sábado, 13 de novembro de 2010

A Velha Rabugenta

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Que vêem amigas? Que vêem ? Que pensam quando me olham?

 
Uma velha rabugenta, não muito inteligente, de hábitos incertos, com seus olhos sonhadores fixos ao longe? 
 
A velha que não responde ao tentar ser convencida... de, fazer um pequeno esforço?

A velha, que vocês acreditam que não se dá conta das coisas que vocês fazem e que continuamente perde a sua escova ou o sapato ?

A velha,
que contra sua vontade, mas humildemente lhes permite fazer o que queiram, que me banhem e me alimentem só para o dia passar mais depressa....

É isso que vocês acham? É isso que vocês vêem? 
 
Se assim for, abram os olhos, amigas, porque isso que vocês vêem não sou eu!

Vou lhes dizer quem sou, quando estou sentada aqui, tão tranquila como me ordenaram...

Sou uma menina de 10 anos, que tem pai e mãe,
irmãos e irmãs que se amam.

Sou uma jovenzinha de 16 anos, com asas nos pés, e que sonha encontrar seu amado.


Sou uma noiva aos 20,
 que o coração salta nas lembranças, quando fiz a promessa que me uniu até o fim de meus dias com o AMOR de minha vida.

Sou ainda uma moça com 25 anos,
que tem seus filhos, que precisam que eu os guie... Tenho um lugar seguro e feliz !

Sou a mulher com 30 anos,
 onde os filhos crescem rápido e estamos unidos com laços que deveriam durar para sempre...

Quando tenho 40 anos,
 meus filhos já cresceram e não estão em casa... Mas ao meu lado está meu marido que me acalenta quando estou triste.

Aos cinquenta, mais uma vez
comigo deixam os bebês, meus netos, e de novo tenho a alegria das crianças, meus entes queridos junto a mim.

Aos 60 anos, sobre mim nuvens escuras aparecem e quando olho meu futuro me arrepio toda de terror. Os meus filhos se foram, e agora têm os seus próprios filhos... Então penso em tudo o que aconteceu e
no amor que conheci.

Agora sou uma velha. Que cruel é a natureza....
 
A velhice é uma piada que transforma um ser humano em um alienado.
O corpo murcha, os atrativos e a força desaparecem. Ali, onde uma vez havia um coração agora há uma pedra.

No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva e o meu coração cansado ainda está repleto de sentimentos vivos
e conhecidos.

Recordo os dias felizes e tristes. Em meus pensamentos volto a amar
e a viver o meu passado. Penso em todos esses anos que foram, ao mesmo tempo poucos, que passaram muito rápido e aceito o inevitável... Que nada pode durar para sempre...

Por isso, abram seus olhos e vejam que diante de vocês não está uma
velha mal-humorada... diante de vocês estou apenas “EU”.

Uma menina, uma mulher e uma senhora...  

Viva e com todos os sentimentos de uma vida...!!!


(Texto Anônimo - Encontrado entre os pertences de uma idosa, na Escócia - Fonte: http://muitoalemdemim.blogspot.com/2010/06/velha-rabugenta.html) 
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