segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estranhas Lágrimas

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ESTRANHAS LÁGRIMAS



Lágrimas... Noutras épocas verti-as.

Não tinha o olhar enxuto, como agora.

- Alma, dizia então comigo, chora,

que o pranto diminui as agonias.



Ah! Quantas vezes pelas faces frias, 

por mal do meu amor, que se ia embora. 

gota a gota, rolando, elas, outrora,

marcaram noites e marcaram dias!



Vinham do oceano da alma, imenso e fundo, 

ondas de angústia, em suspiroso arranco,

numa desesperança acerba e louca.



Nos olhos, hoje, as lágrimas estanco,

mas rolam todas, sem que as veja o mundo,

sob a forma de risos, pela boca.



(Felix Pacheco)

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