segunda-feira, 24 de maio de 2010

O ministério, a educação e um povo perdido na ilusão.

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Quando 76 + 24 = 0?

Se essa operação matemática parece coisa de doido para você; saiba que para o Brasil ela reflete a mais dura realidade: a da pobreza perpétua.

Sim. Pois, mesmo uma parte dos estudiosos, achando que a educação libertadora é um mito; a verdade é que as pessoas mais bem instruídas e educadas são muito melhor preparadas para identificar oportunidades e para aproveitá-las em benefício próprio ou de suas famílias.

A ideia de que a educação formal é algo dispensável para o sucesso profissional e pessoal tem, em nosso país, uma estranha legião de admiradores. Por mais incrível que possa parecer e, por mais exemplos contrários que o mundo insista em nos dar, por aqui até autoridades acham que a educação formal e as cobranças que a acompanham são “um fardo” para as novas gerações.

Agora mesmo, enquanto você lê este artigo, os “gênios aloprados” que foram indicados politicamente para o Ministério da Educação preparam mais uma engrenagem para a máquina bem engraxada da revolução educacional promovida pelo presidente Lula. Revolução esta que existe apenas no discurso dessa gente, nos comerciais bem pagos com dinheiro público e na incapacidade quase fanática da maioria de nosso povo de compreender que desenvolvimento não é só poder comprar uma geladeira nova e uma TV de LCD “a perder de vista”.

Mesmo diante da tragédia acontecida nas escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde crianças chegavam ao fim do primeiro grau sem saber ler, escrever e incapazes de compreender as operações matemáticas mais básicas; os “gênios aloprados” do MEC estudam adotar a aprovação automática como regra em todas as escolas brasileiras; sejam elas públicas ou particulares.

Aqui no Rio, o impacto da aprovação automática foi tão forte que transformou as escolas públicas em verdadeiros guetos de imbecilidade e em máquinas formadoras de analfabetos. Crianças com quatorze, quinze ou dezesseis anos chegavam ao segundo grau totalmente incapazes de assimilar as complicadas equações matemáticas, os conceitos gramaticais e ortográficos, a física, a química (quando tinham aulas disto) e simplesmente levaram o caos ao sistema educacional. Em São Paulo, acredito, os problemas foram os mesmos ou bem semelhantes.

No Rio a coisa chegou a tal ponto que foi necessário promover uma auditoria no sistema educacional para levantar quais estudantes tinham os conhecimentos necessários à série escolar em que se encontravam. No “provão” usado para essa auditoria, um em cada quatro alunos de séries “avançadas” era completamente analfabeto e o restante beirava isso; sendo “salvo” por saber juntar umas letras e ler alguma coisa o que o classificaria como “analfabeto funcional”. O resultado da auditoria foi tão dramático que jamais chegou a ser divulgado em todos os pormenores.

Mesmo diante do fracasso colossal de tal política e da condenação mundial a esse tipo de método de ensino, os burocratas que aparelham o MEC acham que vale a pena implantar o método que transforma a escola em um depósito de indigentes.

Mesmo não sendo nenhuma das sete maravilhas, as escolas brasileiras não precisam piorar ainda mais. Ao invés de combater a evasão escolar e a repetência com melhora de qualidade e com modernização de currículos e métodos; nossos dirigentes querem vender a ilusão da aprovação automática como vendem a ilusão de que nossa prosperidade momentânea não se deve muito mais ao crédito artificial do que a um robusto poderio econômico.

O mais triste disso tudo; é o fato de que justamente são os mais necessitados da educação para alavancarem suas vidas os atingidos pela desastrosa política educacional do governo Lula e de muitos outros governos anteriores. Mesmo os estados e municípios, mais diretamente ligados à implementação de políticas educacionais, cumprem muito bem o papel de algozes implacáveis do povo pobre de nossa nação.

Enquanto os messias vêm e vão, divulgando suas falsas boas novas e suas revoluções fajutas, os números cruéis e sempre verdadeiros da ciência universal que rege tudo o que existe – a matemática – deixam claros os desmandos, as mazelas e a triste situação em que nos encontramos. Mesmo que o governo esconda nossa desclassificação de importantes competições acadêmicas internacionais e nossa perda de quinze colocações no ranking mundial de educação (ficando a frente apenas de países africanos e de alguns outros lugares miseráveis do planeta); o mais engraçado é que o próprio governo se encarrega de sepultar as ilusões que faz nascer na cabeça de muitos brasileiros.

Uma pesquisa do ministério do trabalho mostrou que apenas 24% dos profissionais necessários, para garantir o crescimento efetivo do país, foram capacitados no ano passado. Esse número não foi fruto da falta de recursos, da preguiça das pessoas ou da inação do governo. Foi cunhado por algo muito mais terrível: a incapacidade do povo de ser qualificado.

Sim. Pode acreditar. O próprio ministro Carlos Luppi disse que o número se repetirá este ano porque a maioria dos candidatos aos cursos de qualificação é incapaz de compreender o que se passa a sua volta; não domina a escrita, a leitura e nem é capaz de resolver problemas matemáticos simples. Ou seja, 76% de nossa população adulta é composta de analfabetos funcionais.

Vagas para operários, vendedores, motoristas, operadores de produção (chão de fábrica), e outros trabalhadores com pouca exigência de qualificação, sobram no mercado e não podem ser preenchidas imediatamente devido à degeneração educacional de nosso povo.

Infelizmente, esses dados jamais chegarão aos lares brasileiros. Afinal de contas, mesmo que você fosse procurar, os achariam enterrados numa parte interna do jornal de domingo –quase sem nenhum destaque – e, para piorar, no caderno de economia. Vê-los na televisão, no rádio ou debatidos nas igrejas ou mesmo nas escolas então… uma mera utopia.

Esses dados já foram repetidos a exaustão aqui em vários artigos anteriores. Contudo, perceber que os burocratas do MEC parecem embarcar no mundo de fantasias, vendido pelo governo Lula, de peito aberto e planejam piorar as coisas ainda mais com a aprovação automática; faz com que todos aqueles sequiosos de ver o Brasil como uma nação forte e apoiada numa população pensante, capaz de decidir o seu futuro, se preocupem e queiram ver o fim dessas idéias idiotas e “modernosas”; frutos de mentes diabólicas que querem ver o povo apenas como uma eterna massa de manobra formada por eternos escravos do Bolsa Família.

E você leitor, o que pensa disso?


(Arthurius Maximus - Blog Visão Panorâmica)


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