sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Escutatório

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Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.

Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.

Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...

(Rubem Alves - O amor que acende a lua, pág. 65.)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A lição da águia

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Diz uma lenda que...

A águia é ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver cerca de 70 anos, porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma série e difícil decisão.
Aos 40 anos suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontados contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil! Nessa situação a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que ira durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão. Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno. Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando corajosamente, a dor que essa atitude acarreta.
Espera nascer um novo bico, com qual irá arrancar as suas velhas unhas. Com as novas unhas ela passa arrancar as suas velhas penas. E, só após cinco meses, “renascida”, sai para o famoso vôo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos.
Muitas vezes, em nossas vidas, temos que nos resguardar, por algum tempo, e começar, e, outras situações que nos causam dissabores, para que continuemos a voar.
Um vôo de vitória. Somente quando livres do peso do passado (pesado), poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Destrua, pois, o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as penas das suas asas dos maus pensamentos e alce um lindo vôo para uma nova vida. Um Vôo de vida nova e feliz.

(Fonte: http://www.pm.rn.gov.br/de/reflex10.asp)

Mulheres Possíveis

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Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

(Martha Medeiros)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Você sabe quem é o autor destas frases? (6)

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Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar.



Mario Prata

Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo.

Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da Globo em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel Wainer, vislumbrando seu grande talento, levou-o, nessa época, para escrever no jornal "Última Hora". Mário comenta: "Meus pais chamavam aquilo que eu escrevia de bobageiras e me previam um péssimo futuro. Medicina, Engenharia, Direito ou Banco do Brasil (eles queriam). E nada de estudar filosofia ou letras: coisa de veado". O autor acabou trabalhando 8 anos no Banco do Brasil, a exemplo de Jaguar e Stanislaw Ponte Preta — dentre outros, como auxiliar de escrita.

Na década de 60, em plena revolução, inicia o curso de Economia na U.S.P. Desse tempo relembra: "a gente se orgulhava: a gente era comunista! (...) um dia o DOPS chegou lá e levou a gente. Todo mundo preso, orgulhoso ". Apesar da opinião contrária dos familiares e dos amigos, e movido pela vontade cada vez maior de ser escritor, resolveu pedir demissão do Banco do Brasil e abandonar a faculdade de Economia.

A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas, peças, roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais e internacionais.

Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de seus grandes sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire — um tipo de dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco do Brasil.

Escreveu, semanalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São Paulo" por vários anos.

(Fontes: pensador.com e releituras.com)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"O Gigante está Gemendo"

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Pois é: - O caminho que os americanos escolheram está terminando num Pântano – não era difícil prever isso. O império está ruindo, e não poderia ser diferente – hoje é um país com tecnologia caquética, não tem mais indústria, e as poucas que ainda restam estão falidas ou defasadas. O maior problema americano foi o desmonte industrial que começou com a dolarização do mundo – o dólar forte,há mais de quatro décadas – aí acharam melhor comprar do que fazer –então descobriram que era mais fácil fabricar dólar, do que bens de consumo – e agora não tem como realocar os desempregados.

Um povo perdulário, que nunca economizou energia – é o castigo para quem optou pelo desperdício – queimando recursos escassos provindos de outros países. Agora vão descobrir como é difícil recomeçar, como é difícil recriar e como é difícil comprar com as próprias riquezas.

Um povo soberbo e opressor, que pensa que o mundo é o quintal de sua casa – que nunca hesitou em explorar ou invadir nações pobres atrás de recursos ou poder.

Um povo que sempre usou a mídia para enganar o mundo. A Propaganda americana sempre foi seu melhor produto. Sempre venderam ao mundo o que eles nunca foram.

Preste atenção! Os EUA ficam devendo cerca de 70 bilhões de dólares ao mundo todos os meses – que é a diferença entre o que eles vendem e o que eles compram do resto do mundo. Na verdade eles vivemdeste deficit comercial – o mundo trabalha para os americanos e sustenta as aventuras do "Gigante". Isto esta gerando uma bolha fantástica que com certeza vai explodir. Interessante! Os nossos economistas de plantão e os pseudos analistas econômicos, os nossos analistas do óbvio - não abordam isso. Por que será?

DESAFIO-OS A PROVAR QUE A ECONOMIA AMERICANA DO JEITO QUE ESTÁ é AUTO-SUSTENTÁVEL E É CAPAZ DE GERAR RIQUEZAS.

A economia americana é mais ou menos como a pirâmide do Bernie Madoff em escala gigantesca – se alimenta pela base e se exaure numa escala muito maior pelo ápice. Será que tem quem acredita que o tesouro americano tem como pagar seus credores?

Todos sabem que se os grandes credores tais como – China,Japão, Alemanha etc. tirarem seus superávits depositados com os americanos, e que servem de poupança para eles ou tentarem trocar por outra moeda, o tesouro americano cai como um castelo de cartas, sabem que isto vai acontecer e também sabem que este dia inevitavelmente chegará.

E também não é um país sério - invadem, quebram, matam,para descobrir depois que foi um engano. Um país que está quebrado, mas está financiando uma pesquisa que envolve bilhões só para descobrir se tem ou teve água em Marte. Um país que não gera riquezas e temalavancado sua economia com base no endividamento brutal do seu povo. Um país que está empenhado em dar 17 bilhões de dólares às indústrias automobilísticas, sendo que só a GM perdeu 24 bilhões em nove meses. Seria como fazer transfusão de sangue em um paciente com hemorragia incontida na aorta.

Não creio que a economia americana tenha solução – perderam totalmente a corrida tecnológica, com poucos recursos naturais e sem indústrias, sem poupança interna, com o povo altamente endividado,hoje um país atolado em problemas imensos tais como: Crise de Energia, Guerras, Imigração, Desemprego e Deficit interno e externo.Com certeza vamos ver pela televisão uma nação em decomposição, um país gemendo e levando consigo muitas outras nações - principalmente as pobres em recursos naturais que estão abraçadas a este gigante de papel.

PORTANTO. AMERICANOS E CIA.- SEJAM BEM VINDOS AO TERCEIROMUNDO!!!

E com certeza passando esta avalanche, o mundo terá uma nova ordem econômica - onde o dinheiro será lastreado numa cesta de moedas, e a direção dos povos será consenso democrático entre nações sérias e laboriosas. O mundo não vai mais ter dono – e nem saudades deste devorador de riquezas alheias e responsáveis por tantas guerras e miséria no mundo.

Douglas Éden Ferrari

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Céu

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Aquele casal de 85 anos estava casado já há sessenta e dois.
Apesar de não serem ricos viviam bastante bem porque eram muito poupadores.

Apesar da idade estavam ambos em muito boas condições físicas
principalmente pela insistência dela na alimentação saudável e nas
idas à academia, em especial durante a última década.
Mesmo com tão boa forma, um dia, numa das raras saídas para férias, o
avião onde seguiam caiu e eles foram parar no céu.

Chegaram às portas brilhantes do céu e são Pedro veio recebê-los à porta.
Levou-os até uma fantástica mansão, com móveis dourados e cortinas de
finas sedas, com uma cozinha completa e uma cascata no lugar do
chuveiro. Ao fundo podia ver-se uma criada a arrumar as roupas
favoritas de ambos nos imensos roupeiros. Eles olhavam para tudo
atônitos quando são Pedro disse:

- Bem vindos ao céu. A partir de agora, esta será a sua nova casa.

O idoso senhor perguntou a são Pedro quanto é que aquilo iria custar.

- Claro que não vai custar NADA. Isto é a sua recompensa no céu.
O homem então olhou pela janela e viu um campo de golfe que não tinha
comparação com nada, do melhor, feito na Terra...
- Qual é o preço da utilização? - gemeu o idoso homem.
- Isto é o céu - replicou são Pedro. - Você pode jogar de graça,
sempre que quiser.

No dia seguinte foram almoçar ao salão e depararam-se com um almoço
estonteante, com as mais inimagináveis especialidades gastronômicas,
desde mariscos até as melhores carnes e sobremesas, tudo acompanhado
dos melhores vinhos e bebidas.

- Nem me pergunte nada - disse são Pedro ao homem. - Isto é o céu. É
tudo de graça.
O idoso senhor olhou em volta nevosamente e fixou o olhar na esposa.
- Bem, onde é que estão as comidas de baixo teor de gordura e
colesterol e o chá descafeinado? - perguntou ele.
- É a melhor parte - atalhou são Pedro. - Vocês podem comer e beber o
que quer que seja que gostem sem se preocuparem em ficarem gordos ou
doentes. Eu já disse: isto é o céu!
O idoso ainda perguntou:
- Nem é preciso ir à academia?
- A menos que vocês queiram - foi a resposta de são Pedro.
- Nem testes de açúcar, nem medições de pressão, de colesterol, nem...
- Nunca mais. Vocês estão aqui para se divertirem e aproveitarem.

O idoso olhou bem de frente para a sua esposa e disse:

- Você e a merda da sua comida saudável... Já podíamos estar aqui há dez anos!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

E tudo mudou... - Veríssimo

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E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib, Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou musse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis

Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e tv

Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira....
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.

(Luiz Fernando Veríssimo)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Selo "Somos mulheres bem resolvidas" recebido e distribuido

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Recebi este selo da Luka(lukafree.blogspot.com)

Regras:

1- Exibir a imagem do selo
2- Postar o link do blog de quem recebi o selo
3- EScolher 10 mulheres bem resolvidas e distribuir o selo

Este selo vai para:

Mary (marymiranda-fatosdefato.blogspot.com)
Lucia Costa (cantogauderio.com.br)
Daniela Figueiredo(andarsemrumo.blogspot.com)
Joyce (joyceleituraeducacao.blogspot.com)
Priscila (priemforma.com)
Margareth - Meglee (procuromeublog.blogspot.com)
Berenice (blogdaberenice.blogspot.com)
Regina Bolico (ambientedeluz.blogspot.com)
Aninha (arquivinho.com)
Milouska(milouskablog.com)

Foi muito difícil escolher só 10, entre todas as mulheres maravilhosas que encontrei no dihitt!

Como não pude colocar todas nesta lista, envio a todas as mulheres do dihitt a "Oração das mulheres Resolvidas"

Oração das Mulheres Resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens, tira-gosto
Que os nossos homens nunca morram viúvos,
e que nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!

Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo;

Deus…
Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos,
porque Deus, se eu pedir força, eu bato nele até matá-lo.

Um brinde…
Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam
e os sortudos que ainda vão nos conhecer!

Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que
a gente dê conta de todos!

Autora Desconhecida
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Na curva do conhaque.

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Leis da política (19/12/1999)

Era uma crespa noite de inverno londrino. Eu tinha convidado para um jantar na embaixada brasileira, ao fim dos anos 70, o grande filósofo liberal francês Raymond Aron e dois sociólogos radicados na Inglaterra, Ralf Dahendorf e Ernest Gellner, este último professor de José Guilherme Merquior, meu conselheiro de embaixada. Na curva do conhaque, quando filosofávamos sobre nominalismo, realismo e existencialismo, contei uma piada que Aron achou divertida. Era a definição de "realidade" por um irlandês, revoltado pela interrupção de suas libações alcoólicas à hora do fechamento dos pubs. "A realidade", disse ele, "é uma ilusão criada por uma aguda escassez de álcool".
Quando partiram os hóspedes, resolvemos, Merquior e eu, em rodadas de uísque, testar duas coisas. Primeiro, a teoria irlandesa do realismo alcoólico. Segundo, nossa capacidade de recitarmos, de memória, aquilo que poderíamos chamar de "leis de comportamento sociopolítico" de variadas personagens e culturas. Alternávamos nas citações, que registrei num alfarrábio que outro dia desenterrei numa limpeza de arquivos. Ei-las:
A lei de Churchill: "A Democracia é a pior forma de governo, exceto as outras".
A lei de Lenin: "É verdade que a liberdade é preciosa. Tão preciosa que é preciso racioná-la".
A lei de Stalin: "Uma única morte é uma tragédia; 1 milhão de mortes é uma estatística".
A lei de Krushev: "Os políticos em qualquer parte são os mesmos. Eles prometem construir pontes mesmo quando não há rios".
A lei de Henry Kissinger: "O ilegal é o que fazemos imediatamente. O inconstitucional é o que exige um pouco mais tempo".
A lei de Franklin Roosevelt: "Um conservador é um homem com duas excelentes pernas, que contudo nunca aprendeu a andar para a frente".
A lei de Lord Keynes: "A dificuldade não está nas idéias novas, mas em escapar das antigas".
A lei de Bernard Shaw: "Patriotismo é a convicção de que o país da gente é superior a todos os demais, simplesmente porque ali nascemos".
A lei de Hayek: "Num país onde o único empregador é o Estado, a oposição significa morte por inanição. O velho princípio de quem não trabalha não come é substituído por um novo princípio: quem não obedece não come".

A lei de Mark Twain: "Um banqueiro é um tipo que nos empresta um guarda-chuva quando faz sol, e exige-o de volta quando começa a chover".
A lei de Lorde Kelvin: "Grandes aumentos de custos com questionável melhoria de desempenho só podem ser tolerados em relação a cavalos e mulheres".
A lei de Charles De Gaulle: "As promessas só comprometem aqueles que as recebem".
A lei de John Randolph, constituinte na Convenção de Filadélfia: "O mais delicioso dos privilégios é gastar o dinheiro dos outros".
A lei de Getúlio Vargas: "Os ministérios se compõem de dois grupos. Um formado por gente incapaz, e outro por gente capaz de tudo".
A lei do governador Mario Cuomo, de Nova York: "Faz-se campanha em poesia e governa-se em prosa".
A lei de John Kenneth Galbraith: "A política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso".
A lei de Sócrates: "No tocante a celibato e casamento, é melhor não interferir, deixando que o homem escolha o que quiser. Em ambos os casos, ele se arrependerá".
No último uísque, Merquior me contou um chiste anônimo, que circulava em Londres: "A natureza deu ao homem um pênis e um cérebro, mas insuficiente sangue para fazê-los funcionar simultaneamente". Ao confidenciar a Merquior que pretendia aposentar-me do Itamaraty para ingressar na política, lembrou-me ele a lei de Hubert Humphrey, vice-presidente dos Estados Unidos na administração Lindon Johnson, que dizia: "É verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados".
Tendo em vista minhas ambições políticas, combinamos fabricar conjuntamente uma lei, que passaria à posteridade como a lei Campos/Merquior: "A política é a arte de fazer hoje os erros do amanhã, sem esquecer dos erros de ontem". Ao nos despedirmos, já mais sóbrios, lembrei-me de duas leis. A lei do King Murphy, que assim reza: "Não estão seguras a vida, a liberdade e a propriedade de ninguém enquanto a legislatura estiver em sessão". E a lei do sábio Montesquieu, o inventor da teoria da separação de poderes: "O político deve sempre buscar a aprovação, porém jamais o aplauso". Em minha vida política no Senado e na Câmara procurei descumprir a lei do King Murphy e cumprir a lei de Montesquieu. Sem resultados brilhantes nem num caso, nem no outro...


Roberto de Oliveira Campos

Defensor apaixonado do liberalismo. Economista, diplomata e político também se revelou um intelectual brilhante. De sua intensa produção, resultaram inúmeros artigos e obras como o livro A Lanterna na Popa, uma autobiografia que logo se transformou em best-seller. Foi ministro do Planejamento, senador por Mato Grosso, deputado federal e embaixador em Washington e Londres. Sua carreira começou em 1939, quando prestou concurso para o Itamaraty. Logo foi servir na embaixada brasileira em Washington, e, cinco anos depois, participou da Conferência de Bretton Woods, responsável por desenhar o sistema monetário internacional do pós-guerra.
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José Saramago saúda Obama

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O escritor português José Saramago saudou no seu blogue, "O Caderno de Saramago", a investidura de Barack Obama como Presidente dos EUA, afirmando que ele "nos veio dizer que outro mundo é possível".

Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, pergunta, no blogue, "donde saiu este homem?", não para lhe procurar traços biográficos, de que se afirma conhecedor: "Tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito."

A pergunta que José Saramago faz visa antes manifestar a sua "perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida".

"Estes conceitos", prossegue Saramago, "que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: 'Eu também, eu também.'"

Ao interpretar o discurso de investidura de Obama, Saramago, assumidamente comunista, sugere que o novo Presidente dos Estados Unidos "deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados."

"No fundo", remata o escritor, "o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar."



(Fonte: Agência LUSA)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Prazer pela metade

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Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido ? Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.

A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado': deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não
agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ? Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

(Leila Ferreira)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Babel



Talvez seja por querer demais...
Será?
O fato é esse considerável desconforto:
Nesse nosso manso desencontro,
Com essa distância comportada.
De tê-la a meu lado e senti-la distante:
Fazendo-nos íntimos incógnitos.

Nessa babel erigida por mãos invisíveis,
Mal começada e interminável,
Que abafa nossa confusa ardência,
Perdemos o ímpeto de nos tocar
E ficamos assim: nesse tenso empate:
Respeitosos;
Nos esperando estando tão próximos.
Próximos?
Das maneiras de se perder,
A que se dá pelo silêncio é mais indolor,
Pois carece de clareza,
Por conter uma razão difusa, inexplicada.
É bom que o amor continue misterioso,
Pois dessa condição se alimenta.
O que faz dois amantes estrangeiros um ao outro?
Excesso de prudência na entrega?
Desmesuradas expectativas?
Sejamos pois mais arrojados, inconseqüentes,
Diluamos essa aparente indiferença;
Essa ausente presença.
Troquemos, entre gemidos, nossas íntimas figurinhas
E nos entreguemos irresponsáveis, ilógicos,
Enquanto a vida ainda nos palpita irrequieta.
Desprezemos um pouco o amor ideal,
Pois só continuam lindos os amores impossíveis:
Os que permanecem na saudade por terem sido incompletos.
Permitamos que nossos corpos se tornem um só bem,
Compartilhado;
Agora.
Pois o amanhã pertence ao imponderável.


(Juarez Santana)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Piadinha dos Tempos Modernos

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James Bond entra num bar e senta ao lado de uma morena como só aparecem nos filmes dele.

Ele lança um olhar para ela, e olha seu relógio. Ela pergunta:

- A mulher que você está esperando está atrasada?

- Não - responde Bond - Ganhei este relógio high tech e o estou testando.

- Ah é? - pergunta a morena - E o que este relógio tem de especial?

- Ele usa ondas alfa para se comunicar comigo - explica Bond.

- E o que ele está lhe dizendo agora? - pergunta a morena intrigada.

- Ele me disse que você está sem calcinha.

- A moça dá uma risada e responde:

- Pois seu relógio não funciona! Eu ESTOU de calcinha.

James Bond mexe o relógio, dá uns tapinhas nele e diz:

- Saco! Ele está adiantado uma hora!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

The Economist: eleição de Sarney coroa 'semifeudalismo'

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Brasil feudal


Numa reportagem intitulada "Onde dinossauros ainda vagam", a revista britânica The Economist que circulou na sexta-feira qualificou a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado de "vitória do semifeudalismo". Pode até parecer exagero no Brasil, visto que os europeus chegaram aqui já na Idade Moderna. Mas a eleição de Sarney leva cientistas políticos e parlamentares a duvidar de que algo rumo ao modernismo possa acontecer.
E não é só a eleição de Sarney para o Senado que conduz a esse tipo de dúvida quanto ao futuro do Congresso pelos próximos dois anos. A eleição do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para presidente da Câmara pela terceira vez, como Sarney, contribuiu para aumentar ainda mais as desconfianças de que nada vai mudar. A não ser que haja uma pressão muito forte da sociedade em prol das mudanças, diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um batalhador de causas que possam tirar o Congresso do marasmo dos últimos anos.
"Se pensarmos que os dois presidentes estão no terceiro mandato, podemos achar que estão muito cansados e não farão nada. Mas, como sou um otimista, espero que a sociedade ponha muita pressão sobre eles e arranque alguma coisa que tire do ar essa impressão de que nada será feito", afirma Chico Alencar. O deputado lembra que o Congresso é sensível à voz das ruas. E, por isso mesmo, se houver pressão sobre o Senado e a Câmara, temas como o fim do foro privilegiado para parlamentares, a redução nos gastos, a modernização das estruturas administrativas e o fim do voto secreto nas sessões poderão enfim ser votados e aprovados.
Pelo que disseram até agora Sarney e Temer, a modernização não será fácil. Os dois afirmaram que vão tratar das reformas tributária e política, numa repetição do que dizem todos os presidentes de Senado e Câmara eleitos nos últimos dez anos. "O presidente Sarney vai cuidar das reformas tributária e política", afirmou Fernando Cesar Mesquita, assessor de Sarney. "Foi isso o que ele prometeu." O problema é que Sarney promete isso desde sua primeira eleição para presidente do Senado, em 1995. Temer disse que a reforma tributária será prioridade de sua gestão. Repetiu o que disse antes, quando presidiu a Câmara entre 1997 e 2000. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma Corrente Diferente

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Trata-se de um movimento de apoio à idéia do senador Cristovam Buarque, que era candidato a presidente com a proposta da educação.
Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública.
As conseqüências seriam as melhores possíveis.. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar.
E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil.

SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM

No seu dia-a-dia e pela internet (em cópia oculta e apague o endereçode quem lhe enviou, para evitar SPAM).. E ajude a REALIZAR essa idéia. Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país.

O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.

Só a atitude persistente levará à paz.

http://www.senado. gov.br/sf/ atividade/ Materia/detalhes
.asp?p_cod_ mate=82166


PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos
matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas
públicas até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art.. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes
Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do
Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil
até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.

Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

JUSTIFICAÇÃO

No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a
educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.

Talvez não haja maior prova do desapreço para com a
educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.

Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se
ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras
criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.

Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos
eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam
um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de
cargo eleitoras.
O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre
outros, os seguintes objetivos:

a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;

b) político: certamente provocará um maior interesse das
autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.

c) financeiro: evitará a "evasão legal" de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;

d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.

Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da
Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite implementação imediata desta decisão. Ficou escolhido por isto o ano,
de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.

Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil
ainda tivesse duas educações - uma para os filhos de seus
dirigentes e outra para os filhos do povo -, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.

Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.
Sala das Sessões,

Senador CRISTOVAM BUARQUE

Previsões para 2009

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Acreditando vale a pena ler!

Seguem as previsões para cada signo em 2009.
Antes, tem um texto que explica as posições dos astros, etc.
Se não tiverem vontade de ler, é só procurar o seu signo!

Espere tudo de 2009, menos o tédio...
O cenário é impressionante:
a entrada definitiva de Plutão no signo de Capricórnio já está funcionando como um vulcão que traz violentamente para a superfície todas as tensões que se acumularam durante o processo de construção da civilização moderna.
Foi sob uma influência igual a essa que a humanidade assistiu à decadência do projeto das cruzadas e ouviu São Tomas de Aquino afirmar que o universo é um todo ordenado, regido por um princípio inteligente.
Aproximadamente 250 anos depois
(o tempo que Plutão leva para dar uma volta completa no Zodíaco),
a Igreja Católica foi sacudida pelo terremoto da Reforma Protestante..
Um terremoto que, muito tempo depois, o sociólogo alemão Max Weber classificou como indispensável para acompanhar a expansão capitalista da modernidade.
Mais uma volta, e Plutão fere de morte a economia estática das corporações medievais.
Adam Smith publica "A riqueza das nações" e estabelece as bases do que chamamos de liberalismo:
o trabalho é a fonte de toda riqueza;
o valor de uma mercadoria é determinado pela lei da oferta e da procura;
o comércio deve se libertar de qualquer mecanismo que pretenda travá-lo ou regulá-lo.
Neste mesmo ciclo, em 1776, se declara a Independência dos Estados Unidos da América, o país que agora está sendo mais duramente atingido pela crise econômica.
Simbolicamente, Plutão está associado à morte e à ressurreição. Morte de esquemas obsoletos, de estruturas vazias de significado e nascimento de um novo horizonte, mais autêntico e vital.
Mas, se o cenário à primeira vista parece catastrófico, o protagonista é da melhor qualidade.
2009 vai ser regido pelo Sol que, pelo simbolismo astrológico tradicional, representa a inteligência, a possibilidade de ver e compreender a verdade.
A luz brilhante do Sol pode ajudar a perceber as muitas implicações da crise mundial e a lidar bem com o embate simbólico entre outros dois gigantes do céu:
Urano e Saturno, que, durante quase todo ano, vão estar em oposição.
Com essa configuração, o céu vai recriar na vida da humanidade, e na de cada um de nós, um dos mitos fundamentais da Teogonia, a obra do poeta grego Hesíodo que conta as origens e a genealogia dos deuses gregos.
Tudo teria começado com Urano, o primeiro princípio criativo.
O senhor do caos, o céu sem ordem...
Durante tempos incontáveis, Urano fecundava Gaia, a terra, sua esposa, mas não lhe dava o tempo necessário para completar sua criação.
Por isso, a primeira geração do Olimpo foi formada por deuses monstruosos - os Titãs.
Além disso, por medo de uma profecia que dizia que ele seria morto por um filho, Urano encerrava os titãs sob a terra, condenando-os a jamais ver a luz.
Cansada da loucura do marido, Gaia pede ajuda ao mais jovem dos Titãs, Saturno, e lhe dá uma foice.
Quando Urano vem se deitar mais uma vez sobre Gaia, Saturno castra o pai.
Do sangue de Urano, que cai na terra, nascem as Fúrias, as deusas da vingança.
Mas da espuma que envolveu o esperma de Urano, que cai no mar, nasce Vênus, a mais bela de todas as
criaturas...
Em 2003, Urano entrou no signo de Peixes e passou a reforçar a qualidade caótica que precede a criação. Começou uma revolução nas sensibilidades, que, insatisfeitas com uma expressão acústica, parecem ter sido plugadas na tomada.
Mas, desde o ano passado, Urano está frente a frente com Saturno que, impregnado pelas qualidades do signo de Virgem, exige um ordenamento perfeito, quase obsessivo das vagas impressões que vêm do outro lado do
céu...
Urano em Peixes é uma fonte inesgotável de inspiração.
Mas Saturno em Virgem fala de técnica, do aperfeiçoamento das habilidades que permitem que a idéia criativa se transforme em obra de arte.
Durante 2009, a tarefa de dar forma e utilidade para nossos potenciais criativos e caóticos, que muitas vezes só se realizam nos nossos sonhos mais delirantes, vai se transformar numa necessidade urgente que já deve estar se manifestando numa inquietação difícil de explicar.
Quem não correr da raia vai ser premiado com uma realização importante, capaz de dar sentido às grandes transformações que estão em curso e mostrar exatamente qual é a tarefa que estamos destinados a cumprir
neste planeta, e vivenciar o milagre que transforma o trabalho em arte...
Para cada signo do Zodíaco, o enfrentamento entre a ordem e o caos vai se manifestar numa área específica da vida.

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Áries
Com Plutão atravessando a região mais alta do seu céu, os arianos continuam profundamente envolvidos com a tarefa de encontrar o lugar que lhes pertence e que acreditam que merecem na hierarquia social.
A crise que sacode a economia mundial aumenta a ansiedade, mas pode trazer exatamente a oportunidade que eles esperaram a vida toda.
Até o que à primeira vista pode se apresentar como uma perda definitiva pode abrir o caminho para vitórias
importantes.
O importante agora é não morrer na praia e não jogar a toalha antes da hora.
Se as coisas ficarem complicadas, experimente se recolher e meditar um pouco.
A centelha criadora de Urano está vindo até você de uma direção difícil de enxergar.
De um lugar onde só se chega sozinho e onde as vitórias do ego não tem a menor importância.
Segundo a astrologia tradicional, os lugares da casa XII, onde você tem o signo de Peixes, são os hospitais, os
hospícios, as prisões e os mosteiros.
Do ponto de vista da astrologia psicológica, este é o lugar do inconsciente.
O complicado é que a ponte que vai até lá está sendo construída por Saturno, que desde o ano passado está trabalhando num signo e numa casa que estão associados com a rotina cotidiana, com a humildade e com o serviço.
O desafio que está sendo proposto por 2009 é contemplar e aceitar a grande ordem divina sem descuidar das tarefas que nos são impostas pela ordem humana.
Se apóie na determinação do signo de Capricórnio para correr atrás dos seus objetivos e conquistar tudo o que o seu coração deseja.
Mas separe um tempo para descansar, cuidar da saúde e para atender desejos e necessidades de outras pessoas.
No seu mapa natal, Vênus rege uma casa que está ligada ao dinheiro e outra que está ligada ao amor.
Será que não vale a pena suar um pouco a camisa por uma recompensa tão luxuosa????? ????????? ??

Touro
O olhar plástico dos que nasceram no tempo de Touro já deve estar começando a compreender o significado das imagens em movimento que estão sendo geradas por Urano no signo de Peixes.
É possível que surja uma sensação semelhante à que encantou os que tiveram a possibilidade de assistir às primeiras exibições daquela que foi a grande manifestação artística do século 20 :
o cinema.
Mas o que está acontecendo não é apenas mais um efeito especial.
Desde 2003, os taurinos estão sendo chamados a renovar, ou melhor, revolucionar, a maneira como se relacionam com a sociedade de que fazem parte.
Agora, com Júpiter e Plutão no signo de Capricórnio, esta busca está sendo estimulada por uma necessidade muito profunda de saber se estão agindo certo ou errado.
A cada momento, a vida vai trazer situações inesperadas e gente que pensa diferente ou apenas conhece coisas que até agora eles não conheciam.
Diante do desmoronamento de estruturas que pareciam indestrutíveis pode aparecer também uma sensação angustiada de que não existe mais nada em que se possa realmente acreditar.
A profunda confiança que os taurinos costumam ter pelos chamados "bens imóveis" está sendo arrasada pela constatação de que a grande crise que está abalando o sistema econômico vigente foi gerada exatamente por uma multidão de cidadãos americanos que desejavam intensamente realizar o famoso sonho da casa própria.
A entrada de Plutão em um signo de terra pôs em cheque a chamada "economia virtual" e tem mostrado de forma literal que não existe nada "imóvel" sobre a face da terra.
Nem a própria terra...
Mas, apesar de tenso, 2009 pode ser um ano positivo para os taurinos.
A insegurança diante da instabilidade geral pode ser o motor de um movimento radical na direção a novos conhecimentos, novos amigos e novas idéias.
A crise mundial pode ser uma aliada poderosa na luta contra os maiores inimigos do seu desenvolvimento pessoal:
o comodismo, a preguiça e a inércia.
Com o famoso "sistema" desmoronando não vai dar mais para "deixar como está para ver como é que fica..."
Está na hora de tirar os ideais da gaveta, dar um brilho na espada que representa e defende as coisas em que se acredita, e ir à luta.
Só não vale ficar vendo banda passar na janela.

Gêmeos
A passagem de Urano pelo ponto mais alto do seu céu pode estar funcionando tanto como um vento fresco, quanto como um furacão que mudou tudo de lugar e não vai deixar pedra sobre pedra da imagem que você tinha de si mesmo.
O distanciamento e o espírito libertário de Urano tem criado e ainda vão criar oportunidades que estão mudando a direção e a velocidade que você estava imprimindo à sua vida..
Desde 2003, você está tendo que se adaptar a mudanças que não foram geradas por você e não obedecem a sua vontade.
Mas, desde o ano passado, essas transformações ganharam um tom dramático.
Logo você, que sempre encarou as crises de uma maneira otimista, pode estar sendo obrigado a lidar com acontecimentos que tenham a ver com morte, renascimento ou regeneração.
Isso não quer dizer que a sua própria vida esteja em perigo, mas sim que transformações profundas na vida de outras pessoas podem lhe afetar de uma maneira muito forte.
Diante de experiências desta ordem, você não vai aceitar explicações superficiais e estará especialmente empenhado em atingir a essência das coisas.
Nesta tarefa, você vai poder contar com a ajuda de Júpiter, o mais benéfico de todos os planetas, que vai se encontrar três vezes com Netuno na casa que está ligada à filosofia, à fé aos estudos superiores..
O encontro de Júpiter com Netuno costuma produzir milagres que abrem novos e desconhecidos horizontes.
Os ventos revolucionários de Aquário vão compensar bastante a melancolia que sempre acompanha a passagem de Saturno pelo fundo do céu.
Não caia na armadilha de gastar energia tentando compensar a onda caótica que está mandando no mundo com uma tentativa inútil de organizar e controlar tudo o que acontece nas relações com a família e no seu mundo interior.
De alguma maneira difícil de prever ou imaginar, você está diante do grande mistério da vida...

Câncer
Para os cancerianos, a oposição entre Urano e Saturno está acontecendo num eixo que está ligado à comunicação, ao conhecimento e ao aprendizado.
O vento forte que esta sendo soprado pelo poderoso Urano no signo de Peixes pode conduzir os cancerianos numa viagem mágica, capaz de transformar completamente o sentido que a vida tinha até agora.
Uma experiência semelhante à peregrinação que todo muçulmano, pelo menos uma vez na vida, deve fazer até Meca.
Ao se conectar com o patrimônio de imagens que forma o inconsciente coletivo, o senhor do consciente coletivo vai exigir e proporcionar uma definição clara dos valores e das crenças a que você recorre quando quer saber com segurança se está agindo certo ou errado.
Desde 2003 a vida está lhe oferecendo novas aventuras e pondo você em contato com idéias novas e originais. Os efeitos desta verdadeira "revolução cultural" podem levar você a querer estudar alguma coisa completamente nova ou, até mesmo, a querer morar em outro país.
O problema é que essa "viagem" espiritual vai ter que acontecer num momento em que Plutão e Saturno, solidamente plantados em signos de terra,estãomodifican do profundamente os seus relacionamentos.
Plutão em Capricórnio amplia quase até um ponto de distorção todos os problemas que envolvem parcerias, sociedades ou relações estáveis.
Acontecimentos muito concretos vão exigir que todos os contratos ( sejam eles comerciais ou afetivos) sejam
refeitos em bases radicalmente novas.
Alguns não vão sobreviver, outros vão renascer, transformados e rejuvenescidos.
Para complicar, Saturno no signo de Virgem duvida e critica todos os discursos.
Com Saturno na casa da comunicação, é preciso se responsabilizar pelas palavras e idéias, e tentar explicar com mais clareza aquilo que deseja que o outro compreenda.
Fuja das ironias como o diabo foge da cruz...

Leão
Para os leoninos, chegou o momento de brilhar.
Desde o começo do ano passado, você está tendo um encontro quase cotidiano com o poder transformador de Plutão.
A energia do senhor do Hades pode estar fazendo você dar uma dimensão exagerada aos problemas de saúde e aos pequenos problemas da vida cotidiana.
Com Plutão na sexta casa, uma gripe pode ser confundida com uma pneumonia e uma casa desarrumada pode dar a sensação de estar definitivamente mergulhado no caos.
Além disso, a oposição entre Urano e Saturno está exigindo uma mudança radical nas bases em que está apoiada a sua vida econômica e financeira.
Em sua passagem pelo signo de Virgem, Saturno pode estar gerando uma critica quase cruel ao seu talento e à sua capacidade de prover o próprio sustento.
Do outro lado do céu, Urano produz uma tempestade de pressentimentos que pode perturbar o seu sono, mas, ao mesmo tempo, mostrar o valor e a importância de potenciais que você ainda não explorou, nem acreditava que pudessem ser explorados.
Esse é um ano perfeito para você compreender porque a sabedoria popular diz que "a necessidade é a mãe da invenção."
Continue trabalhando e correndo atrás dos seus objetivos mas conte com ajuda de Júpiter, que, ainda no mês de janeiro vai fazer companhia a Netuno na casa das parcerias, dos contratos e de todas as relações estáveis. Em 2009 , o céu vai tirar o peso do mundo dos seus ombros e transformar em realidade o sonho de ter alguém com que dividir seus sonhos e ideais. Isso vale tanto para a vida profissional como para a vida afetiva.
Festeje com alegria e confiança a chegada do ano que vai ser comandado pelo Sol, o planeta regente do seu signo.

Virgem
Pode ser que você esteja chegando ao final de 2008 se sentindo cansado e até um pouco deprimido pela quantidade enorme de obstáculos que surgiram de todos os lados.
Com planetas importantes ativando os signos de terra, você pode ter tido a sensação que a vida não tinha mais o que fazer senão criar problemas e acumular tarefas que só você mesmo poderia realizar com
perfeição.
Pois parece que chegou a hora de se livrar do complexo de Hércules e aprender a aceitar ajuda e delegar autoridade.
Num ano regido pelo Sol, as melhores coisas vão vir sem que você tenha feito nada para conquista-las.
Como num antigo conto de fadas em que uma moça é obrigada a transformar em ouro um quarto abarrotado de palha e só consegue resolver o problema quando reconhece que não pode cumprir a tarefa, chora muito e acaba aceitando a ajuda de um anãozinho mágico.
Com Júpiter se encontrando três vezes com Netuno na casa da ordem e das tarefas cotidianas, o céu está lhe pedindo que desmanche a postura desconfiada, desista de ser onipotente e aceite a idéia de que muitas coisas na vida - às vezes as mais importantes - se resolvem sozinhas, quando a gente dá tempo ao tempo.
A oposição entre Saturno e Urano, apesar de estressante, pode ser a ajuda que faltava para você perceber a renovação radical por que estão passando as suas relações de parceria.
Está mais do que na hora de se livrar dos preconceitos e encarar com curiosidade os caminhos e a maneira de ser de pessoas muito diferentes de você.
Se o caminho antigo está muito árido e pesado, experimente uma nova maneira de se relacionar e de se mover no mundo.
O céu não está lhe negando parcerias, mas, provavelmente, elas vão precisar ser estabelecidas em bases muito diferentes das que você estava acostumada a lidar.
O milagre capaz de transformar palha em ouro se chama fé.

Libra
Está mais do que na hora de você aprender a lidar com uma idéia que sempre lhe pareceu impossível:
a de que o equilíbrio não é uma situação estática, mas sim o somatório de muitas alterações que, aos poucos, vão compensando os efeitos uma da outra.
A idéia do equilíbrio dinâmico tem se expressado nas mudanças que tem atingido o seu cotidiano.
O distanciamento e a objetividade diante da vida e das relações afetivas que você sempre valorizou tanto estão sendo desmontados pela intensidade de sentimentos que sempre
acompanha a chegada de Plutão ao ponto mais baixo do céu.
De uma hora para outra, estruturas e compromissos em que você apoiava a sua segurança podem se desmontar ou deixar de ter sentido.
É natural que o impacto de mudanças tão profundas possa provocar medo e gerar momentos de pânico.
Pois o grande presente de 2009 para os librianos vai ser a compreensão de que debaixo dos escombros das estruturas destruídas pode emergir uma realidade muita mais estimulante e divertida do que a anterior.
Que o final de um relacionamento importante, mas sufocante, pode marcar o início de um tempo mais feliz. Que uma falência ou uma demissão podem ser a porta que leva a uma vida profissional mais satisfatória e significativa.
Com Júpiter se encontrando com Netuno no signo de Aquário o ano promete o milagre de restaurar a auto confiança dos filhos diletos de Vênus e substituir a postura naturalmente contida e até mesmo melancólica por um bom humor e por uma audácia que pode chegar ao limite de faze-los encarar alegremente uma aposta que envolva algum risco.
Isso vale tanto para os desafios da vida material como para os da vida afetiva.
Com Júpiter passando o ano todo na casa do lazer, da criatividade e dos romances sem compromisso a vida vai lhe oferecer muitos momentos para serem comemorados.
Faça um esforço para relaxar e aprender a confiar numa força que controla as ondas, os ventos e as tempestades.
Com a ajuda de uma gotinha de fé você vai ser capaz de surfar sobre todas as dificuldades.

Escorpião Quem escolheu nascer no signo de Escorpião já chega a esse planeta comprometido com as mudanças.
Por isso, pelo menos teoricamente, não deveria se perturbar com as grandes transformações que estão sendo provocadas pela mudança de signo de Plutão, o seus planeta regente.
Mas como em casa de ferreiro o espeto costuma ser de pau, os mestres em provocar crises e acelerar mudanças podem estar muito atrapalhados com as manifestações concretas da liberação das tensões aprisionadas na forma como a nossa civilização se organizou.
De uma hora para outra, fica evidente que é preciso rever projetos, negociar de outro jeito, escolher novas parcerias.
A criatividade cintilante de Urano em Peixes gera a cada instante novos desafios que estouram os prazos e tornam obsoletos os objetivos que estavam sendo construídos por Saturno no signo de Virgem.
O que em 2008 parecia moderníssimo, em 2009 vai ser comparado a uma carroça.
Perceber as mudanças até que vai ser fácil.
O difícil vai ser convencer os outros do acerto das suas percepções.
O espírito revolucionário de Urano vai lhe mostrar exatamente onde estão as saídas para os impasses da crise coletiva, mas é bem possível que você encontre muita resistência às suas idéias e propostas..
Com Plutão no signo de Capricórnio sua maneira de se comunicar ganhou uma força magnética que pode funcionar como uma arma de dois gumes:
por um lado seu discurso ganhou uma força e um poder de convencimento extraordinários.
Por outro, pode provocar ressentimentos e desagradar profundamente pessoas que convivem com você.
O importante agora é medir muito bem as palavras e não se deixar levar por intrigas e fofocas.
Num ano regido pelo Sol sua vida profissional vai ser muito beneficiada , mas o grande presente de 2009 está destinado a uma área muito diferente.
Com Júpiter se encontrando com Netuno na casa relacionada com a família, com a casa e com os nossos sentimentos, o céu está lhe avisando que, independente do que possa acontecer no mundo, você tem um encontro marcado com a felicidade.
Reserve um tempo para ela.

Sagitário
Para os sagitarianos, 2009 vai ser, ao mesmo tempo, um ano para terminar tarefas e para dar a partida em novos projetos.
A oposição entre Saturno e Urano vai continuar, e até mesmo radicalizar, a discussão sobre qual é o lugar na sociedade que é realmente adequado para a sua originalidade.
Se você já fez as mudanças necessárias e está na direção certa, vai continuar a colher bons frutos e a receber o reconhecimento da sociedade.
Se teve medo de arriscar e permaneceu num trabalho ou numa atividade que não é adequada para as suas qualidades vai descobrir que não é mais possível manter as coisas como estão.
Ou você decide mudar ou alguém faz a mudança por você.
Mas os acontecimentos mais marcantes de 2009 vão ser comandados por Júpiter, o planeta regente do seu signo, que logo no início do ano entra no signo de Aquário e passa a ativar um eixo que sempre é muito importante na sua trajetória de vida:
o eixo do conhecimento.
Durante o próximo ano, o céu vai abrir novos caminhos, como se o Sol dissolvesse uma névoa que confundia
os sinais e atrapalhava as escolhas de novos itinerários capazes de enriquecer a grande viagem que dá sentido e significado à sua vida.
Não deixe que uma excessiva preocupação com a segurança financeira lhe impeça de tentar novas aventuras ou paralise o seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional.
Diante da insegurança das instituições financeiras invista na única coisa que ninguém pode tirar e nenhuma crise pode derrubar: o seu aperfeiçoamento profissional.
Não tenha pressa em definir a próxima etapa da sua vida.
Quando você menos esperar, o caminho vai aparecer claro como água e você vai caminhar por ele sem dúvidas ou exitações.

Capricórnio
Com Plutão definitivamente instalado no seu signo, os relacionamentos vão continuar ocupando um lugar de destaque no ano de 2009.
Diante da crise que está virando de ponta cabeça a organização hierárquica que rege o mundo esse seu jeito sério e esse seu ar de que sempre sabe onde quer chegar vão ser mais do que nunca valorizados e você pode se surpreender com convites e propostas que nunca aconteceram.
Isso vale tanto para a vida profissional como para a vida pessoal e pode lhe render bons frutos.
Não desperdice as oportunidades, mesmo sabendo que os outros nem ao menos desconfiam das muitas dúvidas que estão sendo geradas pela oposição entre o caótico e criativo Urano de Peixes e o obsessivamente organizado Saturno no signo de Virgem.
Desde 2003, quando Urano entrou em Peixes, você está sendo tentado a explorar novos caminhos, a fazer novas perguntas e a se relacionar de uma maneira diferente.
Desde 2008, com Saturno em Virgem, essa inquietação tomou a dimensão de uma crise.
Como se os velhos princípios e as velhas idéias que sempre orientaram as suas decisões tivesse se transformado numa prisão e o conjunto das suas crenças aparecesse apenas como um poderoso instrumento de repressão.
Só agora, com Plutão no seu signo, você vai conseguir sair do impasse e encontrar a maneiro de abrir lugar para o novo sem precisar destruir as coisas boas e as certezas que o tempo construiu.
E pode se surpreender com a facilidade com que vai vencer obstáculos que pareciam insuperáveis.
Ao mesmo tempo, os três encontros entre Júpiter e Netuno podem trazer novidades muito agradáveis para a vida material.
De alguma forma, você vai terminar o ano dando razão às pessoas que sempre acreditaram que você era capaz de mover montanhas...

Aquário
Para os aquarianos, o ano já começa com a festa promovida pela entrada de Júpiter, o mais benéfico de todos os planetas, no seu signo natal.
Durante 2009, o senhor do Olimpo vai se encontrar com o seu Sol e dar um significado surpreendente às muitas impressões que nos últimos tempos andaram empanando o brilho e a objetividade do seu pensamento lógico.
Sem que você tenha feito nenhum esforço especial para isso, vai receber a recompensa por movimentos e decisões que tomou sem prestar atenção ou que, pelo menos, não pareciam ser escolhas ou movimentos conscientes.
O encontro entre Júpiter e Netuno (que é conhecido como "o aspecto do milagre") é sempre uma demonstração do poder da sensibilidade e dos gestos feitos sem ambição ou interesse pessoal.
Como esse encontro acontece no seu signo, é a você que o dom da magia vai ser atribuído.
Não recuse este presente do céu, mas não esqueça que voe é apenas um instrumento, um canal por onde vai escoar a grande magia que envolve toda a natureza.
A confiança que vai ser trazida por Júpiter também aumenta e vitalidade e vai ser uma ajuda preciosa para a tarefa de permanecer flexível diante das mudanças radicais que estão mexendo com a economia e atingindo diretamente a sua vida profissional.
Não deixe que a sua antiga confiança em soluções conservadoras ou melhor, em soluções que podem ser completamente justificadas e explicadas pela razão lhe impeça de perceber os novos caminhos que estão se abrindo.
Só que sabe e confia na magia vai se sair bem dessa crise.

Peixes
Para os piscianos, o confronto entre Urano e Saturno ou entre o caos e a ordem, sempre existiu e sempre coloriu toda a sua trajetória de vida..
Não é nada difícil olhar para trás e perceber os momentos em que você, ou se deixou levar completamente pelas correntes do destino ou se dedicou com unhas e dentes a organizar e a controlar o cotidiano.
Esta sucessão de crises cíclicas tomou uma dimensão nova em 2008 quando os dois lados da sua maneira de ser foram solicitados pela vida e precisaram ser exercidos ao
mesmo tempo.
Deve ser por isso que você está terminando o ano exausto.
Esse duelo de titãns vai continuar durante todo o ano de 2009, mas agora você vai
contar com uma ajuda inestimável.
Os dois planetas que regem o seu signo, Júpiter e Netuno vão se encontrar por três vezes num lugar de que a maioria das pessoas tem medo , mas onde você se move surpreendentemente à vontade:
a casa onde estão as coisas que a gente não vê, mas que interferem diretamente no nosso cotidiano.
Para a astrologia psicológica, a casa do inconsciente.
Para a astrologia tradicional, a casa do acaso ou da providência divina.
A dificuldade maior também não é nova.
Dividir com os outros as imagens e sensações que você percebe com tanta clareza.
Aperte o cinto e receba com alegria as novidades que o ano novo está prometendo.
Se quiser uma trilha sonora, experimente o som dos Titãs:
o acaso vai me proteger enquanto eu estiver distraído..."

(Pela astróloga Monica Horta)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um dia a gente aprende que...

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Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

(Veronica Shoffstall)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Uma história de auto confiança

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O COMBUSTÍVEL DA AUTO CONFIANÇA

Desarrumada e mal vestida, a menina negra, magra pela fome e não pela anorexia, desceu o morro carioca para tentar a sorte no programa de calouros de Ary Barroso. Era o momento áureo do rádio que, dos anos de 1930 a 1950, revelou grandes nomes da MPB.
Na fila de inscrições estavam lindas jovens bem vestidas e a menina favelada olhava para elas sem qualquer medo. Tinha apenas treze anos e já era mãe. Seu bebê estava doente e ela precisava fazer algo para conseguir algum dinheiro. No corredor os calouros aguardavam o chamado e em seguida entravam trêmulos.
- Elza Gomes da Conceição, sua vez! Após ouvir seu nome, a menina cruzou a porta do estúdio. Cerca de mil pessoas a aguardavam. O programa era o maior sucesso na época e no palco estava o grande Ary Barroso, autor de "Aquarela do Brasil", pois ele próprio acompanhava os calouros ao piano.
Ao ver a menina com no máximo 35 quilos, subindo ao palco completamente desengonçada, usando uma roupa emprestada e ajustada com alfinetes para conter as sobras de pano, duas marias-chiquinhas, a platéia explodiu na risada.
O apresentador do programa arrumou os óculos e disse, friamente:
- Aproxime-se.
Ela ignorou as gargalhadas e foi até ele.
- O que você veio fazer aqui? – perguntou intrigado.
- Ué, eu vim cantar. – disse ela com o ar mais inocente desse mundo.
- Mas quem disse a você que você canta? - Eu! – falou com voz firme.
- Diga-me uma coisa: de que planeta você veio? – questionou de forma ácida.
Ela respirou fundo e lhe respondeu:
- Eu vim do planeta-fome, seu Ary. Do mesmo planeta de onde o senhor veio.
Nesse momento o auditório se calou. Ali estava uma adolescente cheia de bravura, desafiando o grande ícone da música brasileira, lembrando que ele próprio também tivera um berço pobre e que havia passado por dificuldades acerbas como as que ela no momento passava.
Silencioso, Ary apontou para ela o microfone e deslizou seus dedos no teclado em seguida.
A menina então começou a cantar com a voz afinada e ao mesmo tempo arranhada, rouca, única, apresentando efeitos que ninguém jamais tinha ouvido.
No final, o mesmo público que riu tanto dela em sua chegada vibrou de emoção e encheu o estúdio de palmas. Ela as recebeu chorando, abraçada com Ary que, igualmente muito emocionado, disse:
- Senhoras e senhores, nesse exato momento acaba de nascer uma estrela.
Elza Soares, em seu livro "Cantando para não Enlouquecer", narra sua história repleta de momentos de superação como esse.
Podemos nos perguntar: o que faz alguém como ela chegar à vitória, vencendo obstáculos tidos com intransponíveis, atravessando oceanos de dificuldades?
O que move uma alma na direção da excelência em qualquer área, fazendo com que até mesmo os maiores problemas se transformem numa espécie de
combustível para vôos mais altos?
O que produz essa certeza de que não há porque recuar e que vale seguir adiante?

Resposta: Auto-confiança.

Ter convicção do nosso próprio potencial e sentir que é possível fazer algo valioso, com aquilo que já guardamos em nosso interior, é uma espécie de elemento mágico que promove a química do sucesso.
Pessoas que não acreditam em si mesmas acabam não deixando aflorar o imenso poder que já possuem.
Mas aqueles que têm convicção das suas habilidades e talentos e que, por outro lado, também são capazes de reconhecer seus pontos fracos, se colocam no caminho do crescimento.
Ter auto-conhecimento para perceber aquilo que podemos melhorar não significa sentir-se pequeno, fraco, mas representa poder de percepção para melhorar continuamente.
Portanto, se confiamos em nós mesmos podemos ver, com tranqüilidade, aquilo que nos falta, ao mesmo tempo em que notamos aquilo que já possuímos de bom.
Esse duplo foco nos desperta uma grande energia na busca dos nossos propósitos.

Como dizia Henry Ford: "Se você acredita que pode ou se você acredita que não pode, de qualquer jeito estará certo".

Estou convicto de que a história de Elza Soares, essa fantástica cantora da nossa terra, pode ser inspiradora para você.
Ela nos lembra o quanto pode fazer diferença no mundo quando, diante das dificuldades, respiramos fundo, acessamos recursos latentes e seguimos firmemente na direção dos nossos sonhos.
Vou dizer algo para você e espero que lembre sempre disso. Duas palavras bem simples, mas que expõe a minha crença de que você tem grande força interior, bem como o meu desejo de que mostre ao mundo seu potencial.

As palavras são: Você pode!



(Kau Mascarenhas)

O Vento na Ilha

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O vento é um cavalo
Ouça como ele corre
Pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como recorre ao mundo
para me levar para longe.

Me esconde em teus braços
por somente esta noite,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.

Escuta como o vento
me chama calopando
para me levar para longe.

Com tua frente a minha frente,
com tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa me levar.

Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopandanto eu, emergido
debaixo teus grandes olhos,
por somente esta noite

descansarei, amor meu.

(Pablo Neruda)

NINGUÉM MAIS NAMORA AS DEUSAS

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MULHERES


Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo.
Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?
As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...
As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.
Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.
Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.
Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.
A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.
São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".
Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.
Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).
Mas ainda existem mulheres de verdade.
Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".
Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.
Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:
-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...
Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!
Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:
Façam-os sumirem da sua vida!

(Arnaldo Jabor - Fonte: www.pensador.info)