sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Você também se sente uma fraude?

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Você também se sente uma fraude? 
3 lições para superar a Síndrome do Impostor



Eu arrebentava nos jogos do Mario, fiz meu primeiro site na sétima série e tirava nota máxima nas aulas de Informática da escola.

Achei que estava pronta. Pensei que a faculdade de Ciência da Computação seria moleza, e que eu tiraria de letra o primeiro ano do meu curso.

Eu estava errada.

Demorou bem menos do que isso para que eu notasse a diferença, que se espalhou em meu consciente como tinta derramada. Minha primeira aula no curso não foi fácil, mas deveria ter sido, aparentemente. Eu ouvia os outros alunos conversando alto na escadaria do nosso prédio de salas de aula.Quando tempo você levou para terminar o trabalho? Era sempre um garoto que perguntava.

Quatro horas, seria a resposta. Era sempre um garoto que respondia. Levei duas horas, dizia outro, se intrometendo na conversa, e levaria menos se não fosse por um parêntese a mais que demorou uma eternidade pra debugar. A conversa então se transformaria em um discurso inflamado sobre a indignação causada por obscuras mensagens de erro, seguida por um comentário sobre como tornar os compiladores mais inteligentes.

Eu passava reto. Queria ter fones de ouvido enfiados nos ouvidos.

Isso acontece com certa frequência. Você está no meio do pelotão, e os corredores que lideram a prova começam a se afastar cada vez mais, de tal modo que a tinta derramada vai deixando uma mancha permanente.

Vinte horas. Foi o tempo que eu demorei para terminar o trabalho.

“Não sou muito boa nisso”, pensei. “Será que eu deveria estar aqui?”

A primeira pessoa que ouvi falar no termo Síndrome do Impostor foi uma palestrante convidada do meu grupo de Mulheres na Ciência da Computação, durante meu terceiro ano de faculdade. Era uma professora que estudava o assunto para melhor entender as diferenças entre gêneros.

Lembro de como ela ficou em pé diante de um auditório lotado, citando uma série de pesquisas que traziam revelações surpreendentes, ainda que parecessem tão obviamente verdadeiras. “Sim!” Eu vibrava, visualizando mentalmente meu punho cerrado depois de cada argumento apresentado por ela. “Sim, é exatamente assim que eu me sinto.” Quero ter certeza absoluta de que posso fazer algo antes de me comprometer a fazer. Negociações e confrontos são difíceis para mim porque me preocupo demais em ser agradável. Eu acredito que eu estou onde estou por conta da sorte. Por exemplo, ter ganhado um prêmio em uma feira de ciências, mesmo queno fundo do meu coração eu saiba que o meu trabalho foi, de certa forma, uma tapeação.

Eu tenho fingido desde então.

A palestrante disse que muitas mulheres se sentem dessa maneira. Mais do que homens. Ela arriscou, dizendo que talvez houvesse mais mulheres no auditório que também se sentiam assim.

Todas nós levantamos a mão.

Ela tinha um jeito acessível e afável, como se estivesse batendo um papo com uma amiga tomando uma taça de vinho, ao invés de estar num auditório em frente a uma multidão de rostos desconhecidos. Ficamos fascinadas por ela. Tentei me imaginar assim, falando com tanta serenidade em frente de uma plateia daquelas. Não consegui.

Ainda hoje, eu me sinto como uma impostora às vezes, ela disse.

Não consegui acreditar nela, nem por um segundo.

Passei os primeiros anos da minha vida profissional tentando dominar a arte do fingimento.

A faculdade foi difícil, mas pelo menos havia uma estrutura. Fazíamos os trabalhos. Fazíamos as provas. Ganhávamos notas, e as notas mostravam como estávamos indo.

Trabalhar em uma startup foi completamente diferente. Senti uma energia em estado bruto assim que entrei na sala, no meu primeiro dia. Ninguém desviou o olhar do que estavam fazendo. Uma louca intensidade pulsava no escritório. Em meio a desordenados conjuntos de mesas, os engenheiros criavam produtos ao som de teclas digitadas, com suas silhuetas repletas de confiança.

Eu sabia tão pouco naquela época, mas sabia de uma coisa: queria fazer parte daquela energia. E assim, eu comecei a fingir. Comecei a me modelar como a peça de um quebra-cabeça que se encaixaria naquele ambiente. Eu tentei. Ah, como eu tentei! Como eu, de uma forma ridícula e desesperada, tentei.

Como eu concordei com a cabeça e ri junto quando os engenheiros faziam piada do código de outros engenheiros, enquanto sentia meu estômago se revirar porque sabia, com uma enervante certeza, que o mesmo grupo estaria fazendo piada do meu código se eu não estivesse por perto.

Como eu continuei trabalhando ao meio-dia e fiquei no escritório até as sete para poder dizer que fazia parte da turma da noite.

Como eu discuti assuntos pelo qual não tinha opiniões fortes, como Mac x PC, apenas para ter algo para defender com veemência, como os outros tinham.

Como eu assisti a esportes sobre os quais eu não entendia nada, bebi a vodka que meu organismo não tolerava, e não fiquei ofendida quando frases ofensivas foram pronunciadas, apenas porque queria me enturmar.

Como eu observei como uma águia e escutei como um morcego o que acontecia ao meu redor — quais sites deveriam ser visitados, quais fontes eram legais de usar, qual framework era o melhor — para poder respirar fundo e repetir um pouco da casual confiança de meus colegas.

Na época, não conseguia admitir nada disso. Nem para mim mesma. Eu teria me encolhido até virar uma bola de tanta vergonha e morreria ali mesmo se meus colegas soubessem. Quando você veste um disfarce por muito tempo, nem se dá conta de que está interpretando um personagem, que está se comportando de uma forma que não é autêntica, com uma postura de medo e insegurança. Que você não consegue achar um meio de conciliar o seu verdadeiro eu com sua versão fingida.

Porque nada é mais importante do que não ser vista como uma fraude.

O benefício do tempo é que ele nos ajuda a enxergar o passado de uma forma mais objetiva. Se eu pudesse voltar atrás e dizer a mim mesma o que fazer para evitar estes sentimentos de impostora, diria para seguir estas três táticas:

1. Analise os acontecimentos pensando na melhor hipótese, em vez da pior hipótese. Ou, simplesmente, pergunte. Diariamente, há uma centena de coisas acontecendo para sua mente interpretar. Por exemplo, você pode não ter sido incluída em uma reunião. A reação impostora é pensar o pior desse pequeno detalhe. Ah, eles acham que eu não tenho nada de importante para acrescentar. Para contrapor esses pensamentos negativos, presuma a melhor das intenções. Estão tentando poupar o meu tempo e não me sobrecarregar com uma reunião que tem pouca importância para mim. Ou, se você claramentedeveria estar nessa reunião: eles não perceberam que eu deveria estar na reunião, ou então, foi apenas um equívoco e se esqueceram de incluir o meu nome no destinatário. Se você aceitar que a síndrome do impostor é irracional, conforme mostram as pesquisas, então a melhor interpretação tem mais chances de ser real do que a pior interpretação. Não acredita em mim? Então apenas pare de fingir. Levante os ombros e pergunte. (Estou com a sensação de que talvez vocês não considerem que eu tenha contribuições importantes para dar a Q devido a X, Y e Z. Caso positivo, gostaria muito de ter um retorno de vocês.)Faça por escrito se achar mais fácil. Perguntar é difícil, mas ficar remoendo em cima de milhares de interpretações também é.

2. Mantenha o foco nas qualidades de ser diferente, e não nos defeitos.Como o impostor está sempre tentando fazer parte do grupo, essa pessoa enxerga suas diferenças em relação aos colegas como obstáculos a serem superados. Por exemplo, houve uma época em que a maioria das pessoas com quem eu trabalhava eram pessoas assertivas, que falavam sem rodeios. Assim, eu via a minha introversão como uma falha. Por que eu não conseguia me decidir rapidamente, como eles? Por que eu não conseguia defender uma opinião no calor do momento com a mesma eloquência? Foi só depois de eu ter sido elogiada repetidas vezes pela minha ponderação e pela minha capacidade de analisar todos os lados de um problema que percebi que também eram qualidades aquilo que, por muito tempo, eu considerei como lacunas. Não significa que eu não precise melhorar em certas áreas, mas essa mudança de perspectiva me ajudou a aceitar que todas as pessoas são moldadas de forma diferente. Assim, levamos os nossos diversos talentos à mesa. Hoje em dia, eu tento abordar problemas com o olhar voltado aos meus pontos fortes, ao invés de manter o foco nas minhas fraquezas.

3. Procure pessoas para quem você possa revelar suas próprias inseguranças. Durante anos, eu me fechei e guardei minhas fragilidades para mim mesma. Dizem que devemos “fingir até conseguir”. Então, eu imaginei que ao interpretar a pessoa que eu queria ser, dia após dia, eu finalmente me transformaria naquela pessoa, e que nenhuma delas seria mais sábia que a outra. Na verdade, essa linha de pensamento se revelou uma estupidez. Eu me privei do alívio de poder falar abertamente sobre meus medos para as pessoas em quem confiava, e perdi o poder que a empatia e os conselhos dessas pessoas teriam sobre mim. Cada um tem seus próprios problemas, e o que aprendi é que quanto mais sinceramente você admitir os seus, mais as pessoas estarão dispostas a lhe ajudar. Assim, conte para a pessoa mais próxima que você se sentiu como uma impostora no trabalho hoje. Procure um programa de mentoria ou de suporte. Considere levar esse assunto a sua chefia. Apenas não finja que suas inseguranças não existem, porque você estará prejudicando apenas a si mesma.
Resumo da minha experiência - e o que você pode aprender

A experiência faz qualquer coisa parecer fácil, mas as inseguranças nunca desaparecem por completo. Isso se aplica a todos, mas é particularmente verdadeiro para as mulheres, e mais verdadeiro ainda para mulheres em áreas dominadas por homens.

Nos dias de hoje, você poderá me encontrar palestrando para uma multidão de rostos desconhecidos. Eu ainda arrebento nos jogos do Mario. Mesmo hoje, eu ainda me sinto como uma impostora, às vezes.

No entanto, há uma vantagem: quanto mais você começa a ter confiança em si mesma, menos você se sente como uma impostora, e cada vez mais você se sente como você mesma.

Você pode não acreditar em mim, mas mesmo assim, vou tentar lhe convencer.

Você pertence a esse lugar. E você terá muito sucesso.



Texto de Julie Zhuo, traduzido por Hilton Lima. - Fonte: https://www.linkedin.com

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quando eu for velha

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Quando eu for velha, não serei uma velha comum, daquelas que tricotam sapatinhos para os netos, não porque eu não ache isso bacana, é porque nunca tive paciência para o artesanato, aliás, sou um desastre nessa arte, rsrs.

Quando eu ficar velha, não quero que se preocupem em me visitar todos os domingos, somente para cumprir uma obrigação. Façam isso quando sintam realmente vontade de me ver, quando sintam saudades daquele cheirinho que só a "sua" mãe tem, quando sintam saudades do meu tempero, ou da forma que meus olhos olham para vocês, com orgulho, com amor e ternura.

Quando eu ficar velha, não quero que me levem feito um pacotinho de uma casa pra outra. Quero ficar no meu canto, "quero ficar na minha", vocês sabem o quanto eu valorizo a liberdade, não só a minha, mas sobretudo dos outros.

Quando eu ficar velha, quero que vocês me olhem e sintam orgulho de todas as minhas tentativas de viver a vida conforme os meus princípios, conforme a minha vontade. Não quero que pensem que fui egoísta, que alguma vez falhei com vocês, ou que eu amei de menos ou amei de mais. Eu simplesmente optei: eu quero ser mãe, eu quero gerar esse filho, essa filha, porque sei que eles serão pessoas especiais e que poderão fazer a diferença em suas vidas e nas dos demais e eu os amo muito!!!

Quando eu ficar velha, permitam-me ficar com meus netos e mimá-los do meu jeito, não critiquem se eu exagerar nos carinhos, nos presentes e se eu discordar com algum castigo mais pesado pra eles.

Quando eu for velha, não sintam pena de mim quando estiver debilitada, olhem para mim e digam: minha mãe é forte, ela vai vencer mais essa!! E não duvidem, eu vou vencer!

Meus queridos filhos, não se sintam responsáveis por mim, eu lhes tiro essa obrigação. Eu os solto, os libero. Vivam suas vidas, trilhem seus caminhos, amem seus amores, formem-se, trabalhem, tenham êxito, criem seus filhos (se quiserem tê-los). Sejam corajosos, sonhem muito, sonhem alto! Sejam gentis, retribuam sorrisos, compartilhem bons momentos, cuidem de seus corpos, mas especialmente de suas almas. 

Jamais duvidem da existência de um Ser Superior. Não se prendam a dogmas, não julguem nada, não condenem ninguém, não acreditem em tudo o que lhes disserem, procurem vocês as respostas. Usem o poder que há dentro de vocês. 

Lembrem-se sempre disso: Vocês podem tudo! O impossível não existe, mas é preciso crer!



Autora desconhecida
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A opção por viver só

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Cresce número de livros que abordam atual fenômeno do isolamento social

O sociólogo americano Eric Klinenberg, 46, investigava os efeitos de uma onda de calor que afetou Chicago em 1995 quando viu que mais de 700 vítimas fatais viviam sozinhas. A tragédia acendeu nele a curiosidade para estudar uma mudança fundamental que vem ocorrendo nas grandes cidades, não apenas dos EUA, mas do mundo.

A investigação resultou em 2012 no livro "Going Solo - The Extraordinary Rise and Surprising Appeal of Living Alone" (seguir sozinho - a extraordinária ascensão e o interesse surpreendente de viver só), e os números então saltaram aos olhos.

Se, em 1950, 4 milhões de americanos viviam sós, hoje já são mais de 30 milhões. Nas grandes cidades, a tendência é muito mais acentuada –mais da metade da ilha de Manhattan, descobriu Klinenberg, tem moradias com apenas um habitante.

O instituto Euromonitor identificou, entre 1996 e 2006, um aumento de 33% das pessoas que vivem sós e projetou, para 2020, um crescimento do índice em adicionais 20%.

"É um momento único na história da humanidade em que enormes quantidades de pessoas, se têm condições para isso, optam por viverem sozinhas", explica Klinenberg.

Depois de "Going Solo", o mercado editorial foi invadido por publicações que tratam de refletir sobre os aspectos da tendência: pessoas que preferem nunca ter um parceiro fixo (o que não significa não ter sexo); as que querem namorar ou casar, mas não aceitam viver sob um mesmo teto; as que enviúvam e percebem que envelhecem melhor sem se mudar para a casa de parentes; as que vivem sós para ter uma vida social mais agitada; e as que querem desconectar-se de tudo e redescobrir o silêncio e a natureza.

'SOLTEIRONA'

Em "Spinster" –na lista dos melhores livros de 2015 do "New York Times", e que a Intrínseca lança no Brasil em abril–, a americana Kate Bolick, 40, pede uma redefinição da palavra "spinster".

Termo celebrizado na Idade Média para designar mulheres que, por terem posses, não precisavam buscar o casamento por sustento, o conceito era considerado algo positivo. Mas, ao longo dos séculos 18 e 19, ganhou conotação pejorativa, ao designar a "solteirona com mais de 40".

"É hora de redefinir o conceito de 'spinster', pois já não corresponde a mulheres amedrontadas e estigmatizadas, mas que se libertaram das perguntas impostas desde a infância ('quando você vai se casar?') e reencontraram um lugar na sociedade", diz Bolick.

Para a autora, a "libertação das 'spinsters'" está relacionada à revolução LGBT e ao desenvolvimento dos aplicativos para encontrar parceiros sexuais. "Antes a mulher precisava de um marido para ter sexo. Hoje, talvez seja tudo de que ela não precisa."

Já Klinenberg, que é professor de sociologia da Universidade de Nova York, acredita que o "apogeu da vida solitária" começou a despontar nos anos 1950, mas ganhou força nos últimos dez anos, devido a quatro fatores: mudança de status da mulher, revolução das comunicações, revolução urbana e aumento da longevidade.

Segundo ele, tornaram sedutoras as benesses da vida solitária: "A privacidade, o anonimato, a autonomia e, paradoxalmente, a chance de se conectar mais com outros sem compromisso". E completa: "Casamos mais tarde, permanecemos solteiros por anos ou décadas, fazemos o possível para evitar mudar para a casa de nossos pais, e eles também resistem em mudar para a nossa quando perdem o companheiro", resume.

ESTIGMA

Ainda assim, especialistas concordam que o estigma persiste. "Leia a descrição de psicopatas nos jornais. Fatalmente os que o conheciam elencarão que ele era 'sozinho'", diz a britânica Sara Maitland, 65, autora de dois livros sobre o tema: "A Book of Silence" (um livro de silêncio) e "How to Be Alone" (como viver só).

Tendo sido casada e vivido em Londres muitos anos, há tempos se mudou para uma casa no interior da Escócia, sozinha, não tem celular e evita a companhia de outros, que substitui por longas caminhadas em silêncio.

"Estar sem um parceiro é o único comportamento com o qual as pessoas não têm receio de serem profundamente rudes", explica. "Quantas vezes não me perguntaram: 'E você, já arrumou alguém?'. Se eu respondesse: 'Não, mas e você, continua amarrada a esse sujeito aí?' seria extremamente grosseiro, não?"

Por isso, explica Maitland, preferiu mudar-se para o campo e refletir por que a sociedade ainda associa a opção de viver só à tríade "sad, mad or bad" (triste, louco ou mau). Existe, para ela, uma sensação cultural de que isso possa estar "errado".

O que os dois livros que Maitland já lançou, e o terceiro no qual agora trabalha, tentam responder é que esses estigmas estão caindo e que há um movimento "contracultural", relacionado à revolução das comunicações, que facilitará viver sozinho e levará essa transformação adiante.

Em seus livros, desfilam os fenômenos da moda das aventuras em "solidão extrema", ou seja, viagens de exploração de lugares longínquos ou perfis de famosos solitários, como Greta Garbo (1905-90).

Para Maitland, o processo é lento. "O estigma tem várias razões, como o medo das pessoas de uma vida sem companhia, mas um outro é a inveja, que causa vontade de experimentar [risos]. E isso ajuda o estigma a se diluir."

No recém-lançado "Selfish, Shallow, and Self-Absorbed" (egoísta, superficial e autocentrada), a americana Meghan Daum, 46, reúne famosos escritores (como Geoff Dyer, Anna Holmes e Sigrid Nunez) que discorrem sobre a escolha de não ter filhos.

O foco é a avaliação moral que a sociedade fez da opção, que soa "egoísta" ou "escapista". Como diz um dos autores: "As pessoas creem que quem não tem filhos deixa de dar um sentido à existência, como se algum sentido houvesse".

Os autores concordam, porém, que a vida solitária apenas traz benefícios aos que optam de maneira voluntária por ela. "Sentir-se triste por estar só é um outro problema, e ele precisa ser enfrentado como tal", resume Maitland.
ANTES SÓ

Lançamentos refletem a tendência de pessoas viverem sozinhas. Entenda as diferenças, segundo os autores:

"GOING SOLO" (seguir sozinho)
Não se casar, não ter filhos, não ter como ideal a ideia tradicional de família.

"LIVING ALONE" (viver sozinho)
habitar uma casa ou apartamento sem a companhia de mais ninguém, nem 'roomates' nem namorados ou mesmo maridos ou mulheres (que podem viver em outras casas).

"SPINSTER"
Termo cunhado na Idade Média para definir mulheres que não precisavam se casar por ter independência financeira. Transformou-se num termo pejorativo nos séculos 18 e 19 para designar mulheres com mais de 40 que não se casavam. Hoje, volta a ser usado como conceito positivo, de mulheres independentes que decidem não se resignar à vida familiar e à maternidade.

"LONER" (solitário)
Alguém que prefere a solidão não apenas no lar, mas também no ambiente. Preferem viver perto da natureza, valorizam o silêncio e escolhem não estar conectados todo o tempo, muitos não têm celulares e mantêm pouca conexão com familiares ou amigos que vivem longe. Preferem o campo ou praias isoladas.



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/01/1735068-cresce-numero-de-livros-que-abordam-atual-fenomeno-do-isolamento-social.shtml?cmpid=newseditor
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