quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

E agora, Chico?

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Os 13 anos de governo do PT

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PT, 13 anos na Presidência

Em 13 anos de PT no poder, o Brasil distribuiu sua renda como em nenhum outro período da história registrada pelo IBGE. Todos ganharam. Quanto mais pobre, melhor a evolução.
Foram 129% de aumento real (acima da inflação) na renda dos 10% mais pobres. No decil mais rico, 32%.
Na base da pirâmide, gastos sociais como Bolsa Família e Previdência tiveram forte influência. Mas o trabalho foi determinante para a melhora da renda no período.
Em contrapartida, nunca o Brasil deteriorou tão rápido suas contas públicas; e de modo tão estrutural. Fato que nos leva agora à quase depressão econômica e a um novo retrocesso social.
A distribuição de renda nos últimos 13 anos se compara à das sociais democracias europeias no pós Segunda Guerra. Apesar disso, só 31% dos brasileiros consideram que sua vida melhorou em 13 anos do PT na Presidência, segundo nova pesquisa Datafolha.
O conjunto de crise econômica aguda, denúncias de corrupção, prisões de petistas e fragilidade política levam a maioria a achar ou que a vida piorou (26%) ou que ficou igual (42%).
Só 24% veem o PT na Presidência como ótimo/bom. É bem menos do que os que o consideram ruim/péssimo (35%) ou regular (40%).
A Folha ouviu 13 especialistas sobre os 13 anos em que o PT, agora ameaçado por um impeachment, ocupa a Presidência.
Um bom resumo é o de que o PT colhe o que não plantou: ao desprezar reformas estruturais quando tinha apoio popular e surfava na onda das commodities até 2008 deixou engessados, sem espaço de manobra, quase 75% do gasto não financeiro da União.
Mais de dois terços deles (como Previdência) são indexados ao salário mínimo, reajustado pela inflação.
Ao priorizar o gasto social, o PT permitiu que ele avançasse rápido como proporção do PIB: de 6,5% para 9,3%. Em contrapartida, investimentos em infraestrutura estagnaram ao redor de 1%.
Com a inflação (e boa parte do gasto) agora subindo 10% ao ano e a arrecadação caindo 5% com a recessão (que encolherá o PIB em quase 4%), tem-se uma trajetória explosiva para a dívida pública, que pode levar o país à insolvência.
Há dois anos, a relação dívida/PIB era de 56,7%. Ela fechará 2015 em 66% e pode ir a 80% antes de 2018.
FIM DE UMA ERA
Antes disso, o Brasil deve encerrar mais de uma década de conquistas sociais.
"Até aqui, mesmo com inflação e desemprego em forte alta, a renda domiciliar per capita e sua distribuição estão próximas ao topo. Mas o precipício está ali, bem à nossa frente", diz Marcelo Neri, diretor do FGV Social, da FGV-Rio e ex-ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Especiais da Presidência da Presidência da República.
Enquanto a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) mostrou ainda "surpreendentes" desigualdade em queda e crescimento real da renda de 3,3% em 2014, a Pnad Contínua em 2015 revela desigualdade estável e retração da renda de 0,96% no terceiro trimestre.
"Isso significa que o sofrimento geral da população ainda está por vir", diz Neri.
Assim como o trabalho foi preponderante na redução da pobreza, ele trará impactos negativos agora.
Para o economista Gabriel Ulyssea, da PUC-Rio, a exuberância do mercado de trabalho sob o PT careceu de mudanças estruturais.
"Houve forte aumento do crédito ao consumo, à habitação e às empresas. Para tomar financiamentos, a formalização era exigência. Isso foi, portanto, uma mudança apenas conjuntural."
Nos 13 anos do PT, o volume de crédito no Brasil saltou de 25% do PIB para 60%. Coincidindo com o fim desse ciclo de forte expansão, o país perdeu mais de 1,2 milhão de empregos formais nos últimos 12 meses.
No período, os financiamentos concedidos pelos bancos públicos (32% do PIB hoje) também ultrapassaram os privados (27%).
A aceleração do crédito estatal e do gasto social são vistos como determinantes para o desajuste atual.
"A crise global de 2008 levou o governo a agir rápido. O problema, depois, foi insistir no mesmo estímulo ao consumo", diz Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp, e ex-professor de Dilma.
O especialista em contas públicas Mansueto Almeida afirma que, passado o pior daquela crise, o PT "acelerou gastos, criou mais programas e novos incentivos".
Mesmo depois da eleição em 2010, quando a economia crescera 7,6%, Dilma também forçou a queda de juros (2011) e o preço da energia elétrica (2012), estimulando mais o consumo.
O período marcou também o início da chamada "nova matriz econômica", que acabou trazendo várias distorções à economia.
Para Antonio Delfim Netto, a presidente reforçaria o erro até sua reeleição, em 2014. "Em vez de cortar despesas, ela fez política fiscal abusiva, mas consciente, para ganhar a eleição."
O economista Sérgio Vale, da MB Associados, situa no mensalão, em 2005, o início do fim do rigor fiscal.
"Mas isso fico mascarado pela ótima conjuntura internacional". Ele lembra que a última grande reforma do país foi a aprovação da Lei de Falências, em 2005.
José Márcio Camargo, da PUC-Rio, diz que, ao contrário das crise dos anos 1980 e 1990, há hoje um diagnóstico claro do que precisa ser feito. "Mas tudo dói: mudar a idade da aposentadoria, a política do salário mínimo, cortar o funcionalismo".
Para Carlos Pereira, cientista político da FGV-Rio, sem apoio para reformas e acuado pelo impeachment, o legado do PT pode ficar diminuído ao da corrupção. "E isso é muito triste.


"FERNANDO CANZIAN - Fonte: http://temas.folha.uol.com.br/pt-13/especial-pt-13/pt-13-anos-na-presidencia.shtml?cmpid=newseditor)
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domingo, 13 de dezembro de 2015

Ministro do STF assevera que “Não há governo no Brasil hoje”

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Marco Aurélio Mello, ministro do STF, em nova crítica ao governo, foi incisivo ao afirmar que não há governo no Brasil atualmente. Ele analisou a crise política e falta de harmonia entre os poderes, que vem contribuindo para a ruína do país.
“Precisamos reconhecer, com desassombro, que hoje não há governo no Brasil”, declarou. “Não se consegue tocar medidas econômica e financeiras indispensáveis à suplantação da crise mais séria, que é econômica e financeira. Precisamos deixar os interesses políticos paroquiais em segundo plano”, afirmou o ministro.
O ministro fez as declarações durante palestra no Insper, em São Paulo, o tema da palestra do ministro foi – LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Recentemente Dilma convidou os ministros do STF para jantar no Palácio do Planalto, o único que rejeitou o convite foi Marco Aurélio Mello.

(Fonte:http://www.revoltabrasil.com.br/corrupcao-2/8085-ministro-do-stf-assevera-que-nao-ha-governo-no-brasil-hoje.html)
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A carta patética de Temer (mas não a que você está pensando)

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Na terça-feira passada, o vice-presidente Michel Temer divulgou duas mensagens escritas. A primeira era uma carta de desabafo dirigida à presidente Dilma Rousseff, com uma longa lista de reclamações. Causou um tremendo salseiro político e uma infindável - e impagável - sucessão de memes nas redes sociais. A segunda era uma nota à imprensa, que passou quase despercebida, mas talvez tenha duração mais longa que a carta do desabafo. Na nota, Temer responde a uma revelação publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, o vice, tal como a presidente, também assinou decretos de crédito suplementar sem a devida autorização legislativa. O assunto é o primeiro e o principal na lista de razões que embasam o pedido de impeachment contra Dilma. Aplicando-se a mesma lógica, Temer também estaria sujeito a impeachment.
Na nota, curta, Temer diz que, nas interinidades, o vice-presidente atua "em nome do titular do cargo", cumprindo apenas formalidades e assinando "documentos e atos" que estejam vencendo no período. "Ele cumpre, tão somente, as rotinas dos programas estabelecidos pela presidente em todo âmbito do governo, inclusive em relação à política econômica e aos atos de caráter fiscal e tributário". Por fim, Temer afirma que, assinando esses documentos e atos, o vice-presidente não está formulando a "política econômica ou fiscal" do governo e também não "entra no mérito das matérias objeto de decretos ou leis". Em outras palavras, Temer diz que não é responsável por sua assinatura, pois atuava em nome de Dilma, nem pelo conteúdo do que assinou, pois não o formulou nem o concebeu.
"A resposta é pífia", reagiu o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná. O senador pediu ao Tribunal de Contas da União um parecer sobre o caso de Temer. "Para mim, é uma questão pacífica", diz o tucano. Afinal, ao analisar esses mesmos decretos assinados por Dilma, o TCU concluiu que eram irregulares. "Não podemos ser seletivos. Temos que ser coerentes. A régua para medir uns e outros tem de ser a mesma", diz o senador. De fato, a explicação de Temer causa certa perplexidade pela singeleza. Equivale a dizer que o vice-presidente, além de decorativo, é inimputável. Pode assinar qualquer coisa, mesmo ilegal, desde que seja a mando do presidente - e nada lhe será cobrado. Vista sob esse ângulo, a nota é patética. E nem todos os vices interpretam a função com tanta passividade.
Aureliano Chaves, vice do general João Figueiredo, causou uma crise política em 1981, quando ocupava o cargo em função do infarto do titular. Na cadeira de presidente, recebeu um documento para assinar. Era a ordem de expulsão de dois padres franceses, Aristides Camio e François Gouriou, acusados de incitar invasões de terra no sul do Pará. Aureliano recusou-se a assinar. E não assinou. (Os padres acabaram condenados a 10 e 15 anos de cadeia, cumpriram dois anos e quatro meses e só então foram expulsos.) Era um assunto político, não tinha nenhum impacto econômico e financeiro. Temer, obviamente, poderia ter feito o mesmo. Mas, ao contrário, assinou. Não um decreto, mas nove, que, somados, passam de 67 bilhões de reais. Foram cinco decretos no primeiro mandato, em 2014, e quatro já no segundo mandato, agora em 2015.
Para complicar, na mesma terça-feira da carta de desabafo e da nota à imprensa, Temer deu uma entrevista dizendo que, na sua opinião, o pedido de impeachment contra Dilma "tem, sim, lastro jurídico". Isso significa que, na opinião do vice, assinar decretos de crédito suplementar sem autorização legislativa constitui crime de responsabilidade. Se Temer sabia disso, a questão que fica no ar é outra: por que assinou nove decretos sabendo que violavam a lei? Neste caso, deveria ter-se recusado a assiná-los. Ninguém tem mandato ou poder para obrigar o vice-presidente a cometer um ato que, na sua própria opinião, constitui-se em crime de responsabilidade. (Os decretos de crédito suplementar, assinados por Dilma e Temer, não são o que se convencionou chamar de "pedaladas fiscais". Todas as irregularidades orçamentárias que aparecem no pedido de impeachment têm sido chamadas de "pedaladas fiscais", mas apenas para efeito de simplificação.)
A explicação de Temer sobre suas pedaladas, ao dizer que cumpria mera formalidade e não definira a política econômica ou fiscal, tem alguma semelhança, guardadas as enormes diferenças de fundo e de natureza, com aquela manobra dos militares da Argentina. Tentando escapar da responsabilidade dos sequestros, torturas e assassinatos durante a ditadura, eles inventaram a "lei da obediência devida". Pela lei, eles sequestraram, torturaram e mataram porque tinham ordens para fazê-lo e tinham a obrigação funcional de cumprir tais ordens. Portanto, não podiam ser punidos por isso. Mas Temer não pode alegar nem algo como uma "obediência devida". Vice não cumpre ordens de ninguém, nem da presidente. Muito menos ordens que dão "lastro jurídico" a impeachment.
Em condições normais, tudo o que um vice pretende ao assumir o cargo é cumprir a rotina burocrática e não causar problemas. Temer, nas suas interinidades, certamente preocupou-se em não paralisar a máquina pública, o que poderia criar sabe-se lá quais turbulências. Por isso, cumpriu as tarefas formais que lhe foram exigidas. Mas, se tinha ciência de que os decretos eram irregulares, era recomendável que Temer comunicasse a presidente que não os assinaria. Dilma que encontrasse uma saída. Ela poderia decidir cancelar as viagens internacionais nas datas de renovação dos decretos. Ou podia mandar os decretos às favas. Em qualquer situação, Temer estaria a salvo sem ter sido desleal e sem parar a máquina pública. Mas Temer também não fez isso.
A outra hipótese é que Temer não soubesse que se tratava de um crime. É plausível. Mas, se admitir isso agora, Temer se colocaria numa posição politicamente cavilosa: se assinou por não saber que era crime, por que estaria agora vindo a público dizer que o impeachment tem "lastro jurídico"? Seria mais elegante dizer que o "lastro jurídico" do impeachment é frágil, tão frágil que mesmo ele, Temer, constitucionalista por formação, não tinha conhecimento da irregularidade ao assinar os decretos. Mas, com o poder em jogo, esses tempos não estão para elegância.
A armadilha em que Temer se meteu é quase inescapável. Mesmo que o TCU decida isentá-lo de qualquer responsabilidade, restará a questão política que sempre permeia um processo de impeachment: como convencer os brasileiros a entregar a cadeira presidencial a uma autoridade que cometeu o mesmo crime da autoridade que sai? É defensável punir Dilma por um crime e premiar Temer pelo mesmo crime? Já surgiu pedido na Câmara dos Deputados para incluir o nome de Temer no pedido de impeachment contra Dilma. Do ponto de vista das ruas, talvez seja até mais animador pedir o impeachment dos dois, Dilma e Temer. Afinal, estão juntos há cinco anos, no mesmo ambiente com cheiro de enxofre. Mas levar o Congresso a aprovar um impeachment sem apoio do PMDB de Temer é coisa que talvez nem as ruas tenham força para fazer.
Tudo considerado, a explicação lógica para o comportamento de Temer parece ser a seguinte: ele não sabia o que estava assinando. Provavelmente, não imaginava que, no exercício da Presidência da República, lhe dariam documentos irregulares para assinar. Confiava que só lhe pediam para cumprir rotinas lícitas, inquestionáveis. E, assim, sem ler detidamente o conteúdo dos decretos, assinava-os. O drama de Temer é que a alegação de que assinou sem ler, ou sem saber o que assinava, não isenta ninguém perante tribunal nenhum do mundo. A nota irônica é que, na carta de desabafo a Dilma, Temer começou com uma citação em latim: "verba volant, scripta manent" (as palavras voam, os escritos permanecem). Agora, encontra-se numa sinuca em latim: "verba volant, decreta manent"* (as palavras voam, os decretos permanecem).

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/a-carta-patetica-de-temer-mas-nao-a-que-voce-esta-pensando)
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sábado, 12 de dezembro de 2015

General manda recado aos políticos: “Não dá pra engolir tudo".

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Vale recordar que os profissionais das três Forças se dedicam, durante a carreira, ao estudo de problemas brasileiros e à avaliação da conjuntura internacional.
Além da Universidade Militar (quatro anos), cursam, como capitães, a Escola de Aperfeiçoamento (um ano); depois, mediante concurso, já oficiais superiores, a Escola de Comando e Estado Maior (dois anos); e, por último, durante um ano, um pós-doutorado, na área de política e estratégia.
Saem da teoria e vivem os problemas “in loco”. Residem, invariavelmente, nos lugares mais inóspitos do território nacional, particularmente na Amazônia, onde, quase sempre, só os “milicos” se fazem presentes. Conhecem o país como poucos. Pagam impostos e são obrigados a votar.
Importante notar que a incapacidade de boa parte dos governantes lhes custa caro. Por conta disso, distribuem água no Nordeste; constroem e reparam estradas e pontes; ocupam comunidades para reprimir o crime; monitoram, sozinhos, boa parte das imensas fronteiras; retomam invasões ilegais; cuidam de inúmeras comunidades indígenas abandonadas; cobrem deficiências do sistema de saúde; gerenciam catástrofes; combatem a dengue, entre outros.
Ou seja, os militares cumprem qualquer missão, além de suas tarefas constitucionais. Ainda assim, são mal remunerados e dispõem de orçamento destroçado. Por motivos óbvios, não podem se organizar em sindicatos, nem fazer greves.
Os chefes militares exigem de seus comandados dedicação integral, até em fins de semana e feriados, sem qualquer remuneração extra. Devem, portanto, mantê-los inteirados da situação.
O general de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão construiu sua carreira pautado pela lealdade, retidão e respeito aos subordinados. Soldado exemplar, líder inconteste, nunca se permitiu mentir, blefar, caluniar ou se omitir.
Desafio que apontem qualquer inverdade nas palavras que Mourão dirigiu a outros militares, em atividade interna. Um dos slides de sua palestra informava que “a maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões que levam os eleitores a achar que aquelas são as reais necessidades da sociedade”.
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, julgou que esses são assuntos institucionais que cabiam a ele, comandante, abordar. Pediu a transferência de Mourão do Comando Militar do Sul para outra função, na secretaria de Finanças, igualmente nobre, compatível com o posto que ocupa. Assunto encerrado. Princípios de hierarquia e disciplina. Simples assim.
Fica a dica: autoridades civis, que conduzem os destinos do Brasil (aquelas que enfiarem a carapuça), se querem evitar esse tipo de desconforto, comportem-se com um mínimo de dignidade, competência e probidade, evitando tantas mentiras, escândalos e roubalheiras. Não dá para engolir tudo.
Esquerdopatas, fiquem calmos. São outros tempos. As Forças Armadas seguirão apolíticas e apartidárias, mas, pelo que levam na alma, jamais serão bolivarianas.
Os castrenses não pensam em tomar o poder, nem pretendem violar as instituições do regime democrático em que vivemos, ainda que pleno de imperfeições.
No entanto, não somos robôs descerebrados e insensíveis. Guardamos, tanto quanto vocês, o direito e o dever de espernear contra tantos desmandos e falcatruas.
Brasil, acima de tudo!

(Fonte: http://www.diariodobrasil.org/general-manda-recado-aos-politicos-nao-da-pra-engolir-tudo-comportem-se-com-dignidade/
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Intimação da Polícia Federal deixa Lula isolado na Europa

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Intimação da Polícia Federal deixa Lula isolado na Europa. Humilhação perante a comunidade internacional


Embora constrangido pelas suspeitas de seu envolvimento em esquemas de corrupção na Petrobras e da quase certeza de que seu filho caçula será preso, Lula compareceu a alguns compromissos marcados antes da explosão de tantos escândalos envolvendo seu nome, o de seus amigos, companheiros de partido e familiares.

Identificado como um político demagogo pelo El País, Jornal espanhol que organizou o fórum Os desafios dos emergentes, no qual o ex-presidente participou. Nos debates, Lula resolveu todos os problemas do Brasil. Quem acompanhou suas falas durante o tour pela Europa nos últimos dias pode chegar a conclusões bastante contraditórias: ou Lula é um mentiroso contumaz ou a presidente Dilma Rousseff é a mulher mais incompetente do planeta. O mais provável é que se conclua que as duas alternativas estão corretas.

Assim como fez no Brasil, Lula desafiou a inteligência de seus interlocutores no fórum ao tentar convencê-los de que não está envolvido com a corrupção do PT na Petrobras: "Eu desafio, mesmo aos empresários que estão sendo delatados, aqueles que estão presos, a dizer se um dia eles tiveram 20 segundos de conversa comigo sobre qualquer coisa que fosse ilegal."

Se por um lado, nenhum empresário é louco de vir à publico confessar seus negócios ilícitos, entre os que estão presos, vários já confirmaram a influência de Lula no mensalão e no petrolão, como o ex-deputado Pedro Correa, que confirmou ter estado na reunião que deu origem ao petrolão, juntamente com Lula e o ex-ministro José Dirceu.

Mas se o Road show do ex-presidente pela Europa já se consolidava uma tour melancólica, a notícia de sua intimação pela Polícia Federal para depor sobre o esquema de venda de medidas provisórias caiu como uma bomba no colo de Lula. Entrevistas, convites e encontros foram cancelados para evitar maiores constrangimentos.

Lula está agora sozinho num quarto de hotel pensando o como vai explicar uma série de situações comprometedoras para a polícia. Uma delas é se ele mandou seu amigo Mauro Marcondes repassar cerca de R$ 4 milhões para seu filho caçula, Luis Claudio Lula da Silva.



(Fonte:http://imprensalivre.blogspot.com.br/2015/12/lula-isolado-na-europa-apos-intimacao.html)
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Vale-Cultura

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Vale Cultura





O Vale-Cultura dá oportunidade para que mais pessoas tenham acesso a espetáculos, shows, cinema, exposições, livros, música, instrumentos musicais e muito mais. Se você é um trabalhador com carteira assinada, procure a sua empresa e peça o seu.

O que é o Vale-Cultura?

É um benefício de R$ 50,00 mensais concedido pelo empregador para os trabalhadores. É cumulativo e sem prazo de validade, e só pode ser usado para comprar produtos ou serviços culturais, em todo o Brasil.

Por que o Ministério da Cultura criou o Vale-Cultura?

O acesso à cultura estimula a reflexão e a compreensão da realidade, além do respeito à diversidade, o reconhecimento da identidade e a plena cidadania. Tudo isso é uma melhoria na qualidade de vida de todos os brasileiros. O Vale-Cultura também fomenta o crescimento da produção cultural em todo o Brasil.

Quem pode receber o Vale-Cultura?

Todos os trabalhadores que tenham vínculo empregatício formal com empresas que aderiram ao programa. O foco são aqueles que recebem até cinco salários mínimos, para estimular o acesso à cultura aos cidadãos de baixa e média renda.

Quem fornece o Vale-Cultura?

São as empresas empregadoras que fornecem este benefício aos seus empregados.

Quem aceita o Vale-Cultura como forma de pagamento?

O Vale-Cultura é aceito por uma rede de cerca de 40 mil empresas em todos os estados do país, inclusive lojas virtuais. Apenas empresas que comercializam produtos e serviços culturais podem se habilitar como recebedoras.

Como este dinheiro chega ao trabalhador?

O valor do Vale-Cultura é creditado por meio de cartão magnético pré-pago, emitido por uma operadora de cartão.

O Vale-Cultura é uma bolsa oferecida pelo Governo Federal?

Não. O Vale-Cultura é um benefício trabalhista, assim como o auxílio-alimentação ou o auxílio-transporte. São as empresas que arcam com a sua oferta para os seus empregados. Não se trata de uma bolsa, nem é o Governo que concede o Vale-Cultura.

O que a empresa que concede o benefício ganha com o Vale-Cultura?

Além de reforçar o seu compromisso com o bem-estar de seus trabalhadores, a empresa pode agregar valor ao salário sem incidência de encargos sociais e trabalhistas. E as empresas tributadas com base no lucro real poderão deduzir até 1% do imposto de renda se concederem o Vale-Cultura a seus empregados.

Os servidores públicos podem ser beneficiados?

A legislação não veda a participação de servidores públicos, mas, para que eles tenham direito ao benefício, deve haver uma iniciativa de cada município, estado ou da União na adoção de medidas próprias. Basta que se inspirem no modelo do programa e aprovem uma legislação para regulamentar o seu próprio Vale-Cultura
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SPOT - Confira o áudio da Campanha Vale-Cultura 2015!







Fonte:http://www.cultura.gov.br/valecultura

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Pressionando Parlamentares

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CHEGA!!



Os brasileiros não aceitam mais:

- Mentiras
- Crise ética/moral
- Corrupção generalizada
- Desemprego crescente
- Inflação alta
- Pedaladas fiscais
- Mensalão e Petrolão
- Aumento de impostos
- Luz e gasolina mais caras
- Cortes na saúde, educação e segurança

Estamos ao lado da população, indignados com tanta bandalheira!
E, assim como a maioria dos brasileiros, defendemos que a presidente seja afastada o mais rápido possível, através do seu impeachment!

Participe você também do Movimento Pró-Impeachment!



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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O Homem de Bem











O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.

Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.

Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.

Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.

É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.

Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.

Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.

Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.

Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.

Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.

Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.

O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.




Fonte: https://evangelhoespirita.wordpress.com/…/c…/o-homem-de-bem/

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

APARÊNCIAS E ENGANOS

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Por sua história pessoal e por todas as declarações, até de adversários políticos, o senador Delcídio Amaral era gente finíssima, muito querido por todos, por sua cordialidade e simpatia, sua inteligência e educação, seu espírito tolerante e conciliador. Sem acusar ou julgar ninguém, são os primeiros requisitos de um canalha profissional para ganhar a confiança de suas vítimas e poder aplicar seus golpes. Não dá para ser grosso e arrogante e pretender a simpatia e confiança necessárias para exercer sua canalhice.

Também não se deve tripudiar sobre os caídos, mas se o bom e velho Delcídio, com seu look de Vovó Donalda e todas essas qualidades, fez o que fez, imaginem o que fizeram e fazem os suspeitos de sempre, com suas caras de bandido do tipo Jader, Cunha, Renan, Collor, Sarney, Lobão, que não há plástica ou botox, nem implante ou tintura de cabelos que disfarcem, pelo contrário, os tornam ainda mais grotescos e revelam a feiura de suas almas opacas, em contraste com o brilho cafajeste de seus ternos.

Tive um tio muito querido, inteligente e cínico, que sempre dizia que o problema dos governos brasileiros é que, com raras exceções, os talentosos e competentes geralmente são desonestos, e os honestos e bem intencionados são incompetentes e acabam dando mais prejuízo do que os ladrões. Não viveu para ver os governos petistas, mas o tempo lhe deu razão.

Assim como o doce Delcídio, o banqueiro André Esteves é a própria imagem do bom moço honesto e competentíssimo, que inspirava absoluta confiança na praça, e tanto que tantos aplicavam suas economias no seu banco de investimentos e ninguém nunca perdeu dinheiro.

Deveria ter ouvido a advertência do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica em um evento junto com Lula, que fingiu que não ouviu: “Quem gosta muito de dinheiro não deve se meter em política”. Agora, levado pela ambição e pela vaidade, está preso e humilhado, mas quem mandou se meter com politícos?

No “Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde diz que “só os tolos não julgam pelas aparências.”

Há controvérsias. A Lava-Jato está questionando até Oscar Wilde.



(Nelson Motta)

domingo, 29 de novembro de 2015

VENDO CHÁCARA EM SÃO ROQUE/ SP - CONDOMÍNIO FECHADO

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VENDO CHÁCARA EM SÃO ROQUE/ SP - CONDOMÍNIO FECHADO (MABRUK) - ACEITO PERMUTA POR IMÓVEL DE MENOR VALOR

10.000m2 de terreno
Casa principal - 350m2 - 3 suites (1 master), sala para 3 ambientes, sala íntima com lareira, escritório, lavabo, cozinha, despensa, área de serviço
Casa de hóspedes (redonda) - 150m2 - 2 suites, sala para 2 ambientes com lareira, lavabo, cozinha.
Casa de Caseiro - 2 quartos, sala, cozinha e banheiro
Piscina, 2 churrasqueiras, pomar produzindo, canil, bosque natural preservado.
Isenta de IPTU,
Distância da Rodovia Raposo Tavares km 59,5 - 4 km (1km de terra em bom estado). Distância do centro de São Roque 5km.
Estrada dos Pessegueiros (Antiga Estrada Municipal da Capela do Cepo)
Preço: R$ 660.000,00
Visitas devem ser marcadas com antecedência.


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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Réquiem a um Homem de Honra.

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Hoje estou de luto. Um luto sofrido, doído, doido e inesperado. Soube somente hoje do falecimento do meu ex-marido, no dia 31/10.

Ninguém me avisou, acreditem ou não... A maldade de certas pessoas ainda me espanta.

Eu nunca imaginei que a notícia iria doer tanto, mas é explicável...

Ele foi o melhor marido que uma mulher desejaria ou poderia ter. Sempre companheiro e cúmplice, bondoso e terno, sempre dedicado e preocupado com o bem estar da família.

Ajudou a criar meus filhos como se fossem dele, sem a menor discriminação, proporcionando sempre tudo que necessitavam, inclusive a melhor educação, nas melhores escolas.

Foi um companheiro único nas horas mais difíceis que passei na vida, como a morte de meu pai e a descoberta (e durante) a doença de minha mãe (Alzheimer) e tinha (principalmente quando eu me desesperava e me faltava paciência), ainda mais carinho e paciência com ela. Agia como um filho, fazendo com que nada lhe faltasse, principalmente carinho e atenção.

Foi a pessoa que mais me fez rir. Me ensinou a rir da vida e de mim mesma. Ríamos juntos da vida, de nós mesmos, mesmo nas épocas das maiores adversidades. Em suma: Me fez feliz durante os doze anos que estivemos juntos, como nunca havia sido antes e como nunca consegui ser depois.

Vocês devem ter vontade de perguntar: Então porque se separaram? Seguramente não foi por falta de amor ou respeito.

A resposta é que, na verdade até hoje eu não sei... a vida foi aos poucos nos afastando, as interferências familiares começaram a pesar muito e, um belo dia, sem que houvesse um motivo que justificasse a nossa separação, a nossa união acabou, simplesmente aconteceu... Sem brigas, sem raiva, sem nada que tivesse grande importância e, felizmente, ainda com muito amor e respeito de ambas as partes, o que tornou a separação ainda mais difícil e dolorosa para ambos.

Que Deus o acolha em seus braços Fernando, o companheiro mais dedicado, amoroso, amigo e cúmplice e o homem mais honesto, trabalhador, leal e confiável que conheci.

Descanse em paz.


Fernando de Carvalho e Mello (09/05/43 - 31/10/2015)


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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Por que devemos acolher os refugiados?

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Por que devemos acolher os refugiados





Um debate sobre a globalização da fraternidade.


Muito já se falou sobre os atentados em Paris e sobre o terrorismo; é evidente que muita coisa ainda pode ser dita e haverá de ser, mas este artigo não é sobre isto. Vamos falar sobre os refugiados, pois são vítimas do terrorismo e se colocam como um “grande problema” que devemos (aprender a) lidar - coloquei “grande problema”, entre aspas, porque não quero repetir a estupidez de certo deputado que disse que os refugiados eram escórias. Não! O problema não são os refugiados, mas a forma de sociedade que construímos que não é preparada para receber pessoas diferentes.

Recentemente o filósofo Slavoj Žižek publicou um artigo chamado “In the wake of Paris attacks the left must embrace its radical western roots”

Neste artigo o Žižek trata dos ataques em Paris, do problema dos refugiados e da função da esquerda mundial nesta onda toda. Segundo ele, a questão de regras e normas precisa ser levada a sério, pois a cultura da maioria dos refugiados é incompatível com as noções de cultura que o Ocidente tem. Assim, a solução para a crise dos refugiados passa pelo problema da tolerância.

Žižek vê um problema sério aqui, porque a tolerância significa respeitar a sensibilidade de cada um. Acontece que os muçulmanos acham que é impossível suportar nossas imagens blasfemas e nosso humor imprudente - coisas que consideramos parte de nossa liberdade; da mesma forma que nós ocidentais não conseguimos suportar muitas práticas da cultura muçulmana que eles consideram parte da liberdade deles.

Resumo? O bicho sempre pega quando membros de uma comunidade religiosa considera como blasfemo ou prejudicial – ao ponto de atrair a ira de Deus - o estilo de vida de outra comunidade.

Então o Žižek dá conselhos interessantes para sabermos lidar com a vinda de refugiados:

Primeiro, o que tem que ser feito é construir um conjunto mínimo de normas, obrigatório, onde esteja inclusa a liberdade religiosa, a proteção da liberdade individual, os direitos das mulheres, etc., e tudo isto tem que ser feito sem o medo de parecer "ocidental demais".

Segundo, devemos insistir na tolerância. Na aceitação de diferentes formas de vida. Aceitar que o mundo é composto de infinitas formas de ser e viver nele.


Aceitá-los não é só trazê-los, mas dar a todos a oportunidade de um lugar digno para viver. Fácil? Não! A questão toda é que não devemos, sob o risco de estarmos perdendo a nossa humanidade se fizermos diferente, rejeitar os refugiados. Também não podemos abrir mão de nossa cultura e costumes para os receber. E por fim não podemos exigir que eles mudem o estilo de vida deles. Aliás, este erro a França cometeu quando em 2011 proibiu os mulçumanos de rezarem em público.

Estamos diante de um exercício gigantesco de tolerância - e de aceitação de que nós, com a nossa cultura, não passamos de um pequeno ponto no infinito universo. Estamos vivenciando um momento excelente para exercitamos a solidariedade que nos dá coragem para aceitar pessoas que estão sendo vítimas e, por isto, fugindo de guerras em seus países. Mas aceitar sem mudar nosso jeito de ser e sem mudar quem eles são.

Fácil? Não! Mas podemos começar pensando como Žižek:

Eu acho que nós deveríamos nos opor totalmente a esta chantagem liberal de que temos que nos entender uns aos outros. Não, o mundo é demasiado complexo, não podemos. Detesto pessoas. Não quero entender as pessoas. Quero ter um certo código em que eu não entendo o teu estilo de vida e tu não entendes o meu, mas podemos coexistir.



Por fim, mas não menos importante, não podemos esquecer da Religião. Grande parte de conflitos passam pela religião: quando não é pela luta para ver qual a religião verdadeira, é pelo sentimento religioso presente em toda paixão ideológica.

Nietzsche dizia com acerto no livro “Humano, Demasiado Humano” que:

A pressuposição de todo crente de qualquer tendência é não poder ser refutado; se os contra-argumentos se mostrarem muito fortes, sempre lhes restava ainda a possibilidade de difamar a razão e até mesmo levantar o credo quia absurdum est [creio porque é absurdo] como bandeira do extremado fanatismo. Não foi o conflito de opiniões que tornou a história tão violenta, mas o conflito da fé nas opiniões, ou seja, das convicções.

Precisamos abandonar a convicção de que estamos no continente mais evoluído, com a cultura mais evoluída e de posse de outras evoluções melhores... E também não sou muito simpático às hashtags #oremospor. Ora, quase todo ataque que qualquer Estado faz, para a aprovação da opinião pública, se reza para que “Deus esteja conosco”. Além do mais, orar por alguém traz consigo sempre a ideia de que o nosso Deus é melhor e mais protetor. Não gosto, mas estejam à vontade para orar – e de coração aberto para aceitar quem não deseja as orações

Eu compreendo que a coisa está no ponto em que o teólogo Huns Kung falou há algum tempo: "ou temos paz entre as religiões/ideologias ou não haverá paz no mundo". E precisamos aceitar, urgentemente, a ideia de que nenhuma barreira ideológica ou política pode apequenar a capacidade que nós temos de acolher qualquer tipo de pessoa, crença ou ideologia no seio de nossa comunidade.


(Wagner Francesco)

Fonte: http://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/259249432/por-que-devemos-acolher-os-refugiados?utm_campaign=newsletter-daily_20151124_2336&utm_medium=email&utm_source=newsletter