quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Hurricane Smith - Don't let it die (com tradução)

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Esta música é da década de 70. Animou muitos bailes, mas creio que quase ninguém entendia o que Hurricane Smith cantava. Agora vemos que há quase 40 anos atrás ele já estava prevendo o que iríamos fazer com o mundo.



Poucos sabem, mas Hurricane Smith (22 de fevereiro de 1923 - 3 de março de 2008) foi um músico e produtor musical Inglês. Ele foi o engenheiro de som em todos os estúdios de gravação de som da EMI.

(Fonte: You Tube)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Frases para Refletir

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1. O amor nunca será uma estrada de mão única.

2. A amizade é a alma com dois corpos.

3. Reputação é como fogo: Uma vez aceso, conserva-se bem; mas, se apagar, é difícil reacendê-lo.

4. Faça o que pode, com o que tem, onde estiver.

5. A esperança é um dos melhores remédios que existe.

6. Para entender de amor é preciso amar.

7. Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas, também, pelo que deixamos de fazer.

8. Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo.

9. Aquele que não sabe repartir não sabe amar.

10. Liderar não é impor, mas despertar nos outros a vontade de fazer.

11. Só podemos dar aquilo que temos em nós mesmos.

12. Amar é passar a vida inteira dedicando-se à pessoa amada.

13. O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos.

14. Doença de amor só cura com outro.

15. Quando a vingança prevalece, o remorso pune.

16. A mais doce de todas as companheiras da alma é a esperança.

17. Não chore para os homens, é humilhante; chore para Deus, é confortante.

18. Se não puder ser um pinheiro no topo da colina, seja um arbusto no vale, mas seja o melhor arbusto na margem do regato.

19. A vida dá a cada pessoa tempo e espaço. Depende de você enchê-los de alegria.

20. O amor não tem idade, está sempre nascendo.

(Fonte: http://minhahistoria.net)

10 Trovas de Amor

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MENINA DA BOCA DOCE,
DE LÁBIOS SABOR DE MEL,
BEIJÁ-LA É COMO SE FOSSE
ESTAR ENTRANDO NO CÉU.

PROCUREI A FELICIDADE
POR ESTE MUNDO SEM FIM,
SEM SABER QUE NA VERDADE
ESTAVA DENTRO DE MIM.

SEJA NA PAZ OU NA GUERRA,
QUER NA ALEGRIA OU NA DOR,
O MAIOR PODER NA TERRA
TEM QUATRO LETRAS: AMOR!

JOGUEI-LHE UM BEIJO À DISTÂNCIA,
COM FÚRIA INCONTIDA E LOUCA,
E ELA, COM TODA A ELEGÂNCIA,
TROUXE-ME O BEIJO NA BOCA!

PARA MATAR AS SAUDADES,
FUI VER-TE, EM ÂNSIAS, CORRENDO,
E EU QUE FUI MATAR SAUDADES,
VIM DE SAUDADES MORRENDO.

QUANDO TE BEIJO, QUERIDA,
UM MILAGRE SE OPERA,
COLHO NO OUTONO DA VIDA
AS ROSAS DA PRIMAVERA.

SONHEI QUE ME DISSESTE
O QUE NUNCA ME DIZES,
SÓ MESMO EM SONHO FIZESTE
AS MINHAS HORAS FELIZES!

NÓS TANTO NOS PERTENCEMOS,
NOSSO AMOR VAI TÃO ALÉM,
QUE NÓS DOIS JÁ NÃO SABEMOS
QUAL DE NÓS É MAIS DE QUEM!

QUERIA QUE CHOVESSE
UMA CHUVA BEM FININHA,
PARA MOLHAR SUA CAMA
E VOCÊ DORMIR NA MINHA.

QUANDO ESTOU LONGE DE TI,
O TEMPO, MALVADO, TRAZ,
VENTURA SEMPRE DE MENOS,
SAUDADE SEMPRE DEMAIS!

(Fonte: http://minhahistoria.net)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Soneto Erótico

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Sonho-te nua sobre a areia branca.
Um gosto de alga solta-me os sentidos
enquanto um mar de náufragos perdidos
vem fustigar, em fúria, a tua anca.

Abraço, com firmeza de alavanca,
os teus joelhos, levemente erguidos
como uma ponte sobre sonhos tidos
que a maré vem repor e logo arranca.

Os teus lábios implantam labaredas
que me flagelam num desejo rubro.
Cerro os olhos e a minha mão tacteia

o teu cabelo solto em que me enredas.
Mas, por mais que esbraceje, só descubro
algas, ecos de mar, sonhos e areia.

(Carlos Domingos - www.alentejo.prosaeverso.net)

Os dois tipos de loucos

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Existem dois tipos de loucos.

O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou oito outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.

Durante mais de 40 anos passei longe deles. Mas o mundo gira, a lusitana roda e Portugal me entortou um bocado a cabeça. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando esta loucura semanal. O melhor na terapia é chegar antes, alguns minutos, e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera.

Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro, ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer daqui a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar as pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.

Acho que todo escritor gosta deste brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um ''consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Herman Hesse como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos: Na última quarta-feira, estávamos eu, um crioulinho muito bem vestido, um senhor de uns cinqüenta anos e uma velha gorda.

Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual era a loucura de cada um deles. Que motivos os teriam trazido até ali? Qual seria o problema de cada um deles? Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. Em si mesmos.

O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o casamento, pensei. Ou será que não conseguiu entrar como sócio do Harmonia? Notei que o tênis dele estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejado lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da sua mala assassina.

E o senhor de terno preto, gravata, meia e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roia as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz este meu personagem. Uma hora tirou o lenço, e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Herman Hesse da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.

Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa! Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era este o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem tinha uma prisão de ventre crônica. Tinha cara, também, de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.

Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu terapeuta. Conto para ele a minha viagem na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu terapeuta:

— O Ditinho é o nosso office-boy. O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá do Ipiranga, e passa por aqui uma vez por mês com as novidades. E a gordinha é a dona Dirce, a minha mãe. E você não vai ter alta tão cedo.

(Mario Prata)

sábado, 26 de setembro de 2009

ADÃO E EVA.

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Relendo velhos textos, observo que a todo instante me preocupa uma única situação. A solidão do homem, a solidão da mulher. Não a solidão dos homens, do gênero humano: do homem com relação à mulher e vice-versa. Suspeito que o momento supremo da nossa aventura ocorreu quando o Senhor Deus exorbitou de suas funções, por assim dizer. Ele já havia feito tudo e só lhe restava descansar, pois era domingo, e, sábado, toda a Criação tinha passado a noite no Jirau, inclusive Ele. Mas parece que o Homem, Adão, achava aquela festa muito aborrecida, pois não dançou com ninguém, bebeu demais e é possível até que tenha dado um vexame. Suponho que no meio da noite ele tenha decidido apanhar de qualquer maneira a fêmea do Canguru, aliás exímia dançarina de twist, e senhora um tanto leviana, pois mal emergira da argila e já se punha a flertar com o Rei da Criação. Mas não fica bem, a um cavalheiro, estar a julgar a conduta da mulher alheia: esqueçamos isso e voltemos a Adão, ébrio e cafardento, lançado num Paraíso em que todos os bichos estavam acompanhados, menos ele. Todo o mundo reparou que ele não estava feliz. As senhoras, no toalete, não fizeram outro comentário — todas elas dispostas a fazer qualquer coisa para consolá-lo, porque os machos tristonhos sempre gozaram de grande prestígio junta às fêmeas de toda a escala zoológica, e o Senhor Deus, psicólogo de rara penetração, adivinhou que o Paraíso estava resvalando para o perigoso terreno da galhofa — como diria, muitos milhões de anos depois, um cronista particularmente femeeiro... Não apenas estávamos à beira do adultério, como diante de algo muito mais grave — uma degradação. Imaginem se Adão, no auge do pileque, fazendo um papel muito mais feio do que Noé, inaugurasse o cruzamento de homem com, digamos, sapo, ou percevejo, ou jacaré, ou cobra d'água! Felizmente — ou graças a Deus: parece que ele, em sua infinita sabedoria, foi servindo mais e mais uísque à medida que Adão esvaziava o copo, de modo que o velho Adão foi apagando, apagando e — zás! emborcou. ...Foi quando extraímos uma costela, com a qual esculpimos uma forma nova, cheia de graça, com cabelos habilmente manipulados pelo Reinaud e tendo sobre o alvo ventre uma folha de parreira confeccionada por José Ronaldo... Assim nasceu Dona Eva, na intimidade Vivi sem sobrenome, porque não tinha pai nem mãe. E ela chamou Adão para irem ao Bob's, digo, ao bosque, onde estava a afamada Árvore da Sabedoria. E a serpente disse a Eva: "Olha, Eva, a coisa mais bacaninha que há para fazer, hoje em dia é comer daquela maçã que você vê ali naquela árvore. É a coqueluche de Paris — todo mundo comendo maçã no New Jimmys, no Maxim's, no Plaza Athenée Rellays, no Bois de Bologne!" Eva achou a idéia fabulosa e perguntou a Adão que tal lhe parecia. Adão no momento não tinha dinheiro no bolso (estava nu, coitado), mas a Serpente emprestou, Adão comprou a maçã e Eva disse: "Morde aqui". Adão mordeu. Eva também. Foi quando dos grandes Céus os exércitos de anjos desceram céleres sobre o Paraíso, e suas vozes faziam um clamor de tempestade, e eles clamavam: "Nós também queremos! Nós também queremos!". Mas só Adão e Eva tiveram permissão. Na verdade, Eva é que acabou sendo a dona do negócio, tanto que certa ocasião, depois de folhear a revista Playboy, Adão lhe aplicou um beijo no cangote e disse: "Vamos comer maçã? Que dia lindo para comer maçã!" E Eva, bocejante, sob os cabelos enrolados em bob: "Hoje não, Adão. Hoje estou com muita dor de cabeça".

(José Carlos Oliveira - Fonte: http://minhahistoria.net/cronicas)

Vale a pena ver de novo a zona geral do País?

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Meninos, eu vi...

Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a notícia: "Getúlio deu um tiro no peito!"; eu, pequeno, imaginava o peito sangrando - como é que um homem sai da Presidência para o nada? Meninos, eu ouvi, anos depois, no estribo de um bonde: "O Jânio renunciou!" Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni, briga de galo e de dar uma medalha para o Che, eu vi a história andando em marcha à ré e eu entendi ali, com o Jânio saindo, que os bons tempos da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja e negra estava a caminho como um trem fantasma andando pra trás; depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o general Mourão Filho tomava a cidade, dizendo: "Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!" Eu vi, meninos, como num pesadelo, a população festejando a vitória do fascismo, com velas na janela e rosários na mão ; vi a capa do O Cruzeiro com o novo presidente da República de boné verde, baixinho, feio, quem era? Era o Castelo Branco e senti que surgia ali um outro Brasil desconhecido e, aí, eu vi as pedras, os anúncios, os ônibus, os postes, o meio-fio, os pneus dos carros, como um filme de horror; eu, que vivera até então de palavras utópicas, estava sendo humilhado pela invasão do terrível mundo das coisas reais. Depois, vi a tristeza dos dias militares, Brasil ame-o ou deixe-o, a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto patético de Costa e Silva, a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso, vi e ouvi Jorge Curi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro lendo o AI-5, o fim de todas as liberdades, a morte espreitando nas esquinas, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra; depois, vi o rosto terrível do Medici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, muito magra, infeliz, vi tudo misturado com a Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heróicos e loucos, eu sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues; não vi, mas muitos viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos pelotões, enquanto, em São Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro, enquanto as cachoeiras de Sete Quedas desapareciam de repente; depois eu vi os órgãos genitais do general Figueiredo, sobressaindo em sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, nu, para a nação contemplar, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o País falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa, vi as grandes marchas pelas "diretas" e vi, estarrecido, um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo na hora da posse e matando o homem, diante de nosso desespero, e eu vi então a democracia restaurada pelo bigodão de Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido; vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, a impossibilidade de governar o País, a inflação chegando a 80 por cento num único mês, meninos, eu vi as maquininhas do supermercado fazendo tlec tlec tlec como matracas fúnebres de nossa tragédia, eu vi tanta coisa, meninos, eu vi a inflação comer salários dos mais pobres a 2% ao dia, eu vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária, não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia, mas vi os bancos ganhando bilhões no over e no spread, dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida, eu vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado, eu vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política "aveadada", dizendo: "Ele é macho, bonito e vai nos salvar...", eu vi o Collor tascar a grana do País todo e depois a nação passar dois anos "de quatro", olhando pelo buraco da fechadura da Casa da Dinda, para saber o que nos esperava, eu vi Rosane Collor chorando porque o presidente tirara a aliança, eu vi a barriga de Joãozino Malta, irmão da primeira dama, dando tiros nas pessoas, eu vi a piscina azul no meio da caatinga, eu vi depois a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim, eu vi Zélia dançando o bolero com Cabral em cima de nossa cara, eu vi a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro e, depois, como numa saga grega, eu vi o câncer corroendo-lhe a cabeça, eu vi o impeachment, eu vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por acaso, por mero acaso, por uma paixão de Itamar, eu vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história num antro de fisiológicos e ignorantes e, aí, eu vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, eu vi a inveja repulsiva da Academia contra ele, eu vi a traição de seus aliados, todos unidos contra as reformas, uns agarrados na corrupção e outros na sobrevida de suas doenças ideológicas infantis. E agora eu vejo o estranho desejo de regresso ao mundo do atraso, do erro e das velhas utopias. Vejo a direita se organizando para cooptar a oposição, comendo-a , vejo um exército de oligarcas se preparando para a vingança, vejo ACM, Barbalhos e Sarneys prontos para tomar o Congresso de assalto, para impedir qualquer mudança e voltar aos bons tempos da zona geral.

Meninos, vocês viram também, mas acho que esqueceram.

(Arnaldo Jabor - Fonte: http://minhahistoria.net/cronicas)

Ai Se Sêsse

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Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se um dia nois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse

Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse

Mas porém acontecesse
de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse
te dizer qualquer tolice

E se eu arriminasse
E tu cum eu insistisse
pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse

E o bucho do céu furasse
Tavés que nois dois ficasse
Tavés que nois dois caisse
E o céu furado arriasse

e as virgi toda fugisse...

(Zé da Luz - Cordel do Fogo Encantado)

Qual delas será a verdadeira Dilma?

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Dilma durona? Sim, mas cercada de ‘homens meigos’

Nelson Rodrigues escreveu: “Mais importantes são os ovários da alma. Os verdadeiros órgãos genitais estão na alma”.

Pois bem. Os ovários que Dilma Rousseff traz enterrados na alma são órgãos, por assim dizer, encrespados.

À menor contrariedade, a alma da ministra-candidata exala um tipo de ira que, por vezes, humilha o interlocutor.

Nesta sexta (25), um dia depois de o vice José Alencar ter dito que “o defeito da Dilma é ser brava”, a chefona da Casa Civil brincou com a própria fama.

Instada a dizer algo sobre a pecha de durona, Dilma ironizou: "Eu sou a única mulher no Brasil dura cercada por homens meigos".

O signatário do blog suspeita que o “defeito” de Dilma não é propriamente a brabeza. O problema é o caráter seletivo de sua ferocidade.

Dilma ruge para servidores que lhe devem subordinação. Mas mia para políticos que lhe cercam de lisonjas. Aos exemplos:

Há coisa de três meses, Luiz Antônio Eira, à época secretário-executivo da pasta da Integração Nacional, ousou apartear Dilma numa reunião.

Discutia-se o cronograma da Transnordestina, uma obra do PAC. Luiz Eira fez uma observação sobre verbas.

E Dilma, em timbre alterado: "Se o Ministério da Integração acha que vai dispor desses recursos, nem por cima do meu cadáver".

O interlocutor tentou argumentar. Dilma deixou-o sem eira nem beira. Levado à lona, Luiz Eira demitiu-se dias depois.

No auge da crise do Senado, José Sarney ameaçou renunciar ao cargo de presidente. Em viagem ao exterior, Lula delegou a Dilma a tarefa de acalmar o aliado.

A leoa virou gatinha. Miou para Sarney pelo telefone. Lambeu-lhe as chagas em reunião noturna e reservada. Tornou-se uma heroína do “Fica Sarney”.

Ou seja, Dilma é mesmo uma flor de pessoa. Para os de baixo, ela mostra os espinhos. Para os de cima, as pétalas.

(Josias de Souza - folhaonline)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dicionário do Mineirim

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- ansdionti (antes de ontem)
- asmininxegaro (as meninas chegaram)
- badacama (debaixo da cama)
- belrizonte (Belo Horizonte)
- cadiquê (por causa de quê)
- cadiquim (um pouquinho)
- caisopô (caixa de isopor)
- conforfô (conforme for)
- dácençapreu (me dá licença)
- dáumtiquinho (me dá um pedacinho)
- dendapia (dentro da pia)
- denduforno (dentro do forno)
- dentifrisso (dentifricio)
- desceuprusgrugumio (desceu pela goela abaixo)
- deumemo (de mim mesmo)
- deusdiqui desde que)
- dôdestongo (dor de estômago)
- doidimais (doido demais)
- doncovim (de onde que eu vim)
- dosseis (de vocês)
- dotrabanda (do outro lado)
- emribadora (em cima da hora)
- fumoevortemo (nós fomos e voltamos)
- indostrudia (ainda outro dia)
- iscodidente (escova de dente)
- issoquipómoiá (isso aqui pode molhar)
- istrudia (outro dia)
- kidicarne (quilo de carne)
- lidiarco (litro de álcool)
- lidileite (litro de leite)
- mãodivaca (sujeito avarento)
- mardusfigo (mal do fígado)
- mastumate (massa de tomate)
- midipipoca (milho de pipoca)
- némermo (não é mesmo?)
- nimim (em mim)
- nóistrupicamanumcái (nos tropeçamos, mas não caímos)
- nóissinvai (nós já vamos)
- nóistamuino (nós estamos indo)
- nossinhora (nossa senhora)
- óiprocevê (para você ver!)
- óiquí sô (olha aqui, meu amigo)
- óiuchero (olha o cheiro!)
- oncêfoi (aonde você foi?)
- oncotô (onde que estou)
- onquié (onde que é?)
- óprocê (ó!, pra você)
- ostrudia (outro dia)
- pédiboi (homem muito trabalhador)
- pincumel (pinga com mel)
- pondiônsbi (ponto de ônibus)
- pópegakasmão (pode pegar com as mãos)
- pópicáuaio (pode picar o alho)
- pópô (pode por)
- pópômapoquimdipó (pode por mais um pouquinho de pó)
- pôpurbaxo (colocar por baixo)
- pradaliberdade (praça da liberdade)
- praonostamuinu (para onde nos estamos indo?)
- prarribadeu (pra cima de mim)
- prestenção (preste atenção)
- procevê (para você ver)
- proncovô (pra onde que eu vou)
- prosseis (para vocês)
- prucausdiquê (por causa de quê)
- pruviadela (por causa dela)
- quaisnaora (quase na hora)
- quascaí (quase caí)
- quédele (cadê ele)
- quingresia! (que confusão!)
- rugoiais (rua Goias)
- sadona (minha senhora)
- sápassado (sábado passado)
- secopassado (século passado)
- séssetembro (sete de setembro)
- sóumcadiquinho (só um pouquinho)
- táinzonando (está demorando)
- tálascado (está em má situação)
- taveu (estava eu)
- tidiguerra (tiro de guerra)
- tissodaí (tira isso daí)
- tradaporta (atrás da porta)
- trem (qualquer coisa)
- tranzantonti (no dia anterior ao dia de ontem)
- trembão (qualquer coisa boa)
- ugáscabô (o gás acabou)
- usmininxegaro (os meninos chegaram)
- usvididentro (os vidros de dentro)
- usvidifora (os vidros de fora)
- uviumbaruim (ouvir barulho)
- vanssimbora (vamos embora)
- vidiperfumi (vidro de perfume)
- vimdiapé (vim caminhando)

Veja, agora, se você consegue entender a seguinte "istorimineira":

Sapassado, era séssetembro, taveu na cuzinha tomano uma pincumel e cuzinhano um kidicarne com mastumate pra fazê uma macarronada com galinhassada.
Quascaí disus, quando uviumbaruim vino di denduforno, pareceno um tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O forno isquentô, o mistorô e a galinha ispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quineim um lidileite.
Foi um trem doidim, uai! Quascaí dendapia!
Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô. Ói procevê quilucura!
Graza Deus ninguém simaxucô!

(Fonte: recantodasletras.uol.com.br)

Mineirim - Prá rir um pouco

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NUDEZ MINEIRA

Dois cumpadres de Uberaba tavam bem sossegadim fumando seus respectivos
cigarrim de paia e proseano.
Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um deles pergunta pro
outro:
- Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudez?
- No que o outro respondeu:
- Acho bão, sô!
O outro ficou assim, pensativo, meditativo...e perguntou de novo:
- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre?
E o outro:
- Uai! É mió nudês do que nunosso, né mesmo?

TREM CAIPIRA

Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária de Varginha, quando sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi....
Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar.
Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É que eu fui urinar e o trem partiu....
- Uai, dona! Por caus dissu num precisa chorá não...tenho certeza bissoluta
qui a sinhora já nasceu com esse trem partido....


-O EMPRESÁRIO E O MINEIRIM!

Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas.
Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer algumas perguntas:
- Acha que você poderia me passar umas informações?
- Claro, sô!
- As vacas dão muito leite?
- Qual que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom?
- Pode ser as malhadas.
- Dá uns 12 litro por dia!
- E as marrons?
- Tamém uns 12 litro por dia!
O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar:
- Elas comem o quê?
- Qual? As maiáda ou as marrom?
- Sei lá, pode ser as marrons!
- As marrom come pasto e sal.
- Hum! E as malhadas?
- Tamém come pasto e sal!
O empresário, sem conseguir esconder a irritação:
- Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te pergunto alguma coisa
sobre as vacas você me diz se quero saber das malhadas ou das marrons,
sendo que é tudo a mesma resposta?
E o matuto responde:
- É que as maiáda são minha!
- E as marrons?
- Tamém!


INDO PARA A PESCARIA....

Os dois mineiros se encontram no ponto de ônibus em Cocalinho para uma pescaria.
- Então cumpade, tá animado? pergunta o primeiro..
- Eu tô, home!
- Ô cumpade, pro mode quê tá levano esses dois embornal?
- É que tô levano uma pingazinha, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!
- Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole que é pra mode num sinti a dô.
- É... e na outra sacola, o que qui tá levano?
- É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...


MINEIRIM COMPRANDO PASSAGEM

O mineirin vai a uma estação ferroviária para comprar um bilhete..
- Quero uma passage para o Esbui - solicita ao atendente.
- Não entendi; o senhor pode repetir?
- Quero uma passage para o Esbui!
- Sinto muito, senhor, não temos passagem para o Esbui.
Aborrecido, o caipira se afasta do guichê, se aproxima do amigo que o estava aguardando e lamenta:
- Olha, Esbui, o homem falou que prá ocê não tem passagem não!


A PESQUISADORA E O MINEIRIN

Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozinho perdido no interior de Minas.
- Essa terra dá mandioca?
- Não, senhora. - responde o roceiro.
- Dá batata?
- Também não, senhora!
- Dá feijão?
- Nunca deu!
- Arroz?
- De jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincando!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! ... Se plantar é diferente..

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Antiga mas Atual

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Carta-resposta de um Juiz ao Presidente Lula publicada no Estadão.

Mensagem ao presidente!

Estimado presidente, assisti na televisão, anteontem, o trecho de seu discurso criticando o Poder Judiciário e dizendo que V. Exa. e seu amigo Márcio, ministro da Justiça, há muito tempo são favoráveis ao controle externo do Poder Judiciário, não para 'meter a mão na decisão do juiz', mas para abrir a 'caixa-preta' do Poder..
Vi também V. Exa. falar sobre 'duas Justiças' e sobre a influência do dinheiro nas decisões da Justiça. Fiquei abismado, caro presidente, não com a falta de conhecimento de V.Exa., já que coisa diversa não poderia esperar (só pelo fato de que o nobre presidente é leigo), mas com o fato de que o nobre presidente ainda não se tenha dado conta de que não é mais candidato.
Não precisa mais falar como se em palanque estivesse; não precisa mais fazer cara de inconformado, alterando o tom da voz para influir no ânimo da platéia. Afinal, não é sempre que se faz discurso na porta da Volks.
Não precisa mais chorar. O eminente presidente precisa apenas mandar, o que não fez até agora.
Não existem duas Justiças, como V. Exa. falou. Existe uma só.
Que é cega, mas não é surda e costuma escutar as besteiras que muitos falam sobre ela.
Basta ao presidente mandar seu amigo Márcio tomar medidas concretas e efetivas contra o crime organizado.
Mandar seus demais ministros exercer os cargos para os quais foram nomeados.
Mandar seus líderes partidários fazer menos conchavos e começar a legislar em favor da sociedade.
Afinal, V. Exa. foi eleito para isso.
Sr. presidente, no mesmo canal de televisão, assisti a uma reportagem dando conta de que, em Pernambuco (sua terra natal), crianças que haviam abandonado o lixão, por receberem R$ 25,00 do Bolsa-Escola , tinham voltado para aquela vida (??) insólita simplesmente porque desde janeiro seu governo não repassou o dinheiro destinado ao Bolsa-Escola .
E a Benedita, sr. presidente?
Disse ela que ficou sabendo dos fatos apenas no dia da reportagem. Como se pode ver, Sr. presidente, vou tentar lembrá-lo de algumas coisas simples. Nós, do Poder Judiciário, não temos caixa-preta. Temos leis inconsistentes e brandas (que seu amigo Márcio sempre utilizou para inocentar pessoas acusadas de crimes do colarinho-branco).
Temos de conviver com a Fazenda Pública (e o Sr. presidente é responsável por ela, caso não saiba), sendo nossa maior cliente e litigante, na maioria dos casos, de má-fé.
Temos os precatórios que não são pagos.
Temos acidentados que não recebem benefícios em dia (o INSS é de sua responsabilidade, Sr. presidente). Não temos medo algum de qualquer controle externo, Sr. presidente.
Temos medo, sim, de que pessoas menos avisadas, como V. Exa. mostrou ser, confundam controle externo com atividade jurisdicional (pergunte ao seu amigo Márcio, ele explica o que é).
De qualquer forma, não é bom falar de corda em casa de enforcado.
Evidente que V. Exa. usou da expressão 'caixa-preta' não no sentido pejorativo do termo.
Juízes não tomam vinho de R$ 4 mil a garrafa.
Juízes não são agradados com vinhos portugueses raros quando vão a restaurantes.
Juízes, quando fazem churrasco, não mandam vir churrasqueiro de outro Estado.
Mulheres de juízes não possuem condições financeiras para importar cabeleireiros de outras unidades da Federação, apenas para fazer uma 'escova'. Cachorros de juízes não andam de carro oficial. Caixa-preta por caixa-preta (no sentido meramente figurativo), sr. presidente, a do Poder Executivo é bem maior do que a nossa.
Meus respeitos a V. Exa. e recomendações ao seu amigo Márcio.

P.S.: Dê lembranças a 'Michelle'.

(Michelle é cachorrinha do presidente que passeia em carro oficial)

Ruy Coppola, Juiz do 2.º Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo, São Paulo

(Carta publicada no Estadão)

Estocadas politicamente incorretas

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A dupla Leigh & Lepine,os ”politicamente incorretos” lançam um novo - e bem-humorado- golpe contra os militantes radicais da pretensa correção política.

Os defensores da mentalidade ”politicamente correta”, como se sabe, condenam todo e qualquer gesto que possa ser visto como remotamente ofensivo contra quem quer que seja. A intenção pode até ser louvável. O problema é que o temor de ferir susceptibilidades alheias terminou criando exageros.

Uma constatação: a mentalidade politicamente correta é nociva porque não permite que se façam julgamentos sobre o que é bom e o que é ruim. Mas os “padrões de julgamento” são necessários.

- Por que a arte moderna é uma porcaria ? Porque qualquer coisa que nos parece melhor quando estamos bêbados é suspeita.

- Por que é bom freqüentar prostitutas? Porque,na hora H,elas dizem coisas como ”oh,baby !”,”oh,sim,sim !”,em vez de ”você levou o gato pro quintal ?".

- Por que ninguém deve se preocupar com a poluição das águas? Porque não vivemos nos rios.

- Por que é perfeitamente aceitável usar casaco de pele? Porque todos os animais usam e ninguém nunca reclamou.

- Por que precisamos dos políticos? Porque,quando nos comparamos com eles, nos sentimos honestos e virtuosos

- Por que as companhias não devem dar emprego a ninguém com mais de sessenta anos? Porque os aparelhos de surdez podem causar interferências nos sistemas de alarme contra incêndio.

- Por que a guerra é melhor que a paz? Dê um pulo no vídeo-clube. Quantos filmes de paz existem lá ?.

- A África serve para quê ? Para preencher o espaco vazio entre a América do Sul e a Índia e como cenário de filmes de Tarzan.

(Fonte:colunas.g1.com.br/geneton)

Entre cursos pagos pelo Senado no exterior, há capoeira em Cingapura e inglês no Havaí

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A lista de cursos pagos, parcial ou integralmente, e de licenças remuneradas concedidas pelo Senado a seus servidores para atividades em escolas e congressos no Brasil e no exterior revela distorções e casos considerados absurdos. Servidores fizeram cursos como medicina do sono em São Paulo, judô no Japão, capoeira em Cingapura, contraterrorismo em Washington, cultura italiana em Florença, inglês no Havaí, problemas europeus em Portugal, ou tecnologia da informação no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

O documento com os dados foi enviado ao líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Surpreso com o tamanho da lista, mesmo com dados restritos, Virgílio, autor do requerimento de informações, fez nova solicitação à Casa. Quer detalhes sobre quanto se gastou de dinheiro público, por exemplo, com um funcionário que fez curso de inglês no Havaí por quase três meses, em 2005.

Desde 1991, servidores do Senado correram o mundo participando de 129 cursos ou congressos, sendo 94 com ônus limitado para a Casa (com salário e/ou curso pagos), 23 com licença-capacitação (direito a cada cinco anos trabalhados, com salário pago), quatro sem ônus (licença sem vencimentos), e oito com ônus total (diárias, curso, passagens, salário pagos). Na lista, constam também cursos e experiências qualificadas.

A licença-capacitação é concedida ao servidor efetivo a cada cinco anos trabalhados. Ele tem direito a 90 dias de licença remunerada para fazer o curso que quiser. Mas há casos de quatro servidores que fizeram cursos parcialmente pagos pelo Senado, com duração de mais de quatro anos.

- O levantamento é confuso. Não dá para ver a lotação de cada servidor beneficiado com essas licenças, quem tem direito, quanto o Senado pagou , se é funcionário de carreira ou comissionado. Vou pedir à 1ª secretaria mais informações. Quero saber, por exemplo, por que um profissional do Senado tem que fazer um curso de Gestalt/terapia e congraçamento familiar. Nem sei o que é isso. E por que um curso de capoeira em Cingapura e de inglês no Havaí? - disse Virgílio.

- O Arthur ainda não me pediu para complementar o levantamento. Se ele pedir, vamos responder. No caso da licença-capacitação de 90 dias é de lei. Os outros, em que o servidor ficou fora quatro anos, nós vamos investigar e ver caso a caso - disse Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º secretário.

"Interesse da administração"

Na lista, constam informações sobre oito servidores que fizeram cursos no exterior com todas as despesas pagas pelo Senado, como publicou na segunda-feira o GLOBO. Um deles é Marcos Magalhães Aguiar, que participou do XV Congresso Internacional de Arquivos - Arquivos, Memória e Conhecimento, entre 23 e 29 de junho de 2004 em Viena, Áustria, com ônus total para a Casa. Segundo Marcos, consultor legislativo, seu afastamento se deu por solicitação de treinamento externo, e atendeu ao requisito de interesse real e comprovado da administração.

- O evento não era apenas treinamento ou apresentação de trabalho, mas constituía oportunidade para o Arquivo do Senado Federal pleitear representação na Seção de Arquivos dos Parlamentos e de Partidos Políticos do Conselho Internacional de Arquivos. O Senado Federal tem uma política de formação e qualificação de servidores. Se há desvios, que sejam apurados - justificou.

- No máximo, o Senado pagou parcialmente os salários desses servidores, como está previsto na lei do Regime Jurídico Único. Muitos simplesmente pediram licença não remunerada para fazerem cursos de mestrado e doutorado, arcando com os custos - completou o consultor jurídico do Senado Marcos José Mendes, do Centro de Altos Estudos do Senado.

(Maria Lima - Publicada em 23/09/2009 - Fonte: oglobo.globo.com)

Um exemplo a ser seguido

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Paraná deve ter teste gratuito de paternidade

Governo assinou acordo para instalação de laboratório. Trabalhos devem começar em março de 2010.

O governo do Paraná assinou um acordo para instalação do Laboratório de Paternidade na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e compra de equipamentos para testes de paternidade com análise de DNA. No estado, 2 mil exames de paternidade esperam julgamento, segundo nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias, do governo paranaense.

Com a construção do Laboratório de Paternidade, quem está com o processo judicial na fila poderá receber gratuitamente o resultado do teste. A administração estadual informa que o exame feito na criança e no possível pai custa cerca de R$ 300. A previsão é que todos os processos parados sejam julgados.

Segundo Mário Mantovani, diretor do Centro de Ciências Biológicas da UEL, o início dos trabalhos está programado para março de 2010. “O maior investimento a ser feito será nos reagentes. Em cada caso podem ser feitos vários testes, como em duas possibilidades de pais. A meta será solucionar os 2 mil casos, independentemente do número de exames”, disse o diretor.

O investimento é superior a R$ 2 milhões. Da quantia total, R$ 1,9 milhão foi repassado pela Secretaria de Estado da Criança e da Juventude. Outros R$ 216 mil são aplicações da Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior, que serão destinados para treinamento e contratação de pesquisadores para o novo laboratório.

Universidades

Além da UEL, outras quatro universidades estão envolvidas no projeto. São elas: a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O papel das instituições será na capacitação de profissionais.

Para garantir que a aplicação dos recursos seja usada corretamente, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e a Secretaria da Criança e Juventude vão fiscalizar o destino da verba.

(Fonte: g1.globo.com)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Maranhão fica no Brasil ???!!!

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- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.

Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...

Seria cômico se não fosse tão triste....
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Você sabia?



CONFESSO QUE EU NÃO...

Você sabia que todo presidiário com filhos tem uma bolsa de R$600,00 para sustentar a família, pois o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos pois está preso?

(CONFIRA NO SITE http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22)

Pergunta que não quer calar 1:

Por acaso os filhos do sujeito que foi morto pelo coitadinho que está preso recebe uma bolsa de R$600,00 para seu sustento?

Pergunta que não quer calar 2:

Já viu algum defensor dos direitos humanos defendendo esta bolsa para os filhos das vítimas?

É por essa e outras que a criminalidade não diminui... Ela dá lucro!





LEIA NA ÍNTEGRA

Auxílio-reclusão

O auxílio-reclusão é um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto. Não cabe concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que estiver em livramento condicional ou cumprindo pena em regime aberto.

Para a concessão do benefício, é necessário o cumprimento dos seguintes requisitos:

- o segurado que tiver sido preso não poderá estar recebendo salário da empresa na qual trabalhava, nem estar em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço;

- a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da qualidade de segurado;

- o último salário-de-contribuição do segurado (vigente na data do recolhimento à prisão ou na data do afastamento do trabalho ou cessação das contribuições), tomado em seu valor mensal, deverá ser igual ou inferior aos seguintes valores, independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, considerando-se o mês a que se refere:

PERÍODO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO TOMADO EM SEU VALOR MENSAL

De 1º/6/2003 a 31/4/2004 R$ 560,81 - Portaria nº 727, de 30/5/2003
De 1º/5/2004 a 30/4/2005 R$ 586,19 - Portaria nº 479, de 7/5/2004
De 1º/5/2005 a 31/3/2006 R$ 623,44 - Portaria nº 822, de 11/5/2005
De 1º/4/2006 a 31/3/2007 R$ 654,61 - Portaria nº 119, de 18/4/2006
De 1º/4/2007 a 29/2/2008 R$ 676,27 - Portaria nº 142, de 11/4/2007
De 1º/3/2008 a 31/1/2009 R$ 710,08 – Portaria nº 77, de 11/3/2008
A partir de 1º/2/2009 R$ 752,12 – Portaria nº 48, de 12/2/2009


Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado com idade entre 16 e 18 anos que tenha sido internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude.

Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente, sob pena de suspensão do benefício. Esse documento será o atestado de recolhimento do segurado à prisão .

O auxílio reclusão deixará de ser pago, dentre outros motivos:

- com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte;

- em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou cumprimento da pena em regime aberto;

- se o segurado passar a receber aposentadoria ou auxílio-doença (os dependentes e o segurado poderão optar pelo benefício mais vantajoso, mediante declaração escrita de ambas as partes);

- ao dependente que perder a qualidade (ex.: filho ou irmão que se emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se inválido; cessação da invalidez, no caso de dependente inválido, etc);

- com o fim da invalidez ou morte do dependente.

Caso o segurado recluso exerça atividade remunerada como contribuinte individual ou facultativo, tal fato não impedirá o recebimento de auxílio-reclusão por seus dependentes.

Como requerer o auxílio-reclusão

O benefício pode ser solicitado por meio de agendamento prévio, pelo portal da Previdência Social na Internet, pelo telefone 135 ou nas Agências da Previdência Social, mediante o cumprimento das exigências legais.

Importante: Se foi exercida atividade em mais de uma categoria, consulte a relação de documentos de cada categoria exercida, prepare a documentação, verifique as exigências cumulativas e solicite seu benefício.

Dependentes:

Esposo (a) / Companheiro (a)

Filhos (as)

Filho equiparado (menor tutelado e enteado)

Pais

Irmãos (ãs)

Segurado (a) contribuinte individual e facultativo (a)

Segurado (a) empregado (a)/ desempregado (a)

Segurado (a) empregado (a) doméstico (a)

Segurado (a) especial/trabalhador (a) rural

Segurado (a) trabalhador (a) avulso (a)

Valor do benefício:

O valor do auxílio-reclusão corresponderá ao equivalente a 100% do salário-de-benefício.

Na situação acima, o salário-de-benefício corresponderá à média dos 80% maiores salários-de-contribuição do período contributivo, a contar de julho de 1994.

Para o segurado especial (trabalhador rural), o valor do auxílio-reclusão será de um salário-mínimo, se o mesmo não contribuiu facultativamente.

Legislação específica:

o Lei nº 8.213, de 24/07/1991 e alterações posteriores;
o Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e alterações posteriores;
o Instrução Normativa INSS/PRES nº 20 de 10/10/2007 e alterações posteriores.


(Fonte: http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22)



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Despedida



E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

(Rubem Braga)


Rubem Braga (nasceu dia 12 de janeiro de 1913, em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, Brasil - faleceu dia 19 de dezembro de 1990, Rio de Janeiro).
Extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83.

(Fonte: www.pensador.info)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Saúde Mental - Rubem Alves

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"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.

Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia.Eu me explico.Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se.Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.

Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso.Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata.Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvir falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software.

O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software.Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam.

Não se conserta um programa com chave de fenda.Porque o software é feito de símbolos e, somente símbolos, podem entrar dentro dele.Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção!

Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio:
A música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes.
A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Tranquilize-se há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?

Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal.
Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram..."

(Rubem Alves)

DUBAILAND?

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A REALIDADE DE DUBAI QUE OS TURISTAS NÃO FICAM SABENDO


O xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, o soberano de Dubai, vendeu-a ao mundo como a cidade das Mil e Uma Luzes, uma Sangri-lá do Oriente Médio protegida das tempestades de areia que assolam a região.

É abril de 2009 e alguma coisa está mudando no sorriso do xeque Mohammed. Nessa terra do Nunca edificada num extremo do mundo, as rachaduras começam a aparecer. Dubai é uma metáfora viva do mundo globalizado neoliberal que pode estar desmoronando.

Entre os guindastes espalhados por toda parte, muitos estão paralisados, como que perdidos no tempo, e há inúmeros canteiros de obras inacabados, num abandono completo.

A canadense Karen Andrews chegou a Dubai quatro anos atrás. O marido tinha conseguido um bom emprego numa multinacional. Assim que o casal aterrissou no emirado, em 2005, as apreensões desapareceram. "Parecia uma Disneylândia para adultos, com o xeque Mohammed no papel de Mickey", relembra.

"A vida era fantástica". Não tardou muito e Daniel, o marido de Karen, comprou dois imóveis. Mas, pela primeira vez na vida, ele se embaralhou nas finanças. Karen começou a estranhar as confusões financeiras do marido.

Passado um ano, descobriu que Daniel tinha um tumor maligno no cérebro. "Até então, eu não sabia nada a respeito das leis de Dubai, imaginei que o sistema local deveria ser parecido com o do Canadá, ou de quaquer outra democracia liberal". Ninguém lhe havia contado que em Dubai não existe o conceito falência. Quem se endividar e não tiver como pagar vai para a cadeia.

Em Dubai, quando um funcionário larga o emprego, o empregador tem o dever de comunicar o fato ao seu banco. Caso tenha dívida em aberto, todas suas contas são bloqueadas e ele fica proibido de sair do país. "De repente, nossos cartões de crédito pararam de funcionar. Fomos despejados do nosso apartamento e não tínhamos mais nada". Daniel foi preso no dia do despejo, condenado a seis meses de prisão diante de uma corte que só falava árabe, sem tradução.

"Agora estou aqui, sem nada, aguardando que ele saia da prisão", explica a mulher. Karen dorme dentro de um Range Rover há meses, no estacionamento de um dos hóteis mais chiques de Dubai, graças à caridade dos funcionários bengaleses, que não tiveram coragem de expulsá-la.

O caso de Karen não é único. Por toda a cidade existem imigrados dormindo clandestinamente nas dunas de areia, no aeroporto ou no próprio carro. "É preciso entender que em Dubai nada é o que aparenta ser", resume a canadense. "Você é atraído pela idéia de um lugar moderno, mas por trás dessa fachada o que temos é uma ditadura medieval."

Trinta anos atrás, quase toda a área onde se ergue hoje o emirado de Dubai era deserta. Foi quando os ingleses bateram em retirada; a dominavam desde o século XVIII. Até que em 1971, Dubai se juntou a seis pequenos estados vizinhos e formaram a federação dos Emirados Árabes Unidos. A retirada britânica coincidiu com a descoberta de generosos lençóis de petróleo na região.

Al Maktoum decidiu fazer o deserto enriquecer. Planejou construir uma cidade que se tornasse o centro do turismo e de serviços financeiros, atraindo dinheiro e profissionais do mundo inteiro. Convidou o mundo a seu paraíso fiscal - e o mundo veio, esmagando os habitantes locais, que agora representam só 5% da população total de Dubai.

Em apenas tres décadas uma cidade inteira surgiu do nada. Um salto do século XVIII para o século XXI em apenas uma geração.

Toda as noite os milhares de peões estrangeiros que constroem Dubai são levados dos canteiros de obras para uma imensidão de concreto, em pleno deserto, distante uma hora da cidade. Ali permanecem isolados. São levados em ônibus fechados, que funcionam como estufas no calor do deserto. São cerca de 300 mil homens que moram amontoados.

Nesse local que fede a esgoto e suor e que foi o primeiro acampamento que visitei, logo fui cercado por moradores, ávidos para desabafar com quem se dispusesse a ouvi-los.

Depois de muito ouvir, indago se o grupo se arrepende de ter vindo.. Todos olham para baixo. Depois de um tempo, alguém rompe o silêncio: "Sinto saudade de meu país, da minha família, da minha terra. Aqui, não dá para plantar nada. Só tem petróleo e obras."

Um cidadão inglês que trabalhou no setor de construção me disse: "Ocorrem inúmeros suicídios nos acampamentos e nas obras, mas ninguém quer tocar no assunto. Dizem que foi acidente."

Um estudo da ONG Human Rights Watch revelou que existe um ocultamento da real extensão das mortes causadas pela exposição ao calor, excesso de trabalho e os suicídios.

Na distância, a cintilante silhueta de Dubai se ergue indiferente. O dia tem sempre a mesma luminosidade artificial, o mesmo piso brilhante, as mesmas grifes de luxo globais. Neles, Dubai se reduz à sua essência: compras e mais compras.

Como se sente o cidadão local diante da ocupação de seu país por estrangeiros? Quando abordados, as mulheres se calam e os homens se ofendem, respondendo secamente que está tudo bem.

Concluo que não é prudente sair perguntando essas coisas para dubaienses. Dubai não é apenas uma cidade vivendo além de seus recursos financeiros. O emirado vive além de seus recursos ecológicos. Dubai bebe o mar. A água dos emirados, dessalinizada em fábricas espalhadas por todo o Golfo, é a mais cara do planeta. Segundo Dr. Raouf, caso a recessão se transforme em depressão, Dubai pode ficar desabastecida. O aquecimento global piora ainda mais a situação.

"Estamos construindo todas essas ilhas artificais, mas se o nível do mar subir afunda tudo..."

Na minha última noite no emirado, já a caminho do aeroporto, parei numa pizzaria perdida em meio às autoestradas. Pergunto à moça filipina do balcão se ela gosta do lugar. "Gosto", diz ela, inicialmente. "Pois eu detesto", rebato. Ela concorda e desabafa: "Demorei alguns meses para perceber que tudo aqui é falso. Tudo. As palmeiras são falsas, os contratos de trabalho são falsos, as ilhas são falsas, os sorrisos são falsos.. Dubai é como uma miragem. Você acha que avistou água, mas quando chega perto vê que é só areia."

O estacionamento do aeroporto está repleto de carros de luxo, não quitados, abandonados por pessoas que voltaram aos seus países de origem.

(Segundo a reportagem alguns nomes nesse artigo foram modificados)

O artigo é bem mais extenso, mas cuidei em resumir a reportagem de Johann Hari, sem furtar ao leitor entender o que é, de fato, esse paraíso, chamado Dubai.

(Lucelena Maia/ Revista Piauí)

Supremo Erro

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Precisamos dar um basta ao aparelhamento dos três poderes pelo PT.


O presidente Lula acaba de declarar que precisa de Toffoli no STF para defender o governo.

O povo precisa que o STF o defenda e aplique a lei. A última coisa que o povo precisa é de um juiz do PT, que defenda todos os réus do partido.

Para ser Ministro do STF são necessários três requisitos:

1 - Idade

2 - Notório saber jurídico

3 - Reputação ilibada


Dos três, Toffoli só atende ao primeiro. Nunca produziu nada que possa ser classificado como "notório saber jurídico", e a empresa de advocacia da qual faz parte acaba de ser condenada por "conluio" com o governador do Amapá, para ter ganhos ilícitos.


CHEGA DE ASSECLAS DO PT NO STF !

Pelo bem do país, pela independência dos Três Poderes, Preencham a petição indicada abaixo. Pode ser a última chance de evitar que nosso país se transforme em propriedade privada de um partido que só demonstrou defender a corrupção, ditadores, o terrorismo, e os terroristas. Sem esquecer os "cumpanhêros", tais como Palocci, sempre acima da lei.....

Insurja-se, já, contra a nomeação de Toffoli para o STF

Assine a carta aberta disponibilizada no link abaixo para protestar contra a nomeação do sr. Toffoli para o Supremo Tribunal Federal.

http://www.petitiononline.com/br092009/petition.html

Repassem. É um ato de cidadania.

(Recebido por email)

domingo, 20 de setembro de 2009

Estratégia é tudo!!!

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Um senhor vivia sozinho em sua casa. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado.


Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:

'Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para o plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.

Com amor, Seu Pai.'


Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:

'Pelo amor de Deus pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos'

Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar qualquer corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi a resposta:

'Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer no momento.'

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Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis.

Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

(Recebido por email)

Cristiani Torloni escancarando

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Este vídeo merece ser visto até o final.



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O mal da rabugice



Azedume em excesso? Mau humor pode ser doença, afirma psiquiatra




"Tristeza não tem fim, felicidade sim". Se você concorda ou conhece quem encare a vida como Tom Jobim e Vinícius de Moraes escreveram em seu sucesso "Felicidade", fique alerta. Mau humor crônico pode ser doença. Trata-se da Distimia, um transtorno psíquico que caracteriza-se por um estado constante de humor rebaixado.


O estado de espírito dos distímicos lembra o de Hardy, a famosa hiena ranzinza do desenho animado que vivia resmungando "Oh dia, oh céu, oh vida, oh azar". E, negando o antigo clichê de que a rabugice piora com a idade, o mau humor, como reflexo da Distimia, tem maior índice de aparecimento na infância e adolescência. Quando não tratado, permanece sintomático ao longo da vida.


Em grego, Mal Humor, com L e não com U, significa Distimia. O termo, então, é associado à doença pois o mau humor é o principal sintoma do mal do humor, de características patológicas contrárias ao humor sadio. "A Distimia acompanha sentimentos de inadequação, perda generalizada do interesse ou prazer, retraimento social, fadiga, sentimentos de culpa ou preocupação extrema, e sensações de raiva excessiva", explica a psiquiatra Magda Vaissman, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Trata-se de um estado de mau humor atípico que se manifesta como birra, implicância, desânimo, irritabilidade. "A pessoa está em constante estado de mal com a vida", completa.


Não é mera coincidência essas serem as principais características das pessoas rotuladas vulgarmente como rabugentas. O distímico é pouco tolerante com o ambiente de modo geral, seja com as pessoas, com os acontecimentos, com os objetos, com o clima, com a política, com a sociedade, com a economia, com o trânsito, com as filas, enfim, com o mundo. O que o torna muito mais sensível a tudo com o que interage, como uma pessoa alérgica. Só que ao invés de crises de espirro, ele reage aos acontecimentos com mau humor.


Como a vida social e em família implica em reciprocidade de comportamentos, as pessoas, motivadas pela chatice e azedume do mau-humorado, adotam comportamentos preventivos, o que prejudica ainda mais a vida em sociedade dos rabugentos.


O estudo da doença é recente. Entre as causas do surgimento da Distimia estaria uma disfunção dos neurotransmissores, que ocasiona o rebaixamento das substâncias que regulam o humor, o que seria fator biológico. Também entram na lista fatores psicológicos, ambientais e genéticos, que podem contribuir para a evolução da quadro. "Não existe, no entanto, um fator único, mas uma associação deles", assegura Vaissman.


O Tratamento da Distimia geralmente é feito com a combinação de medicamentos, principalmente anti-depressivos, e psicoterapia. Vaissman revela que a doença é difícil de ser curada, e que as chances de uma recaída são grandes, porém, ela afirma, o mais difícil é fazer os ranzinzas tomarem consciência do problema e procurarem ajuda. "A maioria das pessoas só procura tratamento quando já desenvolveram um quadro de depressão", explica. O cuidado antecipado é importante, pois o diagnóstico também é demorado. Só o médico pode fazer e é necessário ávaliar os sintomas por um período mínimo de dois anos.


(Por Raphaela Guimarães - maisde50.uol.com.br)

sábado, 19 de setembro de 2009

Paixões maduras

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Ao questionar um grupo de alunas da Universidade Aberta à Maturidade, em São Paulo, se a paixão da juventude é "mais cega" do que aquela que acontece mais tarde na vida, uma aluna interpelou a outra: "Responde você que viveu isso!!" A recém-apaixonada afirmou categoricamente, com os olhos brilhando: "Igualzinha! Você fica cega, boba, só pensa na pessoa!". "Não é uma delícia se sentir apaixonada?", perguntei quase afirmando. Ela maneou a cabeça e disse: "Foi bom, mas já foi", fazendo com as mãos aquele "sai pra longe de mim", sem raiva, mas com certa melancolia.

Senti naquele momento um misto de alegria e desalento, mas acho que foi na ordem inversa. Radiografando hoje o meu desalento, encontro duas manchas escuras, não necessariamente cancerígenas, mas motivadoras da necessidade de exames mais profundos e tratamentos preventivos.

A primeira eu vou chamar de "mal do saber", porque é relativa aos enganos que temos em acreditar piamente em tudo que lemos por aí, ou no que nos dizem com veemência. E meu "mal do saber" me dizia que as pessoas na maturidade têm paixões mais racionais, ou não as têm, fazem escolhas afetivas. A outra mancha eu vou batizar de "mal da poupança", e é quase uma extensão da outra: seria como você ficar guardando ano a ano emoções, histórias, experiências, anos de terapia, esperando ter "lá na frente" um certo know-how para viver paixões mais calmas, lúcidas e um tanto mais racionais, paixões com fronteiras. Só que nessa tentativa de evitar dores de amor, a poupança emocional pode acabar nos poupando demais a ponto de não conseguirmos desfrutar de seus rendimentos.

Mas logo em seguida ao desalento que o testemunho da minha aluna me suscitou em primeira instância, fui tomada de pavor ao pensar em olhar para tudo e todos com cara de "já sei tudo" ou "não tenho mais saúde para viver essas coisas". Tive uma sensação de fastio, tédio e chatice que me fez contrapor rapidamente o desalento com alegria. A alegria de saber que lá na frente a gente pode, se quiser e estiver aberto para isso, se apaixonar novamente, pela mesma parceira amorosa ou por outra, se assim for.

Mas o que motiva a paixão é o outro. E a grande reclamação das pessoas na maturidade, principalmente das mulheres, é que há maior dificuldade de encontrar parceiros da mesma idade disponíveis para o amor maduro. Verdade. Homens tendem a falecer mais cedo ou a se casar mais rápido, quando viúvos ou divorciados. É uma estatística muito chata essa, mas toda estatística tem uma porcentagem, uma fatia relativa às exceções. E não são poucas. Conheço muitas mulheres que depois dos 60 anos conheceram homens maduros e com eles reencontraram o prazer da paixão, da relação amorosa, do lazer, do sexo, do compartilhamento.

Mas essas mulheres têm algo em comum: autoestima elevada, bom círculo de atividades de trabalho e lazer, viajam, dançam, saem e não ficam dizendo que a vida é injusta com elas. Encaram os afetos, tentam relações, não têm medo de viver. Apaixonam-se e, portanto, são apaixonantes para os homens que sabem reconhecer o brilho adolescente nos olhos de uma mulher madura. E vice-versa. E se você está lendo esta coluna, neste site, deve fazer parte da exceção! Parabéns!

(Ana Canosa é psicóloga e terapeuta sexual, com especialização em terceira idade)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Estes Advogados não vieram ao mundo "a passeio"...

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DOIS ADVOGADOS GAÚCHOS CONTRA DOIS SENADORES E 3.883 SERVIDORES DO SENADO FEDERAL (07.04.09)

Os advogados gaúchos Irani Mariani e Marco Pollo Giordani ajuizaram, na Justiça Federal, uma ação que pretende discutir as horas extras pagas e não trabalhadas, no Senado, e outras irregularidades que estão sendo cometidas naquela Casa.

A ação tramita na 5a. Vara da Justiça Federal de Porto Alegre e tem como réus a União, os senadores Garibaldi Alves e Efraim Morais e "todos os 3.883 funcionários do Senado Federal, cuja nominata, para serem citados, posteriormente, deverá ser fornecida pelo atual presidente do Senado Federal, senador José Sarney".

O ponto nuclear da ação é que durante o recesso de janeiro deste ano, em que nenhum senador esteve em Brasília, 3,8 mil servidores do Senado, sem exceção, receberam, juntos, R$ 6,2 milhões em horas extras não trabalhadas - segundo a petição inicial.

Os senadores Garibaldi e Efraim são, respectivamente, o ex-presidente e o ex-secretário da Mesa do Senado. Foram eles que autorizaram o pagamento das horas extras por serviços não prestados.

A ação popular também busca "a revisão mensal do valor que cada senador está custando: R$ 16.500,00 (13º, 14º e 15º salários); mais R$ 15.000,00 (verba de gabinete isenta de impostos); mais R$ 3.800,00 de auxílio moradia; mais R$ 8.500,00 de cotas para materiais gráficos; mais R$ 500,00 para telefonia fixa residencial, mais onze assessores parlamentares (ASPONES) com salários a partir de R$ 6.800,00; mais 25 litros/DIA de combustível, com carro e motorista; mais cota de cinco a sete passagens aéreas, ida e volta, para visitar a 'base eleitoral'; mais restituição integral de despesas médicas para si e todos os seus dependentes, sem limite de valor; mais cota de R$ 25.000,00 ao ano para tratamentos odontológicos e psicológicos" .

Esse conjunto de gastos está - segundo os advogados Mariani e Giordani - "impondo ao erário uma despesa anual em todo o Senado, de:

- R$ 406.400.000, 00; ou
- R$ 5.017.280,00 para cada senador.


Tais abusos acarretam uma despesa paga pelo suado dinheiro do contribuinte em média de:

- R$ 418.000,00 por mês, como custo de cada senador da República".

Mariani disse ao 'Espaço Vital' que, "como a ação popular também tem motivação pedagógica, estamos trabalhando na divulgação do inteiro teor da petição inicial, para que a população saiba que existem meios legais para se combater a corrupção".

A causa será conduzida pela juíza Vânia Hack de Almeida.

(Proc. nº 2009.71.00.009197- 9)
AÇÃO POPULAR Nº 2009.71.00.009197- 9 (RS)
Data de autuação: 31/03/2009
Juiz: Vania Hack de Almeida
Órgão Julgador: JUÍZO FED. DA 05A VF DE PORTO ALEGRE
Órgão Atual: 05a VF DE PORTO ALEGRE
Localizador: GAB03B
Situação: MOVIMENTO-AGUARDA DESPACHO
Valor da causa: R$6.200.000, 00

Assuntos:

1. Adicional de horas extras
2. Horas Extras

AUTOR: IRANI MARIANI
Advogado: IRANI MARIANI
AUTOR: MARCO POLLO GIORDANI
Advogado: IRANI MARIANI

RÉUS:
1 - UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
2 - GARIBALDI ALVES FILHO
3 - EFRAIM DE ARAUJO MORAIS
4 - FUNCIONARIOS DO SENADO FEDERAL

INFORME, REPASSE A TODOS, PARA QUE O BRASIL INTEIRO FIQUE ATENTO E ACOMPANHE ESTA INICIATIVA. SE DEPENDER DA "GRANDE MÍDIA", NINGUÉM FICARÁ SABENDO DE NADA. MORALIZAR O LEGISLATIVO É UMA TAREFA HERCÚLEA, PELA QUAL TODOS DEVEMOS DAR O MELHOR DE NÓS MESMOS.

Isso é ser patriota !!!

(Recebido por email)

O novo patamar da reestatização

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A reestatização da economia sempre esteve nos planos dos petistas que, por motivos ideológicos, nunca engoliram o sucesso das privatizações. No governo Lula não foram poucas as incursões estatistas e se elas não foram mais adiante foi porque, até então, o governo não se sentia forte o suficiente ou podia postergar o assunto para um momento posterior. Agora o governo entende que a conjuntura mudou e, ao mesmo tempo o lulo-petismo vê se esgotar o seu tempo e trata de levar a um novo patamar o seu modelo de “capitalismo de Estado.” Neste modelo em gestação, o Estado estenderá seus tentáculos para setores estratégicos – energia, mineração e telecomunicações e outros – e destinará ao capital privado um papel subalterno.

Formalmente, o governo não anula as privatizações, mas aciona um processo de “estatização branca’” no qual ensaia manobras para indiretamente controlar empresas anteriormente privatizadas ou para submetê-las ao “panejamento estatal”; leia-se aos planos políticos de Lula e ao apetite por cargos dos militantes hoje pendurados na máquina estatal. Não se deve esquecer nem desprezar o potencial de mobilização de recursos para as campanhas eleitorais que esse modelo propicia. O atual governo vem demonstrando enorme apetite e desenvoltura nessa matéria.

É a ideologia do estado intervencionista que leva o governo a ter em seus planos a reativação da Telebrás como grande operadora do sistema de banda larga e a ampliação do papel da Eletrobrás. No Estado-Leviatã de Lula todos os privilégios devem ser dados à Petrobras na exploração do pré-sal e o Presidente sente-se no direito de pressionar empresas como a Embraer e a Vale do Rio Doce para que elas se coloquem sob seu comando. Isto não tem nada a ver com o “nacional-desenvovimentismo” da era Vargas, onde o Estado investia em áreas estratégicas porque a iniciativa privada não tinha capital para tal. No modelo lulista, o Estado quer tomar espaço em áreas em que a privatização foi vitoriosa e trouxe enormes ganhos para o país.

O Brasil pagará um preço caro, caso a ofensiva estatista logre sucesso. É inerente a este modelo o germe da ineficiência, o que pode comprometer avanços obtidos com as privatizações. Nunca é demais relembrar: antes, um telefone fixo custava cinco mil dólares. Hoje a linha é gratuita. Antes da privatização, o celular era privilégio de poucos, hoje é um produto acessível a milhões e milhões de brasileiros. E o que dizer da Embraer, que está entre as três maiores construtoras de avião do mundo? O mesmo pode se dizer do Vale do Rio Doce. No período em que foi estatal, de 1943 a 1997, a Vale produziu em média 35 milhões de toneladas por ano, passando a 165 milhões depois da privatização. As exportações se multiplicaram em quase 5 vezes em valores monetários comparáveis. Os dividendos pagos à União triplicaram e os impostos pagos aumentaram 22 vezes. No dia da privatização, a Vale empregava 15 mil funcionários; hoje, são mais de 55 mil empregos diretos.

A nova onda estatizante se explica ainda por duas outras razões. Ela pretende servir de plataforma para a candidatura da ungida de Lula, sobretudo no momento em que seus marqueteiros concluíram que a bandeira de “mãe do PAC” tem baixo apelo eleitoral. Por outro lado, o avanço do Estado na economia contempla os interesses de uma nova casta, constituída por antigos membros da burocracia sindical e partidária que ascendeu socialmente ao ocupar postos de direção nas empresas estatais. Guardada as devidas proporções, esta “companheirada” se assemelha às “nomenclaturas” dos países socialistas que hipertrofiaram o papel do Estado para perpetuar seus privilégios.

O novo patamar da reestatização
A reestatização da economia sempre esteve nos planos dos petistas que, por motivos ideológicos, nunca engoliram o sucesso das privatizações. No governo Lula não foram poucas as incursões estatistas e se elas não foram mais adiante foi porque, até então, o governo não se sentia forte o suficiente ou podia postergar o assunto para um momento posterior. Agora o governo entende que a conjuntura mudou e, ao mesmo tempo o lulo-petismo vê se esgotar o seu tempo e trata de levar a um novo patamar o seu modelo de “capitalismo de Estado.” Neste modelo em gestação, o Estado estenderá seus tentáculos para setores estratégicos – energia, mineração e telecomunicações e outros – e destinará ao capital privado um papel subalterno.

Há uma peculiaridade no modelo acenado por Lula. A reestatização não vem se dando pela via da expropriação e nem assume um tom “anticapitalista”, tal como prega o modelo “bolivariano” de Hugo Chávez. Neste particular, Lula é mais esperto e pragmático ao preservar alguns fundamentos da economia de mercado e ao tentar combinar o crescente papel do Estado com a associação com o capital privado, cabendo a este um papel residual, particularmente nas chamadas áreas estratégicas. Ideologicamente, contudo, há um traço comum entre os dois modelos: a crença na supremacia da centralização estatal, tão típica das experiências mal sucedidas do “socialismo real.”

Paulo Renato Costa Souza

Paulo Renato Costa Souza ocupou numerosos cargos públicos e executivos no Brasil e no exterior, incluindo o de gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, o de secretário da Educação do estado de São Paulo (1984–86) no governo Franco Montoro e o de reitor da Universidade Estadual de Campinas (1987–91) durante o governo Quércia.

Durante os anos 1970 serviu à Organização Internacional do Trabalho (OIT) como diretor-associado do Programa Regional do Emprego para a América Latina e o Caribe, e outras agências da ONU. É formado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obteve o seu mestrado na Universidade do Chile e o doutorado na Unicamp – na qual também tornou-se professor-titular de economia.

Foi um dos fundadores do PSDB em 1988, e foi o ministro da Educação durante o governo Fernando Henrique Cardoso de 1 de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Dentre as suas maiores realizações à frente do ministério da Educação, estão o ENEM e o SAEB.

Em 2006 foi eleito deputado federal pelo PSDB paulista. No dia 27 de março de 2009 licenciou-se do mandato de deputado federal para assumir a secretaria de Educação do estado de São Paulo no governo José Serra (PSDB), substituindo Maria Helena Guimarães de Castro.

(Fontes: pt.wikipedia.org, tucano.org.br)