quinta-feira, 31 de maio de 2012

Me deixa fumar em paz!

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No mundo moderno não fumar é marca de saúde física, mental e, atenção gente, moral também. Basta ver as medidas sanitárias aplicadas na Europa. Os pacotes de cigarros dos europeus tem imagens-choque para afastar fumantes ativos ou passivos, presentes ou futuros. Como no Brasil. Mas pior, muuuuuuuito pior que o Brasil: corpos mutilados pelo câncer, cadáveres putrefatos. E, claro, a imagem repugnante e sem censura de um pênis precocemente arruinado. A idéia não é prevenir nem educar. A idéia é ofender e intimidar.

Suficiente? Não. Os fanáticos querem mais: querem humilhar o fumante, enfiar o fumante em uma câmara de gás e dizer: "Criatura decadente! Raça inferior desgraçada!" Nem Hitler faria melhor.

Exagero? Longe disso. Robert Proctor, que as patrulhas higiênicas deviam ler, explicou tudo em The Nazi War on Cancer (Princeton University Press, 379 pp.). A leitura de Proctor é arrepiante mas a tese é magistral: as campanhas antitabagistas do mundo moderno nasceram na Alemanha das décadas de 1930 e 1940. Nasceram com a preocupação nazi em combater o vício e, óbvio, humilhar publicamente os viciosos. Humilhar consumidores de morfina. Cocaína. Coca-Cola. E enfiar os fumantes no gueto da vergonha social. Quando Hitler (que era vegetariano, abstêmio, praticante diário de exercícios físicos, enfim, um exemplo de boa saúde e boa forma) chegou ao poder em 1933, o tabaco foi declarado como uma das sementes do mal. Causa de tudo.

Infertilidade. Impotência. Câncer. Enfarte. Comunismo. Uma ameaça direta à pureza da raça ariana e sua excelência física e mental. O próprio Adolf se empenhou pessoalmente no caso. Ele não fumava. Ele gostava de dizer que não fumava. Nem ele, nem Mussolini, nem Franco. Tudo boa gente. Pelo contrário: Churchill e Roosevelt eram conhecidos e extravagantes fumantes, exemplos de ruína pessoal e moral. A evitar.

Falou e disse: a partir de 1933, as campanhas estavam nas ruas. Gigantescas imagens onde o fumante típico era tratado como débil sem dignidade ou vergonha (tradução: um judeu manipulador que introduzira o cigarro na Alemanha para exterminar o povo nativo). Ninguém escapou. As donzelas viciosas eram pintadas em pose masculina, a versão clássica da 'mulher com barba', fenômeno de circo para horrorizar a burguesia. E homens fumantes eram seres sexualmente arruinados, com traços femininos, lânguidos, tristemente adocicados. O tabaco surgia em sagrada aliança com tudo que era condenável. Jazz. Swing. Álcool. Jogo. Cupidez. Devassidão. Orgia.

Azar: seis anos depois, os alemães estavam fumando a dobrar. Em 1933, o alemão médio fumava 570 cigarros por ano. Em 1939, antes da Segunda Guerra, fumava 900. Proctor avança razões. Todas elas sublinham o essencial: fruto proibido é mais apetecido. Histórica clássica. Bíblica. Razão de nossos prazeres e nossas desgraças. Ninguém deixa de fumar por causa do fanatismo de terceiros. Pior: o fanatismo de terceiros acaba por ser inútil e até contraproducente. Conheço gente que não fumava e começou só por rebeldia. Eu mesmo só comecei a fumar porque minha mãe me enchia o saco para nunca fumar.

Fumar faz mal. Mas também faz bem. Sim, é verdade. As pessoas que fumam são mais tolerantes, mais calmas, mais interessantes e deliciosamente mais pecaminosas. Uma mulher é uma mulher. Uma mulher que fuma é uma mulher que arrasa. Uma diva. Por isso proponho: todos os pacotes de cigarros deviam ter duas imagens. De um lado, o pênis caído. Do outro, Lauren Bacall chupando um Marlboro clássico. De um lado, pulmões enfiados em sujeira. Do outro, o lindo rosto de Bacall flutuando em fumaça.

Fazemos assim: vocês ficam com o pênis e pulmões podres, eu fico com a diva Lauren.

Não estou fazendo apologia ao cigarro. Estou cagando e andando se você fuma ou não. Problema seu. Não vou te oferecer cigarro. O que eu quero é que as patrulhas antitabagistas parem de encher meu saco.

Parar de fumar ou não é uma decisão que cabe a mim, quando eu quiser, se eu quiser.



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terça-feira, 29 de maio de 2012

O Mundo do Faz de Conta

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Há três períodos distintos no comportamento das pessoas, o primeiro é o ser, segundo é o ter e o terceiro é o faz de conta... A grande maioria das pessoas está na fase do faz de conta...

Reflitam!!

Recentemente uma professora, que veio da Polônia para o Brasil ainda muito jovem, proferia uma palestra e com muita lucidez trazia pontos importantes para reflexão dos ouvintes.

"Já vivi o bastante para presenciar três períodos distintos no comportamento das pessoas", dizia ela.

O primeiro momento eu vivi na infância, quando aprendi de meus pais que era preciso ser. Ser honesta, ser educada, ser digna,
ser respeitosa, ser amiga, ser leal. 

Algumas décadas mais tarde, fui testemunha da fase do ter. Era preciso ter. Ter boa aparência, ter dinheiro, ter status, ter coisas, ter e ter... 

Na atualidade, estou presenciando a fase do faz de conta."

Analisando sob esse ponto de vista, chegaremos à conclusão que a professora tem razão. Hoje, as pessoas fazem de conta e está tudo bem.

Pais fazem de conta que educam, professores fazem de conta que ensinam, alunos fazem de conta que aprendem.

Profissionais fazem de conta que são competentes, governantes fazem de conta que se preocupam com o povo e o povo faz de conta que acredita.

Pessoas fazem de conta que são honestas, líderes religiosos se passam por representantes de Deus, e fiéis fazem de conta que têm fé.

Doentes fazem de conta que têm saúde, criminosos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que é imparcial.

Traficantes se passam por cidadãos de bem e consumidores de drogas fazem de conta que não contribuem com esse mercado do crime.

Pais fazem de conta que não sabem que seus filhos usam drogas, que se prostituem, que estão se matando aos poucos, e os filhos fazem de conta que não sabem que os pais sabem.

Corruptos se fazem passar por idealistas e terroristas fazem de conta que são justiceiros... E a maioria da população faz de conta
que está tudo bem...

Mas uma coisa é certa: não podemos fazer de conta quando nos olhamos no espelho da própria consciência. Podemos até arranjar desculpas para explicar nosso faz de conta, mas não justificamos.

Importante salientar, todavia, que essa representação no dia-a-dia,
esse faz de conta, causa prejuízos para aqueles que lançam mão desse tipo de comportamento.

A pessoa que age assim termina confundindo a si mesma e caindo num vazio, pois nem ela mesma sabe quem é, de fato, e acaba se
traindo em algum momento. E isso é extremamente cansativo e desgastante.

Raras pessoas são realmente autênticas. Por isso elas se destacam nos ambientes em que se movimentam. São aquelas que não representam, apenas são o que são, sem fazer de conta.

São profissionais éticos e competentes, amigos leais, pais zelosos na educação dos filhos, políticos honestos, religiosos fiéis aos ensinos que ministram.

São, enfim, pessoas especiais, descomplicadas, de atitudes simples, mas coerentes e, acima de tudo,
fiéis consigo mesmas.

A pessoa que vive de aparências ou finge ser quem não é corre sérios riscos de entrar em depressão.

Isso é perfeitamente compreensível, graças à batalha que trava consigo mesma e o desgaste para manter uma realidade falsa.

Se é fácil enganar os outros, é impossível enganar a própria consciência. 

Por todas essas razões, vale a pena ser quem se é, ainda que isso não agrade os outros. Afinal, não é aos outros que prestaremos contas das nossas ações, e sim à nossa consciência.


(Mensagens do Velho Sábio - http://www.velhosabio.com.br/momentodereflexao/516/Faz+de+conta.html)
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Médicos reprovados! - A sociedade precisa saber!

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Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras.

Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.

As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais do País.

As faculdades cubanas, a mais conhecida é a - Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana. São estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, *tendo sido indicados por movimentos sociais, *organizações não governamentais e partidos políticos.*

Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo *Movimento dos Sem-Terra (MST*).

Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País.

As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional.

Por isso, *o PT, o PC do B e o MST * optaram por defender o *reconhecimento automático do diploma*, *sem precisar passar por exames de habilitação profissional* - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira.

Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

Em resposta, *o PT, o PC do B e o MST * *recorreram a argumentos ideológicos*, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa.

No marketing político cubano, os médicos "curativos" teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas "classes populares".

Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota.

No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, *o ex-presidente Lula pediu uma "solução"* para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde.

E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades. Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo - mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias – pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes".

As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação.

Custa crer que *setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional*, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas.


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,medicos-reprovados,661301,0.htm

Receitas de Leite condensado Diet (Para Diabéticos)

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Receita de leite condensado diet com leite de vaca

Há duas formas de se conseguir leite condensado, a primeira é obtida com o próprio leite, e apesar de ser mais demorada é a que tem o melhor resultado:

Coloque 1 litro de leite para ferver. Quando levantar fervura abaixe o fogo e vá mexendo até que evapore quase todo o leite, restando 1 copo. Vá mexendo com uma colher de pau para não derramar. Quando estiver pronto, acrescente adoçante até ficar bem doce, normalmente use o dobro do adoçante que usaria para um copo de leite.

Leite condensado a partir do leite em pó

Para obter leite condensado a partir de leite em pó, adicione 3 vezes mais leite em pó a 1 copo dágua do que está sendo recomendado na lata. Por exemplo, se para conseguir 1 copo de leite você tem que acrescentar 3 colheres de sopa de leite, acrescente 9. Bata no liquidificador com adoçante e está pronto seu leite condensado que servirá como base de pudins ou saladas de frutas.


Aqui vai uma outra receita de leite condensado diet a partir do leite em pó:

# 1 xícara (chá) de leite em pó desnatado
# 1/2 xícara (chá) de água fervendo
# 1/2 xícara (chá) de adoçante diet em pó, próprio para forno e fogão
# 1 colher (sopa) de margarina light

Modo de fazer

1. Bata todos os ingredientes no liquidificador por 7 minutos
2. Coloque numa vasilha tampada e leve na geladeira
3. Deixe para usar no dia seguinte

Receita de leite condensado a partir de leite em pó (2)

# 1 xícara de chá de leite em pó
# 1 colher de sopa de adoçante
# 1 colher de sopa de manteiga
# 3/4 de xícara de chá de água fervendo

Modo de fazer

1. Misturar o leite em pó, a manteiga, o adoçante
2. Agregando a água aos poucos, mexer bem ou bater na batedeira por 3 minutos
3. Coloque em uma panela e leve ao fogo por 5 minutos
4. Retire do fogo
5. Espere esfriar um pouco e coloque em um vidro
6. Poderá fazer doces, brigadeiros, e tudo com este leite condensado, é igual ao outro .


Como você vê, há várias receitas para se fazer leite condensado diet, experimente-as e use aquela que mais se adapte ao seu paladar.



(Fonte: http://diabetesemfamilia.blogspot.com.br/2009/01/receitas-de-leite-condensado-diet.html)
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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bill Cosby: "I'm 74 and tired" - (Tenho 74 anos e estou cansado)

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Tenho 74 anos e estou cansado. Exceto um breve período na década de 50, quando fiz o meu serviço militar, tenho trabalhado duro desde que eu tinha 17 anos. Trabalhava 50 horas por semana, e não caí doente em quase 40 anos. Tinha um salário razoável, mas não herdei o meu trabalho ou o meu rendimento. Eu trabalhei para chegar onde estou, e cheguei economizando muito, mas estou cansado, muito cansado.

Estou cansado de que me digam que eu tenho que "distribuir a riqueza" para as pessoas que não querem trabalhar e não têm a ética de trabalho. Estou cansado de ver que o governo fica com o dinheiro que eu ganho, pela força, se necessário, e o dá a vagabundos com preguiça para ganhá-lo.

Estou cansado de ler e ouvir que o Islamismo é uma "religião da paz", quando todos os dias eu leio dezenas de histórias de homens muçulmanos a matar suas irmãs, esposas e filhas pela "honra" da sua família; de tumultos de muçulmanos sobre alguma ligeira infração; de muçulmanos a assassinar cristãos e judeus porque não são "crentes"; de muçulmanos queimando escolas para meninas; de muçulmanos apedrejando adolescentes, vítimas de estupro, até a morte, por "adultério"; de muçulmanos a mutilar o genital das meninas, tudo em nome de Alá, porque o Alcorão e a lei Sharia diz para eles o fazerem.

Estou cansado de que me digam que por "tolerância para com outras culturas" devemos deixar que Arábia Saudita e outros países árabes usem o dinheiro do petróleo para financiar mesquitas e escolas madrassas islâmicas, para pregar o ódio na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, enquanto que ninguém desses países está autorizado a fundar uma sinagoga, igreja ou escola religiosa na Arábia Saudita ou qualquer outro país árabe, para ensinar amor, tolerância e paz.

Estou cansado de que me digam para eu baixar o meu padrão de vida para lutar contra o aquecimento global, o qual não me é permitido debater.

Estou cansado de que me digam que os toxicodependentes têm uma doença, e eu tenho que ajudar no seu tratamento e pagar pelos danos que fazem. Eles procuraram sua desgraça. Nenhum germe gigante os agarrou e encheu de pó branco seus narizes nojentos, ou à força injetou porcaria em suas veias asquerosas.

Estou cansado de ouvir ricos atletas, artistas e políticos de todas os partidos falarem sobre erros inocentes, erros estúpidos ou erros da juventude, quando todos sabemos que eles pensam que seus únicos erros foi serem apanhados. Estou cansado de pessoas sem senso do direito, sejam elas ricas ou pobres.

Estou realmente cansado de pessoas que não assumem a responsabilidade por suas vidas e ações. Estou cansado de ouvi-las culpar o governo e a sociedade de discriminação pelos "seus problemas."

Também estou cansado e farto de ver homens e mulheres serem repositório de pregos, pinos e tatuagens de mau gosto, tornando-se assim pessoas não-empregáveis e, por isso, reivindicando dinheiro do governo (dos impostos pagos por quem trabalha e produz).

Sim, estou muito cansado. Mas também estou feliz por ter 74, porque não vou ter de ver o mundo que essas pessoas estão criando.

Mas estou triste por minha neta e os seus filhos. Graças a Deus estou no caminho de saída e não no caminho de entrada.


Veja o texto original em inglês: 



“I’m 76 and tired” Bill Cosby 


This should be required reading for every man, woman and child in the UK , United States of America, Canada, Australia and New Zealand AND South Africa.

”I’m 76. Except for brief period in the 50′s when I was doing my National Service, I’ve worked hard since I was 17. Except for some serious health challenges, I put in 50-hour weeks, and didn’t call in sick in nearly 40 years. I made a reasonable salary, but I didn’t inherit my job or my income, and I worked to get where I am. Given the economy, it looks as though retirement was a bad idea, and I’m tired. Very tired.

“I’m tired of being told that I have to “spread the wealth” to people who don’t have my work ethic. I’m tired of being told the government will take the money I earned, by force if necessary, and give it to people too lazy to earn it. “I’m tired of being told that Islam is a “Religion of Peace,” when every day I can read dozens of stories of Muslim men killing their rioting over some slight offense; of Muslims murdering Christian and Jews because they aren’t “believers”; of Muslims burning schools for girls; of Muslims stoning teenage rape victims to death for “adultery”; of Muslims mutilating the genitals of little girls; all in the name of Allah, because the Qur’an andShari’a law tells them to.

“I’m tired of being told that out of “tolerance for other cultures” we must let Saudi Arabia and other Arab countries use our oil money to fund mosques and mandrassa Islamic schools to preach hate in Australia, New Zealand, UK, America and Canada, while no one from these countries are allowed to fund a church, synagogue or religious school in Saudi Arabia or any other Arab country to teach love and tolerance.

“I’m tired of being told I must lower my living standard to fight global warming, which no one is allowed to debate.

“I’m tired of being told that drug addicts have a disease, and I must help support and treat them, and pay for the damage they do. Did a giant germ rush out of a dark alley, grab them, and stuff white powder up their noses or stick a needle in their arm while they tried to fight it off?

“I’m tired of hearing wealthy athletes, entertainers and politicians of all parties talking about innocent mistakes, stupid mistakes or youthful mistakes, when we all know they think their only mistake was getting caught. “I’m tired of people with a sense of entitlement, rich or poor. “I’m really tired of people who don’t take responsibility for their lives and actions. I’m tired of hearing them blame the government, or discrimination or big-whatever for their problems. “I’m also tired and fed up with seeing young men and women in their teens and early 20′s bedeck themselves in tattoos and face studs, thereby making themselves un-employable and claiming money from the Government.

“Yes, I’m damn tired. But I’m also glad to be 76. Because, mostly, I’m not going to have to see the worldthese people are making. I’m just sorry for my granddaughter and her children.

“Thank God I’m on the way out and not on the way in.”

A arte de culpar os outros

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A tentativa de encontrar um bode expiatório para tudo é uma prática que acompanha a humanidade há milhares de anos e os estudiosos dizem que podemos nos livrar dela


“ Nada paralisou mais a inteligência do que a busca por bodes expiatórios”, escreveu o historiador britânico Theodore Zeldin no livro Uma História Íntima da Humanidade, de 1994. Paralisou, e continua a paralisar. A tentativa de jogar a culpa por uma situação indesejada — de desastres naturais a guerras, de crises econômicas a epidemias — nas costas de um único indivíduo ou grupo quase sempre inocente é uma prática tão disseminada que alguns estudiosos a consideram essencial para entender a vida em sociedade. 

Se observarmos à nossa volta, encontraremos muitos exemplos. Quando um adulto interrompe a briga de duas crianças, uma aponta o dedo inquisidor para a outra: “Foi ela quem começou!”. 

De maneira semelhante, a campanha para as eleições presidenciais na França, encerradas na semana passada com a vitória do socialista François Hollande, foi pautada em parte pelas retóricas anti-imigração e anti-União Europeia, como se um fator qualquer vindo de fora fosse o bastante para explicar um problema tão complexo como o alto desemprego no país. 

Nos Estados Unidos, o culpado da vez é o 1 % mais rico da população, que paga proporcionalmente menos impostos do que a classe média. Na América Latina, a tradição populista não existiria sem a invenção de inimigos imaginários internos (as oligarquias, os bancos, a imprensa) e externos (o FMI, os Estados Unidos). 

A ditadura cubana sustenta-se há mais de quatro décadas sobre a fantasia de que a miséria de sua população se deve ao embargo americano à ilha, e não ao fracasso de seu sistema comunista. E o venezuelano Hugo Chávez chegou a levantar a bizarra hipótese, no ano passado, de que os Estados Unidos haviam provocado câncer nele e em outros quatro presidentes da região diagnosticados com a doença em anos recentes, entre os quais Dilma Rousseff e Lula. 

Como é possível que explicações irracionais como essas convençam tanta gente, apesar da falta de evidências?

No livro Scapegoat — A History of Blaming Other People (Bode Expiatório — Uma História da Prática de Culpar Outras Pessoas), publicado recentemente nos Estados Unidos e na Inglaterra, o autor, Charlie Campbell, defende a tese de que cada ser humano tende a se considerar melhor do que realmente é, e por isso tem dificuldade de admitir os próprios erros. “Adão culpou Eva, Eva culpou a serpente, e assim continuamos assiduamente desde então”, escreveu Campbell. 

Junte-se a isso a necessidade intrinsecamente humana de tentar encontrar um sentido, uma ordem no caos do mundo, e têm-se os elementos exatos para aceitarmos a primeira e a mais simples explicação que aparecer para os males a nos afligir. 

Desde muito cedo, provavelmente com o surgimento das primeiras crenças religiosas, a humanidade desenvolveu rituais para transferir a culpa para pessoas, animais ou objetos como uma forma de purificação e recomeço. 

A expressão “bode expiatório” refere-se a uma passagem do Velho Testamento que descreve o sacrifício de dois ruminantes no Dia da Expiação hebraico. O primeiro bode era sacrificado imediatamente em tributo a Deus, para pagar pelos pecados da comunidade. O segundo era enxotado da aldeia, carregando consigo, simbolicamente, a culpa de todos os moradores. 

Os gregos antigos tinham o pharmakos, geralmente um escravo ou um marginal, que era banido para purificar o grupo e assim afastar o que consideravam punições dos deuses — pragas, secas e outros desastres. Alguns pensadores gregos questionaram a tendência de atribuir tudo aos habitantes do Olimpo. O dramaturgo Eurípides (480-406 a.C.) chegou a ponderar que em suas últimas obras as pessoas precisam se confrontar com o mal que emana delas próprias, no lugar de sempre responsabilizar os imortais.

A escolha do bode expiatório costuma obedecer a, pelo menos, um de três requisitos. 

Primeiro, deve ser alguém capaz de substituir sozinho muitas vítimas potenciais. Foi o que ocorreu com Andrés Escobar, zagueiro da seleção colombiana de futebol cujo gol contra na partida com os Estados Unidos eliminou seu time da Copa do Mundo de 1994. Quando voltou à Colômbia, Escobar foi assassinado a tiros, supostamente por apostadores que haviam perdido dinheiro com a derrota. Por maior que tenha sido o erro do jogador, é óbvio que num time com onze integrantes não se pode atribuir a apenas um deles toda a culpa por um resultado ruim. 

O segundo quesito a ser preenchido por um candidato a bode expiatório é ser um alvo facilmente identificável. O ditador alemão Adolf Hitler, um dos mais cruéis inventores de bodes expiatórios de todos os tempos, achava que um verdadeiro líder nacional era aquele que, em vez de dividir a atenção de seu povo, tratava de canalizá-la contra um grande inimigo. Após séculos de antissemitismo na Europa, não foi difícil para os nazistas transformar os judeus — que na Idade Média chegaram a ser culpados até pelo alastramento da peste negra — em suas vítimas preferenciais, atribuindo a eles a responsabilidade por uma série de malfeitorias, entre as quais a de serem os causadores e beneficiários da crise econômica que assolava a Alemanha. A expiação coletiva imposta pelos nazistas resultou na morte de 6 milhões de judeus.

O terceiro critério para encontrar um bom culpado é suspeitar de qualquer pessoa que tente defender a inocência de um bode expiatório. 
Na caça às bruxas da Idade Média, que resultou no julgamento e na execução de dezenas de milhares de mulheres, funcionava assim. 

Os métodos para identificar uma "noiva do demônio” eram absurdos. Um deles consistia em jogar a acusada num rio com as mãos e os pés atados; se ela boiasse, era culpada, se afundasse, era inocente, mas aí já estaria morta. Nessas condições, poucos testemunhavam em favor das supostas bruxas, com medo de serem enviados juntos para a fogueira. 

Essa regra também é atávica dos estados totalitários, que, por princípio, não podem assumir as próprias falhas sob o risco de perderem a legitimidade, e por isso precisam de alguém para expiar suas culpas. 

Do soviético Josef Stalin a Hugo Chávez, tiranos e tiranetes usaram e usam a máxima de que quem nega uma conspiração é pane dela. 

A injustiça sofrida no fim do século XIX pelo oficial do Exército francês Alfred Dreyfus preenche os três requisitos acima. Dreyfus, oriundo de uma rica família judia, foi condenado por espionagem, submetido a um humilhante rito de desonra militar e enviado para uma solitária em uma colônia penal no Caribe. Anos depois, por iniciativa de colegas e de intelectuais como Émile Zola, provou-se que Dreyfus era inocente, mas nem por isso ele foi libertado. Seus apoiadores foram perseguidos, e Zola refugiou-se na Inglaterra. Dreyfus acabou anistiado, mas sua inocência nunca foi admitida oficialmente. "Ao longo da história, apenas em circunstâncias excepcionais os governantes foram capazes de admitir sua culpabilidade”, escreve Campbell no livro Scapegoat. 

Nesse sentido, um exemplo de retidão moral foi demonstrado pelo general americano Dwight Eisenhower, que dias antes da invasão da Normandia, momento decisivo da II Guerra Mundial, em 1944, deixou preparado um discurso em que assumia toda a responsabilidade se a operação fracassasse. Ele não precisou usá-lo e, em 1952, foi eleito presidente dos Estados Unidos.

O estudo mais profundo sobre a função do bode expiatório na sociedade é do francês Rene" Girard, cujo livro mais conhecido é A Violência e o Sagrado. 

Girard é autor da teoria do desejo mimético, segundo a qual ninguém almeja algo porque precisa, mas porque aquilo também é desejado por outra pessoa. A vida em sociedade consiste na multiplicação dessa equação, e a dificuldade de conciliar os desejos de todos cria tensões e violência. Para que a ordem social não imploda em atos de vingança, existem os rituais de sacrifício, em que os impulsos destrutivos são canalizados para um bode expiatório. 

No mundo moderno, os sacrifícios com derramamento de sangue deram lugar a rituais mais sutis de expiação, auxiliados por tecnologias como a internet. "O fenômeno mimético pode se propagar com muito mais rapidez e intensidade em multidões abstratas do que em multidões concentradas em um mesmo espaço físico. Eis uma maneira muito eficiente e rápida de destruir a reputação de uma pessoa”, diz o francês Jean- Pierre Dupuy, professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e diretor de pesquisas do instituto Imitatio, fundado por Peter Thiel. um dos dez maiores acionistas do Facebook. 

Thiel, vejam só, foi aluno de Girard. Mas a internet é só um instrumento para os novos rituais de sacrifício, e a humanidade não está presa a esse mecanismo arcaico. 

Segundo René Girard, no momento em que o ser humano se conscientiza de que o bode expiatório nada mais é que uma vítima inocente, seu sacrifício deixa de fazer sentido. Não precisamos de bodes expiatórios.

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sábado, 26 de maio de 2012

O Amor, esse romântico.

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Olhe para seu lado, veja as propagandas na rua, os comerciais de tv, as músicas que fazem sucesso, o choro dos seus amig@s com coração partido, os conselhos de pessoas sobre casamento, os livros de auto-ajuda, os filmes hollywoodianos. Ele está presente em todos os lugares, até na embalagem da paçoca. O amor romântico é um dos nossos maiores fenômenos de massa. Todos querem amar ardentemente. Corações vermelhos explodem neste mês de junho e ninguém escapa de panfletos com promoção do dia dos namorados. Mas e aí? Todo mundo tem que encontrar a metade da laranja para ser feliz? Até que ponto o conceito do amor romântico limita nossas formas de amar e de sermos amados? Será ele a única forma de amor possível?

Convidei a Luciana Borboleta para escrever este post comigo. Nossa intenção não é em nenhum momento condenar o amor romântico à morte lenta e dolorosa ou dizer que o casamento é simplesmente uma prisão. Queremos questionar os ideais que estruturam o amor romântico e como, principalmente, as mulheres sofrem com tantas promessas idílicas. Não julgamos o amor e nem as pessoas, mas gostamos de conversar com ele e com você.

Só é possível amar uma pessoa?

De acordo com os preceitos do amor das love songs e comédias românticas, sim. Só posso amar uma pessoa, só posso me relacionar com essa pessoa, só devo sentir tesão por essa pessoa, devemos viver nesse vínculo em que dois se tornam um. Mas para que tanta unicidade? Porque o amor deve ser apenas único, mágico e especial? O amor romântico vendido em toda sociedade ocidental é um mito. Um produto da imaginação coletiva, sem desenvolvimento científico ou racional e que para nós é profundamente real. Sentimos esse amor e todas as suas consequências, como o ciúme. Note que o amor romântico é extremamente dependente e exclusivo, colocando cercas em nossos sentimentos e emoções. E apontando uma série de regras que estruturam relacionamentos tradicionais e conservadores, muitas vezes machistas. O amor romântico é aperfeiçoado, recontado e redimensionado com o passar dos anos, fortalecendo cada vez mais seu significado coletivo.

Freud, constatou no amor um espaço relevante e valioso de vínculos entre os humanos, mas registrou que no caminho do amor, a felicidade é experiência difícil. O discurso que coloca o vínculo amoroso como crucial para a experiência de felicidade tende a produzir frustração e sofrimento. Sabe-se que o amor é um engano, seu encontro revelar-se-á faltoso inevitavelmente. Porque procuramos no que amamos o que nos falta. E o que nos falta não existe. Não há nada que nos pudesse completar e, ainda assim, insistimos. E vivemos o amor, mesmo que por espaços datados de tempo, com um absoluto sentimento de certeza. Idealizamos o enlace com nosso objeto de amor de forma tal que a vida nos parece um breve intervalo entre delirantes idílios sexuais quando, a bem da verdade, o sexo é que é um rompante temporário numa sucessão de instantes que nos ocupam. O amor, que deveria nos levar ao paraíso segundo o discurso amoroso que se repete ad nauseam na mídia, insiste em ser caminho de desilusão.

O amor romântico é a armadilha das mulheres?

Entre as Deusas Gregas, a que mais valoriza o amor é Afrodite. A própria tem como filho Eros, o Deus do Amor. Porém, é fácil perceber que Afrodite não aprecia o amor romântico idealizado, ela deseja é ser amada. Temos essa Afrodite luxuriosa num passado feminino. E na realidade, temos uma série de mulheres reprimidas em relação a seus instintos. Mesmo hoje, vemos muitas jovens que se sentem um lixo por serem solteiras. Não se valorizam enquanto alguém não demonstre migalhas de sentimentos, que são logo confundidas com amor. O amor romântico parece ser uma prisão para mulheres e homens. Para nós é quase um espartilho do século XIX, pois até quando compramos absorventes íntimos precisamos lembrar que tudo que fazemos deve garantir que os homens lançarão seus olhares para nós nas ruas e desejarão nos amar. Só assim seremos verdadeiramente valorizadas. Enquanto estivermos solteiras, seremos “as perdidas”. Aquelas que precisam sempre arrumar seu jardim para serem encontradas.

É como ficção que o amor se faz possível. Ou ainda, amar é um tipo de auto-engano em que nos fazemos amáveis, fingindo ter e dar o que não temos e procurando seduzir o outro para que não repare no que nos falta mas, ainda assim, se ofereça a nos completar. Este outro que amamos, nós o revestimos de todas as qualidades necessárias a nós, toda a perfeição que supomos. Ficamos a esperar que alguém nos ame e, nesse amor, recuperar um estado de completude que nunca existiu, mas que permanece, imagem ideal, em nós. E é isto que exigimos do ser amado: que ele nos complete, agora, já; que ele não nos deixe mais sentir falta de nada, melhor, que ele não nos deixe sentir falta deste algo que não existe, nunca existiu e que a ausência nos incomoda horrivelmente. Obviamente o impossível é algo que não pode ser realizado por muito tempo, mesmo como ficção. E a humanidade e insuficiência do outro (que aponta, irremediavelmente a nossa) nos desilude e ofende: o desamor. Porque a promessa de felicidade sem fim é insustentável, as felicidades comezinhas perdem, nesta lógica, o encanto.

O casamento é o objetivo final?

Para as mulheres, a liberdade pode estar no desenvolvimento de sua própria consciência ou psique. Dentro dos mitos gregos, Psiquê é aquela que nasceu de uma gota de orvalho que caiu sobre a terra. O grande ápice do amor romântico é o casamento. Após a profecia de um oráculo descobre-se que Psiquê deve se casar com a morte. A donzela morre no dia do seu casamento, que é também o dia de seu funeral. Trágico, não? Pois se pararmos para pensar nas milhares de piadinhas de que o casamento é a prisão de um homem, será que estamos tão distantes? Enquanto isso, para a mulher o casamento é vendido como um evento branco, feliz, etéreo. Não abrimos espaço para a idéia da morte no dia das bodas. Porém, Psiquê não morre no mito. Afrodite, ludibriou os pais da jovem fingindo ser o oráculo, e decide que Psiquê ira se casar com um monstro.

Você pode alegar que não há liberdade para o amor porque nos apaixonamos. Eros, surge no mito de Psiquê porque Afrodite manda que ele faça a jovem se apaixonar por um monstro. Porém, ao vislumbrar Psiquê na montanha da morte, ele acidentalmente espeta o dedo em uma de suas flechas e apaixona-se por ela. Imediatamente decide casar-se e levá-a ao topo do rochedo no vale do Paraíso. Não é assim que nos sentimos quando estamos apaixonados e somos correspondidos? Literalmente no topo de um rochedo bem alto chamado paraíso, onde temos tudo o que desejamos. Mas todos os paraísos são suspeitos, certo? Eros não deixa que Psiquê faça perguntas e nem que ela veja seu rosto. Ele parece querer ter um paraíso sem as responsabilidades que isso implica e sem um relacionamento consciente. Sua vida continua, enquanto Psiquê está lá em cima do rochedo, com seu casamento.

Seria ingênuo pensar que a feminilidade foi um discurso imposto às mulheres, que o aceitaram passivamente apenas porque a educação oitocentista as acostumara à submissão. Muito pelo contrário: o casamento fundado nos ideais do amor romântico, a posição de rainha do lar responsável pela felicidade de um grande grupo familiar, a posse quase inquestionada dos filhos, tudo isto representou para a maioria das mulheres do século XIX um destino intensamente desejado, e para muitas um caminho de verdadeira realização pessoal. O que venho chamando de desajuste entre as mulheres e a feminilidade na sociedade burguesa não significa que maternidade e casamento sejam destinos impostos a uma multidão de mulheres infelizes contra o seu desejo, mas que sejam caminhos estreitos demais para dar conta das possibilidades de identificação a atributos e destinos tidos como masculinos, que começavam a se apresentar ao alcance das mulheres com a crescente circulação de informações e contatos produzida pela modernidade. (Deslocamentos do Feminino,Maria Rita Kehl, pgs. 93-94)

Há liberdade para o amor?

Todo paraíso tem sua serpente. E por mais que estejamos apaixonados uma hora o mundo real desaba sobre nossas cabeças. O belo Eros idealizado, de quem nunca vimos o rosto, mostra sua faceta mais egoísta e talvez sinistra. Para onde ir? Onde deixei cair meu amor romântico perfeito exposto em cada grama de chocolate no formato de coração? Sentimos a solidão a espreita. E é justamente no breu da noite que se acende a consciência de si. Psiquê teve que desenvolver habilidades para se constituir inteira, enquanto Eros teve que deixar a apatia de lado e lutar por seu amor. Separados descobriram o que lhes faltava para ficarem juntos. Todos temos dentro de si o masculino e o feminino. Uma dualidade que nos influencia e deve ser vivida. Desenvolver nossas duas partes no faz menos dependentes da pessoa exterior, especialmente de quem amamos. É essa completude que permite a cada um de nós, mulheres e homens, cair de cima do rochedo do paraíso, juntar os cacos e retornar a ser quem somos. O que nos mantém vivos é o amor que temos por nós mesmos.

O amor não é um discurso sobre seu fim, mas sobre reinvenção. A brecha possível é o espaço da criação. Do criar-se a si mesmo que ama. Falamos de amor para melhor vivê-lo. É na narrativa que nos dispomos a construir sobre ele, não mais no campo da perfeição mas no entrecruzamento entre corpo e linguagem, que ele opera. É contar uma história, era uma vez e outra vez e mais uma vez e, de tanto repetir, adiar o fim. É permitir-se ser narrador e personagem, sujeito e objeto do amor. O amor se torna possível na aceitação do limite do outro, seja o limite de completar-nos, seja o limite da sua possibilidade de ser completo. É na aceitação de que haverá sempre algo além de nós para onde o desejo do outro se volta e sempre algo para além do outro para onde se inclina nosso desejar. É no reconhecimento de que o único sempre presente é a fome que se renova apesar da saciedade de a pouco.

O amor puro, o amor em si e não o amor romântico, esse ilusionista, é ele que pode representar a liberdade plena. Como um deus, o amor comporta-se como uma “pessoa” no inconsciente, um ser independente na psique. Amor é distinto do meu ego; ele já estava no mundo antes de meu ego chegar, e quando este se for, o amor continuará a existir aqui. Ainda assim, o amor é alguma coisa ou “alguém” que habita dentro de cada um. É uma força que atua do interior para o exterior, que permite ao ego enxergar além de si mesmo, e com isso ver os outros seres humanos como algo que deve ser valorizado, estimado e não usado. (We, Robert A. Johnson, pg. 254)

Lacan disse que amar é dar o que não se tem e sob esta farsa alicerçamos o porvir. Mas disse também que o amor verdadeiro é sempre recíproco. É porque permitimos que o outro seja sujeito do seu desejo e não apenas objeto de nossas idealizações. É quando se coloca que se eu amo é porque o outro amável. O meu amor diz algo dele que talvez ele mesmo desconheça e seu olhar me devolve um dito sobre mim que me recoloca enquanto sujeito do meu desejo. Para a psicanálise, o lugar do amor é o lugar da ética, do saber que a incompletude é inerente à estruturação humana, em verdade, que a falta é o que estrutura o humano e permite a linguagem que permite o gozo do amor quando dele falamos. Como escreveu Adélia Prado: “o amor é a coisa mais alegre, o amor é a coisa mais triste, o amor é a coisa que eu mais quero”. Só é possível enunciar este saber enuciando-o. E se oferecendo como lugar de enunciação. O amor é a coisa que mais quero: a fome e não a saciedade.



Referências:

KEHL, Maria Rita. Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade. Rio de Janeiro: Imago, 1998.

JOHNSON, Robert A. We: a chave da psicologia do amor romântico. São Paulo: Mercuryo, 1997.

A Literatura e a Vida

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Por que ler os clássicos? O que há neles de fundamental para nós? Com essa questão em mente, reli Hamlet, anotando os seus ensinamentos.

Antes de dizer adeus a Ofélia, Hamlet envia a ela um poema: "Duvida de que os astros sejam chamas / Duvida de que o sol gira / Duvida da própria verdade / Mas não duvida de que eu te amo". Algumas poucas linhas para dizer o essencial sobre o amor. Ou seja, que ele não suporta a dúvida, a desconfiança. Como é patente, aliás, na história de Eros e Psiquê, que vale rememorar.

Sendo o mais terno dos amantes, Eros não deseja ser visto e só vai ao encontro de Psiquê à noite. Desconfiada de que Eros seja um monstro, Psiquê se vale do sono dele para iluminar o seu rosto. Surpreendida pela beleza que se revela, deixa cair da lamparina uma gota de óleo quente no ombro do amante, que acorda assustado e vai embora enfurecido.

Também sobre a vida e a morte Shakespeare diz o essencial em poucas linhas. Assim é no diálogo de Hamlet com a rainha, sua mãe. Para fazê-lo aceitar a morte do pai assassinado, a rainha diz: 

"... tudo o que vive deve morrer, ser levado pela natureza para a eternidade". 

Palavras sábias. Tanto quanto serão as do novo marido da rainha, o assassino, o rei usurpador, que, temendo a vingança de Hamlet, procura apaziguá-lo com as seguintes palavras: 

"Viver a tristeza do luto, durante algum tempo, é uma obrigação filial, mas perseverar numa aflição obstinada é indício de teimosia... de um coração sem humildade, de uma alma sem resignação, de um julgamento fraco e malformado".

A leitura dos clássicos se faz necessária pela sabedoria que eles contêm. Em especial, a sabedoria que se refere aos sentimentos humanos. Ela nos faz refletir e viver melhor. Hamletensina a não fazer pouco do amor e a não desperdiçar a vida, chorando infindavelmente a morte e a perda.


(Betty Milan - Fonte: Veja - edição 2247)
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PARA QUE SERVE A UNIVERSIDADE BRASILEIRA?

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A incerteza que ora atravessam as IES, especialmente as Universidades Federais, resulta das políticas, das reformas e do atual modelo de referência e desaguam na erosão do tecido social e político, subjacente no modelo econômico onde a dívida interna garantiu o espetáculo oferecido pelos políticos dos maiores partidos e ficou nos grandes bancos que embolsaram o dinheiro público.

Quanto ao povo, continua a não perceber o que ninguém esclarece: sofrerá cada vez mais, pagará cada vez mais e deverá cada vez mais, sem saber em nome de que ou por que.

A sociedade democrática cuja desonestidade, a injustiça e a nebulosidade campeiam, não há como cada um ser responsável pelos seus erros e menos ainda assumí-los. No esgarçar dessa tessitura já não se vislumbra quem possa dizer quais os erros de cada trabalhador desempregado para ser punido, qual a falha de cada jovem para se sentir culpado, ou os erros de cada idoso aposentado para ser ou se sentir responsável ao ver os seus direitos adquiridos virem a ser anulados.

Quem explicará aos desempregados, aos jovens e aos idosos que foram enganados, e para onde foram os vários milhares de milhões retirados dos bolsos de cada um e depositados no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para serem aplicados sem que se tenha a certeza de quem os dilapidou e a favor de quem?

Thomas Piketty, recorrendo a Proudhon, num recente artigo sobre o salvamento da Irlanda, sobre o resgate dos bancos irlandeses, esclarece que permitir a países que enriqueceram graças ao comércio intra-europeu absorvam em seguida a base fiscal dos seus vizinhos, isto não tem rigorosamente nada a ver com os princípios da economia de mercado ou com o liberalismo.

[...] Isto tem um nome e chama-se: roubo. E emprestar dinheiro às pessoas que nos roubaram, sem nada exigir em troca para que isso não se reproduza, chama-se estupidez¨.

No país em que um Presidente e a massa da classe política atualmente no poder são do mesmo nível nas atitudes e nos princípios (ou na falta destes), ocorrerá as pessoas se sentirem materialmente roubadas e intelectualmente estúpidas.

Os exemplos externos são facilmente vistos. A Irlanda como o banco Anglo Irish Bank que, falido, nacionalizado, será financiado pelo contribuinte, declarou que vai dar de bônus este ano 400 milhões de euros. Mas o Governo  declarou que vai sobretaxar os bônus do ano que vem!

Outros exemplos são Grécia e Portugal, que como outros países e outros governos chamados socialistas, permitiram a antecipação de dividendos para evitar o pagamento de impostos que seriam exigidos ao ano, ou ainda o regime favorável a criação de grandes grupos financeiros com a isenção fiscal sobre as mais-valias ganhas como ocorreu na venda da Vivo pelo PT, tudo isto acompanhado por discursos proferidos na Assembléia da República em nome dos grandes acionistas, pelo líder do maior grupo parlamentar. O evitar o pagamento de impostos, em ambos os casos de Pessoas Jurídicas, evidentemente que isto se refletiria no achatamento da base sobre a qual incide a isenção ou na majoração do imposto a pagar pelos contribuintes Pessoas Físicas.

A lógica é a mesma, o comportamento é o mesmo, e já não é uma questão da direita ou da esquerda que está no poder(*). É uma questão de quem atualmente está no poder. Sendo assim, o que ocorre na realidade é uma crise de valores, uma crise profunda do sistema democrático que está em movimento à deriva.

Em recente entrevista sobre a crise europeia Helmut Schmidt (2010) advertiu que:

[...] de uma maneira geral, à Europa faltam dirigentes. Faltam personalidades, à frente dos Estados nacionais ou nas Instituições europeias, que tenham um conhecimento suficiente das questões nacionais e internacionais e que façam prova de uma capacidade de julgamento adequada¨.

A dívida interna que financia e financiou os políticos temporários ficou como herança, mas, o país de todos e que todos constroem, não pode parar, nem a História o permite e sempre se vai para um lado mesmo que não se queira.

Certamente se pode perceber o caminho que está sendo imposto: como um tsunami silencioso a lógica implacável do neoliberalismo e infundida pela classe política no poder em nome da modernidade impelindo o país para um desastre nacional onde provavelmente predominará o desemprego, a violência e a desestruturação social.

Na Europa as instituições que durante trinta anos animaram o crescimento econômico e que eram a base do Estado-Providência vem sendo minadas e descaracterizadas, quer no nível do trabalho, da saúde, da educação, da segurança social, quer da visão global de sociedade e do seu futuro, tornando os países europeus vítimas da voracidade que os políticos no poder e os grupos financeiros lhes impõem e de que até agora são incapazes de se opor e de saber como deles se defender.

Nesse movimento se inscreve a reforma do ensino superior que torna a Universidade lenta e gradualmente destruída, compondo espaços onde se ensina generalidades, desprovidas da capacidade de pensar, transformando-se num deserto de ideias, onde o ato de pensar, refletir, criticar, argumentar, reconstruir, parece apeado da formação universitária, dando a certeza de que o ensino acentuará a continua redução das despesas públicas no orçamento do Estado numa luta pela compressão do estudo ao tempo mínimo e ao custo mínimo, sem desperdício financeiro.

A reforma atual permitiu que se generalizasse uma forma de ensino que desqualifica o professor cuja difícil função de apoiar os estudantes na descoberta do mundo que lhes é dado e que lhes cabe refazer, com novas formas de estar e de enfrentar as asperezas, torna-os despreparados intelectualmente. Não terão como transformar o mundo de modo a que a vida lhes confira sentido e, com este, sejam eles a dar sentido ao mundo que conscientemente desorganizamos.

A facilidade estabelecida pela reforma torna a vida mais fácil para os discentes e não se ensina mais a ler ou a escrever e muito menos a estudar bem. Engana-se o discente dando-lhes uma forma de estar na vida pessoal e profissional que esta não comporta fornecendo diplomas de não empregabilidade, com o nível de licenciatura etc.

Nos mercados de empregos, a preferência vai além dos detentores dos diplomas de mestrados, o que significa o reconhecimento indireto, mas claro de que as licenciaturas pouco ou nada valem.

A desqualificação das licenciaturas incapacita mestrados de qualidade, porque se ensina o que os outros são capazes de aprender, e os estudantes, deixaram de saber o que é profundidade de ensino e muitos dos cursos de mestrados estão em nível inferior ao da própria licenciatura e com as atuais estruturas são impossíveis a formação de elites pensantes e competentes.

Então para que serve a Universidade? Somente para estabelecer a diferenciação social pelos diplomas, e a diferenciação nestes pelo dinheiro que se possa ter no início, ao nascer? Da licenciatura ao mestrado e do mestrado ao doutorado são mais anos e mais dinheiro gasto para exibir esse ticket a fim a galgar mais patamares sociais. E o que o silêncio desta situação reflete? Ou, por outras palavras, o silêncio sobre a sua existência o que representa?

Muitos docentes se aposentam ou abandonam as universidades, vencidos pela incapacidade de aceitar o que se fez delas e sem compreender os objetivos de missão que agora lhe estão subjacentes, recusando o convívio com o regime de simplificação e de mentalidade que lentamente a reforma instalou nas suas vidas e nas próprias subjetividades e sem sequer protestar diante da ausência de respostas para os graves problemas da juventude que pode ser a geração perdida de amanhã, aventada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Os discursos políticos que enaltecem os dados ministeriais baseados em levantamentos feitos em escolas e universidades são freqüentemente desmentidos no que se refere a carência de profissionais competentes e qualificados.

Os objetivos do Governo na política de educação se refletem na incapacidade discente em não efetuar operações algébricas simples, e a maioria dos beneficiados desta política chegam a universidade pelo sistema de cotas.

As atuais Instituições Governamentais ao dar as costas para as grandes missões de interesse público pode estar impondo a destruição de grande parte da juventude.

Voltando a Thomas Piketty no artigo citado, percebe-se a urgência dos dirigentes se munirem de coragem de ter uma visão nacional ambiciosa para se imunizar das dificuldades atuais, que não são somente financeiras como nos querem fazer crer, mas as que atingem tudo o que e socialmente significativo na sociedade, tomando consciência da necessidade em perceber a dimensão do desastre que se avizinha. Não há duvidas que não se assiste a uma marolinha.


(*) Recentemente a Islândia permitiu como agora na Irlanda, que as grandes fortunas escapassem, defendendo-se a liberdade absoluta dos movimentos de capitais. O governo pedia à Igreja que mantivesse as portas abertas mais tempo, para que as pessoas pudessem pedir auxílio a Deus.



Maria Helena de Amorim Wesley


FONTES:


Helmut Schmidt (Le Mond 8/12/2010)
http://www.lemonde.fr/europe/article/2010/12/07/helmut-schmidt-l-europe-manque-de-dirigeants_1449851_3214.html


Thomas Piketty (acessado em 19/12/2010)


http://ita.anarchopedia.org/B.7_Quali_classi_sociali_esistono_nella_societ%C3%A0_moderna%3F
Site BRASIL BRASILEIRO (http://www.brasilbrasileiro.pro.br).




(Fonte: http://www.brasilbrasileiro.pro.br/univerbrasileira.pdf)

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lei contra segregação a alemães...

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À presidente Dilma Roussef,

Como minoria segregada no Brasil, nós, descendentes de alemães, solicitamos providências do governo federal para sermos igualados aos negros, perdão, afrodescendentes, no que tange aos direitos dos cidadãos. 


Para tanto, pacificamente reivindicamos seja aprovada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que contemple os seguintes pontos:

01 - Fica estabelecida a cota de 5% para alemães e seus descendentes nas universidades públicas brasileiras;


02 - Fica proibido chamar descendentes de alemães, ucranianos, holandeses e outros europeus de polaco;


03 - Fica proibido chamar um indivíduo de "alemão", pois o termo é pejorativo e denigre a imagem deste como ser humano.


04 - Fica estabelecido que os descendentes de alemães devem sem chamados de "germanodescendentes"; chama-los de alemão passa a ser considerado crime de racismo – inafiançável  - a despeito do fato de a raça humana ser uma só;


06 – Igualmente deve ser considerado crime de racismo o uso das expressões "alemaozão", "alemãozinho", "alemoa", "alemoazinha", “bicho de goiaba”, etc, para se referir aos germanodescendentes;


07 - Fica proibido o uso de expressões de cunho pejorativo associadas aos descendentes de alemães. Ex: "Coisa de alemão!", "Alemão porco....", "Só podia ser alemão", " alemão batata" , " comedor de chucrute", “português que sabe matemática”, etc;


08 - Fica estabelecido o dia 25 de julho o "dia nacional da consciência germânica" com feriado nacional;


09 - Fica estabelecido o dia 25 de novembro o "dia nacional do orgulho alemão”, com feriado nacional , mesmo que não se possa chamar alemão de alemão;


10 - Fica criada a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã, subordinada à Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial;


11 - Fica estabelecido o prazo de 2 anos para a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã virar Ministério dos Alemães, juntando-se aos outros 38 ministérios brasileiros, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.


12 - Fica proibida qualquer atitude de segregação aos descendentes de alemães, as quais os caracterizem com inferiores a outros seres humanos;


13 - Fica restrita ao governo brasileiro a pressuposição de que os alemães são inferiores, estabelecendo de cotas, restrições associativas, nominativas e sanções para as mesmas;


14 - Passa a ser crime de "germanofobia" qualquer agressão deliberada contra um descendente de alemães, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.


15 - Toda criança 
que usar a expressão "alemão batata come queijo com barata" estará cometendo Bullying e deve ser encaminhada para tratamento psicológico.


16 - Em caso de um negão chamar um alemão de alemão, este adquire o direito de chamar o negão de negão sem aplicação das sanções já previstas em lei.

17 - Ficam estabelecidos como Centros Nacionais da Cultura Alemã o bairro Buraco do Raio em Ivoti/RS, a zona central de Blumenau/SC e o bairro “Drei Parrulho” em Santa Cruz do Sul.

Brasília, 13 de maio de 2012.


PS: Caso italianos, portugueses, espanhois, sírio-libaneses, japoneses, bolivianos, paraguaios, poloneses e tantos outros também se unificarem em projetos similares, haverá dificuldades para aqueles que fazem questão de ser apenas brasileiros ... em conseguir vagas em universidades e direitos especiais.

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Rico não vai para a cadeia

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Eike Batista:

- "Paguei meu imposto de renda com um cheque de 670 MILHÕES DE REAIS. 



Deve ser verdade. Mas de onde vem essa fortuna, que segundo ele, é a maior do Brasil? Do pai, o melhor do Brasil?

Ninguém duvida, as dúvidas estão todas na sua vida, ou melhor, na vida do pai, que montou sua herança, antes mesmo dele nascer. Ninguém tem uma trilha (que gerou o trilhão) de irregularidades tão grande quando Eliezer Batista. E em toda a minha vida profissional, nunca escrevi tanto e tão vastamente sobre rregularidades, prejuízo ao Brasil, ENRIQUECIMENTO COLOSSAL, quanto sobre Eliezer. E logicamente nem uma vez de forma POSITIVA, sempre naturalmente NEGATIVA.

A partir do "Diário de Notícias" (1956/1962) e depois já na "Tribuna da Imprensa", Eliezer era personagem quase diário.

O roubo das jazidas de manganês do Amapá, assunto exclusivo deste repórter, ninguém participava, Eliezer era tão GENEROSO com os jornalões, como foi depois com o filho. O Brasil era o maior produtor de manganês do mundo. Como era de outros minérios, todos controlados por ele, presidente eterno da Vale.

Eliezer devastou o Amapá, entregou todo o manganês aos americanos, a "preços de banana" (royalties para o presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, que inventou essa expressão para identificar os países debaixo do Rio Grande. Isso em 1902).

No Porto de Nova Iorque, os navios que vinham do Brasil com manganês, atracavam lá longe para não provocar comentários. E este repórter dava o número dos navios, os nomes, o total da carga, o miserável preço da venda, EMPOBRECENDO o Brasil, ENRIQUECENDO os "compradores" e o grande VENDEDOR (sem aspas) Eliezer.

Está tudo no arquivo da "Tribuna", fechada por necessidade de silenciar o jornal que contava tudo. Os jornalões, servos, submissos e subservientes, exaltavam as vendas destruidoras, elogiavam o PROGRESSO DO AMAPÁ, por ordem deELIEZER e da VALE. Diziam: "O Amapá abre estradas, constrói escolas e hospitais, os pobres estão muito mais atendidos e alimentados".

Mistificavam a opinião pública, queriam convencer a todos, que EXPLORAR AS RIQUEZAS do então Território, deixando os milhares de pobres habitantes sem comer, sem morar, sem hospital e escola. Tudo transitório, enquanto ESBURACAVAM todas as terras, EXTRAÍAM o manganês e DOAVAM tudo aos trustes. (Como se chamavam, na época).

Gostaria de reproduzir tudo isso, a corrupção praticada pelo pai, beneficiando e enriquecendo ele mesmo e acumulando para o filho bem-aventurado. (Mas como o jornal está fechado, tenho que ESQUECER essas matérias de 40 e 50 anos, mas a-t-u-a-l-i-z-a-d-í-s-s-i-m-a-s. Quem nasce Batista se reproduz na riqueza de outro Batista. Só o manganês não se reproduz, dá apenas uma safra).

Mas como Eliezer foi sempre muito PREVIDENTE, controlou todos os minérios, que deixou para o filho, de "papel passado", ou então em indicações DEBAIXODA TERRA. Mas com os mapas atualizados e do conhecimento APENAS DO FILHO, A MAIOR FORTUNA DO BRASIL, ANTES MESMO DE NASCER.

(O Brasil tem quase a totalidade da produção desses minérios, como tinha do manganês, raríssimos. E como tem do NIOBIO, ainda mais raro e IMPRESCINDÍVEL, 98 por cento de tudo o que existe no mundo).

Alternando de pai para filho, afinal onde termina Eliezer e começa o Eike? O pai já completamente identificado, mesmo com presidente, "DONO" da Vale, embora já carregasse como propriedade pessoal, a ICOMI, fundada para concorrer com a própria Vale. Utilizando a ESTATAL para produzir lucros PARTICULARES.

***

PS - O filho Eike nasceu rico e poderoso. Se descuidou, foi preso em casa pela Polícia Federal. Seguiu a receita de Daniel Dantas, "só tenho medo da Polícia, lá em cima, eu resolvo", resolveu. Ninguém sabe onde está a conclusão do ato de prisão.

PS2 - Para o HOMEM MAIS RICO DO BRASIL SER PRESO, é necessário que a acusação esteja fundamentada. ESTAVA. Mas as providências LÁ DE CIMA, também ESTAVAM.

PS3 - Eike "funda" empresas que provocam notícias e permitem a concessão de favores. Nem é pelo lucro, e sim para exibição.

PS4 - Fora a herança "que meu pai me deixou", abriu ou comprou restaurantes, hotéis, espalhou através dos amestrados, "estou DESPOLUINDO a Lagoa Rodrigo de Freitas". Continua a mesma, ninguém conhece a Lagoa como este repórter. Mas as pessoas acreditam na DESPOLUIÇÃO. Ha!Ha!Ha! Não riam, é a tragédia da corrupção.

PS5 - É preciso que alguém obrigue Eike Batista a explicar como se tornou O HOMEM MAIS RICO DO BRASIL. Acho que quem pode fazer isso é a RECEITA FEDERAL.



(Hélio Fernandes - Publicado na Tribuna da Internet)
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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Advogado: almofadinha ou casca-grossa?

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A língua portuguesa sempre foi permeada por expressões cheias de conteúdo, mas, as que mais chamam a atenção são aquelas que, essencialmente, sendo nomes próprios revelam um estilo de ser, um estado de espírito... 

Veja-se o exemplo do Ricardão. É aquele que neste exato momento pode estar papando a mulher do próximo. Ou o Robert, bicão dos bons e que surge nos momentos menos oportunos. Ou o Mauricinho, aquele ajeitadinho, filhinho de papai, um metro ou über-sexual. De acordo com este último conceito, homens que usam cremes, roupas e acessórios femininos, se depilam e fazem as unhas não estão mais na moda. A nova corrente se aproxima de homens que encarnam uma imagem muito mas clássica. Em termos coloquiais, "Über" significa "acima" em alemão, e seu equivalente em inglês seria "super".

No entanto, os autores não mencionam uma intensa atividade sexual do "übersexual", mas a recuperação de uma certa masculinidade que, na sua opinião dos escritores, se perdera nos últimos anos. Assim, o "übersexual" será aquele que confia em si mesmo sem se tornar detestável, tem um aspecto masculino, possui estilo e está determinado a alcançar os mais altos níveis de qualidade em todas as áreas de sua vida.

A expressão almofadinha virou sinônimo de frescura, excesso de arrumação e vem lá dos tempos mais remotos, na época em que ainda se andava de bonde... Como os bancos dos bondes eram de madeira, alguns levavam sua almofadinha para ter uma viagem mais confortável. No final das contas, o almofadinha passou a ser considerado aquele que em geral é meio adamado ou extremamente bem-vestido e preocupado com a aparência; alguns dicionaristas mais antigos definem o almofadinha como “casquilho", “salta-pocinhas”, “janota" e “peralvilho". 

E, diante de tantas definições, fico aqui conjecturando se é verdade que para um cara ser bom advogado deve ser almofadinha... aliás é um karma que a profissão carrega. Será que o advogado bem sucedido deve ser almofadinha, ou pelo menos – nos tempos mais modernos - um metro ou über-sexual. Ou será que o advogado deve ter como ídolo Átila, o Huno? 

Será que quando um advogado é selecionado para algum cargo ou função é importante saber se dorme de pijama do Mickey Mouse; anda sempre com cabelinho arrumado; tem carro importado alemão; fica se olhando no espelho ou nas janelas dos carros; faz a barba com um Philishave Super Pro para peles sensíveis; sempre apara os pentelhos para que não enrosquem na cueca; sabe combinar perfeitamente um terno e uma gravata sem precisar de ajuda feminina; ou no restaurante diz "com licença, vou ao toilet"???? 

Engraçado que muitas vezes o conhecimento jurídico é relevado a segundo plano. Vejo muitos colegas que se preocupam demasiadamente com a aparência e o show-of e isto, necessariamente, não significa competência. 

Por outro lado, não faço aqui a apologia ao advogado brucutú, que, quando acorda dá só uma ajeitada com a mão no cabelo e deixa-o assim o resto do dia; que quando passa uma mulher do lado, ele dá uma olhada ao seu derrière; não sabe nem dar um nó na gravata; ou no restaurante anuncia que “vai dar um mijão”... 

Escrevo o post especialmente destinado àqueles que ainda pensam que as aparências enganam. O cara, para advogar, deve ser bom, ter conteúdo, conhecer o direito, afinal, não se consegue enganar todos a todo o tempo. Conteúdo é a palavra do momento. 

Nada impede que na busca ao conhecimento tenha cultura, bons modos e gostos refinados, estes absolutamente compatíveis com o exercício da advocacia, mas não precisa ser perfeito, como se saído de uma revista de moda ou de ricos e famosos. O advogado não precisa ser um personagem tipo o Spartacus do Discovery Channel ou o Sr. Hart do "Casal 20"!!! 

O advogado pode gostar de assistir filmes do Woody Allen a “Árnoudi Xuarzenégui”; limpar a boca no guardanapo de dupla face ultra macio ou na toalha; usar papel higiênico Personal folha dupla com perfume de camomila ou na hora do aperto ir de jornal mesmo; apenas faço questão de salientar aos que pensam que uma gravata Hermés, um relógio Breguét ou um sapato Church’s fazem verão, que estão redondamente enganados. O mis-em-scène pode ser até importante, mas não substitui a alma, o conhecimento, o amor pela luta, pelo Direito e pela Justiça. Fica o meu alerta. Almofadinha, casca-grossa, metro ou über-sexual devem ter estofo, não apenas ser advogados, mas devem estar advogados, balizando-se por princípios fundamentais que valorizam o estado democrático de direito e o nobre exercício da profissão. 

Cito para tanto o Decágolo do Advogado citado pelo Professor Uruguaio Eduardo J. Couture no ano de 1949 na Cidade de Buenos Aires. 

O autor foi muito feliz em dizer que o direito se transforma constantemente. Se o advogado não seguir os passos dessa evolução, será cada dia um pouco menos advogado; o direito também se aprende estudando, observando e ouvindo mas se exerce pensando; portanto estudar, pensar, observar e ouvir é essencial.

A advocacia é uma área de fadiga posta a serviço da Justiça e o dever do advogado é lutar pelo Direito. Mas, se houver conflito entre o Direito e a Justiça, deve o advogado lutar pela Justiça.

A lealdade é imperiosa no exercício da profissão. O advogado deve ser leal com seu cliente e parceiros, a quem não deve abandonar até que compreenda que é indigno para o exercício das tarefas. Ter também lealdade com o adversário, ainda mesmo que ele seja desleal, lealdade para com o juíz, que ignora os fatos e deve confiar no que diz o advogado e que, quanto ao direito, vez por outra, deve confiar no que o profissional lhe invoca.

O advogado deve tolerar a verdade alheia na mesma medida em que seja tolerada a sua, da mesma forma que deve ser paciente, já que o tempo se vinga das coisas que se fazem sem vagar, calma e porque não dizer: paciência. 

Outrossim, o advogado deve ter fé, como o melhor instrumento para a convivência humana; na justiça, como destino normal do direito; na paz, como substituto da justiça; e, sobretudo, ter fé na liberdade sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz; é a melhor rota para a felicidade na profissão.

A advocacia é uma luta de paixões. Se, a cada batalha, o advogado for enchendo a alma de rancor, chegará um dia em que a vida tornar-se-á impossível. Terminado o combate, o bom advogado, pelo bem de sua saúde, sanidade e espírito, logo esquece a vitória, assim como a derrota.

Finalmente deve-se amar a advocacia, de tal maneira que, no dia em que teu filho lhe peça conselho sobre o seu destino, consideres uma honra para ti, propor-lhe que se torne advogado... 

Que valham os conselhos para todos, dos almofadinhas aos cascas-grossa, mas que tenham sempre em mente que no deserto da advocacia, quando se encontra um cacto, por mais espinhoso que seja, no seu interior pode haver água para saciar a sede.



(Mauricio Scheinman -  Advogado e  Professor de Direito Comercial/Empresarial  PUC/SP)
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