sábado, 29 de setembro de 2012

"Para entender as mulheres"

.









Essa historinha de que não sabemos o que querem as mulheres não é bem do jeito que alardeiam. Pera lá. Não sabemos tudo, óbvio, não deciframos todos os mistérios, mas conhecemos muitos modos de agradá-las e cumprir parte da demanda.
  
Elas merecem e este, afinal, é o grande desafio na terra de um homem de boa vontade. Só por esta causa já valeria a pena a existência. O que querem as mulheres? Entendemos a complexidade da clássica pergunta de Freud, agora renovada na tevê pela categoria do diretor Luiz Fernando Carvalho, na Globo.

As mulheres querem que os homens adivinhem, sintam, farejem os seus desejos – e vontades avulsas – e antecipem essas realizações. Bem-aventurados os que descobrem que elas estão a fim de uma viagem à montanha e levam-nas à montanha; bem-aventurados os que sabem que elas não aguentam mais aquele velho boteco sujo e levam-nas a um restaurante decente, dentro das posses, claro.

Bem-aventurados os que sabem que elas gostam de novidades e detestam quando os garçons nos dizem “o de sempre, amigo?” Essa confortável rotina é coisa de macho, ora bolas.

As nossas mulheres querem que tenhamos olhos só para elas. No que, aliás, foram contempladas biblicamente pelo décimo mandamento das tábuas da lei entregues por Deus a Moisés: não cobiçarás a mulher do próximo.

As mulheres querem que alternemos momentos de homens sensíveis e momentos de selvagens lenhadores. Pena é que costumamos inverter as coisas. Na gana da obediência e do agrado, somos lenhadores quando nos queriam sensíveis e vice-versa. Comédia de erros. Onde queres Leblon sou Pernambuco… Onde queres romance, rock’n’roll…

As mulheres querem que reparemos no novo corte de cabelo, mesmo que a alteração tenha sido mínima, tipo só uma aparada nas pontas. O radar capilar tem de acender a luzinha, sem falha, na hora, se liga! Se for luzes, entonces, cruzes!!!

As mulheres não toleram que viremos de lado e já nos braços de Morpheu depois da saudável prática da conjunção carnal. As mulheres querem carinho e entusiasmo, embora saibam que o único animal que canta e se anima depois do gozo é o galo, esse tarado pernalta incorrigível, incomparável.

As mulheres querem… massagem. Muita massagem. Primeiro nas costas, depois nos pés e sempre no ego.

As mulheres querem… molhinhos agridoces. Como elas se lambuzam lindamente!

As mulheres querem… flores e presentes. Não caia, jovem mancebo, nesse conto de que mulher gosta é de dinheiro. Se assim o fosse, amigo, os lascados de tudo não teriam nenhuma, nunca, jamé. Repare que até debaixo do viaduto está lá a brava fêmea na companhia do desalmado. Ela e o cachorrinho magro, só o couro, o osso e a fidelidade. O que vale é a devoção.

Mesmo que você seja mais liso que os mussuns do brejo, pobre de marre-marré, pode muito bem presentear uma bijuteria com a dramaturgia de uma jóia da Tiffany’s – vide “Bonequinha de Luxo”, o filme.

A lista continua… ad infinitum.


(Xico Sá)
.

Quem é o seu Amante?

.







“Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam.”

Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: “Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam:

“Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?! ”

Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:

“AMANTE” é aquilo que nos “apaixona”, é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso “AMANTE ” é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.

É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso “AMANTE” em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto…

Enfim, é “alguém!” ou “algo” que nos faz “namorar a vida” e nos afasta do triste destino de “ir levando”!..

E o que é “ir levando”? 

Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com “ir levando”; procure um amante, seja também um amante e um protagonista… DA SUA VIDA!
Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém.

O trágico é desistir de viver…

Por isso, e sem mais delongas, procure um amante…


“PARA ESTAR SATISFEITA(O), ATIVA(O) E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA”.


(Jorge Bucay – Psiquiatra e Psicoterapeuta)


.


















O PT suspendeu por excesso de palco a turnê que acabou por falta de plateia

.



PT - Decadência TOTAL



“Nunca fui de abandonar companheiro no meio do caminho”, vive dizendo Lula. A bazófia é reiteradamente desmentida pela biografia. Para chegar ao Planalto, o ex-presidente livrou-se de meio mundo sem choro nem vela. Amigos dos tempos de sindicalista, fundadores do PT descontentes com os rumos impostos ao rebanho pelo pastor genioso, possíveis sucessores, parceiros sem vocação para a vassalagem ─ ficaram para trás todos os que ameaçaram obstruir, dificultar ou retardar a travessia da estrada principal. Desde sempre, Lula só foi incondicionalmente leal a Lula.

Essa marca de nascença nega a seus portadores o cultivo de afetos reais. Confrontados com o risco de naufrágio, caem fora até do barco que pilotam e abandonam à própria sorte os tripulantes que escolheram. É o que Lula acaba de fazer com a arca atulhada de candidatos a prefeito lançados ou apoiados pelo PT nas 20 capitais brasileiras. Todos em apuros nas pesquisas eleitorais, todos estavam à espera da visita do milagreiro das urnas para festejar a mudança dos ventos. O súbito cancelamento da turnê do palanque ambulante, anunciado nesta quarta-feira, recomenda que esperem sentados.

Diretor-geral da excursão, o companheiro Paulo Frateschi explicou que Lula suspendeu as viagens para dedicar-se à campanha de Fernando Haddad na capital paulista ─ e, se sobrar tempo, socorrer devotos em cidades vizinhas. Conversa fiada, corrige o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Alarmado com o fracasso das três primeiras apresentações, o piloto sumiu para escapar do abraço de afogado. Depois da estreia em Belo Horizonte, por exemplo, a situação de Patrus Ananias passou de difícil a desesperadora. Humberto Costa já é o terceiro colocado no Recife. A passagem do palanque ambulante poderia garantir-lhe a lanterninha.

Escalado para camuflar o fiasco, Frateschi caprichou na pose de agente de superpop do voto. “Para ir a uma capital, o presidente Lula teria que ir a seis”, fantasiou. “Então, a decisão foi cancelar todas as viagens”. O país que, embora aceite tudo, já não engole Lula sem engasgos foi apresentado a outro espanto: a turnê que acaba por falta de plateia, mas é suspensa por excesso de palco.


.

Revelações de Marcos Valério afetam imagem do ex-presidente no exterior

.



Divulgadas por VEJA, as revelações de Marcos Valério que empurraram o ex-presidente Lula para o pântano do mensalão foram noticiadas com destaque em vários países. Confira oito exemplos:


Espanha: "O principal acusado do 'julgamento do século' acusa Lula de ser 'chefe' da trama de compra de votos"

Chile: "Réu afirma que Lula 'era o chefe' da rede de corrupção julgada no Brasil"

Panamá: "Lula 'era o chefe' da quadrilha julgada no Brasil"

França: "No Brasil, o operador do escândalo dos anos Lula afirma que o chefe de Estado sabia de tudo"

Argentina: "Lula é acusado de ter liderado uma enorme rede de corrupção"

Honduras: "Lula é acusado de chefiar rede de corrupção"

México: "Empresário acusado por corrupção envolve Lula na fraude"

Venezuela: "Lula é acusado de ser 'o chefe' da corrupção no Brasil"

Bruno Maranhão é condenado a devolver R$ 2,5 mi por desvio de recursos

.







Líder sem-terra é condenado pelo TCU a devolver R$ 2,5 mi por desvio de recursos

Bruno Maranhão, dirigente do MLST (Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra) e ex-integrante da direção nacional do PT, foi condenado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a devolver R$ 2,5 milhões e pagar multa de R$ 300 mil por ter desviado recursos públicos repassados a uma ONG para qualificação de assentados.

A decisão foi tomada pelo TCU na quarta-feira (26). O processo foi aberto após Maranhão ter liderado uma invasão de sem terras ao Congresso Nacional em 2006 que danificou o prédio do parlamento.

O Ministério Público junto ao TCU suspeitava que os recursos que financiaram a invasão eram de convênios do Incra com o movimento.

Pelo menos 34 das 108 pessoas indiciadas em processo judicial a pedido do Ministério Público Federal pelos danos à invasão do prédio em 2008 constavam na lista de pagamentos do MLST.

Além da multa e da devolução do dinheiro, Maranhão e outro dirigente da organização, Edmilson de Oliveira Lima, estão impedidos por 8 anos de ocuparem cargos públicos. O TCU também manteve o bloqueio de bens de ambos os dirigentes, decretado em 2010, até o pagamento da dívida.

Em sua defesa, Maranhão alegou que não havia assinado o convênio do MLST com o Incra e apresentou notas fiscais de gastos e lista de presença de alunos nos cursos.

O TCU identificou que os gastos não correspondiam aos dos cursos que constavam no convênio. Só de passagens aéreas foram aplicados mais de R$ 120 mil e outros R$ 135 mil com aluguel de carros numa empresa com sede em Natal (RN).

Além disso, há indícios nas listas de presença que uma mesma pessoa assinou por vários participantes.

Além da condenação de Bruno, o ex-diretor do Incra, Rolf Hackbart, foi multado em R$ 40 mil pelas irregularidades apontadas nos convênios.

Entre os argumentos usados para multar Hackbart, que hoje é assessor do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, está o de que a ONG de Maranhão não havia prestado contas de convênios anteriores com o Incra e, mesmo assim, continuou recebendo recursos e pode assinar novos convênios.

A Folha ainda não conseguiu contato com o MLST e com Bruno Maranhão.

Na assessoria parlamentar do Ministério da Educação, onde Hackbart trabalha, a Folha foi informada que ele está em viagem.




.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

GORDURA, VINHO E SEXO

.















GORDURA, VINHO E SEXO 




FINALMENTE CHEGARAM A UMA CONCLUSÃO!......

Sobre GORDURA :

No Japão, são consumidas poucas gorduras e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 


Em compensação, na França se consomem muitas gorduras e, ainda assim, o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 

Sobre 
VINHO :

Na Índia, se bebe pouco vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 


Em compensação, na Espanha se bebe muito vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 

Sobre 
SEXO: 

Na Argélia, se transa muito pouco e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 


Em compensação, no Brasil se transa muuuuuito e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA; 


CONCLUSÃO :


Beba , coma e transe sem parar, pois o que mata é falar inglês! 




Já cancelei o meu curso!

.



Dizer "sim", dizer "não"

.






A história mais difícil de escrever é a nossa própria, complexa, obscura, inocente ou perversa – bem mais do que são as narrativas ficcionais.

Brinquei muito tempo com a ideia de dizer “sim” ou “não” a nós mesmos, aos outros, à vida, aos deuses, como parte essencial dessa escrita de nosso destino – com os naturais intervalos de fatalidades que não se podem evitar, 
mas têm de ser enfrentadas.

Acredito em pegar o touro pelos chifres, mas vezes demais fiquei simplesmente deitada e ele me pisoteou com gosto. Afinal, a gente é apenas humano.

Nessa difícil história nossa, dizer “sim” ao negativo, ao sombrio, em lugar de dizer “sim” ao bom, ao positivo, é o desafio maior.

Pois a questão é saber a hora de pronunciar uma ou outra palavra, de assumir uma ou outra postura. O risco de errar pode significar inferno ou paraíso.

Também descobri (ou inventei?) isso de existir um ponto cego da perspectiva humana, em que não se enxerga o outro mas apenas um lado dele: seu olho vazado, sua boca cerrada, seu coração amargo. Sua alma árida, ah…

O ponto cego das nossas escolhas vitais é aquele onde a gente pode sempre dizer “sim” ou “não”, e nossa ambivalência não nos permite enxergar direito o que seria melhor na hora: depressa, agora. O ponto mais cego é onde a gente não sabe quem disse “não” primeiro.

E todos, ou os dois, deviam naquele momento ter dito “sim”.

Viver é cada dia se repensar: feliz, infeliz, vitorioso, derrotado, audacioso ou com tanta pena de si mesmo. Não é preciso inventar algo novo.

Inventar o real, o que já existe, é conquistá-lo: é o dom dos que não acreditam só no comprovado, nem se conformam com o rasteiro.

Nosso drama é que às vezes a gente joga fora o certo e recolhe o errado.

Da acomodação brotam fantasmas que tomam a si as decisões: quando ficamos cegos não percebemos isso, e deixamos que a oportunidade escape porque tivemos medo de dizer o difícil “sim”.

O “não” é também um ponto cego por onde a gente escorre para o escuro da resignação.

O ponto mais cego de todos é onde a gente nunca mais poderá dizer “sim” para si mesmo. E aí tudo se apaga.

Mas com o “sim” as luzes se acendem e tudo faz sentido.

Dizer “sim” a si mesmo pode ser mais difícil do que dizer “não” a uma pessoa amada: é sair da acomodação, pegar qualquer espada – que pode ser uma palavra, um gesto, ou uma transformação radical, que custe lágrimas e talvez sangue – e sair à luta.

Dizer “sim” para o que o destino nos oferece significa acreditar que a gente merece algo parecido com crescer, iluminar-se, expandir-se, renovar-se, encontrar-se, e ser feliz.

Isto é: vencer a culpa, sair da sombra e expor-se a todos os riscos implicados, para finalmente assumir a vida.

Fazer suas escolhas, assinar embaixo, pagar os preços…e não se lamentar demais.

Porque programamos o próprio destino a cada vez que, num tímido murmúrio ou num grande grito, a gente diz para si mesmo: “Sim!”



(LYA LUFT)
.

Protesto de dívidas tributárias - JFDF

'







Uma decisão da Justiça Federal do Distrito Federal impede o protesto extrajudicial de certidões de dívida ativa (CDAs) pela União. Previsto em uma portaria interministerial, o protesto é um dos meios alternativos adotados pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão vinculado à Advocacia-Geral da União (AGU), para a cobrança de R$ 40 bilhões devidos às 155 autarquias e fundações públicas federais.

A decisão é do juiz Marcelo Velasco Nascimento Albernaz, da 13ª Vara do Distrito Federal. Cabe recurso.

A Portaria Interministerial nº 574-A, de 20 de dezembro de 2010, assinada pelo ministro da Fazenda Nelson Machado (interino) e pelo advogado-geral da União Luis Inácio Lucena Adams, é questionada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

No processo, a OAB sustenta que o protesto extrajudicial é desnecessário, já que “por ser a certidão de dívida ativa título que já goza de pres unção de certeza e liquidez”. Além disso, a Ordem alega que “as autoridades fazendárias querem compelir os contribuintes a realizar o pagamento do crédito tributário sem as garantias constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, o que demonstra clara pretensão de cobrança indireta de tributo”.

O advogado Gustavo Ventura, que integra a Comissão de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB, lembra que, durante a execução fiscal, o contribuinte deve depositar em juízo o valor ou indicar bens à penhora. “A lei de execução já funciona. O protesto é um meio de pressionar as empresas a pagar”, diz ele, acrescentando que, além de não trazer vantagens à Fazenda Nacional, o protesto gera prejuízo às atividades do contribuinte. “O problema mais comum é a falta de acesso a crédito em bancos.”

O juiz federal julgou procedente o pedido da OAB e declarou a nulidade da portaria. Mas indeferiu pedido de indenização por entender que “eventual protest o não gera dano moral”. O magistrado seguiu entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema. Em alguns julgados, os ministros consideraram que o protesto é desnecessário. O título, de acordo com recente decisão da 1ª Turma, “já goza de presunção de certeza e liquidez e confere publicidade à inscrição do débito na dívida ativa”.

Por meio do protesto de CDAs, a Procuradoria-Geral Federal alcançou no primeiro semestre um índice de recuperação de créditos de autarquias e fundações públicas federais da ordem de 46%. Nas execuções fiscais, de acordo com o coordenador-geral de cobrança e recuperação de créditos da PGF, procurador federal Fabio Munhoz, o índice, “quando é bom”, chega a 2%. Além do protesto, o órgão aposta em conciliações.

A Advocacia-Geral da União (AGU) ainda não foi notificada da decisão. Após a intimação, de acordo com nota do órgão, “os procuradores vão estudar o caso para identificar se cabe recurso”.

O protesto, adotado também por Estados e municípios, é alvo de inúmeros questionamentos na Justiça. Contribuintes alegam que é uma forma de coagi-los a quitar seus débitos e que a Lei de Execuções Fiscais – Lei nº 6.830, de 1980 – já dispõe sobre as possibilidades de cobrança de tributos. No Rio de Janeiro, no entanto, foram derrotados no julgamento pelo Tribunal de Justiça (TJ-RJ) de duas representações de inconstitucionalidade contra a Lei nº 5.351, de 15 de dezembro de 2008, que regulamentou a prática.

Os contribuintes também foram à Justiça contra outra estratégia adotada pela União e por Estados, como São Paulo: a penhora de recebíveis de cartões de crédito. Em 2011, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que adotou esse caminho um ano antes, conseguiu bloquear aproximadamente R$ 6 milhões de grandes varejistas.


(Valor Econômico - Fonte: www.cavini.adv.br)
.

Carta Aberta de um Engenheiro Metalúrgico, que conheceu Lula no ABC - Lewton

.






E AÍ, Seu LULA, APROVEITA e TOMA A "SAIDEIRA"...



Lula, você que é pós-canceroso, pré e pós-chefe do mensalão, ex-cachaceiro e ex-cigarrilheiro, vândalo da constituição federal, criminoso administrativo, mestre de coligações de quadrilhas, pré e pós-ocioso do trabalho, analfabeto moral, desqualificado metalúrgico, aproveita e toma uma saideira. 


Sim, Lula, toma uma saideira, pois tudo indica que você está de saída. Vai sair da vida política profana que você nos jogou numa sarjeta civilizatória. Agora, seus opositores legítimos, nós da “zelites”, vamos fomentar o "revanchismo denuncista" contra o Lulismo, aquele seu estilo satânico de governar com gente diabólica. Como você fazia no sindicato lá no ABC de São Paulo, entre os anos 1970 e início dos anos 1980.

Seu petismo, em nome dos trabalhadores, trouxe um estigma infernal para aqueles que sustentaram sua corte de malditos corruptos e mercenários, de guerrilheiros, terroristas, quadrilheiros, ociosos perversos, vagabundos escroques e todas as respectivas parentelas. 

Os militantes petistas são “mercenários”, já que pesquisas indicam que 100% deles recebem ou emprego público, ou pensão, ou comissões sobre negócios degenerados, do estado lulista com empresários da pior espécie antipatriótica, e parece que as vitaminas estão acabando ... E as reservas deficitárias de vitaminas de seu organismo, apodrecido pelas tempestades de sua vida mundana e de orgias morais e institucionais, vão levá-lo para sair da vida pelo sifão da privada, onde você defecou suas ideações abestadas e suas escrotices de malandro burro. 

Você é um burro, Lula! Aproveita e toma uma saideira, Lula, já que você pode já estar encomendado para sair da vida, pela via de doenças e calamidades pessoais ... Vem enfarto por aí, ou recorrência do seu câncer. E ele é seu juiz. 

A impressão que temos neste instante é que o lulismo vai começar a se "desmilinguir", e a estratégia é fazer com que ele sangre até durante as eleições de 2012, para tirar o petismo perdulário e irresponsável dos municípios e capitais que estão sob molestação política e pública do PT.

Exato, nos aparenta um torniquete estrangulador, ou um sedimento de área de manobra que se estreita. Você está cercado pelo mal que produziu. 

Ou vão colocar muito peso e fardo para sua energia, que vai se escasseando. Ou um maçarico de chamas revanchistas vai queimar sua imagem pública e cívica, com a assunção de imoralidades incendiárias do seu extinto lança chamas, como presidente da república. Ou vão tirar sua falsa roupa de dignatário, com vistas à sua nudez cívica deformada e aos seus desvios de conduta, que farão cair o seu vestido de "prostituta de púrpura", que você é até agora, nesta sua campanha de militância antijurídica e contra o STF.

Lula, este seu organismo de alto consumo e pouco desempenho, que se esvai sem as vitaminas de reposição construtiva, está a ruir e arruinar-se mais ainda. A desidratação e a diarreia pelos protozoários das coligações infecciosas, das quais você se serviu e nos infernizou, vai ressecar o corpo meliante do Lulismo asqueroso, e assim pode ele morrer, e a história por mais de séculos irá lançar iras por sua contribuição maléfica à pátria Brasil.


O Lulismo está cada vez mais fraco, pois apesar de financiar várias propagandas enganosas e aliciar jornais, jornalistas e periódicos, aparenta um esmorecimento por perda de caráter e honestidade, de difícil defesa positiva. As agências já vêm percebendo que precisam se alinhar a uma ética, mesmo que tardia e aproveitadora, enquanto o horizonte não se revelou acertado, que não lhes desbanque numa revanche ou acerto de contas. Lula, você vai pagar esta conta, junto com sua quadrilha ...

Ainda que dure seu temerário gasto eleitoreiro, nestas eleições 2012 e na de 2010, ainda que dure o resquício de sua popularidade fictícia, elaborada por agentes tecnicamente duvidosos, a sociedade já se manifesta como o antibiótico atrás da virulência moral, técnica, política e patriótica. Seu alicerce está no monturo da "areia" orgânica apodrecida do PMDB, do Sarney e do Temer, cujo modelo de inspiração é o demoníaco senador maranhanse. 

Sarney é aquele homem que conseguiu um consenso, entre as máfias políticas, de que o seu estilo é aquele da destruição pelo "excesso de continuidade". Ele é o camaleão mimetista de duração quase secular. É muito para um país ainda pobre. E, então, as máfias vêm percebendo que precisam se alinhar a uma ética, mesmo que tardia e aproveitadora, enquanto o horizonte não se revelou adequado, que não lhes desbanque numa revanche ou acerto de contas. E, para o fim provável, o STF começa a se redimir, junto a pátria e aos interesses do povo brasileiro.

Sem guerra, sem guerrilha e sem terrorismo, a justiça superior começa a ceifar o joio maldito da tradicional política brasileira. 

O Lulismo criou para si mesmo a energética do esvaziamento. Dos vários cenários possíveis nos aparenta um. E é o que se consolida, afunilando o sistema degradado, e insustentável, para a passagem de um "novo parto", vem aí um novo filhotinho para moralização da república! O seu Lulismo usou gente errada e incapaz, e ele está usando gente de má fé. Ele usou instigadores e prospectores de reações sobre sua iniquidade, balizando até onde ele podia ir. 

Ninguém reclamou, então, vamos prosseguir. Mas até quando?

Chegaram muito longe por sorte da ausência de uma reação sócio-militar. Mas, a reação da justiça começa a nos configurar numa renovada república do Estado Democrático de Direito – e agora podemos até nos arvorar em manifestações com júbilos: Joaquim Barbosa nós te amamos. Eliana Calmon nós te amamos. Cármem Lúcia nós te amamos ...

Dessa forma, nesse novo cenário, uns ganharão e outros perderão. 


Doravante rogaremos que meliantes como você Lula, e suas quadrilhas, sempre venham a perder ... Quem tiver a habilidade para a nova situação, que nos encaminha a um novo perfil de especialização administrativa nos cargos do executivo público, vai "frutificar" . Quem está preparado vai se dar bem. Quem não está vai se dar mal. Os protótipos de Sarney e seus bajuladores clônicos, além de você, Lula, e sua corja, podem estar sendo "sugados" para o ralo da história.

Em futuro breve, o Lulismo vai perder sua posição molestadora, e irá entrar numa tormentosa saraivada de representações, e processos, ao se revelarem os seus ilícitos, ao se revelarem as suas confrarias de bandidos que lhes prestaram serviços, ao se revelarem seus arquivos, suas conversas "secretas". Poderá ser um elevado momento educativo, para o povo brasileiro. Quem são os líderes desse povo?

Surgirá o "revanchismo denuncista" contra o Lulismo, o que Marcos Valério faz agora, após passar recibo de otário. O povo brasileiro perdeu 10 anos de vida civilizatória com suas manobras e demagogia, seu Lula. Veja o Valério, querendo lhe dedurar. Não venha dizer agora que você é vítima de denuncismo? 

Agora, num movimento escalar e de inversão de pólos, a imprensa vai dizer ser dela a iniciativa, após quase 11 anos do mau caratismo governista, e ainda com sua filhota inescrupulosa Dilma. Ou isso já se revela que, ao iniciar o esgotamento do seu modelo Lulista, depois de ter se fartado, em enganar seu Franklin Martins e de ter embolsado as generosas verbas de propaganda e publicidade, é hora de ela (Dilma) se alinhar com um novo padrão moral?


Está havendo um "desmanche" completo do Lulismo, de uma estrutura de roedores, gafanhotos e saúvas. Quem estará se vingando de você, Lula? Será que nesta hora tão propícia está se iniciando a "forja da moralidade" no Brasil? Os "Bolsa Ditadura" vão ser novamente investigados e arguidos, para validar suas compensadoras "compensações"? Vão rastrear todos os negócios do seu Lulismo e "marcar" o dinheiro e as rotas "migratórias" para paraísos fiscais? O imposto de renda e o Banco Central irão levantar, como se faz a todos os homens comuns, o ritmo de enriquecimento dos salafrários e quadrilheiros amigos seus? Quem mesmo estará se "vingando" de você? Se você como político ficou rico, qual o seu segredo para ter esse enriquecimento, sem ser notado?

Pelas vias, assim se cumprindo, nos aparenta que você, Lula, está "enfraquecendo". Seu caráter fraco há muito já foi notado, da sua metamorfose que sem critério e princípios, se enrosca e se meneia, dentro dos cordéis imaginários, que nem "Proteu" ousou conceber. Vai aí seu Lula, toma uma saideira, provavelmente você e sua corja serão a nova Geni, e o novo cuspe social, o expurgo dos excrementos, o catarro do socialismo comuna, que se sobrepõe às melecas de todas as gripes, dos animais rasteiros e venenosos.

Vai aí seu Lula, toma uma saideira, para esquecer, se intoxicar ou se entorpecer ... Você sífu, canalha do ABC!

Abraços, 

Lewton
Engº Industrial Metalúrgico do ABC



(Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-turne-do-palanque-ambulante-tem-datas-disponiveis-ate-para-claudinho-da-geladeira/ - Comentário de Caio Portella na notícia "A turnê do palanque ambulante tem datas disponíveis até para Claudinho da Geladeira")
..

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Senador petista ataca STF e reclama de “ministros nomeados por nosso governo que votam contra”.

.







 Ele ainda não entendeu o que é uma República


Os irmãos Viana, do Acre, o Tião e o Jorge, foram hábeis em cultivar a fama de petistas modernos, moderados, diferenciados, essas coisas. Não por acaso, faz parte de seu grupo no estado a ex-senadora Marina Silva, que hoje se dedica à “nova política”, seja lá o que isso significa — novo ingrediente da floresta para creme antirrugas? Talvez. Mas, evidentemente, os irmãos Viana têm a sua natureza, não é.

Quando VEJA trouxe à luz as conversas que Marcos Valério anda tendo por aí, segundo as quais Lula era o verdadeiro chefe do mensalão, Jorge decidiu protestar. Ontem, voltou à tribuna para afirmar que “setores da mídia” — sempre ela!!! — usam o julgamento no STF para “sabotar o PT”.

Huuummm… Jorge decidiu ensinar a imprensa a fazer o seu ofício. Leiam:


“Cobrar, exigir dos que ocupam cargos públicos, eu acho que é uma das funções mais nobres da imprensa. E isso é feito diariamente. Mas daí a querer conduzir a opinião pública, a explicitar, na véspera de uma eleição, uma intolerância com uma figura como a do presidente Lula, aí isso é sabotagem”.

A que ele está se referindo? Certamente à reportagem da VEJA da semana passada. Os petistas acham que tanto o STF como a imprensa não podem exercer seu ofício em ano eleitoral caso eles achem que isso prejudica o seu partido. Assim, a melhor maneira que o STF teria de servir à democracia seria servindo ao PT, não julgando. E a melhor maneira que a imprensa teria de servir à democracia seria servindo ao PT, não noticiando.

No momento mais revelador da sua fala, afirmou:


“Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo, e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa”.

Não é fabuloso?

Não foi a Presidência da República que indicou ministros, aprovados pelo Senado. Nada disso! Foi “o nosso (deles) governo”. E, como ele deixa claro, os petistas os nomearam para que votassem “a favor”. Como qualquer totalitário vulgar, Jorge não acredita que um ministro possa estar sinceramente convencido de seu voto.

Ele reclamou ainda do “endeusamento dos ministros do Supremo” e os acusou de querer virar políticos. Jorge Viana, como a gente vê, segue sendo monoteísta. Afinal, pode haver um único Deus: Lula!

Fico tão feliz de jamais ter caído na conversa de gente como esse senador… Sempre me pareceu do tipo que finge largueza de espírito para que possa ser tacanho sem temer por sua reputação. Eis aí!



(Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/senador-petista-ataca-stf-e-reclama-de-ministros-nomeados-por-nosso-governo-que-votam-contra-ele-ainda-nao-entendeu-o-que-e-uma-republica/)
.

Tatuagens

.







Eu estava descendo a escada rolante do shopping e ela seguia dois degraus à minha frente. E nos seus ombros eu vi, tatuado, o sinal de aspas que se abria no ombro esquerdo e se fechava no direito. Entre um e outro, nenhuma mensagem ou palavra. Nada se via ou se lia naquele espaço. Eram, portanto, aspas que se abriam e se fechavam sobre coisa nenhuma.

Acabei de descer, perdi a jovem de vista, mas não conseguia esquecer aqueles dois sinais. Ocorreu-me que — para fazer graça, quem sabe? — estaria se colocando entre as aspas para ser vista como uma pessoa diferente. Ela própria uma citação de algo que ninguém deveria saber, a não ser ela mesma. Ou nem ela.

Segui meu caminho, comprei o que tinha de comprar e me instalei num café. Numa mesa mais adiante eu vi uma outra jovem, pendurada no celular, que exibia no tornozelo a tatuagem de uma pomba branca com um ramo de oliveira preso ao bico. Outros jovens passavam diante de mim. E muitos, alguns discretamente, outros nem tanto, deixavam à mostra uma tatuagem. Lembrei que, na minha adolescência, tatuagem era uma exclusividade de marinheiros e presidiários, além de muito frequente nas histórias em quadrinhos, como as do Popeye e sua âncora tatuada nos braços.

Uma vez participei de um grupo amador de teatro que promovia espetáculos em presídios. Numa das apresentações, um dia de muito calor, os presos estavam sem camisa, sentados no chão do pátio, e todos eles, sem exceção, exibiam tatuagens nos braços e no peito. Nos braços, a mais comum era um coração flechado, onde se podia ler um nome de mulher. Já no peito, a que se via em quase todos era um coração — sem a flecha — em que se lia “amor de mãe”.

Àquela época a única pessoa tatuada que conhecíamos no bairro em que eu morava era um empregado de posto de gasolina, Genésio. Mas ele também, soubemos depois, era um ex-presidiário.

Estava eu voltado para essas longínquas e inocentes lembranças quando vi a jovem entre aspas se aproximar do café, acompanhada de uma outra, aparentemente da mesma idade. Conversavam animadamente e riam do que falavam. Ocuparam a mesinha ao lado da minha e, como o lugar era pequeno, quase nos esbarrávamos. Tanto olhei para elas e tanto elas surpreenderam meu olhar que achei melhor explicar a minha curiosidade.

— Desculpe — disse eu —, mas desci a escada do shopping alguns degraus atrás de você e vi suas aspas tatuadas nos ombros. Nunca tinha visto nada igual.

— Ah — sorriu ela —, todo mundo se interessa por elas e me pergunta a razão.

— E você pode dizer qual é?

— Bem, eu acho aspas um sinal muito bonito. Graficamente bonito, entende?

— Concordo, mas…

— Mas o que eu quis mesmo, de verdade, foi fazer uma provocação. Que cada pessoa que olhasse imaginasse alguma frase, um conceito ou mesmo uma única palavra, para colocar entre as aspas.

— Foi o que eu imaginei — exclamei com aquele sorriso de quem acertou e por isso se acha o máximo!

— Que estou aberta a sugestões, entende?

E as duas, maliciosamente, riram ainda mais.

— Uma vez um rapaz me disse que colocaria entre as aspas dos meus ombros o verso do Vinicius: “Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”.

— Você gostou?

— Se gostei? Gostei tanto que vivemos juntos dois anos. Só acabou porque um outro me disse que colocaria: “Viver bem é a maior vingança”.

— Com esse você deve ter vivido mais tempo.

— Ah, por esse eu me apaixonei perdidamente, vivo com ele até hoje. Já dura cinco anos!

Pagaram a conta, deram tchau e se foram, sempre rindo, alegres, felizes, soltas como uma pipa ao vento.

Eu fiquei olhando as duas, sorrindo diante da velocidade com que pensavam e falavam, de como agiam e riam. E de como pareciam se livrar, sem dificuldade, do peso dos sentimentos. Quem sabe até do amor. Talvez estivesse ali, na juventude tatuada, abrir aspas: “a alegria de viver”. Fechar aspas. Sem pensar em vingança.



(Manoel Carlos - Fonte: http://vejario.abril.com.br/blog/manoel-carlos/)
.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Não é fácil ser chique

.






Começou com a calça jeans, continuou com a camiseta Hering, vai adiante com as Havaianas. O processo é o mesmo: uma coisa de pobre se torna item de consumo chique.

Quando chega a esse ponto, é natural que variem as versões de cada produto. Há o jeans de grife, caríssimo, ao qual se aplicam, por vezes, bordados ou cristais. Pode-se optar pelo contrário, que é mais chique ainda: primeiro desbotando a calça, depois esfiapando-a aos frangalhos.

Chique mesmo, sem dúvida, é usar a calça mais barata possível, sem grife; ou as Havaianas tradicionais. Mas isso é para quem pode. Os outros (as outras) vão continuar gastando em jeans caríssimos, com sapatos de salto agulha e bico pontudinho. Se o sapato for branco, estaremos diante de um caso perdido.

Vejo que também na gastronomia vai acontecendo coisa parecida. Até a perua do salto agulha já deixou de pedir camarão à grega nos restaurantes. "Prato de p...", dizia há décadas um amigo que entendia do assunto. Ele também discriminava o estrogonofe.

Sabe o que ficou chique agora? O miojo. Pelo menos, é a aposta da editora Boccato, em parceria com a agência publicitária Nazca e, naturalmente, a Nissin, fabricante do macarrão instantâneo.

O livro, intitulado "Meu Miojo", traz contribuições de famosos chefes de cozinha, como Carla Pernambuco, Erick Jacquin e Emmanuel Bassoleil. Eles escrevem pequenos textos memorialísticos, e sugerem receitas capazes de dar um "upgrade" no estimado produto.

O resultado, que não fiz questão de experimentar na prática, parece afinal um pouco simplório. Várias receitas apostaram no óbvio para sofisticar o miojo. A saber, muito camarão por cima. Ou até lagosta. E ainda "foie gras".

Não, o espírito não pode ser esse. Seria necessário fazer como em alguns restaurantes caríssimos em São Paulo, que reservam para o cardápio de sobremesas suas iniciativas mais insultuosas.

Funciona assim. Você pode escolher, digamos, entre uma espuma de tangerina com raspas de canela tailandesa, um sorvete de chá verde com calda de jabuticaba ou uma torradinha de marzipã com caroço de maracujá. Sua dúvida é cruel, mas aí surge a última sugestão do chefe. Goiabada com queijo de Minas. Preço: que tal uns 30 ou 40 reais?

Certo prelado, em almoço a que compareci, mantinha à mesa os elevados princípios éticos que orientavam sua prática cotidiana. Ofereceram-lhe uma salada, não das mais imaginativas.

Até mesmo uma rodela de tomate, um talo de salsão, seriam coisa abusiva para o religioso. Como quem pede desculpas, ele retirou duas folhas de alface. "Não quer azeite?", perguntou alguém. Ele abaixou a cabeça. "Não, não, só a alface... com toda a simplicidade..."

A goiabada com queijo, em sua pura "simplicidade", fazia naturalmente o efeito contrário no restaurante da moda.

O miojo, para ficar chique mesmo, precisaria de algo além de camarões e lagostas. Precisa de consumidores chiques. Não que não existam; mas é o contexto social, não o acompanhamento culinário, o que decide nesse caso.

Seja como for, é radioso o futuro de produtos desse tipo --como aconteceu com as almofadas de fuxico, os vestidos de chita, o revestimento de pastilhas, os móveis de fórmica.

A estética proletária, em sua modalidade "retrô", acompanha o processo de ascensão da classe baixa no Brasil. Nada ficou mais brega do que um cruzeiro nas Bahamas. Pela ordem natural das coisas, é de prever que se torne elegante passar um fim de semana com churrasco, pescando na represa.

O sociólogo David Riesman, num livro da década de 1950, falava da transição dos hábitos da classe alta. O esbanjamento puro e simples, o "consumo conspícuo", dava lugar à "diferenciação marginal". Mármore, ouro e veludo cedem a materiais simples, com o toque imperceptível do designer ou do estilista.

Veio, depois, a fase do "design conspícuo" --a camiseta com a grife escrita em letras garrafais. Agora, a periferia assume a peruagem. É o que mostra a revista "Época", tratando do "funk da ostentação" em São Paulo.

O cantor MC Danado, por exemplo, enaltece em suas letras a posse de um Rolex e de "10 mil para gastar". Maria Antonieta, se estivesse viva, bem que poderia fazer a inocente pergunta: "Por que eles não comem miojo?". Mas, como se sabe, não há revolução à vista. O miojo e as Havaianas não serão confiscados nos Jardins.



(Marcelo Coelho - Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelocoelho/1155391-nao-e-facil-ser-chique.shtml)
.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Adeus, Lula

.






A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente.

Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor.

No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência.

E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa.

A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo.

Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir:

1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 

2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 

3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?


O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.

Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente.

E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez.

Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo.

Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.

E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.




A mulher que se achava filha de Getúlio e o homem que se acha pai do Brasil Maravilha

.





“Vim buscar a chave do Banco do Brasil”, comunicava a mulher negra e miserável que aparecia de vez em quando na minha casa em Taquaritinga. Eu tinha menos de 10 anos e era filho do prefeito. Ela tinha pouco mais de 40 e decidira que era filha de Getúlio Vargas, de quem havia herdado o banco estatal. Só fiquei intrigado na primeira visita. Nas seguintes, até tentei esticar a conversa com a doce maluca antes de fazer o que minha mãe ordenara: devia recomendar-lhe que resolvesse o problema com meu irmão mais velho, funcionário da agência local. Pacientemente, Flávio explicava que não podia entregar a chave sem conferir a certidão de nascimento. A órfã do presidente prometia buscá-la no cartório. Três ou quatro meses mais tarde, lá estava ela no portão para a reprise do ritual.

Lembrei-me da doida mansa com quem contracenei na infância ao saber que o presidente Lula registrou em cartório um Brasil imaginário. É uma Pasargada retocada por Oscar Niemeyer. Tem trem-bala, aviões pontuais como a rainha da Inglaterra, rodovias federais de humilhar motorista alemão, luz e moradia para todos, três refeições por dia para a nova classe média, formada pelos pobres de antigamente. Quem quiser ver mendigo de perto deve voar até Paris e sair à caça de algum clochard. A transposição das águas do São Francisco erradicou a seca e transformou o Nordeste numa formidável constelação de lagos, represas e piscinas. Os morros do Rio vivem em paz e quem mora em favela não troca o barraco por nenhum apartamento de cobertura no Leblon.

No país do cartório, o governo não rouba nem deixa roubar, o mensalão é coisa de Fernando Henrique Cardoso, os delinquentes engravatados foram presos pela Polícia Federal, os ministros são honestos, os parlamentares servem à nação em tempo integral e o presidente da República cumpre e manda cumprir cada um dos Dez Mandamentos. Lula fez em oito anos o que os demais governantes não fizeram em 500. A superexecutiva Dilma Rousseff precisa acautelar-se para não exagerar na eficiência: se melhorar, estraga.

Daqui a alguns anos, é possível que um filho do prefeito de São Bernardo do Campo tenha de lidar com um homem gordo, de barba grisalha, voz roufenha e o olhar brilhante dos doidos de pedra, querendo que a paisagem real seja substituída pela maravilha com firma reconhecida em cartório. A cobrança da filha de Getúlio tropeçava na falta da certidão de nascimento que o pai do novo Brasil acaba de providenciar. Depois de repetir que governou a República, ele vai reclamar o que lhe pertence sobraçando um calhamaço cheio de selos, carimbos, rubricas e assinaturas.

“Nada é impossível neste país”, deu de repetir Lula ultimamente. Nada mesmo. É possível até um ex-presidente acabar trepado num caixote, na praça principal de São Bernardo, exigindo aos berros a existência de um Brasil que só existe na cabeça do orador. E no cartório.

.

sábado, 22 de setembro de 2012

Comentário na postagem "Comparar Getúlio Vargas a Lula é um insulto à memória do presidente suicida."

.





Berenice, quando ouço uma coisa dessa fico num misto de piedade e revolta. Revolta pela visão distorcida da história recente. Pena, por ver um endeusamento que beira a patologia. Mas, simbora!

Onde estavam os petistas? Num divã freudiano, tentando se curar do jeito fútil de falar da vida alheia quando tudo isso que cito abaixo aconteceu?

Esse é o grande problema dos petistas. Eles não discutem ideias ou programas, tudo gira em torno do endeusamento de uma figura que eles mesmos cuidam que seja mitológica. Beira quase a patologia bizarra.

Andam de braços dados com o que há de mais retrógrado em termos de ideais, como Maluf, Collor , Sarney e sua trupe. Ainda assim, para espanto geral de uma certa camada da sociedade, se acham moderninhos. Beijam a boca dos ratos mais devastadores da república velha, e se acham "espertos", "eles são os caras"... rsrsrs.

Onde estavam quando foi criado o Plano Real, O Proer, as privatizações que não permitiriam que o Brasil acabasse de ser lascado ao meio, com o toma lá dá cá? Onde estavam quando foi criado o Proer, A lei de responsabilidade Fiscal, a baixa da inflação? Onde estavam quando as instituições democráticas foram fortificadas e não eram, como agora, estilhaçadas em praça pública por lula, o babalorixá da banania que acoberta pilantras e malfeitores?

Tenho muito a dizer, mais seria humilhante, pois iria falar de programas de governo, não de um show narcísico ridículo. Mas, contudo, todavia, meus papiros estão expostos sobre o governo FHC para infelicidade dos petistas pós traumáticos, com minha intenção de desbaratar a ideia esdrúxula de que o PT reinventou a roda e, em função disso, todos são seus "inimigos". Afinal, paranóia e caldo de galinha, não faz mal a ninguém.

Voltemos um pouco à história.

Programas de transferência monetária direta a pessoas ou famílias pobres não estiveram totalmente ausentes do cardápio brasileiro de programas assistenciais, embora jamais tivessem sido a regra. E proliferaram desde 1994, quando se iniciaram as experiências municipais com programas de renda mínima e, no caso do Distrito Federal, do programa Bolsa-Escola. Na maioria das vezes, tais programas tinham como público-alvo as famílias com filhos em idade escolar e/ou em risco nutricional, exigindo-se dos beneficiários o compromisso de freqüência escolar e em unidades de saúde.

Os programas federais do primeiro mandato do governo Fernando Henrique tinham exatamente a mesma embocadura – o Bolsa-Escola, o Peti e o Bolsa-Alimentação. Tinham mais: eram implementados pelas próprias áreas nas quais se pretendia que tivessem impacto: Bolsa-Escola, na área da educação; Peti, na assistência social; Bolsa-Alimentação, na área da saúde. 


Fosse pago o recurso onde fosse, unificado ou não no cadastro único, com cartão ou sem, o importante é que se pretendeu sempre que as instituições, as redes e as culturas próprias de cada área fossem mobilizadas de modo que a transferência monetária não substituísse a provisão dos serviços nem se afastasse deles – a escola, o posto de saúde – onde se situavam e se situam os corpos técnicos do Estado que podem e devem, cada qual na sua área particular, zelar pelo cumprimento dos objetivos. Portanto, menos pelo compromisso moral das famílias em manter seus filhos na escola ou levá-los ao posto de saúde, o que se pretendeu foi o comprometimento do Estado – insisto, serviços sociais, assistentes sociais, professores, médicos, paramédicos, conselhos locais – com a melhoria do desempenho das crianças, dos adolescentes e de suas famílias.

Não são outras as razões que levaram a que um programa como o Bolsa-Escola fosse considerado uma das experiências com mais êxito, na América Latina, assim julgado inclusive por países que tinham experimentado versões estreitas de programas de subsídios monetários e todas as mazelas que normalmente os acompanham. 

Ministério Público pede bloqueio de bens de Lula

.





Por uso de dinheiro público para promoção pessoal

O Ministério Público Federal (MPF) de Brasília pediu à justiça o bloqueio dos bens do ex-presidente Lula da Silva, a quem acusa de improbidade administrativa por ter usado verba pública com claro intento de promoção pessoal.

O bloqueio de bens tem como finalidade garantir a devolução aos cofres públicos de quatro milhões de euros que Lula, segundo o MPF, usou indevidamente.

A ação interposta pelo MPF refere-se ao gasto desses quatro milhões de euros com a impressão e o envio pelo correio de mais de dez milhões de cartas enviadas pela Segurança Social a reformados entre Outubro e Dezembro de 2004, segundo ano do primeiro mandato de Lula.

A missiva avisava os reformados que um convénio estabelecido entre a Segurança Social e o até então desconhecido Banco BMG lhes permitia a partir de então pedirem empréstimos a juros baixos e sem qualquer burocracia àquela instituição bancária, com o desconto das parcelas sendo feito directamente nas reformas.

Até aí não haveria problema, não fossem dois detalhes, que chamaram a atenção dos promotores. O BMG, único banco privado a ser autorizado na altura a realizar esse tipo de empréstimo, conseguiu a autorização em menos de duas semanas, quando o normal seriam vários meses, e as cartas, simples correspondência informativa, eram assinadas por ninguém menos que o próprio presidente da República, algo nada comum para esse tipo de aviso.

Para o Ministério Público, não há dúvida de que Lula e o então ministro da Segurança Social, Amir Lando, que também assinou as cartas e é igualmente acusado na ação, usaram a correspondência para obterem promoção pessoal e lucro político e que a ação do presidente da República favoreceu a extrema rapidez com que o BMG conseguiu autorização para operar o negócio, desrespeitando as normas do mercado. A 13.ª Vara Federal, em Brasília, a quem a ação foi distribuída, ainda não se pronunciou sobre o pedido do MPF.



(Domingos Grilo Serrinha, Correspondente no Brasil - Correio da Manhã (Portugal) - Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/ministerio-publico-pede-bloqueio-de-bens-de-lula)
.

Comparar Getúlio Vargas a Lula é um insulto à memória do presidente suicida

.






A nota oficial encomendada por Lula, redigida por Rui Falcão e subscrita por seis presidentes de partidos governistas comunica à nação ─ no meio do palavrório que enfileira falsidades, safadezas e vigarices ─ que está em curso uma trama política semelhante à que resultou no suicídio de Getúlio Vargas. Conversa fiada, resumiu o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Só um ajuntamento de palermas, oportunistas e casos de polícia conseguiria vislumbrar conspiradores em ação nos três partidos oposicionistas mais dóceis da história.

Só um bando de cretinos fundamentais ousaria confundir Aécio Neves com Carlos Lacerda, Geraldo Alckmin com Afonso Arinos ou tucanos em sossego no poleiro com militares sublevados nos quartéis. E até sócios remidos do clube dos cafajestes se recusariam a comparar Luiz Inácio Lula da Silva a Getúlio Dornelles Vargas. Coerentes com a folha corrida de cada um, os signatários do besteirol espancaram sem clemência, e sem vestígios de rubor na face, a memória do mítico gaúcho.

“Querem fazer comigo o que fizeram com Getúlio Vargas”, recitou o palanque ambulante, de novo, em agosto de 2011. “Assim foi em 1954, quando inventaram um ‘mar de lama’ para derrubar o presidente Vargas”, reincidiram nesta quinta-feira seis carrascos da verdade. Alguém precisa contar-lhes aos gritos que foi o próprio Getúlio quem usou pela primeira vez a expressão “mar de lama”. Alguém precisa ordenar-lhes aos berros que parem de estuprar os fatos para fabricar mentiras eleitoreiras.

Na versão malandra do PT e seus parceiros alugados, a procissão de escândalos que afronta os brasileiros honestos desde a descoberta do mensalão não passa de invencionice dos netos da UDN golpista, que se valem de estandartes moralistas para impedir que outro pai dos pobres se mantenha no poder. Se a oposição não sofresse de afasia medrosa, a confraria dos 171 já teria aprendido que não há qualquer parentesco entre os dois Brasis. E não se atreveria a inventar semelhanças entre figuras antagônicas.

Em agosto de 1954, Getúlio Vargas era sistematicamente hostilizado por adversários que negavam até cumprimentos protocolares ao ex-ditador que voltara ao poder pela rota das urnas. Não há uma única foto do presidente ao lado de Carlos Lacerda. Passados quase 60 anos, Lula e Dilma lidam com adversários que fizeram a opção preferencial pela covardia e inventaram a oposição a favor. Muitos merecem cadeiras cativas na Irmandade dos Amigos do Cara, dirigida por velhas abjeções que Lula combateu até descobrir que todos nasceram uns para os outros.

Há 58 anos, surpreendido por delinquências praticadas às suas costas, acuado pela feroz oposição parlamentar, sitiado por ódios decorrentes dos horrores do Estado Novo, desafiado por oficiais rebeldes, traído por comandantes militares, abalado pela deserção dos aliados, Getúlio preferiu a morte à capitulação humilhante. No Ano 10 da Era da Mediocridade, o Grande Pastor do rebanho lulopetista só é ameaçado pelo Código Penal, por um STF disposto a cumprir a lei e pela incapacidade de aceitar imposições do destino.

Neste começo de primavera, o que se vê é um populista que se nega a encarar a aproximação do inverno. Os truques do animador de comício não surpreendem mais ninguém. Tornaram-se enfadonhos. Lula é uma caricatura de si próprio. É uma lenda precocemente no ocaso. Daqui a algum tempo, será um asterisco nos livros de história que nunca leu.

Getúlio perdeu a disposição de resistir ao constatar que, sem saber, convivera com criminosos. Na última reunião do ministério, foi defendido por figuras como Oswaldo Aranha e Tancredo Neves. Lula defendeu a permanência de Antonio Palocci e José Dirceu no primeiro escalão infestado de corruptos. E tenta o tempo todo livrar da cadeia bandidos de estimação para mantê-los a seu lado. Depois de tentar inutilmente adiar o julgamento do mensalão, faz o que pode para pressionar ministros que nomeou, desqualificar a Justiça e impedir a consumação do castigo.

Há uma semana, o protetor de pecadores foi empurrado para o meio do pântano pelas revelações de Marcos Valério divulgadas por VEJA. Em vez de rebater as acusações e interpelar judicialmente o acusador, o mais loquaz dos palanqueiros emudeceu. Entre amigos, gasta a voz debilitada em insultos a ministros do Supremo, mensaleiros trapalhões ou advogados ineptos ─ e promete, de meia em meia hora, vinganças tremendas. Em público, pede votos para candidatos amigos e calunia concorrentes.

O suicídio de Vargas, reiterei há um ano, foi um ato de coragem protagonizado pelo político que errou muito e cometeu pecados graves, mas nunca transigiu com roubalheiras, nunca barganhou com assaltantes de cofres públicos nem foi coiteiro de ladrões. Lula fez da corrupção endêmica um estilo de governo e um instrumento de poder. O tiro disparado na manhã de 24 de agosto de 1954 atingiu o coração de um homem honrado. Um saiu da vida para entrar na história. Outro ficará na história como quem caiu na vida.

Getúlio matou-se por ter vergonha na cara. Lula morrerá sem saber o que é isso.