sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O sal da terra

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Não estou entre as pessoas que acham que a social-democracia morre se não ganharmos uma eleição presidencial. Nosso projeto é um projeto de vida política, não de poder a qualquer custo. Nosso projeto é de organização do Estado brasileiro em torno de valores novos, em torno do pilar da ética, e em torno da adesão irrestrita ao ser humano. Mas queremos sim realizar esse projeto concretamente, pelo bem do Brasil, o mais depressa possível. É hora de apressarmos o passo sem amadorismo, e também corrigir alguns erros que estão sendo repetidos a várias eleições. Falta uma chama, sem a qual tudo fica frio, falta o sal da terra sem o qual tudo fica insosso.

Falta explicitar mais os valores da social-democracia. Um, somos pela adesão irrestrita às pessoas, não a abstrações ideológicas. Dois, acreditamos que o Brasil precisa primeiro corrigir as injustiças, segundo, promover um patamar superior de justiça, terceiro e concomitante, estar promovendo o bem desinteressadamente como obrigação moral a seus nacionais.

Dar de volta o que é das pessoas é a condição necessária para que um dia se possa agir contratualmente. Ou seja, o primeiro dever de casa no Brasil é reparar as injustiças do passado, para com as populações excluídas. Para essas pessoas é importante levar a lei, mas primeiro, é importante levar a fé e a esperança, a atenção que merecem como cidadãos IGUAIS a qualquer outro brasileiro.

Não estamos propondo revolução, fazer tábua rasa de toda a história do Brasil, mas sim, queremos uma nova e firme valorização da vida e do ser humano, dos brasileiros, a partir de um marco ético. Nossa mudança quer reorganizar o Brasil em torno de valores humanos, trazer um novo eixo para, aproveitando o que temos, recompor nossa nação.

Essa recomposição passa, necessariamente, por se ver que os valores cristãos hoje são praticados e propagados pela população mestiça, por todos aqueles que antes eram destinatários de ‘conversão’. Devemos à Europa a herança do cristianismo, mas nossa nação mestiça e tropical hoje tem toda condição de estar construindo o cristianismo também, se alcançar uma prática plena do valor da tolerância. Estamos buscando as raízes da solidariedade e do bem comum na nossa herança indígena e africana também, ao lado da portuguesa e de todas as outras que vieram com a imigração. Hoje não queremos nem ‘embranquecer’ nem ‘enegrecer’ o Brasil, queremos valoriza-lo como ele é, mestiço e plural.

(Tania Malinski)

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