terça-feira, 2 de outubro de 2012

MENSALÃO: Não é exagero imaginar que Dirceu já treme na base

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Dirceu: "Esse comportamento (compra de votos) na política dá cadeia, sim", disse o procurador-geral da República, para quem é "torrencial" a prova contra o ex-chefe da Casa Civil.

Amigas e amigos do blog, não sei o que vocês acham, mas o teor de alguns votos expedidos hoje durante mais uma sessão de julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal e a reiteração, em votos e apartes de ministros, de que o mensalão abrangeu entre seus crimes o de quadrilha ou bando (artigo 288 do Código Penal) deve estar preocupando o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu.

Como se sabe, o Ministério Público, na denúncia aceita pelo Supremo em 2007, qualifica Dirceu como “o chefe da quadrilha” do mensalão.

Das longas intervenções dos vários ministros que votaram por sucessivas condenações de hoje, me impressionou a veemência com que o decano do Supremo — o ministro que há mais tempo enverga a toga entre os 11 que constituem a Corte –, Celso de Mello, no Supremo desde 1989, referiu-se aos altos escalões do poder em uma das votações de hoje à tarde.

“Esses vergonhosos atos de corrupção parlamentar, lesivos à respeitabilidade do Congresso Nacional, atos de corrupção alimentados por transações obscuras arquitetadas em altos patamares governamentais, devem ser condenados e punidos com todo o rigor da lei”, sentenciou o ministro.

Posso estar enganado, mas acho que Celso de Mello, com o peso moral de sua intervenção, parece já estar antecipando que fará recair sobre Dirceu o peso da lei. “Altos patamares governamentais”, como diz o ministro, seria quem, senão ele?

Não parece exagero imaginar que Dirceu, a esta altura, treme na base.

Para não deixar dúvida sobre a reiterada posição do Ministério Público, o procurador-geral Roberto Gurgel voltou a dizer hoje que “José Dirceu era o grande mentor, o grande líder” da “organização criminosa” que constituiu o mensalão para comprar apoio parlamentar para o governo Lula no Congresso.

“Continuo absolutamente convencido da participação dele, a prova é mais que abundante, é torrencial em relação ao ministro José Dirceu”, enfatizou o chefe do Ministério Público Federal, para o qual a condenação dos réus, ao final do julgamento, será “um marco” para a mudança das práticas políticas no país.

“Esse comportamento na política dá cadeia, sim”, bradou Gurgel. “Acredito firmemente que vai ter cadeia, em número bem significativo.”



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