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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A sociedade civil deve combater o bom combate

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Tinha decidido parar de encaminhar e-mails com conteúdo político mas, ao ouvir hoje uma pessoa defendendo o "coitado do Sérgio Cabral" e o vendo como "bode expiatório" desses protestos, além de outras pessoas achando que as manifestações vão parar e que todos vão esquecer esses protestos, decidi "rides again"...

Vamos continuar as manifestações, os protestos pacíficos. Temos que, como sociedade civil, combater o bom combate...



CONVOCAÇÃO

O BRASIL SAIRÁ NOVAMENTE ÀS RUAS!

DIA 7 DE SETEMBRO, EM TODO O PAÍS!
ABAIXO ESSA CORJA DE CORRUPTOS!
REPASSE, COMPARTILHE, PARTICIPE!


Abaixo você encontrará motivos para isso...



Veja qu
  


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

CONVOCAÇÃO - Dia 7 de setembro, em todo o país!

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Hoje, ao ouvir uma pessoa defendendo o "coitado do Sérgio Cabral" e o vendo como "bode expiatório" desses protestos, além de outras pessoas achando que as manifestações vão parar e que todos vão esquecer esses protestos, decidi fazer esta postagem.
 
Vamos continuar as manifestações, os protestos pacíficos. Temos que, como sociedade civil, combater o bom combate...

 


O BRASIL SAIRÁ NOVAMENTE ÀS RUAS! DIA 7 DE SETEMBRO, EM TODO O PAÍS!

ABAIXO ESSA CORJA DE CORRUPTOS! REPASSE, COMPARTILHE, PARTICIPE!


Abaixo você encontrará os motivos para isso. Escolha o seu...
















































  
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sábado, 13 de julho de 2013

Brincando de Revolução

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“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.” 
(Edmund Burke)



Não vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.

Ao contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’…”

Eu confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa, sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas massas.

Alguns celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido. As massas vão como bóias à deriva. E sem rumo definido, não chegaremos a lugar algum desejado. Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:

Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.

Muito me comove a esperança de alguns liberais que pensam que o povo despertou e que será possível guiá-lo na direção do liberalismo. Não vejo isso nos protestos, nas declarações, nos gritos de revolta. Vejo uma gente indignada – e cheia de razão para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?

Estamos lidando aqui com a especialidade número um das esquerdas radicais, que é incitar as massas. Assim como a década de 60 no Brasil, tivemos o famoso e lamentável Maio de 68 na França, quando apenas Raymond Aron e mais meia dúzia de seres pensantes temiam os efeitos daquela febre juvenil. A Revolução Francesa, a Revolução Bolchevique, é muito raro sair algo bom desse tipo de movimento de massas. Os instintos mais primitivos tomam conta da festa. Por isso acho importante resgatar alguns alertas de Edmund Burke em suas Reflexões sobre a Revolução em França, a precursora desses movimentos descontrolados.

Não ignoro nem os erros, nem os defeitos do governo que foi deposto na França e nem a minha natureza nem a política me levam a fazer um inventário daquilo que é um objeto natural e justo de censura. [...] Será verdadeiro, entretanto, que o governo da França estava em uma situação que não era possível fazer-se nenhuma reforma, a tal ponto que se tornou necessário destruir imediatamente todo o edifício e fazer tábua rasa do passado, pondo no seu lugar uma construção teórica nunca antes experimentada?

Não se curaria o mal se fosse decidido que não haveria mais nem monarcas, nem ministros de Estado, nem sacerdotes, nem intérpretes da lei, nem oficiais-generais, nem assembléias gerais. Os nomes podem ser mudados, mas a essência ficará sob uma forma ou outra. Não importa em que mãos ela esteja ou sob qual forma ela é denominada, mas haverá sempre na sociedade uma certa proporção de autoridade. Os homens sábios aplicarão seus remédios aos vícios e não aos nomes, às causas permanentes do mal e não aos organismos efêmeros por meios dos quais elas agem ou às formas passageiras que adotam.

Se chegam à conclusão de que os velhos governos estão falidos, usados e sem recursos e que não têm mais vigor para desempenhar seus desígnios, eles procuram aqueles que têm mais energia, e essa energia não virá de recursos novos, mas do desprezo pela justiça. As revoluções são favoráveis aos confiscos, e é impossível saber sob que nomes odiosos os próximos confiscos serão autorizados.

A sabedoria não é o censor mais severo da loucura. São as loucuras rivais que fazem as mais terríveis guerras e retiram das suas vantagens as conseqüências mais cruéis todas as vezes que elas conseguem levar o vulgar sem moderação a tomar partido nas suas brigas.

São importantes alertas feitos pelo “pai” do conservadorismo. Ele estava certo quanto aos rumos daquela revolução, que foi alimentada pela revolta difusa, pela inveja, pelo ódio. Oportunistas ou fanáticos messiânicos se apropriaram do movimento e começaram a degolar todo mundo em volta. Se a revolução é contra “tudo que está aí”, então quem é contra ela é a favor de “tudo que está aí”. Cria-se um clima de vingança, revanchismo, que é sempre muito perigoso. As partes íntimas da rainha morta foram espalhadas pelos locais públicos, eis a imagem que fica de uma turba ensandecida.

O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.

E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.

O desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em um estádio de futebol? Boa sorte!

Por ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do “homem cordial”. Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto há tempo.



(Rodrigo Constantino - Fonte: http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2013/06/brincando-de-revolucao.html)
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quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Tsunami do Brasil

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Foi de repente. Surgiu do nada. Nada nem ninguém podia prever que subitamente tivéssemos a surpresa de uma atônita perplexidade. Os números macroeconômicos do país são bons, os micros, também. O país vivia a euforia de duas copas, a das Confederações — da qual saímos campeões — e a do Mundo, em 2014, da Olimpíada Mundial, em 2016, e da Jornada Mundial da Juventude com a curiosidade sobre o novo Papa Francisco, em sua primeira visita a um país. Em 10 anos, o salário mínimo cresceu 330%, o crédito se expandiu de 22% para 54% do PIB e, com o aumento da nova classe média em 42 milhões de pessoas, explodiu o consumo. O governo tem uma aprovação de 65%. O grau de felicidade com a vida também é altíssimo. As pesquisas trazem a resposta da pergunta: “O Brasil é um lugar bom para se viver?” Resposta: bom ou ótimo, 76%; regular, 18%; ruim ou péssimo, 5%. No setor externo, reservas cambiais de 378 bilhões de dólares e o Brasil como o quarto destino mundial de inversão de capitais, com 65 bilhões de dólares em 2012.

Esse era e é o clima. Surge um aumento de vinte centavos (0,07 euros) da passagem de ônibus na cidade de São Paulo (19,2 milhões de habitantes) e provoca uma explosão popular sem chefe, sem mobilização de qualquer segmento da sociedade civil e reúne milhões de pessoas. O país inteiro, em todas as grandes e pequenas cidades, vai às ruas protestar. Nenhum cartaz ou faixa tem reivindicações institucionais. Não se pede liberdade, nem direito de reunião ou de associação, nem melhores salários, nem condições de trabalho — o país está à beira do pleno emprego —, nem mudança de governo. O que reivindicam? Diminuição dos 20 centavos, fim da corrupção, mais educação, saúde. Cada manifestante prepara seu cartaz na hora, toscamente. Um deles diz tudo: “Neste cartaz não cabem todas as minhas demandas.” Estas são tão diversas e fragmentadas, impossível sintetizá-las. Uma delas é objetiva: o projeto de emenda à Constituição 37, uma disputa corporativa entre Polícia e Ministério Público pela competência de investigação criminal. O Congresso logo a arquivou.

Vou buscar em Galbraith a minha primeira reflexão. Ele diz que a sociedade industrial é hedonista e consumista, não se interessa por valores e sim pela quantidade de nossos bens. Pode ser resumida numa expressão: temos a mais feliz das infelicidades.

Depois do fim das ideologias do nosso tempo — a mais dominante delas, o comunismo —, as novas gerações, sem causa e sem utopias, são presas fáceis do niilismo, das drogas, do alcoolismo e da sublimação dos prazeres. Mas o natural é dirigir suas energias e vitalidade contra as mazelas da condição humana, das injustiças sociais, na beleza do idealismo de todos nós que já vivemos essa fase de querer mudar a sorte da humanidade. Isso é mais fácil nos países em desenvolvimento, onde tudo está sendo feito, quando se descobre, pelas novas tecnologias de informação, o poder de manifestar desacordo com tudo. Reclamam que não participam das decisões de governo, mas têm a força de influenciar sem limites com a capacidade de falar, discutir, inflamar e, através da rede da internet, cada indivíduo transforma-se num ser coletivo.

Mas não se faça um julgamento abstrato e absoluto. As massas brasileiras foram às ruas primeiro nas grandes metrópoles onde dois problemas são agudos e constituem um caldo de cultura para levantar-se. Não são os vinte centavos de real, mas o tráfego, o trânsito, a mobilidade urbana. Os veículos de transporte coletivo abarrotados, todos gastando por dia, para ir ao trabalho e voltar, cerca de três horas, respirando o ar poluído das grandes cidades — presos de um stress e contraindo uma esquizofrenia pela morosidade da circulação média de 18 quilômetros por hora, igual à das carroças da Idade Média. O fenômeno não é só dos transportes coletivos, mas dos individuais, sujeitos às mesmas circunstâncias, comuns a todas as cidades brasileiras. Enchemos as cidades de automóveis com a melhoria no poder aquisitivo da população chegando a uma velocidade que é impossível alcançar na construção de vias expressas, trens, metrôs, veículos de transporte leve, os VLT.

O segundo ponto é a insegurança. Por uma pesquisa de opinião pública feita pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) — órgão governamental —, 78% dos brasileiros saem de casa com muito medo de serem assassinados. Assim, a população das grandes cidades tem automóvel, chega em casa e encontra televisão, geladeira, rádio e todo equipamento doméstico, mas perde 10% de seu tempo, diariamente, na locomoção, carregada de medo e estressada.

Esse caldo de cultura de insatisfação pessoal que chega às raias da revolta é um repositório de todos os protestos — o primeiro deles contra os dirigentes, a classe política com a democracia aos frangalhos, julgada responsável por muitos erros, e contra todos os detentores de poder. Os jovens descambam para a violência, a destruição de bancos, ônibus, trens e até o apedrejamento de igrejas — já que o Brasil hoje tem um forte componente religioso na política pelo relevante número de evangélicos que não aceitam as mudanças de visão nas conquistas de gêneros.

Assim, os brasileiros estão revoltados com a qualidade de vida e não pedindo conquista de bens. No fundo, um fenômeno novo, nada comparável ao da Primavera Árabe. Um ministro japonês do meio ambiente, Oichi, disse uma vez que as pessoas começavam a se perguntar se a frenética busca de aumento do PIB teria alguma coisa a ver com a felicidade do homem.

O fenômeno brasileiro merece uma reflexão profunda sobre a qualidade de vida. O povo julga e pensa que está na maior infelicidade feliz. Tanto que um dos slogans dos protestos é: “Eu era infeliz e não sabia.”





(José Sarney - Fonte: http://internacional.elpais.com/internacional/2013/07/09/actualidad/1373335218_778086.html)

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