segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bolsa Familia, empregos e o vício que se espalha

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Os Efeitos Danosos do Bolsa Família

Em outubro do ano passado publiquei um artigo baseado em uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho e de enorme repercussão na época. O artigo intitulado “BOLSA FAMÍLIA, A ESCRAVIDÃO, OS IMBECIS, OS IGNORANTES E OS ESPERTOS”, comentava o levantamento feito em estados da região norte que mostravam os efeitos danosos do programa Bolsa Família. Em muitas cidades, sobravam empregos (mesmo sem exigência de qualificação) e os índices de assistidos pelo programa só aumentava. Os técnicos do Ministério do Trabalho acabaram constando que as pessoas simplesmente recusavam as ofertas de emprego formal para poder continuar recebendo o Bolsa Família.

Pois é, mesmo com os protestos do próprio Lula dizendo ser equivocada a divulgação do estudo e incorreta a sua elaboração (mesmo tendo sido feito por órgão do executivo e por instrução do próprio ministro), a pesquisa caiu como uma bomba nos meios políticos sem, contudo repercutir com a importância devida na “grande mídia”.

Hoje, passados sete meses da publicação do artigo, a coisa só piorou e os efeitos danosos provocados pelo programa, sem qualquer contrapartida prática e sem prazo determinado de duração para cada família, se espalham e atingem o nordeste com uma força avassaladora levando a paralisação econômica de áreas rurais inteiras na região.

Um trabalho investigativo feito recentemente levantou dados assustadores em relação a isso. Na cidade de Brejões (BA), fazendas produtoras de café responsáveis por mais cento e setenta empregos cada, encerraram suas atividades e foram convertidas em áreas de pastagem tocadas por um efetivo em torno de dez trabalhadores.

Esse “fenômeno” vem acontecendo porque a população local recusa-se a trabalhar “de carteira assinada” também para não perder os R$134,00 do Bolsa Família e a boquinha da aposentadoria especial (e sem contribuição) criada por Lula para os “bóias frias”. Assim, se trabalhar formalmente, o trabalhador rural tem que recolher para a previdência e se aposentar pelas regras normais para a aposentadoria rural (com isso, ele seria obrigado a contribuir por 13 anos ou a trabalhar mais cinco anos). Ao passo que, como está, a aposentadoria é garantida por ser o “bóia fria” considerado um “segurado especial” e o trabalhador rural se aposenta sem contribuir com um único centavo.

O Jornal Folha de São Paulo entrevistou uma mulher, mãe de nove filhos, que recebe R$134,00 do Bolsa Família. Ao ser perguntada porque recusa o trabalho formal, a lavradora não titubeou: “É melhor contar com o certo”.(fonte)

E antes que você fale: “Ah! Mas foi a Folha” ou diga que a fome justifica tudo e só quem nunca sofreu com ela ficaria contra um programa redentor e premiado internacionalmente como o Bolsa Família; fique sabendo que eu não sou contra o programa. Nenhum brasileiro que sabe o nível de miséria que grassa nesse país pode ser.

No entanto (e mais uma vez) não posso ser contra a concepção do programa e as suas bases originais (as mesmas coisas que são elogiadas e premiadas internacionalmente). Nelas, o Bolsa Família se converteria em um instrumento de redenção e de evolução dos pobres. Haveria incentivos a criação de atividades econômicas regionais, microempresas, pólos agrícolas, instrução e qualificação profissional para jovens e adultos, etc…

Infelizmente, o Bolsa Família tornou-se apenas uma máquina de angariar votos. A falta de critérios claros de concessão, o caráter indeterminado do benefício e total falta de comprometimento com a geração de atividades economicamente sustentáveis nas regiões assistidas e na qualificação de pessoal; estão gerando uma massa enorme de parasitas que se recusa a trabalhar para não perder o benefício. São pessoas que “se acostumaram” a viver razoavelmente com o que ganham e julgam que o trabalho formal será prejudicial para suas vidas.

Talvez, quem tenha sintetizado com mais perfeição a situação, foi a secretária de assistência social de Presidente Vargas (MA) ao definir o “jeito Lula” de libertar os pobres da miséria: “Relutei em aceitar a ideia, mas é a realidade. As famílias estão acomodadas, e não tem sido fácil tirá-las da acomodação. Acreditam que podem se manter com cento e poucos reais”.

Na pesquisa do Ministério do Trabalho, dos oitenta e cinco municípios que mais recebem o Bolsa Família; só 1,3% da população tinha emprego. A cidade de Presidente Vargas tinha empregos disponíveis no comércio e em outras áreas e a maioria da população estava desempregada. O detalhe é que ninguém frequentava os cursos de capacitação ou desejava deixar de ser beneficiário. A maioria das famílias estava acomodada com o benefício, que variava de R$ 22 a R$ 200. Elas tinham medo de perdê-lo ao adicionar outra fonte ao rendimento familiar. Assim, não demonstravam interesse em cursos de qualificação profissional.

E, assim como naquela época, as palavras da secretária acabaram se tornando uma espécie de profecia que constatou a verdadeira praga que está se espalhando pelo interior do Brasil e chega agora, com força total, ao nordeste. Não é a toa que o próprio Lula definiu, no ano 2000, o Bolsa Família (na época o Bolsa Escola e os programas de cesta básica e de leite de FHC) como um programa meramente eleitoral e responsável por explorar a fome das pessoas em detrimento de sua razão; contribuindo para perpetuar a miséria ao invés de acabar com ela. E olha que nem sou eu que digo isso, o vídeo é um “clássico” do You Tube e já foi usado no artigo linkado no início desse texto. Mas, como é sempre bom relembrar, veja Lula criticar o programa pelo que ele realmente é ANTES de ser presidente e tachar de imbecis todos os que o criticam APÓS chegar ao Planalto e dominar a máquina de comprar votos do Bolsa Família.

Tire você as suas conclusões e lembre-se dessa opinião nas próximas eleições. Afinal, como eu sempre digo…

Pense nisso.



(Arthurius Maximus - Fonte: www.visaopanoramica.com)

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