”, sim. Não teremos homicidas à solta por aí. E, sobretudo, não teremos homicidas à solta e impunes.

Cinthya Magaly Moutinho de Souza e Victor Hugo Deppaman integrarão estatísticas. Suas respectivas mortes comporão os números da taxa de homicídios. Mas eram pessoas, com famílias, com vínculos afetivos, com passado, com futuro, com sonhos, com anseios.

Que diabo de sociedade é essa que estabelece um conceito de “adolescência” que outorga àqueles que sob ele são abrigados o direito de matar? “Ah, Reinaldo, há punição, sim…” De três anos? Quanto vale a vida humana no Brasil? A depender de como caminhem as coisas, bastará, para aliviar parte da punição dos outros, que o menor assuma a responsabilidade. A sua “não-pena” já está definida.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que encaminhou ao Congresso, por intermédio da bancada do PSDB, um projeto de lei que aumenta de três para oito anos o tempo máximo de internação de menores que cometem crimes hediondos, comentou o caso: “Lamentavelmente, mais um menor [está envolvido], a gente tem visto menores em crimes extremamente hediondos. Mais um menor, mas a polícia agiu rápido (…) É inconcebível que quem tem 17 anos e 11 meses cometa crimes hediondos e não passa de três anos na Fundação Casa. (…) O ECA é uma boa lei para proteger o direito da criança e do adolescente, mas não dá respostas a crimes muitos reincidentes e crimes hediondo, homicídio qualificado, latrocínio, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável”.

É isso. Trata-se de mera questão de bom senso, não de uma disputa de caráter ideológico, entre a “direita penal” e a “esquerda penal”. O governador disse outra coisa óbvia, para a qual se tenta virar as costas: “A impunidade estimula o delito”.

A proposta de Alckmin, que fique claro!, não muda a maioridade penal, o que teria de ser feito por meio de emenda constitucional. O que faz é aumentar o tempo de internação do menor que comete crime hediondo. Eles permaneceriam internados numa instituição diferenciada; não iriam para presídios comuns, mesmo depois de atingida a maioridade.

A Maria do Rosário não quer.
O Gilberto Carvalho não quer.
A Dilma Rousseff não quer.

Só resta entregar o menor raquítico aos cuidados de Maria do Rosário, Gilberto Carvalho e Dilma Rousseff.


(Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/entre-os-que-meteram-fogo-na-dentista-um-menor-em-tres-anos-estara-nas-ruas-sob-o-aplauso-de-maria-do-rosario-gilberto-carvalho-e-dilma-rousseff/
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Simpatia não é tudo na vida

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No Brasil, a simpatia tem valor supremo. Todo mundo quer ser simpático. No afã de sermos cordiais, toleramos o intolerável e aceitamos o inaceitável só para não criarmos caso e parecermos chatos.

Moro em Tóquio. Na semana passada, fiz uma rápida viagem ao Brasil. Tudo correu bem, mas achei estranho ver amigos em São Paulo jantarem com medo de arrastão e senti raiva ao descobrir que o cartão de débito, que eu usei uma única vez em um caixa eletrônico do Rio, havia sido clonado.

Ontem, saí com colegas de trabalho. Voltei para casa perto da meia-noite, pedalando minha bicicleta, sozinho. No caminho, atravessei um dos maiores parques da cidade --uma espécie de Ibirapuera local. Vi casais sentados nos bancos, namorando. Passei por vários outros ciclistas e pessoas fazendo cooper. Ninguém teve medo de ninguém.

Senti-me privilegiado. Um dos poucos brasileiros com a oportunidade de gozar a sensação de liberdade que pedalar despreocupadamente pela madrugada pode evocar. Infelizmente, isso deixou de ser possível para boa parte das pessoas nas cidades brasileiras e foi substituído pelo medo de ameaças reais.

E acabamos aceitando. Para que protestar? Uma turista foi estuprada numa van? Eliminemos as vans. Tem tiroteio na sua vizinhança? Compre uma apólice de seguro contra balas perdidas. Tem arrastão nos restaurantes da cidade? Jantemos em shopping centers.

Agora que incendiaram uma dentista em seu consultório em São Bernardo do Campo, o que faremos? Proibiremos tratamentos dentários?

Achar que esse tipo de ameaça é o preço a pagar pela vida em grandes cidades é equivocado. Nova York e Bogotá são exemplos de que políticas públicas bem implementadas são eficazes na redução radical da criminalidade urbana.

Nesta semana, a Secretaria de Segurança Pública informou que o número de homicídios na cidade de São Paulo aumentou pelo oitavo mês consecutivo. No entanto, em um país com os recursos do Brasil, ninguém deveria transitar pelas cidades como quem passa por uma selva ou uma zona de guerra, temendo ataques de animais selvagens ou fugindo de balas perdidas.

O aperfeiçoamento das sociedades democráticas exige a expressão política do povo. Do contrário, degringola. Democracia é bom, mas dá trabalho. Não é algo que se possa abandonar nas mãos de Deus.

O povo brasileiro tem a obrigação de manifestar à classe política sua indignação e seu inconformismo. Os políticos funcionam sob pressão. A expressão da opinião pública é mais poderosa do que parece.

Em 1923, Tóquio foi devastada por um terremoto. Voltou a ser destruída na Segunda Guerra Mundial. A cada vez, seus habitantes transformaram suas ruínas em construções. Nós, brasileiros, temos de nos educar e fazer o mesmo.

Ficar omisso, querendo ser simpático, enquanto a qualidade de vida nas cidades brasileiras se degrada, é inconsequente. É como fechar a porta da cozinha para não ver a louça suja que temos de lavar.

Parece cordialidade e simpatia, mas é comodismo e preguiça.




(ALEXANDRE VIDAL PORTO - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/alexandrevidalporto/1269736-simpatia-nao-e-tudo-na-vida.shtml)

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

O que há por trás do acerto entre Lula e o mais importante dos jornais

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A notícia que está levando os petralhas ao orgasmo ininterrupto, em gozo com a cara do Brasil que pensa, pode ser analisada, sim, sob a óptica do que um cronista carioca amigo chamava de “o perigoso terreno da galhofa”. Pois o que lemos é que Lula vai escrever ─ note-se: escrever, não apenas assinar ─ um artigo periódico no (ainda) maior e mais importante jornal diário do mundo. E essa informação equivale a se noticiar que Stevie Wonder ─ perdoem os adoradores do politicamente correto ─ vai presidir o júri do concurso Miss Universo 2013, sem tocar nas candidatas. Ou que eu, abstêmio de nascença que não sabe distinguir um Martini de uma azeitona, serei um dos provadores de uma histórica degustação vertical do Château Margaux, a partir da safra de 1855, mês que vem, em Paris.

Que Lula vá escrever uma coluna para o New York Times, ou mesmo um recado a Rosemary num pedaço amassado de papel de embrulho, é um absurdo até para si próprio ─ afinal, ele sempre apregoou sua falta de educação formal e fez o elogio de sua incultura. A definição de “analfabetismo funcional” num dicionário ilustrado poderia trazer a foto de Lula ─ que sabe ler e escrever, mas nunca lê ou escreve.

E aqui convém interromper por um momento o fluxo de sarcasmo para dizer que o NY Times espera receber de Lula, como esperaria de qualquer outro eventual articulista brasileiro do jornal, um texto em português ─ para posterior versão em inglês dentro da casa. Nem FHC domina o inglês a ponto de escrever sem retoques uma coluna com o padrão de exigência linguística do Times. Imaginar Lula escrevendo em inglês, quando não conhece os rudimentos de sua própria língua, é puro nonsense.

Dito isto, deixemos de lado as piadas fáceis sobre a dramática impossibilidade de Lula escrever uma coluna para o The New York Times ou para a Gazeta de Santo Amaro. O buraco, nessa notícia aparentemente absurda, deve ser procurado mais em cima.

Qual seria o real interesse do The New York Times num artigo assinado por ex-presidente brasileiro que não é, nem nunca quis ser, conhecido por seus dotes intelectuais? E que será escrito por terceiros ou segundos, provavelmente Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula e companheiro letrado de todas as horas?

Qual seria o verdadeiro interesse de um superjornal, que até em seu célebre obituário tem redatores com potencial para ganhar o Prêmio Pulitzer, por pensatas “escritas” por um ex-presidente sul-americano que o mundo tem na conta de um homem sem qualquer instrução?

Como nem os Estados Unidos nem o NY Times dão ponto sem nó, praticando com desenvoltura a política do “take there, give me here”, desconfio, apenas desconfio, que a moeda de troca dessa estranha coluna lulista seja o site em português, para brasileiros e falantes lusófonos, que o NY Times pretende instalar em 2013, provavelmente no Rio de Janeiro, sede da final da Copa e dos Jogos Olímpicos, como parte de sua estratégia de recuperação de mercado, agora globalizado. A equipe de jornalistas brasileiros está sendo recrutada neste momento. Os países emergentes, notadamente China e Brasil, nos quais há perspectiva de grandes negócios para empresas americanas, potenciais anunciantes do jornalão, são os alvos da vez. O jornal norte-americano já tem um site em chinês, em Beijing.

O NY Times em português, no Brasil, para brasileiros? Pode? Bem, a legislação brasileira relativa à mídia em tese veta empresas estrangeiras produzindo material em português para nosso mercado interno. Mas sempre se pode dar um jeitinho. Nada é impossível para Superlula, hoje o mais influente e mais caro lobista brasileiro, dentro de um governo que é sua cara escarrada.

E o que ele tem a ganhar com uma coluna no NY Times? O que qualquer um de nós ganharia: mais prestígio internacional. Para um palestrante de 200 mil dólares a hora, isso equivale a upgrade de cachê, a aumento do poder de influência. O NY Times é uma supergrife do mundo capitalista. E Lula levou a sério a oferta do jornal – na assinatura do contrato, em Manhattan, tinha como assessores jurídicos profissionais de uma superbanca do Brasil.

Falta saber se Lula será pautado pelos editores do jornal ou “escreverá” sobre temas de sua escolha. Nesse caso, é claro que Lula e o Brasil Maravilha que ele descobriu em 2002 serão sempre o assunto central de seus textos. Por certo, ele também dará conselhos de estadista e cientista político instintivo a governantes de países em crise.

Com tudo isso, o convite a Lula para ser colunista do mais influente jornal do mundo ainda é muito menos chocante que seria Dilma como professora convidada em Harvard.



(CELSO ARNALDO ARAÚJO - Direto ao Ponto - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/celso-arnaldo-o-que-ha-por-tras-do-acerto-entre-lula-e-o-mais-importante-dos-jornais/)
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JOSÉ GENOÍNO, JOÃO PAULO CUNHA E O PT: QUADRILHA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA.

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O Brasil tem certas coisas engraçadas: enquanto toda a sociedade pula enfurecida contra a nomeação do medíocre e obscuro pastor Marco Feliciano (PSC/SP), realizada sob o aval do governo e do PT (para depois protagonizar uma encenação eleitoral ao fazer seus membros deixarem a comissão “em protesto” contra Feliciano), a quadrilha travestida de partido político armava uma arapuca muito mais danosa e perversa para a nação. Através de dois criminosos condenados – José Genoíno e João Paulo Cunha – colocados estrategicamente na mais importante comissão do legislativo (a de Constituição e Justiça); o PT dá o passo final para transformar o Brasil numa falsa democracia e numa ditadura fascista nos moldes da Venezuela.

A proposta apresentada pelo deputado Nazareno Fonteles (PT/PI) transforma o Supremo Tribunal Federal em um fantoche do Congresso Nacional e do partido que estiver no poder no momento.

Ao submeter à aprovação cada decisão do STF ao crivo político do Congresso, o projeto do PT quer eliminar a possibilidade de ver barradas suas aspirações fascistas pelo STF. Disfarçada sob a forma de inocente opção para impedir excessos, a medida vai colocar na mão do governo (e do PT) um instrumento poderosíssimo capaz de subverter toda a ordem democrática e impedir ao cidadão e a sociedade brasileira qualquer chance de se oporem a medidas de controle ideológico, social ou político que partam dos interesses criminosos do partido.

Assim, o controle da imprensa, o fim das liberdades individuais e de expressão, leis que violem a Constituição e outras medidas que imponham o poder do partido sobre a sociedade teriam uma estrada aberta para esmagarem o que resta de ordem em nosso país e submeter nossa sociedade as vontades loucas da corja que aí está.



Impor o controle político do Supremo Tribunal Federal nada mais é do que o último golpe da quadrilha sobre os mecanismos que a impedem de exercer plenamente o seu potencial maligno. Seria possível cassar direitos constitucionais, aprovar leis que conflitassem com o direito adquirido (aposentados e pensionistas seriam as maiores vítimas) e veríamos golpes atrás de golpes contra nossa Constituição serem “referendados” pela corte fantoche formada pelo partido (como se viu recentemente na Venezuela).

Impor a vontade de uma quadrilha criminosa sobre a sociedade e exterminar o “último bastião” capaz de garantir os direitos do cidadão contra a sanha de qualquer governo que esteja no poder é por fim a democracia como a conhecemos e assegurar ao Estado o poder supremo sobre a sociedade a qual deveria servir.

Se ficarmos em silêncio, eles conseguirão o seu intento e seremos forçados a viver num país onde o cidadão só tem o direito de se curvar a vontade da elite dominante e aos desejos do “salvador da pátria” da vez.

Aceitar calado essa vergonha e essa ilegalidade é compactuar com a quadrilha de bandidos que dominou nossas instituições e infestou os organismos da República hoje, permitindo que tenhamos um futuro cada vez mais sombrio e ditado pela vontade de poucos.

Então, você vai ficar parado e calado enquanto eles tomam suas liberdades?

Pense nisso.



(Visao Panoramica - http://www.visaopanoramica.com/2013/04/25/jos-genono-joo-paulo-cunha-e-o-pt-quadrilha-unida-jamais-ser-vencida/?)
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Lula entrega seu primeiro texto para o NY Times

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O povo não sabe a força que tem

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É inquietante ver a passividade do brasileiro diante dos nossos dramas sociais, das falcatruas politicas, da falta de respeito que nos é imposta todos os dias nesse país, sejam elas na esfera pública ou privada. No entanto, ficamos apenas com a indignação, verbalizado pelo que escrevemos ou falamos, e mais nada. 

Somos incapazes de nos reunir em dezenas, centenas, milhares de pessoas. Nos falta a capacidade de nos mobilizarmos em torno de uma ideia, de um propósito, de um movimento e, assim, ir às ruas e protestar. Dessa maneira poderíamos externar para a opinião pública o nosso descontentamento, a nossa revolta, a nossa indignação e o nosso objetivo pela busca de uma mudança. 

Por outro lado é curioso quando nos mostramos hábeis em criar movimentos de protestos de interesses de uma entidade de classe ou de determinado segmento da sociedade, como marcha da maconha, passeata pelos direitos dos homossexuais, pela saída do presidente da CBF, marcha dos Bombeiros, enfim, os mais diferentes movimentos. 

Detalhe importante, não estou aqui condenando nenhum desses movimentos citados por mim, muito pelo contrário, defendo a ideia deles existirem e os parabenizo pelo engajamento nas suas reivindicações.


Estranho é o fato de não ver a população se mobilizar em torno de um movimento de interesse geral, como ir as ruas da mesma maneira e protestar contra os mais escabrosos acontecimentos que mexem diretamente com a realidade do nosso dia-dia. 


As grandes mudanças que ficaram conhecidas historicamente no mundo tiveram o povo como seu protagonista. 

O povo não sabe a força que tem. 

Embora nos soe como frase de efeito, ela retrata o poder de uma arma forte e indestrutível, que porém, não sabemos usar. Pobre da sociedade que é escravizada pela sua própria omissão.

(Paulo Cesar - Fonte: http://detudoumpoucominhaopiniao.blogspot.com.br/2011/08/o-povo-nao-sabe-forca-que-tem.html)
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Que tal lembrar certos fatos que o lulopetismo esconde, envergonhado?

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Dirceu, na época em que era braço direito do então presidento Lula: a memória do PT é muito seletiva. Cabe à oposição, se quer mesmo fazer oposição, começar apor lembrá-las (Foto: veja.abril.com.br)



Ao exigir no Congresso que o governo envie à Justiça os resultados do inquérito administrativo que apurou as bandalheiras de que é acusada Rosemary Noronha, a “Rose”, amigona do ex-presidento Lula que fez do gabinete da Presidência em São Paulo uma central de tráfico de influências, a oposição começa a parecer que quer mesmo fazer oposição.

Neste caso específico, ficou faltando o maior partido da oposição, o PSDB, mas, de qualquer forma, o presidenciável Aécio Neves vem aumentando o tom de críticas ao governo lulopetista desde que, em fevereiro, criticou o que considerou os 13 principais fracassos do governo.

Mas ainda é pouco para uma oposição de verdade.

Como modesta contribuição ao banco de ideias da oposição, este blog sugere que a oposição, para deixar de ser “oposicinha”, comece por refrescar a memória coletiva brasileira, que é curta — enquanto a de boa parte dos lulo-petistas extremamente seletiva –, lembrando aos cidadãos que Lula e sua turma, ALÉM DO ESCÂNDALO TENEBROSO DO MENSALÃO, entre outros episódios que mencionarei futuramente…

*… foram contra a eleição de Tancredo Neves como presidente da República em 1985, ato que encerraria a ditadura militar, dando lugar a um regime civil que restauraria as liberdades públicas e a democracia.


Tancredo Neves discursa já como presidente eleito para restaurar a democracia no Brasil, em 1985: o PT não apoiou sua eleição (Foto: Dedoc / Editora Abril)


Os então deputados petistas que votaram em Tancredo – Ayrton Soares (SP), Bete Mendes (SP) e José Eudes (RJ) — foram expulsos do partido.

*… não participaram da solenidade de homologação da nova Constituição democrática, a 5 de outubro de 1988, e deixaram claras suas “ressalvas” ao texto aprovado por todos os deputados e senadores de todos os partidos.

Os petistas assinam a nova Constituição, porque era uma formalidade inescapável, mas o próprio Lula, então deputado constituinte, pronunciou um longo discurso 12 dias antes da promulgação, a 23 de setembro de 1988, dizendo, com todas as letras: “O partido [PT] vota contra o texto, e amanhã, por decisão do nosso Diretório – decisão majoritária – assinará a Constituição, porque entende que é o cumprimento formal da sua participação nessa Constituinte”.

* … defenderam em 1989 o calote da dívida externa brasileira, com Lula candidato à Presidência – seria derrotado no segundo turno por Fernando Color –, medida que levaria o Brasil à bancarrota e à desegraça, faria secar os investimentos externos por tempo indeterminado e transformaria o país em pária internacional.

* … recusaram-se num momento de gravíssima crise institucional, no final de 1992, a colaborar com o vice Itamar Franco, que assumiu em definitivo a Presidência com o afastamento de Fernando Collor e, no Planalto, tentou fazer um governo de grande acordo nacional — que o PT não quis — para tirar o país do caos econômico e da derrocada moral a que o levara seu antecessor.

A ex-prefeita petista de São Paulo Luiza Erundina, uma exceção, cometeu o “crime” de cooperar com o presidente Itamar como ministra da Administração e viu-se obrigada a deixar o PT.

* … combateram radicalmente, sem tréguas, o Plano Real, classificando como “eleitoreiro” o mais bem sucedido programa de estabilização da moeda da história econômica do país, concebido por equipe reunida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e bancado pelo presidente Itamar.


O então ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o Presidente Itamar Franco com as primeiras cédulas do Real, em 1994: o plano que estabilizou a economia foi ferozmente combatido pelos petistas -- cujos governos, depois, tanto se beneficiaram dele (Foto: Dedoc / Editora Abril)


Sem o Plano Real, como se sabe, os proclamados êxitos econômicos do lulalato não existiriam.

* … se opuseram ferozmente a todas as privatizações que, durante os dois mandatos de FHC (1995-2003), dinamizaram e modernizaram a economia do país, aumentaram a arrecadação de impostos, diminuíram o peso do Estado, melhoraram a competitividade do Brasil no mercado internacional e tornaram o país terreno fértil para investimentos estrangeiros.

A oposição do lulo-petismo, que não esteve alheio à participação ematos de hostilidade e mesmo da agressão física a empresários e autoridades durante leilões na Bolsa de Valores, incluiu a da telefonia, que permitiu entre outros resultados que o país pulasse em menos de duas décadas de 800 mil celulares para os mais de 200 milhões que tem hoje.

* … manifestaram-se em 1999 inteiramente contra a adoção de um dos três pilares da estabilidade do país – a política de câmbio flutuante.

No mesmo ano, declararam-se contrário ao segundo deles, a política de metas de inflação.

No ano seguinte, combateram e votaram contra o terceiro pilar do tripé que, ironicamente, propiciaria um governo extremamente favorável ao próprio Lula – a Lei de Responsabilidade Fiscal .

Uma vez no poder, os três pilares — elogiados por integrantes da equipe econômica petista — serviram para Lula, beneficiado pelos preços internacionais dos principais produtos de exportação do país, deitar e rolar.

* … foram raivosamente contrários ao Proer, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, instituído por FHC para impedir a implosão do sistema bancário do país e o caos econômico que desencadearia — para, depois, quando veio a grande crise financeira internacional de 2008, Lula se vangloriar do vigor dos bancos brasileiros.

O principal guru econômico do lulalato, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, foi dos poutos lulopetistas que teve a dignidade de reconhecer a enorme valia do Proer. Lula só falou mal e, depois, faturou.

* … inventaram e propagaram uma campanha de teor golpista e antidemocrática, o “Fora FHC”, tão logo o presidente iniciou em 1999 o segundo mandato, para o qual, derrotando Lula, foi eleito por MAIORIA ABSOLUTA dos eleitores brasileiros, e no PRIMEIRO TURNO.

* combateram e criticaram, a partir de 2001, várias medidas da chamada “rede de proteção social” estabelecida pelo governo FHC, como o Bolsa Escola, o vale-alimentação, o vale-gás, o auxílio a mulheres grávidas que fizessem todos os exames do prénatal e o auxílio a famílias que evitassem o trabalho infantil de seus integrantes.

Os distintos programas que Lula e seus seguidores, na oposição, consideravam “esmola” e parte de uma suposta ação eleitoreira viriam a ser unificados durante o lulalato e transformados em sua principal vitrine: o Bolsa Família — utilizado, como todos sabemos como O instrumento eleitoreiro por excelência.

É evidente que muita gente, no Brasil, se lembra disso — mas muitíssimos se esqueceram, e muitos eleitores jovens mal souberam ou jamais se inteiraram desses fatos.

Então, para um começo de conversa, a oposição poderia lembrar uma vez por semana, em discursos ou entrevistas, essas verdades da vida que o lulopetismo escondeu, envergonhado.

Já seria um começo.



( Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/a-oposicao-que-muitos-chamam-de-oposicinha-quer-fazer-oposicao-que-tal-lembrar-certos-fatos-que-o-lulopetismo-esconde-envergonhado/)

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terça-feira, 23 de abril de 2013

Carta enviada por um Sargento Reformado ao alto comando

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Excelência!

É com extremada contrariedade, robusto constrangimento, exacerbada revolta e imensurável insatisfação que me dirijo a Vossa Excelência, dado o pressuposto, de que meu apelo cairá na vala comum das tergiversações que tem norteado as ações dos Guardiões da Nação e da Constituição Federal, peço vênia!

Nos últimos tempos todas as autoridades, mesmo aquelas sob o compromisso do Sagrado Juramento, estão violentando nossa Lei Maior, estão tratando a Constituição Federal, como uma indigna prostituta.

O Supremo Tribunal e o Congresso Nacional estão a serviço do Executivo e ambos denegam o dever maior, qual seja o de “Guardiões da Constituição Federal”. Vão além: são useiros e vezeiros em estuprá-la. O Procurador Geral da República e o Ministério Público, omissos.

General!

Há muito, os Três Poderes não são independentes! Só não vê o cego, o mal intencionado ou aqueles que se locupletam neste mar de lama...

Creio piamente que Vossa Excelência não está enquadrada na cegueira, na má intenção ou no locupletar. Destarte, ouso indagar: o que vos impede de agir em defesa da nossa Pátria, como preceitua os vossos deveres, incluso o “Sagrado Juramento.” Se eu, simplório, sei que as vossas atribuições não se restringem a defender a Nação somente de inimigos externos, sendo os internos mais execráveis, por serem apátridas traidores e com maior rigor devem ser expurgados. Com infinita propriedade Vossa Excelência detém a extensão da fidelidade que Vosso Cargo imputa.

Se factível, rogo justifique a prolongada tergiversação.

Ainda há tempo de remissão.

A Lei prevê revisão anual dos nossos soldos em janeiro.

LEI No 10.331, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2001. Regulamenta o inciso X do art. 37 da Constituição.

Art. 1º As remunerações e os subsídios dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, das autarquias e fundações públicas federais, serão revistos, na forma do inciso X do art. 37 da Constituição, no mês de janeiro, sem distinção de índices, extensivos aos proventos da inatividade e às pensões.

Ferindo o preceito constitucional, o governo tem distribuído esmolas, com índices fajutos, em datas aleatórias, sem nunca nos contemplar com a revisão constitucional.

Por dez janeiros, com a vossa cumplicidade, esta regra constitucional não foi cumprida. Gerando uma defasagem de 135%. Creio ser redundante enunciar: “o presidente da república não pode deixar de cumprir a constituição,” sem arcar com as consequências; com STF e Congresso Nacional a soldo do Executivo, recai sobre vossos ombros restabelecer a normalidade democrática. Não sabemos em nome do que, não o faz.

Senhor!

A Tropa não espera que um governo comunista a remunere bem. A Tropa quer que o seu Comandante cumpra o papel precípuo de Comando: ser responsável pelo destino dos subordinados. Ser responsável pelo sustento da Tropa é responsabilidade intransferível. A Tropa não é formada por bandoleiros, mercenários, a Tropa serve ao País. Existem Leis que a amparam. Estão à espera de quem as façam valer. Este é o meu apelo; o apelo da Tropa.

“A Defesa da Pátria não pode se subordinar à vontade política - de indivíduos, autoridades ou partidos – e nem aos interesses econômicos – nacionais ou transnacionais. Na defesa da Pátria e dos Poderes Constitucionais, a “iniciativa” (prevista no Artigo 142 da CF), deve ser dos comandantes das Forças Armadas, em cumprimento do dever de ofício. Agir de forma contrária significa incorrer em crime de responsabilidade ou até de prevaricação, dependendo do caso.”

“Nada mais perigoso do que se fazer Constituição sem o propósito de cumpri-la. Ou de só se cumprir nos princípios de que se precisa, ou se entende devam ser cumpridos – o que é pior (...).. No momento, sob a Constituição que, bem ou mal, está feita, o que nos incumbe, a nós, dirigentes, juízes e intérpretes, é cumpri-la. Só assim saberemos a que serviu e a que não serviu, nem serve. Se a nada serviu em alguns pontos, que se emende, se reveja. Se em algum ponto a nada serve – que se corte nesse pedaço inútil. Se a algum bem público desserve, que pronto se elimine. Mas, sem na cumprir, nada saberemos. Nada sabendo, nada poderemos fazer que mereça crédito. Não a cumprir é estrangulá-la ao nascer'”. Pontes de Miranda, em magistério revestido de permanente atualidade.

General!

Não há dignidade em uma Nação , quando os direitos Constitucionais são violados, sob o olhar complacente de quem, por dever de ofício, deve coibir tal prática.

Não há segurança nacional, quando propriedades são destruídas por vândalos, financiados pelo governo federal com verbas públicas.

Não há segurança nacional, quando por opção ideológica, o Comandante em Chefe das Forças Armadas, nega recursos financeiros para manter os poderes dissuasórios, compatíveis à grandeza territorial e as incalculáveis riquezas

Descumprir uma vírgula da Constituição Federal é crime! Neste desgoverno, todos estão descumprindo-a.

“Por isso, na hora de decidir se age ou não na defesa da pátria e da soberania, o comandante militar não precisa ficar com a dúvida. Quando tiver a obrigação de cumprir o que define a Constituição, não corre risco de ser acusado de “golpista” – como é o temor geral pós-64, que apavora as legiões.”

“O servidor público militar que tiver medo de cumprir a Lei Maior, deve mudar de profissão ou passar para o lado do crime organizado, cuja lei é a barbárie. Não serve para “servir” às Forças Armadas.”

Vossa Excelência sabe que por vossa omissão, os melhores quadros das FFAA estão renunciando à sua vocação primeira, para não passarem pelo constrangimento de na ativa, virar CAMELÔS!

Contando com a vossa aquiescência, nós , os deserdados dos reajustes salariais, que os políticos concedem a si mesmos , esperamos ansiosos , que nos próximos janeiros, Vossa Excelência nos agracie com a revisão anual insculpida na Lei Maior. Por ver a Constituição ser tratada como uma hetera, lesado pela queda do poder aquisitivo dos meus vencimentos, ignizado, extravasei! Dê um basta nesta inconstitucionalidade. “Ultima ratio”.

“Sol lucet omnibus”.

Reivindicar um direito não é crime. Não somos litigantes desonestos, queremos apenas o que a inflação tomou. Só não temos quem advogue por nós. Estamos ÓRFÃOS... Sem ARRIMO...

Se não houver pressão da base, a cúpula permanecerá estática, somente uma ação provoca reação, ou lutamos por nossos diretos ou pereceremos (na mendicância).

Tergiversação, conduta permanente dos descompromissados com a honra!

Todo brasileiro que tenha recursos para isso está autorizado e solicitado desde já a reproduzir este aviso e fazê-lo publicar no órgão de mídia de sua preferência, assim como a divulgá-lo por quaisquer outros meios ao seu alcance. Preservado o Teor e a Fonte.

Sarides Ferreira de Freitas é 2º Sargento Reformado do EB.




(Fonte: http://www.alertatotal.net/2011/08/carta-de-um-sargento-ao-comandante-do.html)

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Novo round no STF

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Publicação de acórdão do mensalão é nova etapa no julgamento complexo; exame dos recursos dá garantia adicional de imparcialidade

Com a divulgação dos votos e principais intervenções dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento, abre-se uma das últimas etapas do caso do mensalão.

Os advogados de defesa terão dez dias, a contar da publicação do acórdão, para interpor seus recursos, os quais deverão ser julgados em prazo comparativamente curto.

Do início do julgamento até agora, dois ministros se aposentaram (Cezar Peluso e Ayres Britto) e um novo (Teori Zavascki) assumiu. Em alguns aspectos polêmicos do julgamento, nos quais o resultado se decidiu por pequena margem, a substituição pode ter efeitos concretos sobre a sorte de certos réus.

Nada impede que novos argumentos modifiquem a visão dos julgadores. Quem acompanhou o processo pela TV pôde identificar, em alguns instantes, não propriamente a dúvida substantiva, mas a hesitação de certos pronunciamentos, em momentos específicos.

Os exemplos mais claros se referem aos critérios para o cálculo das penas. O simples exame do que se decidiu para cada réu e da questão da uniformidade dos padrões adotados pelos diferentes ministros seria bastante para consumir tempo expressivo dos dez dias concedidos à defesa para elaborar sua argumentação.

Outros temas de maior relevância teórica, como a conceituação dos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, não chegaram a ser fixados com suficiente clareza ao longo dos debates.

Ainda que pareça exasperante o ritmo com que se desenrola o julgamento, não é ruim que toda a engrenagem das formalidades jurídicas se ponha em funcionamento com cuidado. A própria mudança na composição da corte é garantia suplementar de que o resultado se comprove o mais imparcial possível.

Um ou outro ministro, sem dúvida, terá dado sinais de excessiva intensidade em suas convicções. O atual presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, exemplificou outra vez sua disposição para a severidade ao recusar um aumen- to do prazo de cinco dias para advogados examinarem o acórdão do julgamento.

Trata-se, entretanto, de documento de excepcional complexidade e volume. Convocado, o plenário do Supremo decidiu por prazo maior. O STF, na média de seus membros, termina produzindo resultados que se superpõem ao peso das convicções individuais.

Ainda que estas procurem adequar-se a visões de Justiça diferentes, apesar de sustentadas com objetividade, tem-se na decisão coletiva a reafirmação da imparcialidade institucional do STF.

Mais uma vez, confia-se num julgamento isento, fundado no amplo direito à defesa e na realidade dos fatos --pouco favoráveis aos protagonistas do escândalo.


(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/105166-novo-round-no-stf.shtml)
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domingo, 21 de abril de 2013

PEC das domésticas - O que faltou dizer.

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Se a sua empregada doméstica precisar fazer uma hora extra, lembre-se de que ela terá de descansar 15 minutos antes de começar. 

Se você precisa de muitas horas extras, atente que ela não pode exceder dez horas por semana. Se dorme ou não no emprego, ela terá de ficar 11 horas sem trabalhar depois de encerrada uma jornada. Atenção: ela não pode comer em menos de uma hora em cada refeição. 

Se ela demorar mais de dez minutos para entrar no serviço, trocar de roupa ou tomar banho na hora da saída, esse tempo será contado como hora extra. 

Se ela dorme no quarto com uma criança ou um doente, terá de ser remunerada com adicional noturno e eventualmente hora extra por estar à disposição daquela pessoa. 

Se você tiver de compensar em outro dia as horas a mais que ela trabalhou no dia anterior (banco de horas), lembre-se de que isso tem de ser previamente negociado com o sindicato das domésticas. 

Se você concede à sua empregada um plano de saúde e ela se acidentar e for aposentada por invalidez, o plano terá de ser mantido pelo resto da vida. 

Se, para melhor controle do seu desempenho, você estabelecer metas e tarefas diárias que sua empregada considere exageradas, ela pode processá-lo por danos morais. E se você não pagar a indenização que o juiz determinar, ele penhorará (online) o saldo da sua conta bancária - sem prévio aviso.

Tudo isso está na lei e na jurisprudência. E há muito mais. Para ser franco, o espaço todo deste jornal não seria suficiente para explicar as complicações decorrentes dos 922 artigos da CLT e dos milhares de normas administrativas e orientações dos tribunais. Por isso vou parar por aqui, mesmo porque não quero ser considerado catastrofista. Nem por isso, porém, posso concordar com a opinião da nobre desembargadora Ivani Bramante, publicada neste caderno (2/4), segundo a qual os patrões estão com paranoia (sic) em relação à nova lei das domésticas.

O fato é que, no País inteiro, não se fala noutra coisa. A apreensão é geral. Os políticos já perceberam o desconforto e a irritação causados pelo impensado ato. Muitos já reformulam o seu cálculo eleitoral: se ganharam a simpatia das empregadas, perderam o apoio dos milhões de eleitores que não podem prescindir dos serviços de uma babá ou de um cuidador de idoso. A esse grupo se juntarão as empregadas que serão dispensadas.

Convenhamos, a execução do atual cipoal trabalhista já é difícil nas empresas. O que dizer das famílias, que não dispõem de contador, departamento de pessoal e assessoria jurídica? A nova lei, além de encarecer os serviços (que já estão caros), vai mudar o relacionamento entre empregada e empregador, que, de confiável e amistoso, passará a burocrático e conflituoso.

Os políticos buscam agora colocar uma tranca na porta que acabaram de arrombar. Mas as emendas poderão sair pior do que os sonetos. E podem ser inúteis, pois, a esta altura, as famílias que podem já se puseram a desenhar a sua vida sem a ajuda das empregadas domésticas.

A questão do encarecimento também é séria. O meu amigo Osmani Teixeira de Abreu, conhecedor profundo das relações do trabalho no Brasil, acredita que, em médio prazo, vai sobrar empregada doméstica, porque muitos empregadores não terão condições de cumprir a nova lei. Ele argumenta que na empresa, quando há um aumento de custo, o empresário o repassa ao preço ou o retira do lucro. O empregador doméstico não tem como fazer isso, porque geralmente é empregado e vive de salário, que não é elástico.

Ou seja, na pretensão de melhorar a vida das empregadas domésticas, nossos legisladores deixaram de lado o que é mais prioritário no momento presente, que é a formalização dos 5 milhões de brasileiras que não contam sequer com as proteções atuais. Será que aumentando os direitos e criando tanta insegurança elas vão ser protegidas? Penso que não. Muitas serão forçadas a trabalhar como diaristas, sem registro em carteira.




(José Pastore é professor de Relações do Trabalho da FEA-USP e membro da Academia Brasileira de Letras.)
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sábado, 20 de abril de 2013

‘Não para em Brasília’

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A presidente Dilma Rousseff dorme e acorda pensando em reeleição. E passa dias fazendo campanha. Embora tenha um país a administrar, tem dedicado parte considerável de sua agenda dos últimos tempos a eventos eleitoreiros mal disfarçados de compromissos oficiais. Tendo como seu 40.º ministro o marqueteiro João Santana, a presidente não dá um passo com outro objetivo que não seja o de consolidar sua candidatura precocemente oficializada e avançar em redutos de seus possíveis adversários. Os problemas do Brasil – e de todos os brasileiros – que esperem.

Esta semana começou com campanha. Já na segunda-feira, a presidente, que tinha apenas despachos internos em sua programação naquele dia, deixou o Palácio da Alvorada às 10 horas em carro descaracterizado, isto é, sem identificação da Presidência. Foi a um estúdio a 10 quilômetros do Palácio do Planalto, onde ficou mais de uma hora gravando sua participação no programa partidário do PT, cuja íntegra vai ao ar no dia 9 de maio e cujas inserções diárias serão veiculadas a partir do próximo dia 27. Em seguida rumou para Belo Horizonte, onde passou o resto da tarde e o dia seguinte fazendo campanha de palanque, escoltada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Belo Horizonte é o reduto principal de Aécio Neves, pré-candidato tucano à Presidência. O evento era mais um seminário para celebrar os dez anos do PT no governo federal, mas seu objetivo escancarado era confrontar Aécio, que já acusou Dilma, mineira, de ser uma “estrangeira” em Minas. No dia seguinte, a presidente entregou unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, discursando como se a eleição fosse amanhã.

Já é difícil de dizer onde termina a presidente e onde começa a candidata. Como as condições da economia podem ameaçar uma reeleição que parecia tranquila, apesar da alta popularidade da presidente, Lula apressou-se a antecipar o calendário eleitoral e tirou Dilma do gabinete, colocando-a no palanque. Obediente, a presidente vestiu o figurino populista e saiu a prometer mundos e fundos, inclusive ocupando para isso o horário nobre em cadeia nacional obrigatória de rádio e TV. Nesses pronunciamentos, que mais pareciam comícios, nos quais Dilma tratou de atacar “aqueles que são sempre do contra”, a presidente anunciou medidas que tinham o objetivo de reduzir os preços da cesta básica e baratear as contas de luz. “Não descuido um só momento do controle da inflação”, bradou a presidente, referindo-se às críticas provocadas pela escalada de preços.

Há já algum tempo que Dilma, carregando seu saco de bondades – que inclui a doação de retroescavadeiras e motoniveladoras para municípios com até 100 mil habitantes –, saiu em périplo por regiões do País onde possíveis candidatos oposicionistas são fortes o bastante para representar dificuldades à sua reeleição. Somente neste ano, mais da metade de suas viagens foi para o Nordeste, onde o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), desponta como estrela ascendente e incômoda.

Apesar de ser da coalizão de Dilma, Campos está construindo sua candidatura com base em críticas ao governo, dizendo que “é possível fazer mais”. Além disso, embora o PT tenha avançado na região, seus candidatos foram derrotados em diversas capitais e em cidades importantes na eleição municipal de 2012. Então, tome promessas eleitoreiras: em meio a mais uma grande seca no Nordeste, Dilma anunciou um pacote de R$ 9 bilhões. Não importa que a maior parte desse dinheiro fosse “velha”, isto é, que se tratasse de verbas já empenhadas e de benefícios já existentes. O que importa é o impacto do número vistoso, feito sob medida para a propaganda de João Santana.

No segundo semestre, o foco de Dilma deverá ser São Paulo, Estado que é uma obsessão de Lula. O Planalto torce para que, até lá, as medidas cosméticas para estimular a economia tenham surtido algum efeito, ao menos o suficiente para que possa ser convertido em capital eleitoral, graças à prestidigitação marqueteira de um governo que tem tomado suas decisões exclusivamente de olho nas urnas.



(Editorial do Estadão - Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/editorial-do-estadao-nao-para-em-brasilia/)

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O trovador Alamir Longo retribui com versos a confissão da presidente sobre a inflação

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‘Seres iluminados”


Vi tanta coisa no mundo

que não acho explicação.

Vi gato morder cachorro

mas apanhar de ratão;

vi fantasma ao meio dia

comendo arroz e feijão;

já vi tocador de viola

sem ter os dedos da mão;

vi bebum tomando pinga

já dentro do camburão;

vi padre rezando missa

com um cacete na mão;

já vi disco-voador

levantar poeira do chão;

vi nascer o Universo

bem na hora da explosão;

até vi no paraíso

Eva brigar com Adão;

vi bem de perto São Pedro

com a chave do céu na mão.

Só não tinha presenciado

um ser tão iluminado

comemorando inflação!



(http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/seres-iluminados-de-alamir-longo/)
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sexta-feira, 19 de abril de 2013

MINHA QUADRILHA, MINHA VIDA E A CASA DOS AMIGOS DOS POBRES.

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O Programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo federal sempre foi usado como uma grande arma demagógica pelos que estão no poder atualmente. Cruelmente apresentado como a grande solução para o dramático déficit imobiliário que atinge justamente quem mais precisa e carece de dignidade, os mais pobres, o programa poria fim aos barracos, palafitas e moradias improvisadas que infestam as cidades brasileiras e transformam pessoas em verdadeiras baratas humanas que vivem amontoadas entre pilhas de lixo, esgoto e toda sorte de imundícies.

Mas, no caminho do programa tinha uma quadrilha. A mesma quadrilha que engana o povo pobre e os alienados que servem de massa de manobra ou são meramente “inocentes úteis” ao oferecerem seus corações e mentes para o discurso recheado de palavras bonitas, frases inspiradoras e muita justiça social.

Justiça social, aliás, que passa bem longe do programa. Uma vez que quase todas as unidades entregues até hoje, apresentam gravíssimos problemas estruturais que demonstram o descaso, a pressa e a má qualidade das moradias.

Muitas construções ficaram conhecidas como “casas de papel” simplesmente porque não resistiram às primeiras chuvas, se tornando verdadeiras peneiras por onde a “água que cai do céu” cai também da laje.

Imóveis destinados a moradores de áreas de risco, comumente ameaçados pelas enchentes e deslizamentos de terra, foram construídos em áreas também alagáveis e, como aconteceu no Rio de Janeiro e em outras cidades, submeteram seus “felizes” moradores ao sofrimento de perderem todos os móveis e utensílios que sobraram das últimas enchentes pouco tempo depois de se mudarem e verem suas casas novinhas alagadas, mais uma vez, pelas chuvas que caem implacavelmente sobre esquerdistas e direitistas e pouco se importam com palavras bonitas e frases inspiradoras.


Prédios entregues a menos de dois ou três meses, já apresentam extensas rachaduras, graves problemas elétricos, deficiências e problemas graves nas redes de água e esgoto (alguns entregues até sem ligação com a rede coletora).

Conjuntos habitacionais inteiros foram construídos sem drenagem adequada, com fundações subdimensionadas e com total ausência de vigas e colunas estruturais (só “no tijolo”) como forma de baratear as obras ao máximo. O resultado foi a demolição de várias unidades, que sequer haviam sido completamente construídas, pelo simples fato de não terem resistido a primeira chuva forte a atingir a área onde estavam construídos.

Enquanto a quadrilha enriquece e se fortalece, apoiada pela enorme massa descerebrada que a aplaude e se recusa a ver o óbvio, denúncias e escândalos não param de pipocar na imprensa e provas dos desvios de ligações diretas da quadrilha com o Palácio do Planalto estouram e são imediatamente abafadas por uma enxurrada de propagandas ou ações de uma claque paga a soldo público para desacreditar a verdade e fomentar mentiras na Internet e nas redes sociais.

Assim, mesmo com a Polícia Federal abrindo investigações e o Ministério Público atuando, expondo e processando os quadrilheiros; mostrando as ligações de partidos “amigos dos pobres” (como o PCdoB e o PT); de ex-integrantes da Casa Civil (como a famosa “amiga da Dilma” Erenice Guerra que voltou a baila) e do próprio líder do governo (citado como responsável por um esquema de desvio de verbas do BNDES para financiar políticos do PT em troca de obras) a claque descerebrada parece ignorar a própria realidade e continua a aplaudir e a defender aqueles que os submetem a pior de todas as indignidades: o roubo da esperança de uma vida melhor.

Embalados por palavras bonitas; frases de efeito; imagens emocionantes, cuidadosamente elaboradas e repletas de sorrisos; depoimentos emocionados e agradecidos das futuras vítimas e a participação “inocente” de artistas e vultos da cultura; os tentáculos da quadrilha se estendem sobre os brasileiros, sufocando seus sonhos e roubando suas esperanças de forma silenciosa e impune.

Tudo isso embalado lindamente com uma frieza mortal.




(http://www.visaopanoramica.com/2013/04/19/minha-quadrilha-minha-vida-e-a-casa-dos-amigos-dos-pobres/#ixzz2Quzbk8n9)
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Ultrassom israelense que destroi tumores

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O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) possui um serviço de ultrassom – ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar – para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto – com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.

Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão. Segundo Marcos Roberto Buy Viagra Online Pharmacy No Prescription Needed de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas – tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.

Aparelho de ultrassom de alta frequência (em azul), ligado a uma esteira para receber pacientes durante ressonâncias magnéticas (Foto: Mário Barra / G1)

O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases – câncer que se espalharam pelo corpo – ósseas.

“Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo”, afirma Marcos. “No caso das metástases, a aplicação seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente.”

Como funciona:

O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.

“Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes são o local do tumores e o tamanho deles”, explica o médico do Icesp.

A técnica dispensa o uso de anestésicos. “As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos”, explica Marcos. Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. “As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame.”


INFORME AOS AMIGOS, PARENTES QUE TENHAM PESSOAS PORTADORAS DE CÂNCER EM SUAS FAMÍLIAS, ASSIM, PODERÃO IR EM BUSCA DE UMA SOLUÇÃO DIFERENTE PARA OS PROBLEMAS INERENTES À DOENÇA.





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