domingo, 12 de outubro de 2008

NO NOSSO TEMPO...

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Nós nascemos antes da comida congelada, da fralda descartável, da calça com ziper, do Modess, do OB, das creches, das lentes de contato, da pílula anticoncepcional,do Viagra, do Lexotan...
Nascemos antes, do radar, do xerox, do fax, do videocassete, do computador, do telefone celular, do raio laser...
Nascemos antes do cartão de crédito, da esferográfica, das lavadoras de roupas, das máquinas de lavar pratos, dos cobertores elétricos, do freezer, do microondas e do radinho de pilha...
Antigamente a lua era conhecida somente por seresteiros, poetas, namorados e nela habitava São Jorge.
Não havia parabólicas, nem TV a cabo; Xuxas, Sashas, Faustões, Angélicas e Gugús também não existiam.
Ratinho era parceiro de Jararaca, tocava saxofone e fazia um humor saudável...
Nós nascemos antes dos direitos dos 'gays', de ser normal a mulher ter dupla jornada de trabalho; antes das produções independentes, dos bebês de proveta, da ovelha Dolly, da terapia de grupo, dos Spas, dos Flats, dos carros a álcool...
Carequinha, o palhaço que ensinava que "o bom menino não faz xixi na cama"; para dormir a mamãe cantava o "boi da cara preta"; quando fazíamos travessuras tínhamos medo do 'bicho papão'; nunca nos esquecíamos de pedir aos nossos pais a sua "bênção" antes de sairmos de casa e antes de ir dormir ... cedo.
Aos domingos, nos reuníamos para o almoço com a família, vovô sentado à cabeceira da mesa, dizia tudo com simples olhares.
No nosso tempo, tínhamos medo da tuberculose, da gonorréia e da sífilis; a AIDS não existia e desconfiávamos que homossexualismo era coisa de francês...
As dores de dente eram aliviadas com a cera do Dr. Lustosa; para fraqueza, Emulsão de Scott; e para bronquite, Rum Creosotado.
E como esquecer? Toda manhã ao tomarmos o bonde, lá estava escrito: "veja ilustre passageiro, o belo tipo faceiro..."
Antigamente nós casávamos primeiro e só depois morávamos juntos.
Nunca ouvimos falar de inputs, CDrom, multimídia, fax-modem, fibra ótica e vídeo game; nós jogávamos bilboquê, pião e bola de gude; soltávamos pipa e apanhávamos balão, brincávamos de casinha, comidinha, pique-esconde, roda, passaraio, carniça,
"pêra, uva,maçã ou salada mista", 'bento que bento é o frade' e 'calçadinha é minha'.
Isso nos bastava e éramos felizes com o que tínhamos.
No nosso tempo erva era usada para fazer chá e coca era refrigerante; pó era sujeira, sangria era para evitar colapso, lambada era chicotada, malhar era coisa de ferreiro, fio dental servia para limpeza dos dentes e embalos era para criança dormir.
No nosso tempo, nada de Plim-Plim! tínhamos: a Pequena Notável e o Rei da Voz ...
Nós fomos a última geração, que pensávamos que se precisava de um marido para se ter um bebê!

Não é de se espantar que estejamos tão confusos em dar os limites aos nossos filhos.
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