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1) Dilma foi o primeiro bebê Johnson
2) Quando Neil Armstrong chegou à lua Dilma estava lá para recebê-lo
3) Deus criou o mundo em seis dias. No sétimo, Dilma deu uma retocada
4) Dilma ensinou Michael Jackson a dançar
5) Liza Minelli teve aulas de canto com Dilma
6) Che Guevara usava uma camiseta com Dilma estampada
7) Einstein estava confuso. Dilma lhe disse: calma, tudo é relativo
8) Chuck Norris tem medo de Dilma
9) Buda tinha uma pequena estátua de Dilma em casa
10) Dilma esconde o quarto segredo de Fátima.
11) Dilma venceu Usain Bolt nos cem metros rasos. Pulando numa perna só.
12) O twitter de Dilma não tem limites de caracteres
13) Dilma recusou uma cantada de José Mayer
"Writing should be done in the same manner as the washerwomen of Alagoas practice their craft. They start with a first washing, soaking the dirty clothing by the bank of the lagoon or stream; they wring the piece of clothing, soak it again, and then wring it once more. They then add indigo, soap and wring once, and then twice. Then they rinse, and soak it again, now splashing the water onto the cloth with their hands. They beat the cloth on a slab or clean stone, they wring it again and then one more time, they wring it until no water drops from the cloth anymore. Only after they have done all this do they hang the clean piece of clothing to dry, on a string or clothes line. Whoever goes into writing should do the very same thing. The word was not meant to embellish or to spark like fake gold; the word was meant to say."
(Graciliano Ramos, during an interview, in 1948)
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O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.
E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.
Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pact o com o óbvio, renunciar ao inesperado.
O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.”.
Se essa operação matemática parece coisa de doido para você; saiba que para o Brasil ela reflete a mais dura realidade: a da pobreza perpétua.
Sim. Pois, mesmo uma parte dos estudiosos, achando que a educação libertadora é um mito; a verdade é que as pessoas mais bem instruídas e educadas são muito melhor preparadas para identificar oportunidades e para aproveitá-las em benefício próprio ou de suas famílias.
A ideia de que a educação formal é algo dispensável para o sucesso profissional e pessoal tem, em nosso país, uma estranha legião de admiradores. Por mais incrível que possa parecer e, por mais exemplos contrários que o mundo insista em nos dar, por aqui até autoridades acham que a educação formal e as cobranças que a acompanham são “um fardo” para as novas gerações.
Agora mesmo, enquanto você lê este artigo, os “gênios aloprados” que foram indicados politicamente para o Ministério da Educação preparam mais uma engrenagem para a máquina bem engraxada da revolução educacional promovida pelo presidente Lula. Revolução esta que existe apenas no discurso dessa gente, nos comerciais bem pagos com dinheiro público e na incapacidade quase fanática da maioria de nosso povo de compreender que desenvolvimento não é só poder comprar uma geladeira nova e uma TV de LCD “a perder de vista”.
Mesmo diante da tragédia acontecida nas escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde crianças chegavam ao fim do primeiro grau sem saber ler, escrever e incapazes de compreender as operações matemáticas mais básicas; os “gênios aloprados” do MEC estudam adotar a aprovação automática como regra em todas as escolas brasileiras; sejam elas públicas ou particulares.
Aqui no Rio, o impacto da aprovação automática foi tão forte que transformou as escolas públicas em verdadeiros guetos de imbecilidade e em máquinas formadoras de analfabetos. Crianças com quatorze, quinze ou dezesseis anos chegavam ao segundo grau totalmente incapazes de assimilar as complicadas equações matemáticas, os conceitos gramaticais e ortográficos, a física, a química (quando tinham aulas disto) e simplesmente levaram o caos ao sistema educacional. Em São Paulo, acredito, os problemas foram os mesmos ou bem semelhantes.
No Rio a coisa chegou a tal ponto que foi necessário promover uma auditoria no sistema educacional para levantar quais estudantes tinham os conhecimentos necessários à série escolar em que se encontravam. No “provão” usado para essa auditoria, um em cada quatro alunos de séries “avançadas” era completamente analfabeto e o restante beirava isso; sendo “salvo” por saber juntar umas letras e ler alguma coisa o que o classificaria como “analfabeto funcional”. O resultado da auditoria foi tão dramático que jamais chegou a ser divulgado em todos os pormenores.
Mesmo diante do fracasso colossal de tal política e da condenação mundial a esse tipo de método de ensino, os burocratas que aparelham o MEC acham que vale a pena implantar o método que transforma a escola em um depósito de indigentes.
Mesmo não sendo nenhuma das sete maravilhas, as escolas brasileiras não precisam piorar ainda mais. Ao invés de combater a evasão escolar e a repetência com melhora de qualidade e com modernização de currículos e métodos; nossos dirigentes querem vender a ilusão da aprovação automática como vendem a ilusão de que nossa prosperidade momentânea não se deve muito mais ao crédito artificial do que a um robusto poderio econômico.
O mais triste disso tudo; é o fato de que justamente são os mais necessitados da educação para alavancarem suas vidas os atingidos pela desastrosa política educacional do governo Lula e de muitos outros governos anteriores. Mesmo os estados e municípios, mais diretamente ligados à implementação de políticas educacionais, cumprem muito bem o papel de algozes implacáveis do povo pobre de nossa nação.
Enquanto os messias vêm e vão, divulgando suas falsas boas novas e suas revoluções fajutas, os números cruéis e sempre verdadeiros da ciência universal que rege tudo o que existe – a matemática – deixam claros os desmandos, as mazelas e a triste situação em que nos encontramos. Mesmo que o governo esconda nossa desclassificação de importantes competições acadêmicas internacionais e nossa perda de quinze colocações no ranking mundial de educação (ficando a frente apenas de países africanos e de alguns outros lugares miseráveis do planeta); o mais engraçado é que o próprio governo se encarrega de sepultar as ilusões que faz nascer na cabeça de muitos brasileiros.
Uma pesquisa do ministério do trabalho mostrou que apenas 24% dos profissionais necessários, para garantir o crescimento efetivo do país, foram capacitados no ano passado. Esse número não foi fruto da falta de recursos, da preguiça das pessoas ou da inação do governo. Foi cunhado por algo muito mais terrível: a incapacidade do povo de ser qualificado.Sim. Pode acreditar. O próprio ministro Carlos Luppi disse que o número se repetirá este ano porque a maioria dos candidatos aos cursos de qualificação é incapaz de compreender o que se passa a sua volta; não domina a escrita, a leitura e nem é capaz de resolver problemas matemáticos simples. Ou seja, 76% de nossa população adulta é composta de analfabetos funcionais.
Vagas para operários, vendedores, motoristas, operadores de produção (chão de fábrica), e outros trabalhadores com pouca exigência de qualificação, sobram no mercado e não podem ser preenchidas imediatamente devido à degeneração educacional de nosso povo.
Infelizmente, esses dados jamais chegarão aos lares brasileiros. Afinal de contas, mesmo que você fosse procurar, os achariam enterrados numa parte interna do jornal de domingo –quase sem nenhum destaque – e, para piorar, no caderno de economia. Vê-los na televisão, no rádio ou debatidos nas igrejas ou mesmo nas escolas então… uma mera utopia.
Esses dados já foram repetidos a exaustão aqui em vários artigos anteriores. Contudo, perceber que os burocratas do MEC parecem embarcar no mundo de fantasias, vendido pelo governo Lula, de peito aberto e planejam piorar as coisas ainda mais com a aprovação automática; faz com que todos aqueles sequiosos de ver o Brasil como uma nação forte e apoiada numa população pensante, capaz de decidir o seu futuro, se preocupem e queiram ver o fim dessas idéias idiotas e “modernosas”; frutos de mentes diabólicas que querem ver o povo apenas como uma eterna massa de manobra formada por eternos escravos do Bolsa Família.
E você leitor, o que pensa disso?
(Arthurius Maximus - Blog Visão Panorâmica)
Até as eleições de 2004, o PT não apenas levantava a bandeira da ÉTICA, mas o fazia com EXCLUSIVIDADE - claro, na opinião da própria legenda. Um escândalozinho isolado aqui, uma denúnciazinha ali, enfim, nada muito grave. Sabe aquela reforma do vizinho? Pois bem: em vez do martelo, era o PT falando "ética, ética, ética, ética, ética, ética, ética". Até que veio o Mensalão. O que sobrou? A imagem messiânica de Lula.
Mas a militância precisa de mais, e o debate eleitoral vai além dos setores mais populares, de modo que é preciso dar alguma substância ideológica ao PT. No lugar da "ética", e com a mesma sinceridade d'antanho, vem agora o berro de "esquerda, esquerda, esquerda, esquerda". E, claro, com a famosa exclusividade. O PT e apenas o PT é de esquerda. Não cobrem uma definição sobre o que seria ou deixaria de ser "esquerdismo". Eles são e fim de papo.
Mas vamos por partes.
Por Que o PT Faz Isso?
É uma forma - e bem eficiente - de transformar o debate partidário numa disputa maniqueísta, graças à forma como "esquerda" e "direita" são vistas no Brasil em função do nosso glorioso ensino médio e demais instâncias educacionais.
Na prática - e falaremos disso -, tivemos oito anos de uma gestão economicamente liberal, de puro e simples continuísmo, o que mostra maturidade e acerto por parte de Lula. Mas, na briga de legendas, temos que o PT é a "esquerda", o bem - e, obrigatoriamente, o inimigo é a "direita" (quem quer que seja). Logo, é o "mal".
Bobagem, claro.
Essa estratégia é excepcional e funciona de verdade. Um bom exemplo é quando um partido de ultraesquerda surge na praça, e invariavelmente ataca o PT, pois não vê diferença ideológica em relação a tantos outros. O que fazem os petistas quanto a isso? Dizem que são "radicais" e, mais ainda, "a esquerda que a direita adora" - jogando-os na conta... DA DIREITA.
Em suma: são todos de direita, menos ele. Até mesmo a ultraesquerda. Eles são bons nessa coisa, convenhamos.
Escapismo Ideológico
Nenhum partido discute muito seriamente os grandes temas ideológicos. Há, é claro, grupos de negros, mulheres, gays etc., e até mesmo projetos de lei defendendo esses grupos. E isso também ocorre nos partidos Democrata e Republicano, nos EUA. São bandeiras universais.
Drogas e aborto, por exemplo, são temas mais delicados, sobre os quais ninguém fala direta e francamente. Usam frases feitas e máximas manjadíssimas. A ecologia, então, merece um capítulo à parte. O "aquecimento global" é repudiado por todos, mas ninguém OUSA estudar as teses que o questionam, nem por um segundo - e quem o faz é... DE DIREITA! Sério, tem isso!
Teoria e Prática
No poder, não há esquerda ou direita, há GOVERNO. O PT está com José Sarney e toda uma turma que está longe de figurar no panteão de grandes craques da República. Além disso, manteve TODA a política econômica baseada em leis e institutos até então vetados e xingados e até mesmo PROCESSASDOS JUDICIALMENTE (LRF) pelo partido.
Contradição? Sim, da braba. Mas foi o melhor para o país. Lula já explicou que na oposição cabiam "bravatas", mas no poder é outra coisa. Ainda bem. Se fosse para realizar no poder o que pregava na oposição, o PT faria o seguinte: a) acabaria com a moeda; b) anularia a Constituição; c) não cumpriria com a Lei de Responsabilidade Fiscal; d) expulsaria Lula da Presidência (já que o partido, em 1999, deu início ao "Fora, FHC").
O "esquerdismo" do PT, portanto, era uma visão distorcida do que em lugar algum do mundo poderia vir a ser "esquerda". Era chatice e chilique, mesmo - além de oportunismo e desonestidade intelectual e dos fatos. O poder trouxe alguma maturidade ao partido, além de inúmeros dissabores, a ponto dos maiores caciques caírem um a um sobrando uma obscura ministra para ser a candidata.
Enfim...
A militância hoje diz "esquerda" como ontem dizia "ética", no fundo querendo dizer a mesma coisa e, também, significando a mesmíssima porcaria: NADA. Não são de esquerda tanto quanto não foram éticos. O PT em campanha com Sarney é um partido de "esquerda" tanto quanto repleto de "ética". O sentido é o mesmo. Cai nisso quem quer.
(http://www.interney.net/blogs/imprensamarrom)
É possível que tenham ocorrido falhas na tradução. É possível que os gringos tenham imaginado que o repertório de retaliações do Brasil não vai muito além do boicote à Copa do Mundo e do cancelamento do Carnaval. O fato é que ninguém deu importância às frases ameaçadoras. Com o apoio das nações que efetivamente influenciam os destinos do mundo, o governo americano substituiu o acordo malandro por outra rodada de castigos aos iranianos provocadores. Restou a Lula botar a culpa nos ianques, proclamar-se vitorioso e bater em retirada.
O problema do país tropical, confirmou o mais recente dos incontáveis fiascos internacionais da Era da Mediocridade, não é o complexo de vira-lata. Essa disfunção, diagnosticada por Nelson Rodrigues, só deu as caras entre 1950, quando a derrota na final contra o Uruguai transformou o brasileiro no último dos torcedores, e 1958, quando a Seleção triunfou na Copa da Suécia. O verdadeiro problema nacional é o contrário do complexo de vira-lata: é a síndrome de com-o-Brasil-ninguém-pode.
Aprende-se ainda no útero que a nossa bandeira é a mais bonita do mundo, embora ninguém se atreva a sair por aí tentando combinar camisa azul, calça verde e paletó amarelo. Aprende-se no berço que o nosso hino é o mais bonito do mundo, muitos sustenidos e bemóis à frente da Marselhesa. Aprende-se no jardim da infância que Deus é brasileiro, e portanto o país do futuro pode esperar que o futuro chegue dormindo em berço esplêndido.
Já chegou, acredita Lula, portador da síndrome em sua forma mais aguda. Ele decidiu que o país com quem ninguém pode é presidido por um governante que pode tudo. Acha-se capaz de solucionar conflitos cujas origens se perdem no tempo com fórmulas tão singelas quanto as usadas nos anos 70 pelo dirigente sindical escalado para entender-se com os patrões. Não enxerga diferenças entre povos divorciados por ódios milenares e um casal em crise. Dá palpites em conflagrações exemplarmente complexas com a desenvoltura de doutor no assunto. Essa mistura de ingenuidade, soberba e ignorância acabou produzindo uma forma muito singular de mitomania.
No cérebro de Lula, vale repetir, a área reservada à acumulação de conhecimentos é um terreno baldio. Por não ter assistido a uma só aula de geografia, ainda sofre para descobrir no mapa-múndi onde fica o Oriente Médio. Mas promete encerrar com duas conversas confrontos sobre os quais nada sabe. Por nunca ter lido um livro de história, ignora que o Irã é a antiga Pérsia, confunde o xá com chá, não faz a menor ideia de quem foi Khomeini. Desconhece o passado que produziu os ahmadinejads do presente. Mas chama de amigo um vigarista juramentado que promoveu a parceiro preferencial.
Entre os flagelos que atormentam o Brasil figuram mais de 10 milhões de analfabetos, um sistema de saneamento básico que só cobre metade das moradias, cicatrizes apavorantes no sistema de saúde e de educação, favelas miseráveis penduradas em morros sem lei, fronteiras fora do alcance do Estado, zonas de exclusão que encolheram o mapa oficial em milhões de quilômetros quadrados, a violência epidêmica, a corrupção endêmica, o primitivismo político, uma demasia de carências a eliminar. O presidente faz de conta que isso é conversa de inimigo da pátria e capricha na pose de conselheiro do mundo.
Candidato a secretário-geral da ONU, Lula já é um dos favoritos na disputa do título de idiota útil da década.
(Augusto Nunes - Fonte: veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto
Talvez eles não precisem comer lixo, correr das balas dos bandidos, suportar brutalidades e incestos, tanto quanto os mais desvalidos. Seu mal vem sob outro pretexto: o de ser moderno e livre, ser aceito numa tribo, causar admiração ou inveja. Cresce, que eu saiba, o número de meninas de 12 a 14 anos grávidas. O impensável ocorre muitas vezes em festinhas nas quais se servem bebidas alcoólicas (que elas tomam, ou pagariam mico diante das amigas, e com essa desculpa convencem os pais confusos), não há nenhum adulto por perto (seria outro mico, e assim elas chantageiam os pais omissos), e ninguém imaginaria o que ia rolar.
Nessas ocasiões pode rolar coisa assombrosa sob o signo da falta de informação, autoridade e ação paternas. Nem sempre, mas acontece. Crianças bêbadas no chão do banheiro de clubes chiques, adultos cuidando para não sujar o sapato no vômito não são novidade (ambulância na porta, porque algumas dessas meninas ou meninos passam mal de verdade); quantas meninas consigo beijar na boca numa festinha dessas? Em quantos meninos consigo fazer sexo oral? Sexo que vai congelando as emoções ou traz uma doença venérea, quem sabe uma absurda gravidez – interrompida num aborto, de sérias consequências nessa idade, ou mantida numa criança que vai parir outra criança.
"Roubaram a sexualidade desses meninos", me diz uma experiente terapeuta. Não deixaram tesão nem emoção, mas uma espécie de agoniado espanto, nessas criaturas inexperientes que descobrem seu corpo da pior maneira, ou aprendem a ignorá-lo, estimuladas ou coagidas por incredulidade ou fragilidade familiar, pelo bombardeio de temas escatológicos que nos assola na TV e na internet, com cenas grotescas, gracejos grosseiros em torno do assunto – "valores" e "pudor", palavras hoje tão arcaicas. Efeito da pressão de uma sociedade imbecilizada pela ordem geral de que ser moderno é liberar-se cada vez mais, sem saber que dessa forma mais nos aprisionamos. Precisamos estar na crista da onda em tudo, tão longe ainda da nossa vida adulta: sendo as mais gostosas e os mais espertos, desprezando os professores e iludindo os pais, sendo melancolicamente precoces em algumas coisas e tão infantilizados e ignorantes em outras, nisso incluindo nosso próprio corpo, emoções, saúde e vitalidade.
A nós, adultos, cabe não desviar os olhos, mas trabalhar na esperança (caso a tenhamos) de que nossos adolescentezinhos, às vezes ainda crianças, vivam de maneira natural essa delicada fase, e um dia conheçam o sexo com ternura, na tesão de sua idade – forte e boa, imprevista e imprevisível, com seu grão de medo e perigo, beleza e segredo. Que essas criaturinhas sejam mais informadas e mais conscientes do que, muito mais protegidas que elas, nós éramos. Mas seguras e saudáveis, não precisando lesar sua bela e complexa intimidade com tamanha violência mascarada de liberdade ou brincadeira. Sobretudo, sem serem estimuladas a lidar de modo tão insensato com algo que pode lhes causar traumas profundos, ou anular um aspecto muito rico de sua vida. É difícil, mas a gente precisaria inventar um movimento consciente, cuidadoso, responsável, contra essa onda sombria que quer transformar nossas crianças em duendes pornográficos, deixando feias cicatrizes, e fechando-lhes boa parte do caminho do crescimento e do aprendizado amoroso.
(Lya Luft - Veja)
(Com Paulo Celso Pereira - Colaboraram Marcelo Bortoloti e Ricardo Brito - Fonte: http://veja.abril.com.br/260510/radar.shtml)
O ÚLTIMO BAILE DO IMPÉRIO - Cotidiano Histórico
(Por Dimas Paixão Silva)
ILHA FISCAL - Baía da Guanabara - Rio de Janeiro-RJ, 09.11.1889.
O pretexto era homenagear a oficialidade do navio chileno Almirante Cochrane, que visitava o país. O imperador Pedro II decidiu convidar 4 mil pessoas para o seu pomposo baile – alguns registros falam em 5 mil.
O local escolhido foi a Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro - antiga Ilha dos Ratos – situada, por ironia do destino (ou da história), em frente à atual Praça XV de Novembro.
O real objetivo do evento, que funcionou às avessas, era tentar revigorar a imagem do império na opinião pública e sensibilizar a nobreza empobrecida pela abolição da escravatura para uma causa já praticamente perdida: a preservação da Monarquia.
Assim que entrou no salão, D. Pedro II tropeçou. Conseguiu, porém, recuperar o equilíbrio e teve fôlego para uma piada: “O monarca escorregou, mas a monarquia não caiu”. Mal sabia ele que o seu império estava para ruir em menos de uma semana.
A festa, inicialmente estava programada para o dia 19 de outubro de 1889, porém chegou a notícia da grave doença do rei de Portugal - D. Luis, sobrinho do Imperador - que veio a falecer no dia seguinte. Em respeito ao luto, a comemoração – que reuniria a família imperial, membros do governo, o corpo diplomático, altas patentes militares e a nata da sociedade da corte - foi transferida para 9 de novembro.
O prédio ornamentado externamente com lanternas venezianas atraiu dezenas de embarcações para as proximidades. Fachos luminosos foram projetados pelos encouraçados Almirante Cochrane, Aquidabã e Riachuelo para iluminar a ilha.
Foi o mais suntuoso acontecimento social do império. Os 4 mil convidados foram trazidos em grandes levas de Niterói. Às 9 horas da noite.
Abatido pela diabetes, o Imperador permaneceu afastado, quase anônimo, enquanto o presidente do Conselho de Ministros, Affonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, fazia as honras da casa. À meia noite, após o discurso com champanhe brindando a nação chilena, começou a festança.
Um jornal da época, a Gazeta de Notícias, descreveu com detalhes 74 trajes das damas presentes, numa edição que bateu recordes de espaço e de tiragem. O jornal publicou também uma descrição detalhada da ceia, anunciada em um menu de 12 páginas, guarnecido com as cores das bandeiras brasileira e do Chile: "nada menos que 11 pratos quentes, 15 pratos frios, 12 tipos de sobremesas, 4 qualidades de champagne, 23 espécies de vinhos e 6 de licores, num total de 304 caixas destas bebidas e mais dez mil litros de cerveja. Os números da maior comilança de que o país tem notícia relacionam para o preparo de todas essas receitas, o consumo de nada menos que 18 pavões, 25 cabeças de porco, 64 faisões, 300 peças de presunto, 500 perus, 800 quilos de camarão, 500 perus, 800 latas de trufas, 1200 latas de aspargos, 1300 galinhas, além de 50 tipos de saladas com maionese, 2900 pratos de doces variados, 14 mil taças de sorvete, 18 mil frutas e 20 mil sanduíches".
Bebeu-se muito também: 10 mil litros de cerveja. "Das 304 caixas de bebidas, 258 eram de vinhos e champagnes. Enfim, naquela noite, foram consumidas 3.096 garrafas desses maravilhosos fermentados, que compunham uma bateria de 39 rótulos diferentes, com destaque para Porto de 1834 - uma safra preciosíssima - Madeira, Tokay, Château D’Yquem, Château Lafite, Château Leoville, Château Beycheville, Château Pontet-Canet e Margaux. A presença marcante do italiano Falerno, nas versões branco e tinto, era uma deferência à imperatriz. Os champagnes não podiam ser melhores: Cristal de Louis Roederer, Veuve Cliquot Ponsardin e Heidsieck. Dentre os vinhos alemães, destacavam-se o Liebfraumilch e o famoso Johannisberg do Reno".
Pelo brilho da noite, comprovava-se que a monarquia sabia dar festas – embora já não conhecesse muito bem o país que governava. Apesar de todo este aparato, o tiro dos monarquistas saiu pela culatra. Seis dias depois, 15 de novembro de 1889 caía a monarquia dando lugar à República.
NOTAS:
A Ilha Fiscal foi transferida para a Marinha pelo Ministério da Fazenda, em 1914. A Ilha hoje faz parte do Complexo Cultural do Serviço de Documentação da Marinha.
Décadas se passaram e o Castelo que testemunhou tantos fatos históricos, constitui-se hoje em uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro e é aberto à visitação pública. Destacam-se o Torreão e a Ala do Cerimonial. Três exposições permanentes também são atração no Castelinho: A História da Ilha Fiscal, A Contribuição Social da Marinha e A Contribuição Científica da Marinha.
(Fonte: 100 anos de República. São Paulo, Nova Cultura, 1989. v. 1, p.17 apud Cotrim, Gilberto. História e Reflexão. Consolidação do Capitalismo e Brasil Império, 6ª ed. São Paulo. Saraiva. 1997, p147 - www.poesias.omelhordaweb.com.br